Charlana Lima - 20131105526 A premiação de Malala Yousafzai ganhadora do Nobel da Paz, promove a paz e uma luta incansável pelos direitos humanos e de igualdade para meninas frequentarem as escolas no seu país, e também a educação de crianças em todo o mundo, em especial as meninas. Através de sua campanha, ficou conhecida mundialmente ganhando a simpatia do mundo. (Lamb & Yousafzai, 2013). A educação formal é uma forma orientadora do conhecimento, e parte integrante da vida em qualquer cultura, de qualquer cidadão. A educação anda lado a lado com a possibilidade de acesso a outros direitos, não podendo ser negligenciada, nem violada, nem desrespeitada. Negar a educação as jovens mulheres compromete à total aprendizagem dos conhecimentos científicos e culturais, éticos e estéticos necessários a sua formação de cidadãs pertencentes a uma democracia. A discriminação contra a mulher é uma ofensa à dignidade da pessoa humana. É imoral a humilhação pela qual são submetidas. Além disso, a desigualdade contraria de forma avassaladora a democracia. Freud no texto Mal Estar na Civilização (1929) fala sobre as desigualdades sociais, e afirmar que uma mudança nas relações de propriedade poderia contribuir para reduzir uma parte do mal-estar global. Mas o fato é que esse problema parece nunca ter sido resolvido nas diversas civilizações que existiram, levando a supor que poderiam existir fatores psíquicos mais profundos que contribuiriam para a manutenção dessas condições. O fator de hostilidade entre os humanos como aparece na inclinação para a agressão é considerado por Freud como sendo o maior impedimento à civilização e o problema das relações entre os humanos, que diz respeito à questão ética, como um assunto que pode ser considerado o ponto mais doloroso de toda a civilização. Freud explica neste mesmo texto que após o nascimento da família e no curso da história as mulheres ingressam muito cedo em oposição à corrente da cultura e estendem sua influência retardatária e diminuidora sob o desenvolvimento da civilização. Dentro desta lógica Freud nos explica que as mulheres representariam os interesses da família e da vida sexual. O trabalho cultural é sempre mais transformado em dever dos homens a eles lhes atribui tarefas sempre mais difíceis, obrigando-os a efetuar sublimações pulsionais, às quais as mulheres são menos hábil. A antropologia psicanalítica de Freud remarca que ao longo da história, as mulheres teriam vivenciado uma relação de hostilidade com a cultura e que no fim, isto lhes arranjaria bem, pois aos olhos dos homens elas seriam pouco hábil à sublimação. Para Freud, a sublimação consiste nesta aptidão que permite ao sujeito trocar, sob o comando do supereu ou do ideal, o objetivo sexual por um outro objetivo socialmente valorizado, preservando ao mesmo tempo a intensidade da pulsão. Desta forma, esta faculdade da qual as mulheres seriam menos dotadas do que os homens, é esta faculdade que se opõe ao sexual e que se encontra no cerne do engajamento social ou da produção de bens culturais. Por fim, o que diz respeito ao déficit de superego ou da sublimação que, de acordo com Freud, constituiria o eterno feminino, basta constatar a participação cada vez maior das mulheres na cultura para certificar-se de que não são estes déficits (supostamente determinados anatomicamente) que poderiam explicar o descaso relativo das mulheres quanto às atividades socioculturais, mas que, ao contrário, são as condições sociais da sua dominação que obstruíam historicamente as suas capacidades de produção dos bens culturais, tais como seu engajamento na cidade ao serviço do que Freud em particular chamava a justiça. Referências Bibliográficas Yousafzai, Malala; Lamb, Christina; Eu sou Malala - 2013, ed. Companhia das letras. Freud, Sigmund; O mal-estar na civilização - 1929; ed. Penguin e companhia das letras.