PATRÍSTICA Desde que surgiu o cristianismo, tornou

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PATRÍSTICA
Desde que surgiu o cristianismo, tornou-se necessário explicar seus
ensinamentos às autoridades romanas e ao povo em geral.
Mesmo com o estabelecimento e a consolidação da doutrina cristã, a
Igreja católica sabia que esses preceitos não podiam simplesmente ser
impostos pela força. Eles tinham de ser apresentados de maneira
convincente, mediante um trabalho de conquista espiritual.
Foi assim que os primeiros Padres da Igreja se empenharam na
elaboração de inúmeros textos sobre a fé e a revelação cristãs. O conjunto
desses textos ficou conhecido como patrística por ter sido escritos
principalmente pelos grandes Padres da Igreja.
Uma das principais correntes da filosofia patrística, inspirada na
filosofia greco-romana, tentou munir a fé de argumentos racionais. Esse
projeto de conciliação entre o cristianismo e o pensamento pagão teve como
principal expoente o Padre Agostinho.
ESCOLÁSTICA
No séc. VIII, Carlos Magno resolveu organizar o ensino por todo o seu
império e fundar escolas ligadas às instituições católicas. A cultura grecoromana, guardada nos mosteiros até então, voltou a ser divulgada,
passando a ter uma influência mais marcante nas reflexões da época. Era
a renascença carolíngia.
Tendo a educação romana como modelo, começaram a ser ensinadas
as seguintes matérias: gramática, retórica e dialética (trívium) e geometria,
aritmética, astronomia e música (o quadrívium). Todas elas estavam, no
entanto, submetidas à teologia.
A fundação dessas escolas e das primeiras universidades no século
XI fez surgir uma produção filosófico-teológica denominada escolástica (de
escola). Este momento da filosofia teve como principal expoente o religioso
dominicano Frei Tomás de Aquino.
A liberdade é própria da vontade, não da razão, no sentido em que a
entendiam os gregos. A razão pode conhecer o bem e a vontade rejeitá-lo:
a razão conhece; a vontade escolhe.
A verdadeira liberdade está na harmonia das ações humanas com a
vontade de Deus: ser livre é servir a Deus, pois o prazer de pecar é a
escravidão. Papel essencial tem a graça divina: a graça não tem o efeito de
suprimir a vontade, mas sim de torná-la boa, pois que se havia transformado
em má
O homem que trilha o caminho do pecado só consegue retornar a
Deus e à salvação mediante a combinação de seu esforço pessoal de
vontade e a concessão imprescindível da graça divina.
A verdade e a iluminação
Uma passagem contida em A verdadeira religião ilustra o conceito de
verdade agostiniano:
“Não busque fora de ti (...); entra em ti mesmo. A verdade está
no interior da alma humana. E, se achares mutável a tua
natureza transcende-te a ti mesmo. Deves notar, porém, que,
transcendendo-te a ti mesmo, tu estas transcendendo a alma
raciocinante, de modo que o termo da transcendência deve ser
o princípio onde se acende o próprio lume do raciocínio. E,
efetivamente, onde chega um bom raciocinar senão à verdade?
A verdade não e algo que se constrói à medida que o raciocínio
avança; ao contrário, ela é termo prefixado, meta na qual nos
detemos depois de ter raciocinado. Nesse ponto, perfeito acordo
final conclui tudo: sintoniza-te com ele. Convence-te de que não
es tu o que é a verdade: a verdade não busca a si própria, mas
é tu, distinto dela, que a buscas – naturalmente não no espaço
sensível, mas com a sensação da alma -; e eis-te junto a ela,
para que o homem interior una-se ao próprio hóspede interno,
em transporte de felicidade máxima e espiritual”
SANTO AGOSTINHO (354 D.C.)
Diferença entre fé e razão
Baseada no neoplatonismo, Agostinho compreendia a realidade
humana através da dicotomia corpo x alma, porém, é inquestionável a
supremacia da alma em relação ao corpo. A alma foi criada por Deus para
reinar sobre o corpo.
O homem inverte essa relação, fazendo o corpo assumir o governo da
alma. O que permite isto é o que ele vem chamar de livre arbítrio.
Diferença entre fé cristã e razão: a fé nos faz entender coisas que não
conseguimos pela razão.
É necessário crer para compreender, pois a fé ilumina os caminhos da
razão. A compreensão nos confirma a crença.
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