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Apostila Analise de Investimentos em Acoes e Fundos

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GESTÃO FINANCEIRO E CONTROLADORIA
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
Ricardo Guaritá
Prezado aluno,
Esta apostila é a versão estática, em formato.pdf, da disciplina online e contém
todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do
conteúdo.
Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da
apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você
encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a
respeito de cada item.
Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo.
A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um
momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados
devido a seu valor em relação à temática principal em discussão.
A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você
deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma
mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na
disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções
audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel.
Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais
complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas,
artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento.
Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e
organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu
aprendizado!
Bons estudos!
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
1
Análise de investimentos em ações e fundos
- Apostila
Apresentação
Esta disciplina busca compreender os principais objetivos das instituições que
necessitam de gerenciamento de riscos – tais como os bancos, por exemplo.
Aqui, identificaremos a importância desse estudo dentro do contexto da
economia brasileira para uma boa gestão de investimentos em ações e fundos.
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos:
1. Analisar a dimensão do gerenciamento de risco, sua integração e sua
importância na gestão de investimentos em ações;
2. Diferenciar risco de retorno;
3. Explicar a melhor forma de escolha de ativos para uma adequada composição
da carteira de investimentos;
4. Usar os instrumentos do mercado de derivativos para controle do risco.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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Aula 1: Risco
Introdução
Nos últimos anos, os administradores passaram a ficar mais atentos ao fato de
que suas empresas poderiam ser atingidas por riscos que fugiam de seu controle.
Em alguns casos, mudanças bruscas em variáveis financeiras e econômicas –
como as taxas de câmbio e de juros – trouxeram efeitos devastadores para as
estratégias corporativas e de performance das instituições.
Para tentar se proteger desses riscos, muitas empresas se lançaram no mercado
de derivativos, usando instrumentos como contratos futuros, opções e swaps, os
quais, sem uma meta definida, podem se tornar muito perigosos.
Mesmo envolvidas em um processo de gestão de risco, tais entidades
empresariais não possuíam um conjunto claro de objetivos para um sistema de
controle de risco.
Nesta aula, veremos o quanto essa etapa de gerenciamento é necessária.
Objetivo
1. Identificar os principais tipos de risco sujeitos às organizações.
Resumo do conteúdo
Nesta aula:
• Identificamos a importância do gerenciamento de riscos na economia;
• Definimos o conceito de risco;
• Conhecemos os tipos de risco de uma instituição financeira;
• Entendemos a relação entre risco e retorno;
• Diferenciamos risco sistemático do não sistemático.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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Conteúdo
Gerenciamento de risco
Ultimamente, o gerenciamento de risco tornou-se um instrumento
indispensável à sobrevivência das atividades das instituições no mercado
financeiro.
O aumento da volatilidade nos mercados financeiros mundiais e o avanço da
teoria financeira contribuíram muito para o aumento da demanda por produtos
de gerenciamento de risco.
Mas o conhecimento da existência do risco não é suficiente para gerenciá-lo. A
equipe de uma instituição financeira encarregada de fazer isso deve identificar
seu grau de exposição ao risco. A metodologia adotada precisa, então, ser aceita
e assimilada.
Uma boa alternativa é utilizar o conceito de Value at Risk (VaR), a partir do
qual consideramos os efeitos da diversificação e do hedge, além de precisar os
resultados da não linearidade advindos de portfólios que contêm opções.
Antes de implementarmos qualquer sistema de gerenciamento de risco em
uma corporação financeira, temos, necessariamente, de identificar os tipos de
risco a que ela está exposta.
Além disso, para atingirmos o nível ideal nesse processo, devemos realizar um
razoável investimento inicial em equipamentos, em banco de dados e em
qualificação de pessoal.
Um bom gerenciamento de risco agrega valor às organizações, tornando-as mais
seguras por conhecerem sua situação frente ao risco. Dessa forma, as empresas
se sentem em uma posição favorável diante de seus concorrentes.
Mas o que é, exatamente, risco? Vamos descobrir?
Atenção
A regulamentação dos bancos centrais de todo o mundo é
baseada no modelo de cálculo do VaR.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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Risco, retorno e incerteza
No mercado financeiro, usamos três conceitos muito importantes sobre
investimento. São eles:
Risco
Volatilidade de resultados não esperados ou estimativa para as possíveis perdas
de uma instituição financeira, devido às incertezas que envolvem suas atividades
diárias.
Em outras palavras, trata-se da avaliação numérica dessas incertezas, a medida
da incerteza em relação ao retorno esperado. O risco é um problema de
probabilidade que pode ser medido por meio de processos estocásticos.
Retorno
Medida numérica da apreciação do capital investido ao final de um horizonte de
tempo. O retorno de um ativo é, portanto, sua variação de preço em determinado
intervalo de tempo.
Incerteza
Estado de dúvida com relação ao retorno que se espera obter ao final do período
de investimento. Diferente do risco, a incerteza representa um conceito subjetivo
que NÃO pode ser medido diretamente.
As noções apresentadas estão interligadas e se relacionam da seguinte forma no
mercado financeiro:
Conheça, a seguir, os tipos de risco.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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Tipos de risco
As corporações – tanto as empresas financeiras quanto as não financeiras – estão
expostas a vários tipos de risco que, na maioria das vezes, estão interligados.
Os mestres e autores de livros sobre risco costumam classificá-lo de acordo com
sua origem e subdividi-lo em fatores com base em seus efeitos sobre os ativos e
passivos das empresas. Sendo assim, podemos resumir os tipos de risco em:
Risco de negócio
Aquele que é inerente ao negócio no qual a empresa ou a pessoa está envolvida
e que depende das características próprias desses agentes, bem como de fatores
internos. Este tipo de risco se relaciona com:
• A inovação tecnológica;
• A propaganda e o preço do produto;
• A concorrência;
• A legitimidade e a legalidade do produto etc.
Risco estratégico
Aquele que representa a possibilidade de perdas decorrentes de possíveis
mudanças nas condições comerciais do mercado de atuação da indústria que
serviram de base para a definição das estratégias do agente – empresa ou
pessoa.
Essas mudanças não costumam ser previstas quando da definição:
• De objetivos;
• Da área de atuação;
• Da expansão dos negócios;
• De tudo aquilo que diga respeito às decisões estratégicas da corporação.
Além das características inerentes ao negócio, os planos estratégicos consideram,
também, as condições de entorno – tais como infraestrutura pública e ambientes
físico, econômico e político.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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Risco econômico
Aquele que afeta, ao mesmo tempo, todos os agentes econômicos em um
sistema, independente do setor de indústria e da estratégia de atuação desses
agentes.
Assim como o risco estratégico, o econômico também está vinculado às condições
econômicas do entorno, tais como:
• A política econômica dos governos;
• Os eventos políticos;
• Os tratados internacionais;
• As crises econômicas globais ou locais etc.
Risco financeiro
Aquele que está relacionado às possíveis perdas no mercado financeiro
resultantes de movimentos em variáveis financeiras, como, por exemplo, as taxas
de câmbio e de juros.
Para entender melhor o conceito de risco dentro do mercado financeiro, analise
um exemplo matemático de Desenvolvimento de métrica de risco.
Relação entre risco e retorno
Vamos considerar que tenhamos identificado a fronteira eficiente de diversos
ativos, em número suficiente, para permitir afirmar que representam o próprio
mercado.
Agora, vamos acrescentar a essa carteira a possibilidade de se adquirir, também,
partes adequadas de um ativo livre de risco, cujo retorno representasse a menor
remuneração que um investidor aceitaria para aplicar seus recursos.
O gráfico a seguir ilustra essa situação:
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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Para entender o gráfico que representa a relação entre risco e retorno,
clique aqui.
A teoria apresentada tem alguns pressupostos fortes e pouco prováveis de serem
observados na prática.
Por exemplo, o modelo admite que qualquer investidor possa tanto emprestar
quanto tomar emprestado à taxa livre de risco. Outra premissa é que poderíamos
comprar qualquer quantidade – fracionária ou inteira – de qualquer ativo.
Mas, nas relações entre ativos, supomos que as variâncias e covariâncias são
constantes, e os retornos dos ativos seguem a distribuição normal de
probabilidade. Todos os agentes que atuam no mercado possuem as mesmas
expectativas e informações sobre os ativos desse mercado.
Desconsiderar tais fatos pode levar o analista a cometer enganos na
avaliação dos riscos de investimentos.
Risco sistemático e não sistemático
Vamos observar, agora, o comportamento do preço de um ativo ao longo do
tempo, comparando-o com a variação de um índice de mercado que represente
o movimento médio de todos os seus demais ativos.
Em muitos momentos, o preço do ativo segue a mesma tendência do mercado
e, eventualmente, toma direções erráticas, divergindo do movimento dos outros
ativos. Os gráficos a seguir apresentam dois ativos que, na maioria do tempo,
seguem o mercado:
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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Se nos detivermos nos detalhes desses gráficos, notaremos que os movimentos
pequenos não são exatamente iguais aos movimentos do mercado. Isso fica mais
evidente no gráfico 2.
Com base na observação anterior dos comportamentos dos preços dos ativos, os
cientistas financeiros resolveram aceitar a divisão dos riscos que afetam
determinado ativo em duas partes, de tal forma que o risco total seja a soma
delas.
Sendo assim, temos a seguinte equação de risco:
RISCO TOTAL = risco sistemático + risco não sistemático
Graficamente, podemos representar a divisão do risco desta forma:
Risco específico, não sistêmico ou não sistemático (diversificável)
Risco único para cada empresa, que independe da economia política. Se a
diversificação for eficiente, ele pode ser reduzido ou minimizado.
Como exemplos desse risco, podemos citar a entrada de um novo concorrente e
as novas tecnologias, que podem tornar determinado produto obsoleto.
Risco sistêmico ou sistemático (não diversificável)
Risco global do mercado resultante de mudanças na economia do país ou em
fatores que afetam, ao mesmo tempo, todos os agentes do mercado.
Conforme veremos nas próximas aulas, o valor desse risco é dado pelo
coeficiente Beta (β) e não pode ser eliminado através de diversificação. Além
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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disso, ele reflete o grau de sensibilidade do título ao risco da economia como um
todo.
Como exemplos desse risco, podemos citar as alterações de alíquotas de imposto
pelo governo e as mudanças na situação de energia mundial.
Referências desta aula
ROSS, S.; WESTERFIELD, R. Princípios de administração financeira. 9. ed.
Porto Alegre: Bookman, 2013.
SECURATO, J. R.; SECURATO, J. C. Mercado financeiro – conceitos, cálculo
e análise de investimentos. 3. ed. São Paulo: Saint Paul, 2009.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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Exercícios de fixação
Questão 1
Sobre o gerenciamento de riscos, é INCORRETO afirmar que:
a) Os investidores devem observar os riscos sistemático e diversificável.
b) O nível de exposição da carteira é uma informação gerencial necessária à
alta gestão.
c) A inadequada gestão de riscos pode ser, muitas vezes, pior, pois traz a
falsa sensação de segurança e de controle das posições da carteira.
d) É necessário fixar limites e avaliar o desempenho dos operadores,
analisando a alocação de recursos e identificando áreas com maior
potencial de retorno por unidade de risco.
e) Não é necessária a transparência interna das políticas e dos procedimentos
em relação ao controle de risco, já que os funcionários não devem achar
brechas e espaços para aumentar o risco das carteiras.
Questão 2
De acordo com que estudamos nesta aula, podemos definir risco como:
a) A medida de incerteza em relação ao retorno esperado.
b) A possibilidade remota de atuarmos no mercado externo.
c) Um conceito subjetivo que não pode ser medido diretamente.
d) A variação dos retornos de um ativo medida pelo desvio-padrão.
e) A possibilidade de perdas decorrentes de possíveis mudanças nas
condições que serviram de base para a definição das estratégias do
agente.
Questão 3
O princípio básico do controle de risco de mercado de uma carteira de ativos é:
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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a) Manter seu valor constante, uma vez que o objetivo é obter ganhos no
longo prazo.
b) Controlar seu nível de provisão e de perdas para compensar os ganhos no
curto prazo.
c) Medir e controlar sua exposição, uma vez que a volatilidade do mercado
não é controlável.
d) Medir e controlar sua volatilidade, uma vez que a exposição ao mercado
não é controlável.
e) Aumentar o número de suas operações através de operações de bolsa, de
câmbio e de juros, pois a correlação diminui pela diversificação.
Questão 4
Sobre o risco de um ativo, podemos afirmar que:
a) O risco sistemático de um ativo é o risco intrínseco.
b) O risco sistemático de uma carteira pode ser totalmente eliminado pela
diversificação.
c) Quanto maior o risco de determinado ativo em relação a outro, maior será
o retorno obtido por esse ativo.
d) A diversificação de uma carteira feita através da correlação negativa dos
ativos elimina totalmente o risco.
e) O risco não sistemático de determinado ativo não influencia os demais
ativos do portfólio, e não é possível eliminá-lo pela diversificação.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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Questão 5
Assinale a opção INCORRETA:
a) O risco de uma carteira é igual à média ponderada dos riscos dos ativos
que a compõem.
b) Elevando, de maneira diversificada, o número de títulos de uma carteira,
é possível promover a redução de seu risco.
c) Até mesmo carteiras consideradas bem diversificadas costumam manter
certo grau de risco, impossível de ser eliminado pela diversificação.
d) O risco de uma carteira depende não somente do risco de cada ativo que
a compõe mas também da forma como esses ativos se relacionam entre
si.
e) A partir de determinado número de títulos, a redução do risco de uma
carteira praticamente deixa de existir – ela conserva apenas certo nível de
risco sistemático.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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Aula 2: Cálculo de risco e decisão de investimentos
Introdução
Nesta aula, você identificará a melhor relação risco versus retorno, observando
os indicadores CAPM, Beta e Índice de Sharpe.
Desse modo, terá condições de escolher ativos para compor uma carteira na
melhor relação risco versus retorno.
Objetivo
1. Examinar os instrumentos que mensuram os riscos de uma operação;
2. Identificar os ativos que melhor compõe uma carteira.
Resumo do conteúdo
Nesta aula:
• Entendemos o que é CAPM;
• Analisamos a relação risco X retorno de uma carteira pela ótica do Índice
de Sharpe;
• Explicamos o que é Fronteira Eficiente;
• Descrevemos a relação risco X retorno de uma carteira pela ótica da Teoria
de Markowitz.
Conteúdo
Beta da carteira e sua interpretação
O coeficiente Beta mede a sensibilidade das taxas de retorno de um portfólio ou
de um título individual em relação aos movimentos do mercado.
Revela quanto do risco da carteira de mercado é absorvido pelo ativo. Sua
definição vem do Capital Asset Pricing Model (CAPM), cuja formulação será
mostrada mais à frente.
Beta (β) é o índice de risco sistemático de um ativo. Podemos defini-lo como
sendo o risco sistemático de um título expresso em unidades do risco de mercado.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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É o coeficiente de sensibilidade de um ativo às variações da carteira de mercado.
Para ações, a carteira de mercado é o IBOVESPA.
Desse modo, matematicamente:
Onde:
É a covariância entre o retorno do portfólio de mercado e o retorno do ativo i.
É a variância dos retornos do portfólio do mercado. Clique aqui para ver as
observações.
Risco, retorno e incerteza
Há basicamente duas formas de se analisar um ativo ou carteira em relação a
seu nível de risco:
• Medindo seu risco relativo;
• Dimensionando seu risco absoluto.
Quando levantamos medidas da variação de retornos de um ativo em relação a
sua própria média histórica de retornos, realizamos análise de risco absoluto, pois
não entra nessa conta nenhum outro ativo, carteira ou índice de mercado.
Quando calculamos o Beta de um ativo, realizamos uma análise de
comportamento dos retornos de um ativo em relação a uma carteira de mercado.
Nesse caso, estamos calculando uma medida de risco relativo, pois o Beta é uma
medida de sensibilidade ao risco de mercado.
Há algumas métricas para cálculo de risco absoluto, entre elas a volatilidade,
representada pelo desvio padrão, o Value at Risk (VaR), que pode ser calculado
de muitas formas diferentes. Para o risco relativo podemos citar o VaR de
benchmark para fundos de investimento e carteiras de uma forma geral.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 15
A escolha da melhor forma para avaliação de risco depende dos objetivos do
investidor.
Para carteiras ativas, cujo objetivo é a obtenção de retornos acima de
determinado patamar, é indicado a utilização de medidas de risco absoluto, como
o VaR absoluto, por exemplo.
Para o investidor que deseja neutralizar o risco de seu passivo, caso dos fundos
de pensão, empresas de comércio exterior e outras que possuem parte
significativa de seus ativos indexados em moedas ou índices, o ideal é buscar
medidas de risco relativo, por meio da qual poderá ser avaliado o risco de
descasamento entre sua carteira de títulos e seu passivo.
Revisão estatística
Vamos analisar três formas de revisão estatística:
Retorno esperado
Variância e desvio padrão
Covariância e correlação
Capital Asset Pricing Model (CAPM)
O CAPM, proposto e analisado por Sharpe, é um dos mais importantes modelos
na teoria de portfólios e até hoje tem sido objeto de grandes discussões entre
pesquisadores de finanças.
O CAPM trabalha com a condição de que o processo que reproduz os retornos
está ligado unicamente a um fator e este está relacionado com a carteira de
mercado, que é uma carteira formada, na teoria, por todos os ativos disponíveis
no mercado, tal como ações, debêntures, etc.
Devemos considerar, também, que no CAPM a carteira de mercado deve ser
eficiente de média e variância. A ideia do CAPM se baseia no fato de que os
investidores só se interessam na relação risco-retorno, isto é, trabalham apenas
na tentativa de maximizar o valor esperado do retorno tentando minimizar o
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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risco. A hipótese básica deste modelo é de que a taxa de retorno esperada de
um ativo é uma função linear do seu risco medido pelo chamado Beta.
Como os administradores de carteiras, com o passar dos tempos, tornaram-se
mais conservadores, sensatos e avessos ao risco, houve um redirecionamento
nos estudos científicos, de modo a identificarmos um conceito básico de análise
de investimentos.
O CAPM é considerado uma abordagem, na qual é descrita a relação de equilíbrio
entre o retorno e o risco sistemático. O CAPM é um modelo supostamente
expresso em termos de valores esperados, em que o retorno esperado sobre o
ativo é a soma de dois fatores:
• O primeiro é a rentabilidade dos ativos ou aplicações sem risco;
• O segundo o chamado prêmio de risco:
R = Rf + β [Rm - Rf]
A principal premissa do CAPM é que, em média, o investidor não é corretamente
remunerado ao se expor ao risco residual. Segundo Sharpe, apenas o risco não
diversificável deve ser remunerado. O CAPM afirma que o retorno residual
esperado é zero, enquanto que retorno sistemático esperado é maior que zero e
linear.
No contexto do CAPM, o único risco relevante é o risco de mercado ou risco
sistemático, não eliminado com a diversificação da carteira. A medida de
exposição da carteira ao risco sistemático é chamada de Beta (β). Beta é a
volatilidade relativa ou a sensibilidade de um título ou portfólio que se movimenta
acompanhando um índice de mercado. Em conclusão, Beta é o valor numérico
do risco sistemático de um ativo.
O Capital Asset Pricing Model (CAPM) mostra que o risco de um título individual
é bem representado pelo seu coeficiente Beta. Em termos estatísticos, o Beta nos
informa qual é a tendência de uma ação individual de variar em conjunto com o
mercado.
Uma ação com Beta igual a 1 tende a subir ou descer na mesma proporção que
o mercado. Ações com coeficientes Betas menores do que 1 tendem a variar
percentualmente menos do que o mercado. De maneira semelhante, ações com
Betas maiores do que 1 tenderão a se valorizar ou desvalorizar mais do que o
mercado.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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O retorno esperado de um título está positivamente relacionado ao seu risco, pois
os investidores só assumirão riscos adicionais se receberem uma compensação
adicional. O CAPM indica que o Beta, e não o desvio padrão, é a medida
apropriada de risco.
E[r i ] – r f = β i E[rm – r f ]
Onde:
ri = retorno do ativo i;
rf = taxa de retorno livre de risco;
rm = retorno do portfólio de mercado;
Desenvolvimento do CAPM
O desenvolvimento do CAPM nos obriga a considerar alguns pontos de maneira
que se obtenha uma realidade mais simplificada. São eles:
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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• Os investidores avaliam suas carteiras observando o retorno esperado e o
desvio padrão durante um determinado período;
• Os investidores não se dão por satisfeitos, quando têm a opção de escolher
entre duas carteiras diferentes, sempre escolhem a que possui maior
retorno esperado;
• Os investidores são sempre avessos ao risco. Eles escolhem sempre a
carteira de menor desvio padrão;
• Os ativos de uma carteira são perfeitamente divisíveis, isto é, os
investidores adquirem a quantidade que desejarem dos ativos;
• Existe uma taxa livre de risco em relação a qual os investidores emprestam
ou tomam emprestado qualquer quantia;
• Impostos e custos de transação são considerados irrelevantes;
• Todos os investidores têm o mesmo horizonte de tempo;
• A taxa livre de risco é a mesma para todos os investidores;
• Todas as informações estão disponíveis para todos os investidores;
• Os investidores têm uma expectância homogênea, isto é, possuem a
mesma sensibilidade em relação ao retorno esperado, desvio padrão e
covariâncias de títulos.
Essas considerações estão completamente fora da realidade, contudo Sharpe
considera que uma teoria não deve ser testada observando-se a realidade de
suas considerações mas aceitando as suas implicações.
Clique aqui para ver as implicações.
Índice de Performance
O processo de seleção de um fundo de investimento pode ser dividido em
duas partes.
• A primeira verifica a qualidade do gestor e se ele realmente adiciona valor
à carteira;
• A segunda verifica se a carteira é adequada para o investidor.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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O Índice de Sharpe, que tem sido amplamente utilizado na indústria de fundos
de investimento, se concentra na primeira parte do problema e avalia a
qualidade e a contribuição do gestor do fundo, segundo diversos procedimentos
estatísticos.
Apesar de sua importância prática, sua utilização depende da validade das
hipóteses do CAPM, da estimação dos seus parâmetros e da aplicação que se
pretende.
Desenvolvido por William F. Sharpe, em 1966, o Índice Sharpe procura avaliar a
performance dos fundos de investimentos, tendo como medida de risco o desvio
padrão dos retornos. Utilizando dados passados, o índice avalia o portfolio
manager com base em retorno e diversificação.
Isso quer dizer que o Índice de Sharpe mede se o risco assumido em um
investimento foi compensado em maior rentabilidade, isto é, se a performance
de um fundo está condizente com o nível de risco deste.
O Índice de Sharpe é uma medida que permite a classificação do fundo em
termos de desempenho global, sendo considerados melhores os fundos com
maior índice. O índice varia se o resultado for calculado com base em
rentabilidades semanais, mensais ou anuais.
Observe, a seguir, a fórmula do Índice de Sharpe:
Onde:
Ri = média dos retornos da carteira i num período t;
Rf = média dos retornos de um título sem risco num período t;
σ = desvio padrão do retorno da carteira i num período t.
Clique aqui para ver um exemplo.
Risco de uma Carteira
Todo ativo tem um certo nível de risco que podemos avaliar. Alguns ativos têm
comportamento parecido, ou seja, quando um apresenta ganho, o outro também
apresenta.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 20
Outros ativos se comportam de forma independente ou pouco relacionada com
os demais, ou seja, quando o mercado ou determinado ativo altera seu retorno
para cima ou para baixo, o outro não se movimenta ou se movimenta deforma
independente, não sofrendo influência.
As métricas estatísticas que avaliam essa correlação entre os ativos são a
covariância e a correlação, já estudadas.
Recordando os conceitos dessas duas medidas, temos:
Covariância é uma medida estatística que identifica como duas variáveis (no
nosso caso os retornos dos ativos) se comportam conjuntamente, ou seja, indica
como as variações em uma podem induzir variações na outra variável.
A correlação nos dá a medida de intensidade de força da interferência de uma
variável sobre a outra.
Atenção
Quanto mais próximo de 1, mais forte é a correlação entre os as
variáveis. Quanto mais perto de zero, mais fraca é essa
correlação.
Quando o valor da correlação é -1, significada que as variáveis têm correlação
perfeita negativa, isto é, quando uma varia para cima a outra varia para baixo.
No caso de ativos financeiros, sendo as variáveis os retornos desses ativos,
podemos dizer que se a correlação é -1 o risco da carteira formada por esses
dois ativos poderá ser anulado.
Clique aqui para recordar suas fórmulas de cálculo.
As duas fórmulas alternativas a seguir são individualmente equivalentes à
fórmula anterior para estimar o valor do coeficiente de correlação e permitem o
cálculo direto, sem a necessidade de se obter previamente a variância:
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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Desvio padrão da carteira e o benefício da diversificação
A variância e o desvio padrão são medidas de dispersão e quando tomadas
em relação aos retornos de um ativo ou de uma carteira podem ser entendidos
como uma medida de risco desse ativo ou carteira.
Diferentemente dos retornos, a variância de uma carteira não é a média
ponderada das variâncias de seus ativos, pois como vimos no tópico sobre risco
sistêmico e não sistêmico, ao juntarmos dois ou mais ativos obtemos o benefício
da diversificação na redução do risco total, até o limite do risco sistemático.
Isso se deve à definição estatística dessas medidas, cuja combinação em carteira
leva em consideração a correlação existente entre os ativos. Isso está em linha
com o processo intuitivo no qual percebemos que os resultados adversos de um
ativo são parcialmente anulados por resultados positivos de outros ativos da
mesma carteira, reduzindo parte dos riscos. A formulação da variância de uma
carteira, e consequentemente a formulação do seu desvio padrão mostram esse
efeito:
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
22
Clique aqui para ver um exemplo.
Fronteira Eficiente
Entendida a influência da correlação (σ) na formação do risco da carteira
e seu efeito na redução do risco, podemos passar para a montagem de carteiras,
utilizando diversos ativos disponíveis no mercado.
Da mesma forma que construímos a linha risco X retorno para dois ativos, a
combinação de todos os pontos dessa linha (todas as carteiras possíveis) com
outro ativo do mercado formará outra linha.
As combinações dos pontos dessa última linha com outro ativo formarão outras
linhas e assim sucessivamente, até que infinitas linhas sejam formadas.
Conforme ilustramos na sequência de gráficos.
Clique aqui para visualizá-los.
Premissas do processo de análise de carteiras desenvolvido por
Markowitz
Com a finalidade de se construir uma carteira de títulos que satisfaça ao
investidor com relação à combinação do binômio retorno X risco, Markowitz, no
início da década de 1950, publicou um trabalho que representa um marco no
assunto.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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Este trabalho de Markowitz, intitulado Portfolio Selection, fundamentou-se em
algumas premissas racionais e estabeleceu um modelo matemático para
determinação das denominadas carteiras eficientes.
• A análise é efetuada considerando sempre as expectativas geradas para
um período adiante – 1mês, 1 semestre, 1 ano ou qualquer outro período
definido inicialmente;
• Todos os investidores elaboram suas projeções de rentabilidade para os
ativos a partir da distribuição de probabilidades para as várias taxas de
retorno que podem ser alcançadas no período do investimento;
• Os investidores associam risco à variabilidade das taxas de retorno dos
ativos em análise. Quanto mais variáveis (voláteis) essas taxas de retorno
ao longo do tempo maior o risco do investimento.
A partir dessas premissas, Markowitz
fundamentação é exposta a seguir.
desenvolveu
sua
teoria,
cuja
Analisando títulos individuais, a aplicação da metodologia de Markowitz exige que
se construa a distribuição de probabilidades do retorno esperado de cada título
para o período programado do investimento – um período adiante – e a partir
desta distribuição de probabilidade subjetiva é possível extrair os dois elementos
indispensáveis para aplicação na teoria de seleção de carteiras, a saber:
• O retorno esperado do investimento no título;
• O risco desse investimento.
A expressão desses dois elementos é a seguinte:
R = p1 x E(R1) + p2 x E(R2) +..... + pn x E(Rn)
σ2 = p1 x [E(R1) – R]2 + p2 x [E(R2) – R]2 +...... + pn x [E(Rn) – R]2
Onde:
R = retorno esperado do título;
pi = probabilidade associada a cada estimativa de retorno;
E(Ri) = estimativa de retorno;
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
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σ2 = risco do título, igual à variância da distribuição dos retornos esperados.
A teoria de Markowitz objetiva determinar o conjunto de carteiras que comporão
a chamada fronteira eficiente. Para isso, é preciso estudar como se comportam
o retorno esperado e o risco de uma combinação de títulos.
Iniciaremos com uma carteira constituída somente por dois títulos e determinar
a expressão do retorno esperado e do risco dessa carteira. Com relação ao
retorno esperado da carteira a fórmula que permite o seu cálculo é simplesmente
a média ponderada do retorno esperado de cada título:
E(Rp) = X1 x E(R1) + X2 x E(R2)
Onde X1 e X2 representam o percentual dos recursos investidos em cada um dos
títulos 1 e 2 que compõem a carteira.
Aprenda Mais
Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, acesse os sites:
• http://www.anbima.com.br AMBIMA
• http://www.febraban.com.br FEBRABAN
Referências desta aula
ROSS, S.; WESTERFIELD, R. Princípios de administração financeira. 9. ed.
Porto Alegre: Bookman, 2013.
SECURATO, J. R.; SECURATO, J. C. Mercado financeiro – conceitos, cálculo e
análise de investimentos. 3. ed. São Paulo: Saint Paul, 2009.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
25
Exercícios de fixação
Questão 1
Em relação ao Índice de Sharpe pode-se dizer que:
a) Revela o prêmio oferecido por um ativo para cada percentual adicional de
risco assumido.
b) Revela a performance do fundo em relação ao seu benchmark.
c) Seu valor se situa entre -1 e 1.
d) Indica o prêmio marginal em relação ao risco de mercado.
e) É uma medida absoluta de retorno de um fundo e quanto maior, melhor.
Questão 2
O efeito diversificação no interior de uma carteira formada por dois ativos:
a) É mais intenso quando sua correlação é positiva.
b) É mais intenso quando sua correlação é nula.
c) É mais intenso quando sua correlação é negativa.
d) Independe da correlação entre eles.
e) É inexistente quando sua correlação é positiva e perfeita.
Questão 3
Em um diagrama retorno X risco, para um dado retorno, o risco de uma carteira
formada por dois ativos:
a) Aumenta à medida que a correlação entre eles diminui.
b) Permanece o mesmo qualquer que seja a correlação entre eles.
c) Independe da correlação entre eles.
d) Diminui à medida que a correlação entre eles também diminui.
e) Diminui à medida que a correlação entre eles aumenta.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
26
Questão 4
Sobre diversificação de carteira podemos afirmar que:
a) Não importa quantos ativos se coloque em uma carteira, haverá sempre
um nível mínimo de risco que não poderá ser eliminado.
b) O risco sistêmico pode ser eliminado desde que o número de ativos na
carteira supere a quantidade de ativos que compõem a carteira de
mercado.
c) Quanto maior a correlação entre um ativo e os demais, maior será seu
efeito na redução dos riscos.
d) O risco diversificável, também chamado de sistêmico, representa o risco
próprio de cada ativo.
e) A correlação não interfere na escolha dos ativos de uma carteira de
investimentos.
Questão 5
Sobre o Beta podemos afirmar que:
a) Representa a correlação entre o ativo e a taxa livre de risco.
b) Representa a sensibilidade de um ativo em relação aos movimentos do
retorno do portfólio de mercado.
c) Quando negativo informa que o ativo rende menos que o mercado no
mesmo intervalo de tempo.
d) É uma medida adimensional entre -1 e 1 que informa ao investidor a
intensidade com que os movimentos do mercado explicam a formação da
taxa de retorno do ativo a que se refere.
e) Representa a relação entre a Bovespa e o Dow Jones.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
27
Questão 6
Ao adquirir um ativo com valor de Beta maior do que um, o investidor espera:
a) Não espera nada, pois o Beta é no máximo igual a 1.
b) Obter maior rentabilidade que o mercado com o mesmo risco.
c) Reduzir o risco dos demais ativos de sua carteira.
d) Maior rentabilidade que a carteira do mercado com maior risco.
e) Menos rentabilidade pois está correndo menos risco.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
28
Aula 3: Mercado de derivativos
Introdução
Nesta aula, você identificará a melhor relação risco versus retorno, observando
os indicadores CAPM, Beta e Índice de Sharpe.
Desse modo, terá condições de escolher ativos para compor uma carteira na
melhor relação risco versus retorno.
Objetivo
1. Examinar os instrumentos que mensuram os riscos de uma operação.
Resumo do conteúdo
Nesta aula:
• Explicamos o que é mercado de derivativos;
• Examinamos a operação no mercado de derivativos, controlando seu risco;
• Entendemos o que é mercado de Opções;
• Aprendemos a operar no mercado de Opções, controlando seu risco.
Conteúdo
Mercado Derivativos
Os derivativos constituem o instrumento de mercado mais eficaz para eliminar o
risco da variação de preços dos bens econômicos, permitindo a permuta desses
riscos (ou sua transferência para os especuladores) sendo esta sua função básica.
Com derivativos pode-se alavancar ou fazer Hedge.
Embora o surgimento dos mercados futuros esteja ligado aos produtos agrícolas,
atualmente, as operações nas bolsas de futuros, além dos produtos agrícolas,
envolvem ativos financeiros, moedas, índices, metais (ouro, prata etc.).
Muitas empresas correm diversos tipos de riscos, que podem ser inerentes à sua
própria atividade ou não.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
29
A utilização de produtos derivativos permite a transferência desses riscos a essas
empresas, eliminando alguns fatores de incerteza relacionados, ou não, ao seu
ramo de atividade.
Exemplo
Vamos ver um exemplo!
Uma empresa de petróleo compra sua matéria-prima e vende no mercado
nacional. Com isso, ela corre o risco do preço do petróleo subir muito. Com o
derivativo de petróleo futuro negociado na Bolsa de Chicago, a empresa pode
comprar petróleo a futuro fazendo, assim, um Hedge de seu risco de matériaprima.
Por outro lado, a mesma empresa pode ter riscos não provenientes de sua
atividade principal, se ela captar recursos em dólar comercial e vender no
mercado nacional em reais. Existe aí um descasamento de moeda (passivo em
dólar e ativo em reais). Esta empresa poderá utilizar o derivativo Swap ou dólar
futuro para esterilizar esse risco do dólar.
Os mercados em que são negociados ativos financeiros e mercadorias de
especificação padrão (commodities) são divididos em:
Mercados à vista, spot ou disponível
Mercados futuros no seu conceito amplo
Hedge
A situação inadequada ou o descasamento de ativos e passivos de uma empresa
provoca situações de risco que precisam ser administradas pelo executivo
financeiro.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
30
Um tipo de descasamento bastante comum é o descasamento de prazos. Por
exemplo, o prazo de recebimento de duplicatas é superior ao prazo de contas a
pagar.
Outro tipo de descasamento comum é o descasamento de indexador ou de
moeda. Por exemplo, uma empresa tem um empréstimo (passivo) indexado ao
dólar e seus ativos indexados ao IGPM. Qualquer empresa que utilize matériaprima importada e venda em reais possui um descasamento desse tipo.
Os problemas de descasamento exigem uma estratégia de proteção financeira
para compensar os riscos. Esta proteção é chamada de Hedge.
Em inglês, a tradução literal da palavra Hedge é cerca, no sentido de proteger
ou guarnecer. Portanto, Hedgear significa proteger uma determinada posição de
oscilações desfavoráveis. Estar Hedgeado, como se diz no mercado, significa
estar protegido. O Hedge perfeito é aquele que elimina a possibilidade de perdas
futuras.
O executivo financeiro deve buscar os instrumentos de Hedge de acordo com as
características do negócio que está gerindo.
Para se Hedgear, existem diversos instrumentos financeiros, como:
• Opções;
• Futuros;
• Swaps.
Cada um desses instrumentos possui custos, características e riscos diferentes.
Clique aqui para conhece-los.
Swap
Swap significa troca. É um instrumento de Hedge e gestão de risco, e não tem
como finalidade levantamento de fundos. Os Swaps são normalmente usados
como instrumento para casamento de prazos e indexadores de dívidas,
permitindo essa cobertura a custos menores. É uma das formas de mercado
derivativo mais conhecidas.
Suponhamos que um investidor tenha uma dívida em dólares e uma aplicação
em DI. Ele pode ir ao banco e solicitar que seja feito um Swap de indexador, de
DI para dólares. Nesse caso, ele está apostando que o dólar vai valorizar mais
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
31
do que a taxa de juros DI e o banco estará na posição inversa. Fazer Swap é
uma forma de se hedgear contra movimentos inesperados.
Exemplo
Vamos ver um exemplo!
Um indexador tem um ativo que rende 98% do CDI e uma dívida indexada ao
IGPM. Ele tem medo que o IGPM dê uma grande subida e descole do CDI,
ocasionando em perdas no seu patrimônio. Ele, então, se dirige ao banco e faz
um Swap de CDI para IGPM. Com isso, ele troca uma rentabilidade em CDI por
outra em IGPM.
Esse procedimento pode acarretar ganhos menores, caso o CDI renda acima do
IGPM. Entretanto, ele se encontra Hedgeado caso ocorra o oposto, não tendo
perdas.
Aspectos gerais referentes à negociação dos Swaps
Os Swaps podem ser realizados diretamente entre duas empresas não
financeiras, entre uma instituição financeira e uma empresa não financeira ou,
ainda, entre duas instituições financeiras.
Nos casos em que há a participação de instituição financeira, o Swap poderá ser
realizado como estratégia da instituição ou para repassar posições de Swap
assumidas com outras empresas (ou instituições financeiras).
Os Swaps entre empresas podem ser realizados no mercado de balcão informal,
em que não há registro da operação em órgãos específicos ou poderão ser
efetuados no mercado de balcão formal, quando terão que ser registrados na
BM&F ou na Central de Custódia e Liquidação de Títulos (CETIP).
Clique aqui para ver o restante do conteúdo.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
32
Swap de taxa de juros
É um contrato entre empresas, no qual os pagamentos de juros se baseiam em
um saldo devedor de referência, o qual jamais é pago ou recebido. O contrato
determina (combina) trocar os juros que o Swap de taxa de juros envolve taxas
fixas versus taxas variáveis ou flutuantes.
Você sabe por que deve utilizar o Swap de taxa de juros?
Mercado de Opções
Opção é o direito de compra (da parte compradora) e o dever de entrega ou
venda de uma determinada quantidade de um bem objeto (da parte vendedora)
em (ou até) determinada data, a um preço preestabelecido.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS 33
Opção é um instrumento que dá a seu comprador (titular) um direito futuro
sobre algo, mas não uma obrigação; e, a seu vendedor (lançador), uma
obrigação futura, caso solicitado pelo comprador da opção. Não existe
negociação de um ativo, mas sim direitos sobre os mesmos.
Veja algumas denominações do mercado de Opções!
Opção de Compra
Call.
Opção de Venda
Put.
Prêmio
Preço (cotação) de negociação da opção.
Preço de Exercício
É o preço que o titular deve pagar ao lançador pelo ativo-objeto, se o primeiro
exercer seu direito.
Vencimento
Data limite para o titular exercer seu direito sobre o lançador da opção.
Série
Opções sobre o mesmo ativo-objeto, com a mesma data de vencimento e preços
de exercícios diferentes.
Opções de Compra (CALL)
Americana
Direito de comprar o ativo-objeto ATÉ o vencimento.
Europeia
Direito de comprar o ativo APENAS NO vencimento.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
34
Operações com Opções
Compra de Opção de Compra
Perda limitada / ganho ilimitado.
Venda de Opção de Compra
Ganho limitado / perda ilimitada.
Compra de Opção de Venda
Perda e ganho limitados.
Venda de Opção de Venda
Perda e ganho limitados.
Classificação de Opções
In the money (dentro do dinheiro)
Série na qual o valor presente do preço de exercício é inferior ao preço do ativo
objeto da operação. Desconta-se o valor de exercício pela taxa de juros prevista
no prazo (custo de oportunidade).
At the money (no dinheiro)
Série na qual o valor presente do preço de exercício e o preço do ativo objeto da
operação são os mesmos (ou próximos).
Out of the money (fora do dinheiro)
Série na qual o valor presente do preço de exercício é superior ao preço do ativo
objeto da operação.
Aprenda Mais
Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, acesse os sites:
• http://www.anbima.com.br ANBIMA
• http://www.febraban.com.br FEBRABAN
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
35
Referências desta aula
ROSS, S.; WESTERFIELD, R. Princípios de administração financeira. 9. ed.
Porto Alegre: Bookman, 2013.
SECURATO, J. R.; SECURATO, J. C. Mercado financeiro – conceitos, cálculo e
análise de investimentos. 3. ed. São Paulo: Saint Paul, 2009.
Exercícios de fixação
Questão 1
Assinale a afirmativa FALSA:
a) O Hedge visa proteger uma carteira de títulos contra mudanças adversas
de preços ou de taxas de juros.
b) Um tomador de recursos (banco) que esteja posicionado em renda fixa
prefixada deve vender taxa de juros para proteger sua carteira.
c) Uma empresa exportadora, ativa em dólar, para fazer uma operação de
Hedge cambial deverá comprar dólar futuro.
d) Um aplicador de recursos (cliente) que esteja posicionado em renda fixa
pós-fixada tem como fator de risco uma queda na taxa de juros.
Questão 2
Indique a afirmativa incorreta:
a) O Hedgear atua no mercado de derivativos para se proteger do risco de
crédito.
b) O manipulador é nocivo ao mercado por influenciar artificialmente os
preços.
c) O arbitrador procura se aproveitar de distorções de preços entre os
mercados.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
36
d) O Hedgear atua no mercado de derivativos para proteger uma posição no
mercado à vista.
Questão 3
Indique a afirmativa incorreta:
a) O mercado derivativo é utilizado para transferência de risco entre os
agentes.
b) As operações no mercado futuro são liquidadas, em sua maioria,
financeiramente.
c) Nas operações no mercado futuro não há risco de crédito entre as artes,
pois a câmara de compensação da bolsa assume esse risco.
d) A arbitragem é uma operação em que o risco é pequeno ou quase nulo.
Questão 4
Indique a afirmativa incorreta:
a) Opções de compra garantem ao titular o direito de comprar o ativo-objeto.
b) Opções de venda garantem ao titular o direito de vender o ativo-objeto.
c) As opções americanas podem ser exercidas a qualquer momento.
d) Cobertura é o depósito das ações pelo comprador das opções.
Questão 5
O exercício das Opções depende da vontade:
a) Da clearing house.
b) Do lançador.
c) Do titular.
d) Do vendedor.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
37
Aula 4: Títulos do governo e risco de crédito
Introdução
Nesta aula, analisaremos os instrumentos do mercado de renda fixa, o que são
os Títulos do Governo e conheceremos o que é o risco de crédito.
Objetivo
1. Explicar o uso dos instrumentos para mensurar o risco de crédito em
empresas.
Resumo do conteúdo
Nesta aula:
• Entendemos o que é mercado de renda fixa;
• Examinamos o que é risco de crédito;
• Esclarecemos como mensurar risco de crédito.
Conteúdo
Títulos Públicos Federais
Títulos públicos federais são os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
38
e vendidos em leilão pelo Banco Central, para financiar a dívida pública ou como
instrumento de política monetária.
Os títulos podem ser escriturais, nominativos e negociáveis. E o IOF é regressivo
no caso de resgate do título antes de 30 dias.
Títulos do governo e risco de crédito
Possuem a rentabilidade ou o indexador predefinidos. Equivalem a um
empréstimo ao emissor. Os títulos são nominativos, escriturais e registrados em
sistemas de custódia.
Valor nominal é o valor de resgate do título prefixado ou o valor de emissão do
título pós-fixado.
Letra do Tesouro Nacional (LTN)
Valor de resgate de R$ 1.000,00.
Letra Financeira do Tesouro (LFT)
Valor de emissão de R$ 1.000,00 na data-base.
Juros acruados
Valor acumulado do juros entre a data de emissão e a data atual.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
39
Valor Nominal Atualizado (VNA)
Valor do título pós-fixado corrigido pelo indexador (valor de emissão + juros
acruados).
Exemplo: VNA da LFT = R$ 1.000,00 x Taxa Selic acumulada desde a emissão.
Preço Unitário (PU)
É o preço de negociação e liquidação do título em determinada data. Corresponde
ao valor presente do fluxo de caixa futuro proporcionado pelo título descontado
pela taxa de juros de mercado.
Possuem a rentabilidade ou o indexador predefinidos. Equivalem a um
empréstimo ao emissor. Os títulos são nominativos, escriturais e registrados em
sistemas de custódia.
Valor nominal é o valor de resgate do título prefixado ou o valor de emissão do
título pós-fixado.
Fundos prefixados
• Rentabilidade definida no momento da aplicação;
• Indicado para quem aposta na queda da taxa de juros;
• Risco de taxa de juros X marcação a mercado;
• Exemplo: CDB Pré 360 dias a 18% a.a. e LTN 1 ano a 16% a.a.
Fundos pós-fixados
• Investidor conhece o indexador + taxa Pré (cupom);
• Remuneração efetiva só é conhecida no resgate;
• Para quem aposta na alta da taxa de juros ou do indexador;
• Risco de variação do cupom x marcação a mercado;
• Exemplo: NTNC: IGPM + 8% a.a. LFT: Selic + 0,2% a.a.
Clique aqui para ver exemplos.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
40
Nota do Tesouro Nacional série B (NTN-B)
• Títulos públicos com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, calculado
pelo IBGE;
• Cupom semestral de juros de 6% ao ano.
• Reflete as oscilações nos preços das cestas de consumo das famílias com
renda de um a quarenta salários-mínimos.
• Valor Nominal na Data-Base (15/07/2000): R$ 1.000,00.
• VNA = R$ 1.000 x variação do IPCA entre 15/07/2000 e o dia 15 do mês
atual.
• Pagamento de Juros: Semestralmente.
• Remuneração: variação do IPCA + cupom.
• Resgate do Principal: na data do vencimento.
Taxa Interna de Retorno
(Yield to M aturity )
A taxa interna de retorno de um título ou yield to maturity é a taxa de juros que,
ao descontar os fluxos de caixa, apura um valor presente igual ao preço corrente
de mercado do título:
Onde:
P = preço de mercado do título de renda fixa;
C1,...,Cn = fluxos de caixa (cupons de rendimento) prometidos para cada período
M = valor nominal (valor de face) do título;
n = número de períodos para o vencimento do título;
i = yield to maturity.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
41
Risco de Crédito
O risco de crédito é algo que está presente no cotidiano de qualquer empresa,
seja uma empresa da área financeira, uma empresa de serviços, comercial ou
industrial.
No entanto, tendo em conta o negócio ou a área de atividade em que se inserem,
as empresas procedem as análises mais ou menos elaboradas do risco de crédito
dos seus clientes.
Desde o estabelecimento comercial de venda ao público que habitualmente não
procede à qualquer análise, até às instituições financeiras que procedem a
análises exaustivas, existe uma infinidade de casos.
Valor Presente Líquido
A concessão de crédito traduz-se na disponibilidade de um valor presente
mediante uma promessa de pagamento desse mesmo valor no futuro, que
pressupõe a confiança na solvabilidade do devedor, isto é, de que o mesmo irá
honrar os seus compromissos nas datas acordadas previamente. Em outras
palavras, o risco de crédito é o risco de perda em que se incorre quando há
incapacidade de uma contrapartida numa operação de concessão de crédito.
Esse risco está intimamente relacionado com fatores internos e externos à
empresa que podem prejudicar o pagamento do montante de crédito concedido.
Para determinar o risco de crédito de um cliente com maior ou menor exatidão,
pode se proceder a avaliações do risco. Essas avaliações podem ser mais ou
menos detalhadas e cuidadas de acordo com a atividade em questão e o peso
do crédito concedido no total do faturamento da empresa.
Definição do tipo de crédito
O risco de crédito dos clientes varia, de acordo com:
• Tipo de cliente;
• Tipo de produtos;
• Serviços oferecidos;
• Montante em causa;
• Tipo de entidade que concede o crédito.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
42
Em termos gerais, há três tipos de crédito:
• O que é concedido por empresas comerciais;
• Nas vendas ao público e a empresas;
• O que é concedido por instituições financeiras a particulares e a empresas.
Venda ao público
Em pequenas e médias empresas, o risco de crédito é avaliado com base na
confiança que se gera entre o cliente e a empresa e o histórico de crédito do
cliente. A análise da capacidade de pagamento da dívida é muito superficial,
consequentemente, o risco de crédito é agravado.
Nas empresas de maior porte são criadas linhas de crédito especiais,
normalmente, em parceria com instituições financeiras ou com entidades
especializadas na concessão de crédito.
Nesse caso, é a entidade responsável pelo crédito que avalia o risco do cliente,
pedindo-lhe uma série de informações (como a última declaração de IRPF e um
documento comprovação de endereço, entre outros dados pessoais e
profissionais), para elaborar uma ficha de crédito, que servirá de base para a
análise.
Em qualquer um dos casos anteriores, os prazos médios de pagamento são,
normalmente, reduzidos.
Venda a empresas
Neste caso, a avaliação do risco de crédito tem, à partida, um maior número de
indicadores como:
• Demonstrações financeiras;
• Histórico de crédito da empresa;
• Informações recolhidas pelos próprios vendedores junto ao cliente;
• Notícias publicadas pela imprensa de negócios.
No entanto, os montantes envolvidos também são superiores. Os prazos médios
de pagamento são mais elásticos do que os praticados na venda a crédito a
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
43
particulares, que são reduzidos nos casos em que o risco de crédito é maior e,
normalmente, para encomendas de menor montante.
Crédito concedido por instituições financeiras
As instituições financeiras fazem uma análise exaustiva para avaliarem o risco de
crédito dos clientes, sejam empresas ou particulares, e têm produtos de crédito
diferenciados para cada um dos segmentos de clientes.
Para os particulares
Linhas de crédito à habitação, de crédito pessoal etc. No caso da concessão de
crédito a particulares, o risco é avaliado com base em uma ficha de crédito.
Quando são clientes com um risco de crédito mais elevado, devido, por exemplo,
ao baixo nível de rendimentos, esse risco é reduzido pela existência de um (ou
mais) fiador(es) ou de outras garantias de pagamento, como bens que estejam
no nome do titular.
Para empresas
Linhas de crédito para aquisição de equipamento, produtos de financiamento à
exploração e de apoio ao investimento, entre muitos outros. Nesse caso, os
montantes de crédito são normalmente superiores aos dos particulares, e a
análise do risco é ainda mais aprofundada. A instituição de crédito avalia o risco
de com base em uma ficha de crédito, mas concebida especialmente para
empresas, que inclui informações relevantes como as demonstrações financeiras,
os relatórios financeiros, o histórico de crédito etc.
Métodos para avaliar o risco de crédito
A avaliação do risco de crédito é reflexo da multiplicidade, qualidade e origem
das informações disponíveis para o analista do crédito. A análise e administração
do risco baseiam-se no processamento das informações sobre o proponente de
crédito.
Há vários métodos de análise e avaliação do risco de crédito. Veja os principais:
Método de análise da ficha de crédito
Método do credit scoring
Método do risk rating
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
44
Aprenda Mais
Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, acesse os sites:
• http://www.anbima.com.br ANBIMA
• http://www.febraban.com.br FEBRABAN
Referências desta aula
ROSS, S.; WESTERFIELD, R. Princípios de administração financeira. 9. ed.
Porto Alegre: Bookman, 2013.
SECURATO, J. R.; SECURATO, J. C. Mercado financeiro – conceitos, cálculo e
análise de investimentos. 3. ed. São Paulo: Saint Paul, 2009.
Exercícios de fixação
Questão 1
Entre as afirmativas abaixo, indique a correta:
a) O Bacen vende aos bancos apenas títulos de emissão do Tesouro Nacional.
b) O Bacen vende aos bancos apenas títulos de sua própria emissão.
c) O Bacen realiza emissão primária em nome do tesouro nacional bem como
vende títulos de sua carteira.
d) O Tesouro Nacional vende títulos direto aos bancos e o Bacen vende
somente títulos de sua carteira.
Questão 2
Quando há restrições ao fluxo de capitais entre países graças ao resultado de
novas eleições, estamos diante de um:
a) Risco de mercado.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
45
b) Risco de crédito.
c) Risco operacional.
d) Risco de liquidez.
Questão 3
Standard & Poor’s e Moody’s são agências classificadoras de:
a) Risco de mercado.
b) Risco de base.
c) Risco de crédito.
d) Risco operacional.
Questão 4
Indique a afirmativa correta.
a) Títulos prefixados são indicados para proteger o investidor contra a alta
da taxa de juros.
b) Não há risco em operações prefixadas.
c) Títulos pós-fixados são indicados para se proteger contra a queda na taxa
de juros.
d) Títulos prefixados podem trazer perdas ao investidor se vendidos antes do
vencimento.
Questão 5
Indique a afirmativa incorreta:
a) O Tesouro Nacional pode realizar emissões diretas.
b) As LTN são títulos públicos federais prefixados, com valor de resgate de
R$ 1.000,00, emitidos pelo Tesouro Nacional para cobertura de déficit
orçamentário.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
46
c) As LFT são títulos escriturais, nominativos e negociáveis emitidos pelo
Tesouro Nacional, com remuneração atrelada à taxa Selic.
d) As NTN-C são título indexados ao câmbio que pagam juros semestrais e
principal no vencimento.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
47
Chaves de resposta
Aula 1
Exercícios de fixação
Questão 1 - E
Questão 2 - A
Questão 3 - C
Questão 4 - E
Questão 5 - A
Aula 2
Exercícios de fixação
Questão 1 - A
Questão 2 - E
Questão 3 - D
Questão 4 - A
Questão 5 - B
Questão 6 - D
Aula 3
Exercícios de fixação
Questão 1 - C
Questão 2 - A
Questão 3 - B
Questão 4 - B
Questão 5 - C
Aula 4
Exercícios de fixação
Questão 1 - C
Questão 2 - B
Questão 3 - C
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
48
Questão 4 - D
Questão 5 - D
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES E FUNDOS
49
Conteudista
Ricardo Guaritá é Mestre em Engenharia de Produção pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), cursou MBA Executivo em
Finanças no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC) e é Graduado
em Economia pela Universidade Cândido Mendes (UCAM). Já exerceu os
seguintes cargos em algumas empresas: analista sênior da unidade de gestão de
riscos, analista sênior da divisão de gestão dos fundos de investimentos e gerente
de divisão de gestão dos fundos de renda fixa. Atualmente, é analista de
investimentos II. Além disso, é professor assistente da Universidade Estácio de
Sá (UNESA) e atua nas modalidades presencial e a distância no curso de
Graduação em Economia e na Pós-Graduação. Nessa instituição, também leciona
as disciplinas de Gestão de Riscos Financeiros, Administração de Fundos e
Carteiras, Finanças Corporativas, Mercados Derivativos e Economia Monetária no
curso de Gestão Financeira do Instituto Politécnico.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2955114431214990.
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50
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