volume ii - SEED - Estado do Paraná

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ISBN 978-85-8015-053-7
Cadernos PDE
VOLUME I I
Versão Online
2009
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS
DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
Produção Didático-Pedagógica
HIDRATAÇÃO
CADERNO TEMÁTICO
PONTA GROSSA-PR
2010
Estrutura Organizacional
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ
NÚCLEO REGIONAL DA EDUCAÇÃO DE PONTA GROSSA
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
Autoria
JOEL ACELINO FRESKI
(AUTOR E ORGANIZADOR)
GONÇALO CASSINS MOREIRA DO CARMO
(ORIENTADOR)
Área de Atuação
EDUCAÇÃO FÍSICA
Ponta Grossa-PR
2010
Sumário
Dados de Identificação....................................................................04
Encaminhamento da Proposta........................................................05
Introdução........................................................................................06
Texto 1: Conhecendo o nosso corpo...............................................08
Texto 2 : Cuidando do nosso corpo.................................................10
Texto 3: A Hidratação......................................................................14
Texto 4: A Desidratação..................................................................17
Considerações Finais......................................................................22
Referências.....................................................................................24
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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
I. Professor PDE: Joel Acelino Freski
II. Área PDE: Educação Física
III.NRE: Ponta Grossa
IV. Professor Orientador IES: Gonçalo Cassins Moreira do Carmo
V. IES vinculada: Universidade Estadual de Ponta Grossa
VI. Escola de Implementação: Colégio Estadual Padre Nicolau Baltasar
VII.
Público objeto de intervenção: Alunos
VIII. TEMA DE ESTUDO: Hidratação
IX.TÍTULO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA
ESCOLA: A Importância da Hidratação para O Desempenho Escolar
X. PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: Caderno Temático.
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ENCAMINHAMENTO DA PROPOSTA
Considerando a necessidade de se produzir um material
didático-pedagógico voltado para as questões teóricas na disciplina de
Educação Física, da complexidade da área, bem como das necessidades
profissionais diante de questões como: planejamento, estratégias de ensino,
organização e controle das aulas, é que se optou pela elaboração deste
material.
Este caderno temático servirá de suporte para implementação
do projeto que ocorrerá no Colégio Estadual Padre Nicolau Baltasar- Ensino
Fundamental e Médio, com os alunos da disciplina de Educação Física, nesse
sentido, seu objetivo é dar suporte metodológico, portanto, não deve ser
interpretado
como
um
manual,
mas
como
uma
possibilidade
de
aprofundamento teórico do tema escolhido. O tema: a hidratação e os
cuidados que devemos ter para a manutenção da nossa saúde será abordado
através de textos que objetivam o aprofundamento teórico metodológico na
intenção de auxiliar o professor na sua prática pedagógica.
Os principais referenciais teóricos utilizados para promover
essa reflexão são as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná da disciplina
de Educação Física e livros que tratam sobre nutrição, alimentação, higiene,
saúde, cuidados com o corpo e nutrição esportiva , bem como outros artigos
sobre a temática em questão.
Espera-se que o presente material , a partir de uma visão ampla
e ao mesmo tempo sintética, auxilie professores, alunos e equipes
pedagógicas em suas atividades docentes, pois retoma a importância da
função social da escola e o papel dos conteúdos disciplinares na formação do
nosso aluno como apregoa nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica.
6
INTRODUÇÃO
Nas Diretrizes Curriculares de Educação Física (PARANÁ,
2008) propõe-se que a disciplina de Educação Física seja fundamentada nas
reflexões sobre as necessidades atuais de ensino perante os alunos, na
superação de contradições e na valorização da educação. Pode e deve ser
trabalhada em interlocução com outras disciplinas que permitam entender a
Cultura Corporal em sua complexidade, ou seja, na relação com as múltiplas
dimensões da vida humana, tratadas tanto pelas ciências humanas, sociais,
da saúde e da natureza.
Refletindo sobre o que as DCEs determinam: que a Educação
Física é parte do projeto geral de escolarização; que a atuação do professor
não é só na quadra e sim em outros ambientes do universo escolar e em
diferentes tempos pedagógicos, e que os conteúdos devem ser trabalhados
sempre em favor da formação humana, propõe-se trabalhar com os alunos
alguns dos Elementos Articuladores dos Conteúdos Estruturantes para a
Educação Básica: Cultura Corporal e Corpo e Cultura Corporal e Saúde.
Pensar os cuidados com o corpo e sua relação com a Cultura
Corporal passa, portanto, a ser uma questão central. Vejamos como Silva
(2001, p.86) coloca a questão:
Os cuidados com o corpo vão se tornando uma exigência
na Modernidade,e implicam a convergência de uma série
de
elementos:
as
tecnologias
para
tanto
vão
se
desenvolvendo de maneira acelerada; o mercado dos
produtos e serviços voltados para o corpo vai se
expandindo; a higiene que fundamentava esses cuidados
vai sendo substituída pelos prazeres do “corpo”; a
implicação lógica do processo de secularização com a
identificação da personalidade dos indivíduos com sua
aparência. Por todas essas circunstâncias, o cuidado com o
corpo transforma-se numa ditadura do corpo, um corpo que
corresponde à expectativa desse tempo, um corpo que seja
trabalhado arduamente e do qual, os vestígios de
naturalidade sejam eliminados.
7
Dentro dessa perspectiva, as preocupações com os cuidados
do corpo e com os significados que o mesmo assume na sociedade
constituem-se num dos aspectos que precisam ser tratados nas aulas de
Educação Física e para isso precisamos conhecer o funcionamento de nosso
organismo e desmistificar alguns conceitos tratados erroneamente pela
sociedade.
Outro elemento articulador: Cultura Corporal e Saúde permite
entender a saúde como construção que supõe uma dimensão histórico-social
e nesta discussão abordar alguns elementos considerados como constitutivos
da saúde: nutrição, aspectos anátomo-fisiológicos da prática corporal, lesões
e primeiros socorros e doping.
Segundo as DCEs (PARANÁ, 2008), os cuidados com a saúde
não podem ser atribuídos tão somente a uma responsabilidade do sujeito,
mas sim, compreendidos no contexto das relações sociais, por meio de
práticas e análises críticas dos discursos a ela relativos.
8
TEXTO 1
CONHECENDO O NOSSO CORPO
Todos os indivíduos sejam jovens ou adultos precisam conhecer
bem o seu corpo, principalmente para a manutenção da saúde. Então, vamos
estudar o funcionamento do corpo humano, da célula ao organismo e com isso
esperamos que todos possam ser mais saudáveis e ter uma melhor qualidade
de vida.
Basicamente o nosso corpo tem uma organização clara, que tem
como base fundamental a célula. A célula é a menor parte viva do organismo
que é composto por trilhões delas. Um conjunto de células forma um tecido.
Cada tecido é formado por células com formato e função definidos. Os
principais tipos de tecidos do corpo humano são o tecido epitelial, o tecido
nervoso, o tecido conjuntivo e o tecido muscular. Um conjunto organizado de
diferentes tecidos, que executam uma determinada função, constitui um órgão.
Quando os órgãos se interligam para desempenharem juntos uma função,
forma um sistema, e finalmente o conjunto de todos os sistemas forma o nosso
organismo.
Nosso organismo tem vários sistemas:
• Sistema circulatório
• Sistema digestório
• Sistema excretor
• Sistema hormonal
• Sistema nervoso
• Sistema reprodutor
• Sistema respiratório
• Sistema sensorial
9
• Sistema muscular
• Sistema linfático
Cada sistema é responsável por uma ou mais atividades e
funcionam de maneira integrada e em harmonia com as outras. É fundamental
entendermos o funcionamento do nosso corpo para adquirirmos uma
mentalidade saudável em relação a nossa vida.
10
TEXTO 2
CUIDANDO DO NOSSO CORPO
Cuidar do corpo é algo muito importante, não só pela beleza
estética valorizada pela mídia, mas principalmente pela saúde física. Um fator
que pode ser decisivo nesse sentido é a alimentação. O equilíbrio na ingestão
de nutrientes garante a saúde de nosso corpo. O consumo de produtos com
bons valores nutricionais reflete na aparência e também proporciona melhorias
para o funcionamento do organismo.
Os
alimentos
energéticos,
que
consumimos
diariamente,
fornecem energia para a realização de nossas atividades diárias, como
estudar, andar, correr, brincar e outros. Esses alimentos contém nutrientes que
são as proteínas, os carboidratos, os lipídeos, as vitaminas, os sais minerais e
a água.
Nocker (1983) diz que chamamos nutrientes os elementos
utilizados no metabolismo para a formação e manutenção do corpo. Aí se
designa os carboidratos, gorduras e proteínas como nutrientes básicos e as
vitaminas, minerais e água, como nutrientes acessórios.
As proteínas desempenham um papel de extrema importância em
nosso organismo, pois fornece material tanto para a construção como para a
manutenção de todos os nossos órgãos e tecidos. Este material que forma os
músculos, o sangue, a pele e os órgãos internos. Elas também participam da
formação de hormônios, enzimas e anticorpos. Com esses exemplos, já se
pode ter uma idéia do quanto elas são indispensáveis ao nosso organismo.
Quando ingerimos proteínas, elas são quebradas durante o processo de
digestão, e posteriormente, absorvidas pelas nossas células, que novamente
as quebram, transformando-as em aminoácidos.
Estes
aminoácidos serão
11
utilizados pelo nosso corpo onde eles forem mais necessários. Por exemplo, se
a pele de uma pessoa estiver em desequilíbrio pela falta de aminoácidos, os
alimentos ricos em proteínas e a ingestão devida de água serão benéficos para
a sua recuperação. Isso vale não somente para a pele, mas para todo o corpo,
pois os aminoácidos são construtores e reparadores.
Praticamente todos os alimentos contêm proteínas, sendo que os
mais ricos são os ovos, as carnes de frango, de gado e de peixe, leite e queijo.
A combinação arroz e feijão é capaz de fornecer todos os aminoácidos
essenciais para uma alimentação saudável.
Os carboidratos ou hidratos de carbono, representado pelos
açúcares, tem a função de fonte de energia e reserva energética. É a única
fonte de energia aceita pelo cérebro, importante para o funcionamento do
coração e de todo sistema nervoso. Alguns exemplos de carboidratos são:
arroz, macarrão, pão, farinha de mandioca, farinha de trigo, maizena, batata
inglesa, batata doce, mandioca, biscoito.
Os lipídeos, mais conhecidos como gorduras, são encontrados na
maioria dos alimentos. Eles funcionam como um isolante térmico do corpo,
protegendo os órgãos internos e também fornecendo energia. Os lipídios
apesar de também fornecerem grande quantidade de energia não têm como
principal função este fornecimento. As gorduras auxiliam na absorção de
vitaminas, fornecem saciedade ao organismo, produzem hormônios, protegem
e isolam órgãos e tecidos.
A ingestão de uma grande quantidade de gordura pode ser
prejudicial à saúde, pois pode levar a pessoa a desenvolver obesidade e até
acarretar problemas cardíacos secundariamente, mais o excesso ou a falta de
qualquer nutriente pode ser prejudicial a nossa saúde.
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Os lipídeos podem ser saturados, de origem animal (carnes,
manteiga, creme de leite, requeijão) ou origem vegetal
(gordura vegetal
hidrogenada) e insaturados que são encontrados na forma líquida como os
óleos de canola, soja, oliva, de milho e girassol, estes os mais saudáveis.
As vitaminas e os sais minerais são imprescindíveis a uma dieta
balanceada. Precisamos deles em pequenas quantidades, mais são elementos
essenciais para reações químicas vitais, como extrair energia do alimento,
regulando o organismo e sua falta pode ocasionar problemas de saúde.
As vitaminas, também conhecidas como nutrientes reguladores,
são tão importantes para a nossa saúde que muitas são utilizadas no
tratamento e prevenção de doenças, mais seu excesso pode causar disfunções
no organismo. As principais fontes de vitaminas são as frutas, verduras e
legumes, mais elas também são encontradas na carne, no leite, nos ovos e nos
cereais.
Os sais minerais, também um elemento regulador no metabolismo
do corpo, desempenham funções vitais como: manter o equilíbrio de líquidos,
controlar as contrações musculares, oxigenar a musculatura e regular o
metabolismo energético.
Ajudam na formação e manutenção dos nossos
tecidos, músculos, órgãos, e das células do sangue. Também previnem
doenças e alguns problemas relacionados ao ossos e mal funcionamento dos
órgãos, além de aumentar a expectativa de vida, contribuindo para uma boa
aparência e melhorando o metabolismo, combatendo fadiga e stress. Os
principais exemplos de sais: sódio, potássio, cloro, cálcio, fósforo, ferro e iodo,
que são os mais presentes na nossa alimentação, mais o zinco,o magnésio, o
cobre e o selênio também aparecem numa alimentação balanceada e
saudável. As fontes de sais minerais são principalmente a água, mais eles
aparecem também nas águas minerais, lacticínios, frutos secos, vegetais,
frutos frescos e sumos naturais.
13
Não poderíamos esquecer de falar da água, que é fundamental
para o equilíbrio do corpo e indispensável ao metabolismo, mais falaremos
dela num capítulo a parte.
Todos nós, sejamos jovens, adultos ou idosos precisamos cuidar
do nosso corpo, por isso é aconselhável combater o sedentarismo fazendo pelo
menos uma caminhada por dia. Para ter uma boa forma e desenvolver os
músculos, a melhor alternativa é praticar exercícios físicos regularmente nas
aulas de educação física ou numa academia, tendo sempre um professor ao
seu lado.
A prática regular de atividades físicas pode trazer inúmeros
benefícios para a nossa saúde, entre eles:
 Redução de peso e emagrecimento
 Melhora da força, do tônus muscular e da flexibilidade
 Fortalece ossos e articulações
 Combate à hipertensão arterial, previne
osteoporose e controla o
colesterol
 Reduz a ansiedade e auxilia o tratamento da depressão
 Combate o stress
 Melhora o humor
Então, uma pequena mudança nos nossos hábitos de vida e na
nossa alimentação pode provocar uma grande melhora na saúde e na
qualidade de vida.
14
TEXTO 3
A HIDRATAÇÃO
Em nosso organismo existem seis classes de nutrientes: água,
vitaminas, sais minerais, carboidratos, lipídeos e proteínas.
De todos esses nutrientes, a água é um componente vital para a
saúde do nosso corpo. O bom funcionamento do organismo depende muito da
quantidade de água que ingerimos e auxilia no controle de temperatura do
corpo, transporta os sais minerais e outras substâncias para nossas células. A
água tem um papel fundamental no nosso organismo, pois atua nos processos
fisiológicos e de transporte de substâncias. Por meio dela, nutrientes,
moléculas e demais substâncias orgânicas são transportadas pelo corpo. Com
isso, regula a temperatura corporal, mantendo o equilíbrio térmico. O intestino,
o sistema circulatório, os rins são órgãos que funcionam graças a ela. Pelos
rins são eliminadas toxinas, através das vias urinárias. Quando ingerimos água
a pele fica com um aspecto mais saudável. Ela também lubrifica a mastigação,
deglutição, excreção e auxilia as articulações. É componente essencial para o
bom funcionamento geral do organismo, ajudando em algumas funções vitais,
tais como o controle de temperatura do corpo, por exemplo.
A água é absolutamente essencial para a vida pois podemos
sobreviver sem alimento por semanas, mais não sobrevivemos um longo tempo
sem água. O nosso corpo é composto por cerca de 50-75% de água,
dependendo da idade, sexo e composição corporal, e a perda de apenas 3-4%
da água corporal compromete o desempenho atlético. Quando ocorre uma
perda
maior
de
água
em
nosso
organismo
pode
ocasionar
várias
conseqüências e até levar à morte. Em condições normais de temperatura
e
15
sem realizar atividades físicas a perda de água é de aproximadamente 2.500
ml/dia, sendo a maior parte eliminada através da urina. Em temperaturas mais
elevadas e com atividades físicas intensas a perda de água aumenta para 6-7
litros por dia.
Todas as formas conhecidas de vida precisam de água. Os
humanos consomem "água de beber" (água potável, ou seja, água compatível
com as características de nosso organismo durante toda a vida).
A água está presente no corpo humano, distribuída da seguinte
maneira: pele 10%, ossos 22%, gordura 25%, músculos 73%, coração 75%,
pulmões 80%, rins 81%, sangue 81%, cérebro 85% e fígado 86%.
A quantidade de água no corpo humano depende de vários
fatores que se estabelecem ao longo da vida, entre eles, a idade, o sexo, a
massa muscular, o tecido adiposo, o crescimento, o aumento ou perda de peso
ou mesmo durante a gravidez ou lactação. Ela também varia com a idade:
entre 75 a 80% de 0 a 2 anos de idade, de 70 a 75% de 2 a 5 anos, de 65 a
70% de 5 a 10 anos, de 63 a 65% de 10 a 15 anos, de 60 a 63% de 15 a 20
anos, 58 a 60% de 20 a 40 anos (período de maior estabilidade), de 50 a 58%
de 40 a 60 anos e após os 60 anos continua a desidratação. A medida que
ocorre o envelhecimento, ocorre uma redução de água no organismo devido a
perda de massa muscular.
Weineck (2000) relata que sob condições metabólicas normais
são ingeridos cerca de 2.000 – 2.400 ml de líquido por dia. No calor, devido a
mudança de clima ou febre, e na transpiração, devido a maior atividade
corporal, torna-se necessária uma quantidade significativamente maior.
Segundo Powers e Howley (2000), em condições normais, os
2.500 ml de água por dia são repostos com bebidas (1.500 ml), alimentos
sólidos (750 ml) e a água derivada de processos metabólicos (250 ml).
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O volume total de água que entra por dia no organismo é de
1.500 a 3.000 ml. Aproximadamente 47%, considerada a maior parte da água
existente no corpo humano, advertem de bebidas inseridas no dia a dia, como
sumos, cerveja, água mineral ou simplesmente água fresca. Cerca de 14% da
água é absorvida pelo corpo humano através da respiração celular.O restante
chega-nos através dos alimentos ingeridos, sendo os vegetais os que nos
propiciam maior quantidade pois possuem na sua constituição uma grande
percentagem de água, e também da produção de água durante o metabolismo
celular.
Cerca de 20% da água sai do corpo humano pela transpiração
(suor), 10% pelas fezes e 10% pela respiração. No entanto é pela urina (60%)
que é eliminada a maior parte da água absorvida. A quantidade de líquido
perdido através da sudorese é altamente variável, dependendo da intensidade
da atividade física praticada e da temperatura do ambiente. Em dias quentes e
com exercício intenso prolongado a quantidade pode aumentar bastante. A
perda através das fezes geralmente é pequena, porém essa quantidade pode
aumentar e chegar a vários litros por dia em indivíduos com diarréia, que pode
ser fatal, especialmente em crianças, se não for corrigida a tempo.
As fontes principais de água são: os líquidos que ingerimos, a
água contida nos alimentos e a água decorrente da oxidação metabólica.
O nosso corpo não possui um mecanismo para o armazenamento
de água por isso devemos tomar líquidos para repor a quantidade perdida no
dia a dia. Esse simples cuidado irá manter a nossa saúde e a eficiência do
trabalho de nosso organismo.
17
TEXTO 4
A DESIDRATAÇÃO
A desidratação é um distúrbio caracterizado pela falta de
correlação entre ingestão e eliminação de água. Assim, a desidratação
acontece quando existe grande perda de água e sais minerais no nosso
organismo. O corpo humano necessita de certa quantidade de água e
eletrólitos (sódio, cloreto, potássio e outros) para realizar suas funções
normalmente. Como ele perde em média 2,5 litros de água por dia, pela urina,
fezes, suor e respiração, para não ocorrer a desidratação, é preciso repor os
líquidos perdidos, ingerindo a mesma quantia diariamente, ou seja, 2,5 litros.
Os sais minerais são repostos no sal da alimentação, nas frutas e verduras.
Portanto, maiores perdas de água e eletrólitos (minerais)
estão ligados a distúrbios da capacidade de desempenho
corporal. Quando há perda de líquidos e minerais equivalente
a 2% do peso do corpo, a capacidade de resistência fica
nitidamente reduzida e quando equivale a 4%, sofre o
desempenho de força do esportista. A partir de 5%, surgem
alterações fisiológicas graves (fadiga, apatia, vômitos,
cãimbras musculares, etc). Perdas de líquidos de mais de
10% do peso do corpo são críticas para a vida. A partir de
12% não é mais possível engolir, e entre 15 e 20% ocorre a
morte, dependendo da velocidade da desidratação e das
condições
climáticas.
KONOPKA/OBERGFELL, 1980).
(BERGHOLD,
1982;
18
A desidratação pode ser classificada como leve, moderada e
severa. A leve tem uma perda mínima de 1% a 2% do peso corporal total, que
causa sintomas como fraqueza, tonteira e fadiga a curto prazo e efeitos
permanentes para a saúde a longo prazo. A moderada de 3% a 8% do peso
corporal, os sintomas são mais evidentes e o prejuízo para a saúde é maior, e
a desidratação severa, com uma perda do peso total de 9% a 15%. Esta é
considerada uma emergência médica, a vida pode estar em risco.
A desidratação pode ser isotônica, hipertônica e hipotônica. A
isotônica é a forma mais comum, de 70 a 90% dos casos, tendo como sinais a
diarréia e vômitos. É caracterizada por perdas proporcionais de água e
eletrólitos. A hipotônica é a mais grave, de 8 a 20% dos casos. Perdem-se
mais eletrólitos do que água. As causas são a diarréia e vômitos associados à
desnutrição grave, reposição com soluções hipotônicas e perdas de suco
gástrico. A forma mais perigosa e menos frequente é a hipertônica, que ocorre
de 2 a 10% dos casos, observa-se perda de água maior do que a de eletrólitos.
Os sinais mais aparentes de que está ocorrendo desidratação
são a sede excessiva, sonolência ou cansaço ( crianças tendem a ser menos
ativas que o normal), boca seca, menor volume de urina, poucas ou nenhuma
lágrima ao chorar, fraqueza muscular, dor de cabeça e tonteira.
Uma boa indicação para avaliar a hidratação de uma pessoa é
observar a cor da urina. Quanto mais concentrada a urina estiver, maiores as
chances do organismo estar tentando reter água em seu interior em
decorrência da desidratação. Os indivíduos desidratados tendem a urinar
pequenas quantidades de urina muito concentrada, de tom amarelo escuro e
odor forte. Assim, as pessoas bem hidratadas costumam urinar grandes
volumes de urina diluída, quase transparente e de odor discreto. Lembre-se
que essa dica não é infalível.
19
Com a realização de atividades físicas uma pessoa deve
consumir água antes e durante o exercício para evitar possíveis problemas
associados à desidratação e que a sede não é um estímulo adequado para
atingir um equilíbrio hídrico. Apenas a sensação de sede não é suficiente para
regular a perda de líquidos do nosso organismo, pois ela só se manifesta
depois da perda de 0,5 a 1,5 litros de água.
Com o aumento da atividade muscular ocorre um aumento da
produção de calor no corpo. A produção de calor dissipa em parte este calor.
Quando isso acontece há necessidade de repor líquidos rapidamente, para
prevenir a desidratação.
Os aumentos de temperatura nas estações mais quentes do ano e
uma maior atividade corporal podem diminuir ou inibir a sensação de sede o
que torna ainda maior a necessidade de ingerir líquidos motivada pela sede.
Para Weineck (2000) é importante lembrar que na ingestão de
líquidos não se deve beber bebidas geladas, uma vez que elas são
reabsorvidas menos rapidamente e podem irritar a mucosa estomacal.
Além da água e sucos, podemos tomar as bebidas tipo
industrializadas, que são repositores hidroeletrolíticos ou isotônicos que foram
desenvolvidos para repor rapidamente os líquidos e sai minerais perdidos com
o suor, além de fornecerem energia para os músculos nas atividades físicas.
Na fórmula desses repositores contém carboidratos e sais minerais (sódio e
potássio) que estimulam a rápida absorção dos líquidos pelo organismo e
ajudam a manter o equilíbrio do corpo.
20
É amplamente reconhecido que as mulheres
tendem a transpirar menos do que os homens sob condições
padronizadas, mesmo após período de aclimatização.
Provavelmente,grande parte da aparente diferença entre os
sexos está relacionada a diferenças no treinamento e no
estado de aclimatização. As informações a respeito dos
efeitos da idade sobre a respostada transpiração são
limitadas, pois mais uma vez, os níveis do preparo físico e
da aclimatização podem interferir. A resposta da transpiração
à mudança padrão geralmente decresce com a idade. Essas
observações não devem ser interpretadas como sugestão de
falta de habilidade em praticar o exercício no calor nem como
indicador de que mulheres e indivíduos mais velhos podem
negligenciar a ingestão de fluidos durante a exposição ao
estresse do calor. Há algumas diferenças entre crianças e
adultos no que diz respeito à resposta da transpiração ao
exercício e à composição do suor. A capacidade de transpirar
das crianças é baixa quando expressa por unidade de área
de superfície. O conteúdo de eletrólitos de seu suor é baixo
quando comparado ao dos adultos, mas a necessidade de
reposição de fluidos e eletrólitos é muito importante nos dois
grupos. Realmente, de acordo com os indícios de que a
tempe ratura central aumenta em maior proporção nas
crianças do que nos adultos na presença de determinado
nível de desidratação, a necessidade de reposição de fluidos
provavelmente também é maior nas crianças. (MAUGHAN,
BURKE, 2000).
Algumas orientações que podem ser usadas em nossas
escolas e também em nossas casas para prevenir a desidratação:
• Tomar líquidos várias vezes ao dia, principalmente antes, durante e
após as atividades físicas.
• Conservar os alimentos perecíveis sempre na geladeira e observar bem
a data de validade dos mesmos.
• Lavar bem as mãos antes de preparar ou de comer qualquer alimento.
21
• Vestir roupas leves no verão, de preferência de algodão. Evitar roupas
com poliester ou fibras sintéticas que impedem a transpiração normal.
• Manter os alunos em ambientes bem ventilados e evitar, se possível,
ficar no sol nos horários em que a radiação está mais forte (entre as
10:00 e às 14:00 horas).
Portanto, se sentir sede, não hesite: beba um pouco de água. A
sede é o sinal mais importante de que o organismo está precisando de mais
água. Não engane seu corpo: mantenha-se hidratado.
.
22
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um
fator
importante
no
processo
de
crescimento
e
desenvolvimento de nossas crianças e adolescentes em idade escolar é o
conhecimento e os cuidados para com o seu corpo, a necessidade de praticar
atividades físicas regularmente, as necessidades energéticas para manter esse
corpo com saúde e principalmente a manutenção dele hidratado , o que irá
sanar diversos problemas que podem aparecer nessa fase de vida e mais tarde
na sua vida adulta.
A atuação do professor de Educação Física é de suma
importância para aprofundar a abordagem dessas temáticas enriquecendo o
conhecimento do nosso aluno e promovendo uma participação interdisciplinar
com outras disciplinas que abordam os assuntos aqui trabalhados.
De acordo com Pistrak (2000), a organização do trabalho
pedagógico através de um sistema de complexo temático garante uma
compreensão da realidade atual de acordo com o método dialético pelo qual se
estudam os fenômenos ou temas articulados entre si e com nexos com a
realidade atual mais geral, numa interdependência transformadora.
Também as DCEs (PARANÁ, 2008) relatam que o papel da
Educação Física é desmistificar formas arraigadas e não reflexivas em relação
às diversas práticas e manifestações corporais historicamente produzidas e
acumuladas
pelo
ser
humano.
Prioriza-se
na
prática
pedagógica
o
conhecimento sistematizado, como oportunidade para reelaborar idéias e
atividades que ampliem a compreensão do estudante sobre os saberes
produzidos pela humanidade e suas implicações para a vida.
23
Espera-se que o presente trabalho, tenha trazido contribuições
significativas para a prática pedagógica do professor de Educação Física,
indicando a possibilidade de se trabalhar com temáticas novas, emergentes e
necessárias ao contexto educacional, uma atitude sem dúvida desafiadora.
Esta proposta de estudo, representa uma ação intencional,
planejada, de contribuir com os professores de Educação Física no sentido de
melhorar sua prática pedagógica, a fim de atingir o objetivo maior do ato
educativo, que é a emancipação do homem, através do conhecimento, pela
educação.
24
REFERÊNCIAS
BERGHOLD, F. Flüssigkeits-und Elektrolytersatz unter sportlicher Leistung.
Österr. J. Sportmed. 2, 1982.
CLARK, Nancy. Guia de Nutrição Desportiva: alimentação para uma vida ativa
3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
GEBERT, G. Probleme des Wasser, Temperatur-und Elektrolythaushalts beim
Sportler. Dt. Z. Sportmed. 6, 1978.
HEYDE, M.E.D. Alimentação da Criança e do Adolescente Esportista, p. 12-13,
2006.
KONOPKA, P.;OBERGFELL, W. Die gesunde Ernährung des Sportlers.
Central-Druck-Verlagsgesellschaft, Stuttgart, 1980.
MAUGHAN, R.J.: BURKE, L.M. Nutrição Esportiva: manual de ciência e
medicina esportiva.Porto Alegre: Artmed, 2004.
McARDLE, Willian D.; KATCH, Frank I.; KATCH, Vítor L. Fisiologia do
Exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro:
Guanabara, 1985.
MIRANDA, E. E. de. Água na natureza, na vida e no coração dos homens.
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Educação Básica – Educação Física. Curitiba: SEED, 2008.
PISTRAK, M. Fundamentos da Escola do Trabalho. São Paulo: Expressão
Popular, 2000.
POWERS, Scott K.; HOWLEY, Edward T. Fisiologia do Exercício: teoria e
aplicação ao condicionamento e desempenho 3ª ed. São Paulo: Manole, 2000.
SEELEY, R.R.;STEPHENS,
Lusociência,1997.
T.D.;
TATE,
P.
Anatomia
e
fisiologia.
25
SILVA, A.M. Corpo, Ciência e Mercado:reflexões acerca da gestação de um
novo
arquétipo
da
felicidade.
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