Um webdocumentário sobre a gravação do disco independente da

Propaganda
TERMO DE APROVAÇÃO
Lucas Jorgete Ferreira Martins Sarzi
MAIS: Um webdocumentário sobre a gravação do disco independente da
cantora Mônica Bezerra
Trabalho de conclusão de curso aprovado com nota 10,0 como requisito
parcial para a obtenção do grau de bacharel em Comunicação Social –
Jornalismo pelas Faculdades Integradas do Brasil – Unibrasil, mediante banca
examinadora composta por:
Prof.(a) e Presidente Felipe Harmata Marinho
Prof.(a) Alex Wolf
Prof.(a) Suzana Rozendo
Curitiba, 29 de Novembro de 2012.
FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL - UniBrasil
Bacharelado em Comunicação Social – Jornalismo
MAIS: Um webdocumentário sobre a gravação do disco independente da
cantora Mônica Bezerra
CURITIBA
2012
LUCAS JORGETE FERREIRA MARTINS SARZI
MAIS: Um webdocumentário sobre a gravação do disco independente da
cantora Mônica Bezerra
Trabalho de conclusão de curso
apresentado como requisito parcial à
obtenção de grau de Bacharel em
Comunicação Social – Habilitação em
Jornalismo ao Setor de Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas, das
Faculdades Integradas do Brasil –
Unibrasil, sob orientação do professor
Felipe Harmata Marinho.
CURITIBA
2012
Dedico este trabalho a minha
mãe, Terezinha Martins Sarzi,
pois sem o apoio, paciência e
confiança, não seria possível
realizar estes quatro anos de
universidade sem passar por
cima das dificuldades.
AGRADECIMENTOS
Desde a época do ensino médio, me preocupava com os trabalhos e ouvia
muitas pessoas dizendo: “Você está preocupado e se matando com trabalhos do
ensino médio? Eu quero ver quando você chegar ao TCC”. Não sabia o que era o TCC
e hoje eu digo: Quem disse isso tinha muita razão.
O fato é que as dificuldades que encontramos no decorrer não são nada, se
tivermos pessoas que nos ajudem a enfrentá-las. Por isso, agradeço a imensamente a
cada um que passou pela minha vida neste período de faculdade e, principalmente, na
reta final. Cada um, em sua especificidade, foi de extrema importância e significou
muito para mim.
Mônica Bezerra, obrigado por acreditar neste trabalho e dar toda a estrutura e
atenção para que ele se concretizasse. Muito obrigado também ao Tomás Magno e
sua irmã Constança Scofield, pela atenção e por me permitirem desenvolver o meu
trabalho com toda liberdade. Aos músicos Marcelo Bezerra, Marcelo França e Rodrigo
Chavez, que fizeram com que eu me sentisse parte da equipe, o tempo todo.
Acredito que sem a compreensão, auxílio e apoio da família e dos amigos,
ninguém consegue chegar ao fim de um trabalho como este com êxito. Por isso, muito
obrigado família! Em especial minha mãe, Terezinha Martins Sarzi, e meus irmãos,
Fabiana e Fernando, por me darem a segurança de que poderia contar com vocês.
Maria de Fátima, obrigado pela preocupação e atenção.
Agradeço imensamente a todos os meus amigos que, direta ou indiretamente,
ajudaram na realização deste trabalho. Alessandra Consoli, seu apoio desde o
começo da minha formação como profissional e durante todo este processo, foi o
presente mais valioso que você poderia me dar. Giselle Macedo, você foi
extremamente importante, me mostrou o caminho que deveria seguir e acertou. Tamie
Ono Lôr, muito obrigado pela força e pelo apoio na produção, acredito que devo parte
deste trabalho a você. Também dedico este trabalho aos amigos Cassio Deconto,
Kalrhen Braga, Daiane Andrade, Naira Ueda, Rafaela Gussela, Kelly Ambrozzio,
Taiana Tavares, Letícia Gabriele e a todos os que estiveram por perto sempre.
Agradeço também a todo o pessoal das TVS Band Curitiba e Rede Massa. Vocês me
mostraram caminhos que eu, certamente, não conseguiria enxergar sozinho.
Professores, vocês me deram toda a estrutura de que eu precisava para que
pudesse colocar em prática a minha ideia. Do começo ao fim. Agradeço,
primeiramente, ao professor Victor Folquening, por amadurecer as minhas ideias e me
mostrar o que é um jornalista de verdade. Maura Martins, sua força foi a base para
que eu pudesse desenvolver este trabalho sem nenhuma preocupação. Obrigado
também pela força dos professores Elaine Javorski, Ivone Ceccato, Laura Wolf,
Marcelo Ribaric, Hugo Abati e Helio Marques.
Felipe Harmata, eu não consigo ter palavras para dizer o quanto você e suas
orientações significaram e significam. Sem você isso tudo não iria existir do jeito que
foi feito e isso é fato. Muito obrigado pela atenção, pela preocupação, pelos puxões de
orelha e pelas milhões de dicas. Tudo, desde o começo, foi aproveitado e de muita
valia. Sou seu fã.
Por último eu agradeço imensamente a Deus. Isso porque sem Ele, nada disso
tudo que eu disse acima seria possível.
“Para
ele
não
existe
o
impossível. Ele pode tudo, para
ele não existe o impossível. O
impossível pra Jesus é deixar de
te amar” (Lucas 1:37).
RESUMO
Este trabalho tem como produto final o webdocumentário Mais, que mostra
como é a gravação do CD independente da cantora curitibana Mônica Bezerra.
Foi utilizada bibliografia específica sobre jornalismo cultural e autores que
tratam sobre o cenário musical. Também foi utilizada a teoria de cibercultura e
a de documentário, partindo para artigos sobre webdocumentário. Também
produzida uma pesquisa quantitativa, com a interpretação dos resultados.
Palavras-chave: webdocumentário, música independente, jornalismo cultural
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................10
2. DELIMITAÇÃO DO TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO.....................................13
2.1. Cultura........................................................................................................13
2.2.História dos gêneros musicais rock, pop e pop-rock...................................16
2.3. Música Independente..................................................................................20
2.4. Cenário Local de Música...........................................................................22
2.5. Mônica Bezerra e a produção do CD..........................................................24
2.6. Internet como principal meio de divulgação................................................26
2.7. Problematização.........................................................................................30
3. OBJETIVO GERAL........................................................................................31
4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS..........................................................................31
5. JUSTIFICATIVA...........................................................................................32
6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................35
6.1. Teoria de Cibercultura................................................................................35
6.2. Documentário..............................................................................................36
6.3. Webdocumentário.......................................................................................40
6.4. Webdocumentário jornalístico e a Comunicação Dirigida..........................42
6.5. Jornalismo Cultural.....................................................................................44
7. METODOLOGIA DA PESQUISA ..................................................................48
7.1 Pesquisa bibliográfica..................................................................................48
7.2. Pesquisa quantitativa..................................................................................49
7.3. Análise da pesquisa quantitativa................................................................51
8. DELINEAMENTO DO PRODUTO.................................................................62
8.1. Linguagem..................................................................................................62
8.2. Pré-produção..............................................................................................63
8.3. Locais de gravação.....................................................................................63
8.4. Produção.....................................................................................................64
8.5. Pós-produção..............................................................................................66
8.5.1. Divisão dos vídeos...................................................................................66
8.6. Trilha sonora...............................................................................................67
8.7. Identidade visual.........................................................................................68
8.8. Custos.........................................................................................................69
8.9. Viabilização.................................................................................................69
8.10. Veiculação................................................................................................70
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................71
10. REFERÊNCIAS...........................................................................................74
11. ANEXOS......................................................................................................78
11.1. Questionário da pesquisa quantitativa......................................................78
11.2. Divulgação da pesquisa quantitativa nas redes sociais..........................81
11.3. Roteiro de perguntas aos entrevistados...................................................86
11.4. Roteiro e edição base...............................................................................87
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho de conclusão de curso tem como produto final um
webdocumentário com os bastidores da gravação do disco, independente, da
cantora curitibana Mônica Bezerra.
Apesar do modo com que se lançam no mercado da música, os CDS
traduzem o grande manifesto da arte, a luta e a conquista, e, muitas vezes, o
grito uníssono necessário para a constatação da maturidade músical. O
processo desta construção, desconstrução e reconstrução, da gravação de um
CD, faz do produto final um aprendizado cultural e de formação.
A escolha pelo tema foi pelo interesse de mostrar as dificuldades e o
que existe por trás dos artistas indepententes. Levando também em conta o
fato de não ter uma mídia que trabalhe com este público. Além disso, a
disponibilidade de contato com a cantora, com os integrantes da banda e o
produtor, facilitou a possibilidade de melhorar o conteúdo. Para a produção das
pesquisas de elaboração, foram utilizados temas como Cultura, nacional e
local; Música e música local; Internet e Jornalismo Cultural.
Sobre Cultura, foram utilizados autores como Edward Palmer Thompson
(1998), que relata a história da Cultura com a definição de que se trata de
tradição. Além de Thompson, também foram utilizadas as obras do antropólogo
Clifford Geertz (1989), que estabelece três fatores que podem contribuir com a
observação das universais de cultura, de forma mais ampla. Além disso, para
unir a definição de cultura com a música, foram utilizados artigos que explicam
que a mídia ajuda na formação dos valores culturais locais para a
determinação do que pode ser considerado cultura.
No âmbito músical, para desenvolver um trajeto do estilo pop-rock, que é
o da cantora Mônica Bezerra, foi preciso traçar uma linha do tempo com a
história do rock e posteriormente chegar ao pop-rock. Para isso, foram
utilizados autores como Luciana Salles Worms e Wellington B. Costa, que
trazem informações sobre música em seu livro “Ao Pé da Letra da Canção
Popular”. Também foi utilizado o livro “Pop brasileiro dos anos 80: uma visão
semiótica da poética das canções mais cultuadas”, de Silvio Anaz. Para
complementar a história do rock e seguir com a analogia para definir o estilo
pop-rock, que surgiu a partir do rock, foi utilizado também o livro de Kid Vinil, O
Almanaque do Rock. Demais autores, como Paul Friedlander, Edgard Piccoli,
Larry Starr e Christopher Waterman também foram utilizados e tomados para a
complementação do trabalho.
Logo após o desenvolvimento da pesquisa sobre o Rock e Pop-Rock, foi
necessário abordar outro lado da música, o cenário local. Isso porque se trata
de um trabalho a respeito de uma artista regional. Esse meio foi empregado e
abordado através de reportagens do jornal Gazeta do Povo, da revista Veja e
também de demais artigos que foram encontrados no decorrer das pesquisas.
Foi traçado, então, uma espécie de história sobre o cenário de música local,
passando pelos anos que marcaram época de acordo com o material
encontrado.
O trabalho da cantora Mônica Bezerra, que é formada em Publicidade e
Propaganda e tem formação músical em canto e técnica vocal pelo
Conservatório de Música Popular Brasileira de Curitiba, foi desenvolvido a
partir do cenário de música local. Neste tópico do trabalho é apresentada uma
breve história sobre a cantora e também sobre seus trabalhos já
desenvolvidos. Mônica produziu e investiu na gravação do seu próprio bolso.
Trabalha e vive de música. O foco se mantém na produção de seu CD. Para
explicar o cenário de música local e fazer a relação com o trabalho de música
independente, foi criado também um tópico sobre artistas independentes.
Nesta fase foram utilizados artigos e também reportagens da revista Veja que
podem melhor explicar o surgimento desses artistas no país.
A internet foi abordada em seguida. Para mostrar que, nos dias de hoje,
essa plataforma pode ser utilizada como principal meio de divulgação do
trabalho dos novos artistas, foram utilizados artigos como de Henrique Autoun
e André Pecini, “A Web e a Parceria”. O artigo mostra que com a chegada da
rede em que todos estão acostumados, sites, redes de relacionamentos e sites
para compartilhamentos de vídeos, mais conhecido como a Web 2.0, tudo
mudou no mundo virtual. Também utilizou-se de matéria da revista Time.
O trabalho foi elaborado com base nas ideias de Jornalismo Cultural.
Portanto, se fez importante falar sobre jornalismo cultural, de documentário e
webdocumentário, para o embasamento teórico do trabalho. Para falar sobre
jornalismo cultural foram utilizadas as teorias de Daniel Piza, conhecido como
mestre da área. Sobre documentário, as teorias de Bill Nichols foram abordadas.
Com relação ao assunto webdocumentario foram utilizados artigos e obras
como a de Luciana Mielniczuk e também Díaz Noci, que fala sobre jornalismo
interpretativo.
As teorias usadas no trabalho foram: cibercultura e documentário. Também
analisa questões do jornalismo cultural para a construção da fundamentação
teórica.
A partir da cibercultura foi possível identificar detalhes a respeito da
internet. Também foi através desta teoria que foi elaborada uma pesquisa
quantitativa², disponibilizada na web por três dias. A pesquisa foi divulgada
somente através das redes sociais. Para obter 300 respostas, foi feita divulgação
através do Facebook e Twitter da própria cantora, de amigos, conhecidos e até
mesmo de cantores e apresentadores de TV do Paraná³. Como resultado, foi
possível traçar o perfil do público, se haveria aceitação pelo documentário
disponibilizado na internet, tempo de duração dos vídeos e quais os elementos que
chamariam a atenção no produto. Também foi abordado sobre a cantora em
questão, Mônica Bezerra. A partir da pesquisa foi possível identificar o quanto há
de conhecimento a respeito da artista e se as pessoas estão dispostas a conhecer
novos trabalhos como o dela.
O objetivo foi o de pensar em como construir um webdocumentário que
mostre, em forma de realidade, como funciona a produção de um CD
independente. Mantendo o foco nas teorias do jornalismo cultural e fazendo a
divulgação do trabalho de uma nova cantora.
2. DELIMITAÇÃO DO TEMA
Uma breve apresentação sobre cultura e cultura local é feita para que
haja melhor compreensão da sua importância na formação de determinado
povo. Além disso, aborda-se o cenário de música local como fator primordial,
juntamente com o fato de a música criar um espaço próprio. Tratando então
das produções independentes e de informações ligadas à internet como
principal plataforma de divulgação e lançamentos de novos projetos deste
meio.
2.1. CULTURA
O termo cultura, em sua definição comum e de autor desconhecido,
nada mais é do que tudo o que é executado através da intelectualidade do
homem. Mas, de acordo com Edward Palmer Thompson (1998), a cultura,
gerada muitas vezes pela palavra tradição, é um campo que pode ser mudado
e alguns cuidados ao se tratar do tema devem ser levados em consideração.
Uma cultura é também um conjunto de diferentes
recursos, em que há sempre uma troca entre o escrito
e o oral, o dominante e o subordinado, a aldeia e a
metrópole; é uma arena de elementos conflitivos, que
somente sob uma pressão imperiosa – por exemplo, o
nacionalismo, a consciência de classe ou a ortodoxia
religiosa predominante – assume a forma de um
“sistema". E na verdade o próprio termo cultura, como
invocação confortável de um consenso, pode distrair
nossa atenção das contradições sociais e culturais,
das fraturas e oposições existentes dentro do conjunto
(Thompson, 1998a, p. 17).
Thompson (1981) retratou as culturas do povo inglês no século XVIII. O
historiador se baseava em teorias marxistas para realizar suas obras. Mas,
conforme suas pesquisas, o risco das generalizações acabarem com a
singularidade das diferentes formas de apropriação cultural é grande e notório.
O historiador apresentou, então, aspectos como produção, reprodução,
circulação e dominação cultural. Para ele, a cultura traz a possibilidade de
reinvenção, além disso, cria-se como também a perspectiva de conformação. E
é neste jogo de possibilidades, que sua riqueza e fertilidade estão. Thompson
defendia a opinião de que cada pessoa, por mais que estivesse em padrão de
vida distinto ao dos outros, poderia se individualizar no sentido cultural. Para
ele, cada um é capaz de manter a cultura de uma forma.
Pois essas “vontades individuais", por mais
“particulares” que sejam as suas “condições de vida”,
foram condicionadas em termos de classes; e se a
resultante histórica é então vista como a consequência
de uma colisão de interesses e forças de 4 classe
contraditórios, podemos ver então como a agência
humana dá origem a um resultado involuntário – (...) –
e como podemos dizer, ao mesmo tempo, que
“fazemos a nossa própria história”, e que “a história se
faz a si mesma" (Thompson, 1981, p. 101).
De acordo com as ideias de Thompson, a história cultural e seus
destinos são marcados por vários rumos. Cada pessoa trilha da sua forma.
"Somos agentes voluntários de nossas próprias determinações involuntárias"
(1981, p. 101).
Com base nesta mesma ideia de que a cultura pode ter influências ou
não de um povo, de um local e até mesmo de um período, o antropólogo
Clifford Geertz (1989) estabelece três fatores que podem contribuir com a
observação das universais de cultura, de forma mais ampla.
Segundo Geertz (1989), os universais propostos devem possuir teor
substancial e não apenas categorias vazias; os universais opostos devem ser
fundamentados
em processos
particulares
biológicos,
psicológicos
ou
sociológicos e não apenas associados a realidades adjacentes; por ultimo, os
universais propostos devem ser convincentemente defendidos como elementos
essenciais em uma definição de humanidade perante outras particularidades
culturais secundárias.
Dentro deste âmbito cultural, a singularidade de cada local, cada região,
ou até mesmo cada país faz com que tenhamos formas culturais distintas,
diversificadas e relativas. O desenvolvimento cultural local nada mais é do que
um processo natural entre poder público e comunidades. Nesse processo, a
busca se faz para afirmar valores de sua cidadania cultural, que pode se
desdobrar em fatores como acesso, criação, participação e informação.
Geertz critica o uso desenfreado do termo cultura para definir todo e
qualquer tipo de manifestação. A presença cultural deve ser entendida como
uma forma de interpretação do meio e não como uma regra.
O conceito de cultura que eu defendo é
essencialmente semiótico. Acreditando, como Marx
Weber, que o homem é um animal amarrado à teias de
significado que ele mesmo teceu, assumo a cultura
como sendo estas teias e sua análise, portanto, não
como uma ciência experimental em busca de leis, mas
como uma ciência interpretativa, à procura de um
significado (Geertz, 1978, p. 15).
Na formação dos valores culturais locais, um dos fatores que ajudam na
determinação do que é considerado cultura, é a mídia. O poder imediato de
influência determinante para certo povo, público, é muitas vezes transmitido
pelos veículos de comunicação. Com isso, forma-se um paradigma do que é ou
não considerado padrão cultural. Apesar disso, percebe-se a fluência de um
contínuo
intercâmbio
de informações
entre
os diferentes
canais de
comunicação. Limitando-se à tríade cultural mencionada, nas últimas décadas,
as Ciências Sociais vêm chamando a atenção para a circunstância de que
conteúdos que são creditados originalmente à cultura popular têm sido
apropriados por outras instâncias da Cultura e pelos canais midiáticos,
tornando cada vez mais tênues as fronteiras entre os produtos culturais
produzidos pelos diferentes agrupamentos sociais (REILY, 1990; BOSI, 1992).
Dentro do meio cultural e midiático, uma das características culturais
mais presentes em nosso dia a dia, entre outros fatores, é a música. A
atividade é exemplo claro de expressão de sentimentos. Por outro lado, a arte
ajuda em processos como o de sociabilidade no cotidiano das pessoas.
As artes fornecem inspiração para sua própria
proteção e renovação, e podem contribuir
positivamente de várias maneiras para isso. A
expressão cultural no nível local ou “de base” tem sido
utilizada por agentes de desenvolvimento em seus
esforços de fortalecimento da identidade de grupo e da
organização social e comunitária; de produção de
energia cultural; de superação de sentimentos de
inferioridade
e
alienação;
de
educação
e
conscientização; de promoção da criatividade e da
inovação; de estímulo ao discurso democrático e à
mediação social; de auxílio ao desafio da existência de
diferenças culturais; e de ingresso direto no sistema
econômico pela produção de bens e serviços culturais
(UNESCO, 1998).
A música, segundo Napolitano (2005), sobretudo a chamada ‘música
popular’, ocupa no Brasil um lugar privilegiado na história sociocultural. Tudo
isso, através de mediações, fusões, encontros de diversas etnias, classes e
regiões que formam este grande mosaico músical nacional. Napolitano explica
que a música, no Brasil, é de extrema importância e que “conseguiu, ao menos
nos últimos quarenta anos, atingir um grau de reconhecimento cultural que
encontra poucos paralelos no mundo ocidental” (NAPOLITANO, 2002, p. 5).
A partir do conhecimento da presença dos diversos estilos músicais
presente em nosso país é possível identificar elementos que caracterizam o
foco do trabalho. Para conhecer melhor a cultura músical e o estilo
predominante no trabalho como um todo, é preciso estudar a história dos
gêneros músicais rock, pop e pop-rock.
2.2.
HISTÓRIA DOS GÊNEROS MÚSICAIS ROCK, POP E POP-ROCK
Antes de se falar do cenário local de bandas curitibanas, é preciso traçar
as características do gênero rock. Além disso, como o estilo do trabalho da
cantora Mônica Bezerra é pop-rock, é necessário entender que, junto do rock,
houve o surgimento do pop e o pop-rock. Isso porque a partir do surgimento do
rock, o gênero trouxe a possibilidade de mais desenvoltura para a criação de
outros gêneros, como o pop e pop-rock.
Com origem híbrida, o rock surgiu nos Estados Unidos, em 1950. O
rock tomou conta do espaço músical da época e tornou-se destaque. “O gênero
músical inclui elementos de vários estilos da música americana: o blues, o
ritmo black (R&B, ou ritmo e blues), a música gospel branca e negra, a música
country e western, o som dos cantores de rádio popular e os grupos de
harmonia” (MEI, LEPREVOST, ONO LOR, 2009, p. 16).
De 1954 a 1955, considerada ainda época do surgimento do rock, o
estilo era mais conhecido como ‘rock and roll’. Em 1964 o rock passou a ser
chamado somente de ‘rock music’. A partir do estilo músical ‘rock music’ vários
outros estilos foram surgindo, como o rap. Veio também um estilo que hoje é
conhecidíssimo em todos os cantos do mundo, o pop. Mas o pop não era
reconhecido como um estilo músical até então.
Uma arte comercial, popular, em que as pessoas se
reconheçam, mas com a intenção de ser uma obra de
arte. O mundo pop era dominado pela chamada dance
music, entre funk e a música eletrônica. Música para
se dançar - as ‘discotheques’ (WORMS E COSTA,
2002, p. 146).
Como o estilo não tinha a mesma agressividade sonora que o rock
apresentava, o tipo de música passou a transitar entre o rock e até os anos 60
se confundia com soul music. Nos anos 80 o pop ganhou corpo e passou a ser
conhecido e reconhecido como um gênero músical específico. Passando então
a se tornar um estilo músical. Mesmo com todo reconhecimento e aceitação no
mercado músical, o pop ainda continuou com certa dificuldade. Muitas músicas
de rock que foram gravadas na década de 50 poderiam ser consideradas como
pop.
Alguns anos antes da década de 50, canções
produzidas nos Estados Unidos já carregavam
algumas características estéticas do que seria a
música pop, como alguns sucessos de Glenn Miller ou
Duke Ellington, e das grandes vozes, como as de
Frank Sinatra e Bing Crosby. Foi somente com o
sucesso do rock, gênero totalmente identificado com a
cultura jovem que emerge nos anos 50, que se abriu
espaço para que um novo universo na música popular
fosse criado (ANAZ,2008).
No Brasil, o rock chegou com o final da década de 1950 e início dos
anos 60. O rock tornou-se conhecido a partir de uma mulher. “Foi lançada na
voz de Nora Ney a música ‘Ronda das Horas’. Era uma versão da música
“Rock Around the Clock”, um dos primeiro sucessos do rock, escrito por Max C.
Freedman e Jimmy Knight e gravado por Bill Haley & His Comets”. (MEI,
LEPREVOST, ONO LOR, 2009, p. 17).
Outra artista que também se destacou no rock brasileiro foi Celly
Campello. A cantora estourou nas rádios com os sucessos Banho de Lua e
Estúpido Cupido, no começo da década de 1960. Junto com o estouro dos
cantores nas rádios, surge também a Jovem Guarda. O grupo continha
cantores como Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa. As letras, sempre
com tom romântico e ritmo acelerado, fizeram sucesso entre os jovens.
O gênero músical Jovem Guarda... era a concretização
da tendência rock and roll que já seduzira as massas
no exterior e trazia canções que reproduziam o ritmo
com versões em português ou mesmo cantadas no
original. Roberto, Erasmo e Wanderléa entraram no
cenário quando começava a diminuir a popularidade
dos brasileiros precursores do estilo rock and roll
(VINIL, 2008, p.84).
Na década de 1970, surge Raul Seixas. Vieram também grupos
músicais como Secos e Molhados e a banda Os Mutantes. Juntos, estes e
muitos outros cantores fizeram com que houvesse uma transformação no rock
nacional e foram importantes de forma significativa.
Sem dúvida, Os Mutantes foi a banda mais importante
do rock brasileiro, reconhecida e cultuada até hoje, até
mesmo no exterior. Em 2005, a revista britânica Mojo
elegeu o álbum de estreia do grupo (Os Mutantes)
como um dos melhores discos experimentais de todos
os tempos. Fizeram shows por toda a Europa e
Estados Unidos, e lançaram um CD e DVD ao vivo
(VINIL, 2008, p.140).
Em 1980 o país enfrentava uma de suas maiores crises políticas, com a
ditadura e o militarismo. O rock já havia passado por muitas mudanças e, por
conta dos problemas vividos no dia-a-dia, um dos temas mais retratados nas
músicas eram os temas urbanos. Além disso, músicas que falavam da vida
cotidiana também passaram a ser produzidas pelos cantores e compositores.
Nesta época surgiram como Ultraje a Rigor, Legião Urbana, Titãs, Barão
Vermelho, Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Blitz e Os Paralamas do
Sucesso.
A década de 1990 foi uma das piores para o país. O Brasil enfrentava
uma grande crise financeira e de inflação. Mesmo assim, fizeram sucesso no
cenário do rock nacional artistas que se destacavam por um estilo mais
independente, sem muita ligação com gravadoras.
A melhor opção para quem queria fazer rock, depois
do governo Collor, era ser alternativo. Em 1993, os
titãs tiveram a idéia de criar um selo, dentro da
gravadora WEA, destinado a gravar discos de bandas
novas (PICOLLI, 208, p.126).
O primeiro grupo a se destacar no país nesta época foi a banda mineira
Skank. O grupo fazia uma mistura de rock e reggae e obteve sucesso. Os anos
90 terminaram com o ressurgimento e uma nova visão do rock na mídia. Isso
foi provocado pelo sucesso de bandas como Charlie Brown Jr. e os
Raimundos. Em 2000, bandas como Bidê ou Balde e Cachorro Grande, que
tiveram início anos antes, conseguiram destaque com o lançamento de seus
discos e tiveram exposição na mídia. A década também foi marcada com o
surgimento de bandas como CPM 22, uma das primeiras bandas brasileiras
com o estilo hardcore melódico a chamar atenção. Também tiveram nomes
como Pitty e Detonautas Roque Clube. O rock nos anos 2000 foi se ampliando
e, com o passar do tempo, bandas como NXO e Fresno também se
destacaram no mercado músical. O estilo Happy Rock foi apresentado no país
pelas bandas Cine e Restart.
Com tamanha disseminação músical, o rock também sofreu suas
variações. O estilo passou a ser misturado e ganhou jeito específico de cada
região do país. A partir destas variações, surgiu o estilo classificado como poprock. De acordo com autores como Sílvio Anaz e Paul Friedlander, o estilo
surgiu como sendo exclusivo da cultura e mentalidade jovem que emergia
ainda nos anos 50.
O pop rock foi adotado por uma geração de
adolescentes que começava a colocar em questão
alguns dogmas da cultura dominante. Durante um
lento processo de desilusões, este novo grupo
reconhecido - os adolescentes – formulou questões
que uma década depois se tornariam gritos de protesto
(FRIEDLANDER – Rock and Roll: Uma história social,
p. 37).
Os escritores Larry Starr e Christopher Waterman, no livro American
Popular Music, consideram o pop rock como uma “variação do rock
representada por artistas como Elton John, Paul McCartney, Rod Stewart,
Chicago, and Peter Frampton”. De acordo com o livro, os anos 60 podem ser
entendidos como o ano do pop-rock.
Durante os anos 60, tornou-se casa para uma nova
onda de grupos de escritores de pop-rock. Estes
grupos trabalhavam freqüentemente com um número
de artistas, produtores e selos e conseqüentemente
puderam ter vários hits em posições simultâneas
(STARR E WATERMAN, 2006).
Para entender melhor o estilo músical e também as classificações de
determinados artistas, é necessário estudar o cenário de música local. No
Paraná, é importante conhecer o surgimento do rock. A capital Curitiba é uma
capital com muitas bandas de rock independente.
2.3.
MÚSICA INDEPENDENTE
O surgimento dos artistas independentes no Brasil pode ser considerado
a partir do final dos anos 70. “A cena do final dos anos 70, marcada pela
atuação do músico e produtor Antonio Adolfo e pela produção desenvolvida em
torno do Teatro Lira Paulistana (Sâo Paulo), a cena dos anos 90, impulsionada
pelo desenvolvimento das tecnologias digitais de produção e pelas estratégias
de terceirização das grandes gravadoras e o momento atual, de inédita
articulação da cena independente bem como de sua atuação autônoma em
diversos segmentos músicais” (VICENTE, EDUARDO, 2006, p. 01)
Sempre houve grande diferenciação entre as empresas. Aqui no Brasil,
seguindo a tradição norte-americana, estavam gravadoras de atuação
globalizada ou ligadas aos grandes conglomerados de comunicação existentes
no país. As grandes empresas, quando juntas, tendem a operar certa difusão
de alguns poucos artistas e álbuns (no caso, os blockbusters). Atualmente,
esse grupo é formado por empresas transnacionais Universal (França), Warner
(EUA), Sony/BMG (Japão/Alemanha) e EMI (Inglaterra), além da nacional Som
Livre – grupo que pertence à Rede Globo e foi criado em 1971.
Dentro dessa mesma tradição, o termo indies refere-se
às empresas de atuação predominantemente local,
vinculadas normalmente a segmentos músicais
específicos, que costumam atuar na formação de
novos artistas e na prospecção de novos nichos de
mercado (VICENTE, EDUARDO, 2006, p. 03).
Hoje o termo está mais delineado e pode se referir tanto a pequenas
gravadoras, quanto aos artistas que fazem seu trabalho de forma autônoma,
produzindo seus discos. Desta forma, os artistas passaram a trabalhar de
forma com que seu produto era feito, produzido e gravado por um selo
independente. Livre de qualquer grande gravadora. Com isso, foi criada uma
espécie de divisão do mercado. O meio músical estava dividido entre o das
grandes gravadoras e o dos selos independentes.
A expressão ‘independente’ pode ser utilizada para designar tanto o
músico que produziu seu CD em um estúdio sem grandes gravadoras por trás,
quanto por empresas que foram criadas a partir de investimentos de milhões de
reais. Em 1998 a Revista Veja publicou uma matéria que expunha alguns
aspectos do funcionamento dos artistas independentes.
O grupo baiano Jheremias Não Bate Corner é um caso
exemplar. No ano passado, seus três integrantes
romperam com os empresários, o cantor Netinho e seu
sócio, Misael Tavares. Detentores dos direitos sobre a
marca, Netinho e Tavares contrataram outros artistas e
montaram uma nova versão do Jheremias. A antiga
banda teve de mudar seu nome para Jammil e Uma
Noites. Essa nova forma de atuar permite aos
empresários um lucro bem maior. A cada show, eles
pagam aos artistas um cachê fixo, independentemente
do valor recebido pela apresentação. O cearense
Emanoel Gurgel, proprietário do Mastruz com Leite e
de outros oito grupos de forró, tem hoje um império
que inclui uma gravadora e uma rede de emissoras de
rádio. Gurgel fatura 15 milhões de dólares por ano,
enquanto alguns de seus músicos recebem 60 reais
por show (Revista Veja 28/10/1998).
O número de artistas independentes que utilizam da internet para a
divulgação e disponibilização de seus conteúdos tem se tornado cada vez
maior. Cada vez mais, a presença de uma plataforma que permite que o
trabalho tome proporções imediatas. Conforme Valério Cruz Brittos e Mateus
Gross do jornal Observatório de Imprensa escreveram em matéria publicada no
dia 25 de outubro de 2011, o mundo virtual pode ser considerado como o
primeiro e – até os dias de hoje – praticamente o único espaço onde a
comunicação possibilita às bandas independentes mostrarem suas músicas,
seu estilo e sua imagem. Isso porque o fenômeno da internet acontece em
proporções mundiais e em múltiplas plataformas de interatividade dentro da
própria internet.
Este cenário configura-se como um extremo
liberalismo músical, existindo empresas de diversas
dimensões e um processo concorrencial. No
capitalismo contemporâneo, onde a globalização é um
traço característico, o lucro não funciona bem quanto à
comercialização de álbuns, e sim, em termos de
vendas de shows. Contudo, no longo prazo o sistema
deve chegar a um quadro estável de funcionamento
deste mercado, assim como dos demais setores,
conformando-se mais claramente o modo de obtenção
de retorno comercial, já viabilizado pelas grandes
turnês, preferencialmente mundiais, envolvendo
omainstream, é claro (BRITTOS, VALÉRIO e GROSS,
MATEUS. 2011).
É em busca de tal visibilidade e tamanhas possibilidades, que a música
independente nos dias de hoje se faz mais presente na internet. Torna-se cada
vez mais fácil a divulgação online. Isso porque a resposta também é, em sua
maioria, mais rápida e eficiente.
2.4.
CENÁRIO LOCAL DE MÚSICA
No Paraná, o rock1 surgiu em 1960, com o Conjunto Alvorada. A banda
era formada por quatro mulheres. Outra banda que também ficou conhecida no
Estado pelo estilo e, posteriormente tornou-se uma das precursoras do rock no
Paraná foi A Chave, em 1969. A banda trocou de nome em 1979 e passou a
chamar Blindagem. A banda foi uma das que mais obteve destaque nos meios
de comunicação locais e nacionais.
Nos meses de setembro e outubro de 2001, o jornal Gazeta do Povo
publicou uma série de reportagens que contavam sobre a história do rock no
Curitiba, na década de 60. As matérias foram publicadas no caderno de cultura
do jornal, o Caderno G.
De acordo com a reportagem do jornal, havia grande dificuldade em
mostrar um som diferente do que já existia, no caso, um som autoral. Era difícil
fugir da MPB, que conquistava espaço com suas composições. Fazer música
era o mesmo que aparecer na televisão. O público foi amadurecendo os
pensamentos e, junto disso, começou a surgir a vontade de fugir do comum. O
rock ganhou espaço e ficou mais explícito, mais agressivo.
Mas no fim dos anos 60 e decorrer dos anos 70, houve grande mudança
no rock em Curitiba. O estilo passou a ser conhecido pelos curitibanos e, ao
mesmo tempo, o publico começava a aparecer em mais volume.
No final dos anos 70, início dos 80, surge o movimento
punk, orientado exclusivamente pela insatisfação dos
1
A definição do estilo músical rock pode ser encontrada no capitulo 2.1.1- História do gênero
rock, pop e pop-rock, página 6.
músicos com todo o cenário hippie e psicodélico
predominante. Esse novo movimento tornou o rock
mais rápido e agressivo, concentrando um grande
público. Com isso, o punk foi um grande conciliador do
público com a nova onda do rock que estava surgindo
(MEI, LEPREVOST, ONO LOR, 2009, p. 13 e 14).
Junto com o fenômeno do rock curitibano, começou a surgir então outros
estilos músicais como o punk rock. Em Curitiba, uma das bandas mais
conhecidas pelo estilo foi a Carne Podre. Com o final da década de 70, a
década de 80 pode ser considerada como o lançamento e surgimento de um
estilo novo e de grande porte, o pop2. “Nascia uma geração de múltiplas
facetas, ainda que boa parte dela perseguida pelo fantasma de estourar fora
daqui, o que resultou numa produção preocupada com o mercadão” (PERIN,
2001, Caderno G da Gazeta do Povo).
Com a chegada do pop, houve o fortalecimento de novos elementos. A
geração conhecida como pós-punk. Com a chegada dos anos 90, muita coisa
muda e os gêneros começam a ser mais conhecidos e utilizados pelos
cantores regionais.
A revista Veja3 publicou em 1998 uma matéria em que consideravam
Curitiba como a capital do rock (ROCHA, 1998). Curitiba foi comparada como
Seatle, a capital do rock nos Estados Unidos. Na época foi inaugurada, por
Helinho Pimentel (produtor músical e profissional reconhecido na área em
Curitiba e no Paraná), na capital a primeira TV a cabo do país dedicada
exclusivamente ao rock, intitulada como Estação Primeira. De acordo com a
reportagem, na época Curitiba tinha pelo menos 450 grupos de rock em
atividade e 46 deles com CD gravado (ROCHA, 1998).
Muitos artistas vêm aproveitando o rumo em que a internet toma para se
lançarem no meio. Cantores e bandas utilizam da plataforma da Web como
principal foco em seus projetos. Para tal conhecimento, é importante conhecer
qual o momento da internet vivemos, salientando a importância deste meio de
comunicação na atualidade.
2
Informações sobre o estilo músical POP estão no capítulo 2.1.1- História do gênero rock, pop
e pop-rock, página 6.
3
ROCHA, Jader, Revista Veja Cidades, Capital Pauleira. Acesso em 26/10/2012,
http://veja.abril.com.br/161298/p_113a.html.
É no cenário local de música curitibana que se destaca Mônica Bezerra.
A cantora tem seu estilo tomado pelo pop-rock, com toques de MPB. Sempre
de forma independente, a artista produz seus trabalhos em estúdios da capital
paranaense, longe dos selos das grandes gravadoras.
2.5.
MÔNICA
BEZERRA
E
A
PRODUÇÃO
DO
CD
Formada pelo Conservatório de Música Popular Brasileira de Curitiba
em canto e técnica vocal, onde também estudou leitura e teoria músical, violão
e piano, Mônica Bezerra fez da música o seu principal foco de vida. Desde
1997, quando descobriu seu lado músical, começou a procurar fontes de
especialização na área. Buscou se especializar e aprender todos os estilos
músicais. Da MPB ao rock.
Além disso, na busca por especialização, a cantora participa
frequentemente de Oficinas de Música e Workshops com diversos artistas,
músicos, fonoaudiólogos, professores de canto. Estudou Musicoterapia na FAP
(Faculdade de Artes do Paraná) por um ano. Graduou-se em Comunicação
Social - Publicidade e Propaganda (PUCPR - 2004) e foi locutora da rádio
Jovem Pan Curitiba por três anos. Atualmente, estuda Áudio e Produção
Músical na Áudio Wizard Curitiba.
Mônica canta profissionalmente desde 1999. A cantora trabalhou com
bandas Extromodos e Match (PR), Ilka Villardo (RJ), fazendo backing vocals e
gravando jingles. Como interprete, com voz e violão, já se apresentou em
muitos bares do Paraná, Santa Catarina e no Rio de Janeiro. A cantora
também foi bandleader de um grupo de rock e hoje, além do trabalho solo, é
vocalista da banda Nega Fulô, interpretando ritmos da disco music, soul e pop,
há dois anos.
Mas além das aulas e dos shows em festivais, teatros, casas noturnas,
eventos empresariais, hotéis, restaurantes, shoppings e bares, Mônica Bezerra
compõe. Com característica própria nas canções, melodias simples e
marcantes, a cantora faz de suas composições músicas que se tornam virais
quando ouvidas. As letras, sobre assuntos do cotidiano, com uma leve
pincelada de filosofia e tocada forte na interpretação, não fogem do padrão
estilístico da cantora, que tem influência de artistas como Ana Carolina, Marisa
Monte, Secos e Molhados, Mutantes, Rita Lee, Pato Fu, Paulinho Moska, Elis
Regina, Tom Jobim, Adriana Calcanhoto, Nando Reis, Djavan, Alanis
Morissette, Camille, KT Tunstall, The Beatles e Paul McCartney.
A cantora independente teve o primeiro registro de suas composições
em 2005, com a banda Trivolve, em Curitiba. Mais tarde, em 2008, gravou seu
primeiro EP solo, entitulado como Clichê. Em 2010, Mônica Bezerra gravou o
double Mútuo com a banda Trivolve. Mônica também foi uma das
organizadoras de um festival, intitulado como “Agora é que são elas”,
idealizado para homenagear grandes cantoras do Brasil como Maísa, Marisa
Monte, Elis Regina, Sandra de Sá. O festival, que aconteceu em dezembro de
2011, teve participação de outras sete cantoras.
Em maio a cantora passou pela fase de criação de harmonias músicais
para o seu próximo trabalho autoral. Mônica entrou em estúdio no primeiro
semestre de 2012, para gravar seu mais novo CD. O trabalho é o terceiro da
carreira e já está em fase de criação das harmonias músicais.
O CD será produzido por Tomás Magno. O produtor, conhecido no meio
de músical nacional e independente, já trabalhou com bandas curitibanas como
Terminal Guadalupe, Sabonetes e Anacrônica. No Brasil, Tomás já produziu
trabalhos de artistas como artistas como Skank, Raimundos, O Rappa, Frejat,
Maria Rita, Lenine e Preta Gil.
O disco vai ter dez músicas, com aproximadamente seis autorais. Além
disso, a cantora gravou uma música, que é versão da música Side, da banda
escocesa, Travis. A música foi traduzida por Bruno Sguissardi, da banda
Anacrônica. A produção desta música passou pela fase de autorização da
Sony, detentora dos direitos autorais, e foi liberada depois de pagamento dos
devidos direitos.
Os ensaios para a gravação começaram no mês de fevereiro, na Casa
de Rock Estúdio, em Curitiba. As gravações duram um pouco mais de dois
meses e, por ser fora de Curitiba, foram programadas. Mônica Bezerra deve
entrar em estúdio entre Abril e Maio de 2012. As gravações serão nos estúdios
Toca do Bandido, no Rio de Janeiro, e no Praia Bonita – estúdio do produtor
Tomás Magno, em São Paulo.
A banda que acompanha a cantora tem nomes que também são
conhecidos entre as bandas do cenário local. Marcelo França, baixista, e
Marcelo Bezerra – baterista e irmão da cantora – são da banda Anacrônica. O
trabalho teve também a participação do pianista Rodrigo Ribeiro, ex-integrante
da banda Fuja Lurdes, também de Curitiba. Todos estes músicos são amigos
próximos da cantora.
2.6.
INTERNET COMO PRINCIPAL MEIO DE DIVULGAÇÃO
A internet tornou-se cada vez mais um meio de comunicação com fácil
utilização e longo alcance. No começo pouco se falava sobre o impacto que
este significativo meio poderia causar nas grandes e já estabelecidas
gravadoras. Hoje, o que se vê, é que com o avanço desmedido e imediato da
internet, se tornou cada vez mais fácil produzir um material e obter êxito na
rede. Por isso há necessidade de tratar do assunto.
Com a chegada da rede em que todos estão acostumados, sites, redes
de relacionamentos e sites para compartilhamentos de vídeos, mais conhecido
como a Web 2.0, tudo mudou no mundo virtual. De acordo com uma
reportagem publicada na Time¹ (2006), estaríamos vivendo a terceira etapa da
Web. No início, a Web era apenas uma rede para compartilhamento de
pesquisa acadêmica, depois se tornou uma rede de empresas pontocom, e
posteriormente, virou uma ferramenta que une milhões de pequenas
contribuições feitas por pessoas comuns de modo que estas façam a diferença.
Eric Raymond escreveu no fim dos anos 1990 ‘A Catedral e o Bazar’,
que tratava sobre o modo de produção do sistema operacional Linux. No livro,
o autor defendia a tese de que para produzir um material e o mesmo ter
sucesso na rede não era tão difícil, já que existia baixa taxa de ruído em seu
desenvolvimento. Desta forma, sem hierarquias, nasceu a suposição de que tal
produção auto-organizada teria o potencial de desbancar grandes produções
hierarquizadas da grande indústria.
Mas, com toda essa liberdade e possibilidade de expansão de todo e
qualquer trabalho, a internet surge com um grande risco para os artistas, a
pirataria. “Tão corrente quanto o imaginário que liga a produção de software
livre ao comunismo, e as redes de parceria ao potencial de derrocada do
sistema hierárquico, é o pensamento de que tais redes de compartilhamento de
arquivos se prestam unicamente à pirataria” (AUTOUN, PECINI. 2007, P. 05).
Lawrence Lessig (2005) se dedicou às questões ligadas ao direito
autoral e ao consumo de bens culturais. O autor enumera quatro tipos de
comportamentos dominantes nas redes.
Primeiramente, pessoas que copiam as músicas em
vez de comprá-las; também há aqueles que usam as
redes legalmente, copiando algumas faixas – de
amigos, por exemplo – e, posteriormente, comprando
os CDs; em terceiro lugar, há pessoas que procuram
nessas redes conteúdo que, apesar de protegido por
direito autoral, não é mais vendido (o que, mesmo
assim, configura quebra de direito autoral, mas não a
perda de uma venda para a indústria); por fim, temos
os que copiam conteúdo livre, gratuito ou protegido
apenas por copyleft, sistema que permite a cópia
(AUTOUN, PECINI , Apud, LESSIG, 2005, p.82-84).
Desta forma, sentiu-se a necessidade de haver mediadores na Web. “De
modo genérico, o intermediário na rede será aquele que permite a alguém
encontrar o que deseja e atesta a credibilidade do encontrado [...] portais e os
mecanismos de busca ocuparão esta posição de intermediários entre dois nós
quaisquer. Filtram e facilitam o encontro”. (VAZ, 2000, p.12).
Sendo assim, qualquer usuário poderia colocar um novo produto na
rede. Mas o crescimento e a popularização deste produto depende do que é
esperado pelo público, da mesma forma que acontece nas mídias como TV,
rádio e até mesmo no cinema.
[...] um modelo de comunicação em rede,
feito de forma aberta e distribuída por
milhares
de
participantes,
tende
à
homogeneidade (MARTINS, 2006, p.111).
Os produtos devem ser diferentes do comum, para não se disseminar na
Web e não conseguir nenhum êxito. Seguindo o padrão de divulgação e
compartilhamento, está o site YouTube. “A interface do YouTube também
apresenta diversos recursos que facilitam as ligações dinâmicas de um vídeo a
outro, por meio de tags, palavras-chave que designam o vídeo por diferentes
características que facilitem sua indexação em uma multiplicidade de arquivos.
De acordo com Alex Primo (2006, p.4), o processo é chamado “folksonomia”,
classificação taxonômica feita “de baixo para cima”, pelos próprios usuários”
(AUTOUN, PECINI. 2007, p. 11 e 12).
Este recurso de separação por gostos e preferências faz com que o site
se torne de fácil utilização. Com isto, os usuários podem ter acesso à um
conteúdo que pode ser recebido por indicação ou até mesmo por simples
busca. O fato é que com a mudança e a modernização de sites como o
Youtube, os recursos se fazem transferíveis, desta forma se um usuário se
interessa por determinado vídeo listado por um participante, há grande chance
de que ele se interesse por outros de sua lista.
É no fato de abrir os gostos para algo novo e diferente que faz da
internet um grande meio de divulgação de novos cantores e bandas
independentes. Um exemplo disso é a música Oração, do grupo intitulado
como a Banda Mais Bonita da Cidade. O grupo, independente e sem nenhum
apoio de grandes gravadoras, colocou na rede, mais especificamente no
Youtube um vídeo da música que obteve grande número de acessos e se
tornou fenômeno na internet em pouco tempo. O vídeo teve, até 02 de abril de
2012, 9.744.349 visualizações.
A banda ganhou repercussão nacional e em pouco tempo todos
estavam comentando sobre o assunto. Em uma matéria publicada no site G1
Paraná (2011), o grupo é denominado como exemplo de como pode funcionar
a internet.
Outro tipo de projeto colaborativo que pode ser considerado como forte
ajudante na divulgação de um artista são as redes sociais e a eficiência da alta
tecnologia que temos a disposição hoje em dia. Através da informática de um
modo geral, a música se modificou e passou a ter maior poder. Junto disso, a
internet faz com que haja maior difusão do conteúdo disponibilizado.
Para já do que se trata é da possibilidade de os
processos de difusão e venda de música pelo
complexo industrial-cultural se reconfigurarem através
da plataforma digital que no limite acabará com o
formato dos discos que conhecemos (discos com um
conjunto pré-fixado de temas); cada consumidor de
música poderá fazer os discos com a música que
preferir (LOPES, JOSÉ. 1998, p. 01).
Através das ideias de José Lopes (1998), é possível identificar aspectos
que fazem com que a internet seja considerada um meio de comunicação
eficiente para novos projetos e conteúdos musicais. Isso porque nos aspectos
intrinsecamente musicais, pode-se dizer que a Web tem o mesmo efeito que o
Rádio e TV, somando o fato de que uma vez disponibilizado online, o conteúdo
permanece na rede e suas proporções são imedíveis.
Desta forma, muitos artistas vêm testando a capacidade da internet. De
certo modo, a busca pela internet se faz maior justamente pelo fato de haver
pequena oferta de locais para mostrar trabalhos autorais. “Com a pequena
oferta de locais para mostrar o trabalho autoral, o caminho escolhido pelos
músicos é a internet. Nesta plataforma, bandas iniciantes disputam os mesmos
espaços que outras já famosas e a liberdade é maior. Facebook, Twitter, site,
YouTube, My Space e outras ferramentas são requisitos básicos para quem
quer divulgar sua música” (PORTAL ÉSEU, 2012).
Praticamente tudo que é colocado na Web pode se tornar grande.
“Dessa forma, em vez de simulações sobre similaridade de gostos apenas por
cliques ou escolhas predefinidas em questionários, como indicavam ser os
primeiros esboços sobre cruzamento de interesses, pode-se construir
vizinhanças de gosto por meio da padronização (por meio de traduções e
aproximações) de palavras informadas livremente”. (AUTOUN, PECINI, Apud,
LIU ; PATTIE; GLORIANNA, 2007, p. 12)
Mas, ao mesmo tempo, é impossível ter noção do sucesso de um
produto na rede. O importante é realizar os trabalhos sempre de acordo com
um padrão novo, uma estética diferente do que já é feito. Por isso a internet se
torna cada vez mais uma forma de divulgação mais específica, atendendo um
nicho que pode ser o esperado.
Através do webdocumentário, foi possível elaborar um conteúdo
multiplataforma, onde texto, fotografia, áudio, imagem estática e em movimento
vão estar interligados entre as diversas micronarrativas conectadas. Sendo
assim, o receptor é quem fará as escolhas pelos diferentes caminhos, dando a
liberdade necessária para a compreensão sobre o tema.
Hipermídia é a maneira de se proporcionar uma
estrutura interativa e ordenada para a multimídia. A
hipermídia deve fazer com que o receptor sinta que
pode mover-se livremente pela informação, de acordo
com suas necessidades. A hipermídia deve conceder
essa liberdade ao autor e ao receptor (SEAMAN E
WILLIAMS, 1992, p. 305).
Tal interatividade possibilita a constituição do ciberespaço como território
para a circulação de informação, vinculado à produção de conteúdo, a partir de
um sistema descentralizado. O webdocumentário pode ser definido então como
uma maneira de aproximar o leitor do tema, permitindo maior contato com
pessoas envolvidas no processo e personagens. Desta forma, neste projeto,
tudo o que é feito tem a dinâmica e a possibilidade de poder ser atualizado
conforme a necessidade.
2.7.
PROBLEMATIZAÇÃO:
Com base nas informações já descritas, com a ascensão da internet, das
formas de divulgação imediatas, downloads e buscas online, produzir um CD,
do início ao fim, tornou-se fácil. Sendo assim, a divulgação e o lançamento de
um artista independente também ganhou maior espaço.
Então, como um webdocumentario que utiliza conceitos do jornalismo cultural
pode retratar a gravação do disco da cantora Mônica Bezerra?
3. OBJETIVO GERAL:
Apresentar, por meio de um webdocumentário, o processo de produção da
gravação do CD independente da cantora Mônica Bezerra.
4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Através do jornalismo cultural, abordar os bastidores de ensaios, gravações e
até mesmo da vida da personagem.
- Trazer informações sobre como é o meio músical independente.
- Refletir sobre a divulgação do material na mídia local, destacando a
possibilidade de revelar ao público um novo artista e auxiliar no lançamento de
seu produto.
5. JUSTIFICATIVA
O trabalho resulta em uma produção de um webdocumentário com foco
na produção de um disco independente. Ao analisar os meios de comunicação
e suas abordagens, foi possível observar que há pouco espaço quando se trata
de música independente. Quando o assunto é música local e os artistas do
cenário de Curitiba, é ainda menor a quantidade de informações. Faltam
informações e produtos que tratem do assunto. Além do mais, por tratar
sempre de artistas já conhecidos, com fama e premiados, artistas que ainda
estão em ascensão acabam esquecidos e é importante mostra-los.
Analisando os veículos de forma mais específica, nos jornais o espaço
curto e é, na maioria das vezes, destinado aos grandes lançamentos. Em rádio
e TV, os conteúdos são exclusivamente sobre artistas já consagrados. O
jornalismo cultural em si trata, em maior escala, de artistas do showbiz, que já
são conhecidos e renomados. Por isso, na busca por um espaço maior, resultase a escolha de um documentário. Sendo assim, haverá tempo e espaço
suficiente para retratar o que necessita. Além disso, o conteúdo exclusivo faz
com que haja necessidade de mostrar um pouco sobre as novidades do
mercado músical.
Haja vista a escolha por um webdocumentário, com o grande espaço
que há na internet nos dias de hoje, nada melhor do que se optar também pela
divulgação e lançamento deste produto na rede. Conforme matéria publicada
na Veja (2008), a internet é o local indicado para se lançar um vídeo de
visualização em massa. A revista destaca também que o portal YouTube
permanece na linha de frente, desenvolvendo modos de crescer e competir
com grandes televisões a cabo, já que, a cada minuto, oito horas de vídeo são
carregados
no
YouTube
(VEJA,
2008).
Por
isso,
torna-se
um
webdocumentário. Assim, com o grande avanço das redes sociais e da Web
2.0, poderá então garantir que o trabalho ganhe maior abrangência. “O
documentário produzido para a Web oferece ao usuário uma estrutura
multidimensional de informações interconectadas. Texto, fotografia, áudio,
imagem estática e em movimento, fazem parte de diversas micronarrativas
conectadas por links, permitindo ao receptor fazer escolhas, optar por
diferentes caminhos, dando liberdade para a compreensão sobre o tema”
(RIBAS, 2002, p. 05).
Por isso também se faz importante a discussão sobre cibercultura. Isso
porque o webdocumentário disponibilizado no espaço da internet permite que
haja maior interação e até mesmo recepção do conteúdo. Além da ideia Pierre
Lévy (2000, p.17), de que é possível entender que a cibercultura tem como
principal determinante o fato de ser um novo meio de comunicação.
As técnicas utilizadas para a produção do material serão as ofertadas
pelo Jornalismo Cultural, que permite maior valorização e aproveitamento do
conteúdo, já que a internet tem sido um dos principais caminhos para o estilo
jornalístico no presente (PIZA, 2011, p. 31).
A música local também é um dos focos do trabalho, destacando sua
importância. Como Curitiba é conhecida como a capital do rock no Brasil
(VEJA, 1998), é importante tratar dos artistas que aqui trabalham. Como
cantora, Mônica Bezerra já vem desenvolvendo seu trabalho em Curitiba há,
pelo menos, dez anos. A cantora está presente no cenário local e vive do seu
trabalho com a música.
Mônica também participa de eventos culturais locais, que prezam pela
música local e independente. Sempre trabalhando para aumentar a divulgação
e reconhecimento dos artistas de Curitiba. A cantora utiliza unicamente das
redes sociais para a divulgação de seus materiais. Além disso, Mônica também
aproveita de artifícios como o aplicativo Twitcam, da rede social Twitter, que
possibilita a interação via webcam online. Em suas chamadas já teve
visualização de mais de mil pessoas. Agora, com a gravação de seu novo
material solo e totalmente independente, é importante desvendar o que está
por trás de uma produção como esta.
Com o material dedicado exclusivamente à produção do material
independente da cantora Mônica Bezerra, será possível abordar de forma mais
específicas e densas sobre o tema. O objetivo é trazer à tona todas as
informações, caminhos e o que pode haver no percurso que vai além de um
lançamento de um CD. O foco é mostrar como uma cantora como Mônica
Bezerra, que tenta ganhar espaço no mercado da música, produz seu trabalho,
criando um único ambiente para tratar somente desse segmento.
6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para tentar entender o que se passa através do desenvolvimento
músical e dos meios de comunicação, que hoje se utilizam, em sua maioria, da
internet, um levantamento foi elaborado com o intuito de abordar algumas
teorias que sustentam os argumentos presentes no trabalho. Além de dar base
para as pesquisas e suas metodologias.
6.1.
Teoria de Cibercultura
O termo cibercultura, que foi definido por Pierre Lévy (2000, p.17),
traduz a teoria como o conjunto de elementos que se interligam através da
internet. Todo este envolvimento se dá através de técnicas, práticas, atitudes,
modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o
crescimento do ciberespaço. Com isso, modifica-se a relação do homem com
seu meio. A partir desta teoria, é possível entender que agora há um
ciberespaço, virtual, que chega como um novo meio de comunicação, surgido
da interconexão mundial dos computadores (2000, p.17).
A cibercultura, ainda de acordo com a ideia de Lévy (2000, p.17), traz a
possibilidade de que seja entendido o meio cultural a partir das novas
tecnologias. A cibercultura cria novas condições e possibilita ocasiões
inesperadas para o desenvolvimento das pessoas e das sociedades (2000,
p.17).
O autor explica que a cibercultura se realiza e encontra-se sempre em
constante mutação. Desta forma, tudo é sempre desprovido de qualquer
essência estável. Mas, justamente, a velocidade de transformação é em si
mesma uma constante – paradoxal – da cibercultura. Ela explica parcialmente
a sensação de impacto, de exterioridade, de estranheza que nos toma sempre
que tentamos aprender o movimento contemporâneo das técnicas (LÉVY,
2000, p. 27).
Mas a cibercultura se intensificou mesmo a partir do início dos anos 80.
Neste período, começaram a se intensificar cada vez mais os casamentos e
misturas entre linguagens e meios. Estas misturas funcionam como um
multiplicador de mídias. Dessa forma, as mensagens produzidas eram híbridas.
Sendo assim, tornou-se possível encontrar seus conteúdos, além da internet,
em meios como os suplementos literários ou culturais especializados de jornais
e revistas, nas revistas de cultura, no radiojornal, telejornal, etc (SANTAELLA,
2003, p.26).
Desta forma, explicando que a cibercultura pode ser considerada como
um novo meio de comunicação, podemos também visualizá-la como a cultura
contemporânea. Essa cultura que sofre constantes mutações, conforme suas
mudanças que acontecem no cenário social, criando então uma nova forma de
cultura, conforme André Lemos (2001, p. 17).
As relações que existem entre a cibercultura, o ciberespaço e a
comunicação estão se tornando cada vez mais estreitas. Deste modo, tudo se
une e faz com que haja certa conexão. Isto acontece principalmente após a
década de 90, com o surgimento da multimídia, principalmente da internet
(2002. p. 25). “A internet encarna a presença da humanidade a ela própria, já
que todas as culturas, todas as disciplinas, todas as paixões aí se entrelaçam”
(LEMOS, p. 12).
O cenário passa então por uma mudança visível. A era da informação se
assume com autoridade, influenciando as formas de relacionamento da
sociedade de forma direta. Mas a ascensão desta sociedade em rede está
concentrada na informação e nas pontas do processo, ou seja, nas pessoas e
suas máquinas. O fluxo de informações trocadas é o centro do método, ou
seja, o homem é, ao mesmo tempo, causa e consequência de sua própria
evolução.
Então, a partir do pensamento de Pierre Lévy (2000, p.17), é possível
entender que a cibercultura tem como principal determinante o fato de ser um
novo meio de comunicação. Tornando então a grande possibilidade de
divulgação e realização na web. Junto disso, há também uma preocupação,
levantada por André Lemos (2001, p.12), que diz respeito a aparência da
identidade nas redes sociais. Tais elementos podem servir como garantia de
uma vaidade própria em sua visibilidade na rede. “A liberdade presente na
internet gera tanto situações positivas, quanto negativas no meio, pois nos
confrontamos à nossa própria responsabilidade” (LEMOS, 2001, p. 12).
Com os sites disponíveis na rede, hoje se tornou grande a possibilidade
de que a internet seja utilizada como principal forma de divulgação e
experimentação para novos artistas e produtos. Tudo isso faz com que a
sociedade se forme sem forma física.
Existem, hoje, inúmeros sites na internet para todos os
gostos e necessidades, desde portais de informações,
que muitas vezes substituem os periódicos matinais;
sites de marcas, produtos e serviços, utilizando a
grande rede para uma publicidade exacerbada; entre
outros endereços eletrônicos que contribuem e
facilitam a vida social. É a internet da colaboração
criativa e da inteligência coletiva (LEMOS, 2001, p.
13).
Além disso, o espaço da cibercultura permite que haja melhor
construção e adaptação do material através das informações fragmentadas. A
chamada hipermídia faz com que a organização mais articulada das
informações e do conteúdo obtenha níveis de aprofundamento que se
interligam. Permite que o receptor navegue entre o conteúdo e o entenda.
Hipermídia é a maneira de se proporcionar uma
estrutura interativa e ordenada para a multimídia. A
hipermídia deve fazer com que o receptor sinta que
pode mover-se livremente pela informação, de acordo
com suas necessidades. A hipermídia deve conceder
essa liberdade ao autor e ao receptor. (Seaman e
Williams, 1992 p. 305).
Sendo assim, a cibercultura pode fazer com que o conteúdo que se
disponibiliza no espaço seja uma maneira de aproximar o leitor do tema,
permitindo o contato com pessoas envolvidas no processo, através de
inúmeras formas.
6.2.
Documentário
O termo “cinema documentário” foi utilizado pela primeira vez pelo
escocês John Grierson. Ele criou a Escola Britânica de Documentários, a
primeira do mundo especializada no gênero cinematográfico. Grierson
contribuiu para a consolidação da linguagem documental e o reconhecimento
da produção fílmica enquanto algo autoral.
“O primeiro filme de que se tem notícia com
características do gênero documentário foi produzido
pelo cineasta Robert Flaherty, em “Nanook, O
Esquimó” (Nanook of the North, 1922), muito embora
há autores que considerem os primeiros filmes feitos
por Lumiére (a chegada do trem na estação, a criança
se alimentado) como filmes documentais. “Nanook”
narra a luta pela sobrevivência de uma família de
esquimós no Ártico e alcançou destaque por contar a
historia a partir das imagens naturais do meio em que
viviam os próprios esquimós”. (FERREIRA, 2008, p. 2)
Bill Nichols (2007) traduz a ideia de se fazer documentários como uma
das formas mais importantes de se mostrar o que os olhos podem ver, gravar e
até mesmo investigar. O cinema, em forma documentário, pode apresentar
caráter investigativo, que toma como abordagem o mundo real. Englobando
questões de cunho político, social, intimista, muitas vezes com reflexões
referentes à existência humana, os documentários podem trazer questões
ainda não destacadas em grandes blockbusters.
Os documentários utilizam-se, em sua grande maioria, de câmeras com
qualidade, mas a improvisação, imagens de arquivo, filmagens externas, são
base. Além disso, os chamados não-atores, apresentando sempre um ponto de
vista sobre o real, são o foco do conteúdo passado. Segundo Bill Nichols
(2007), “os documentários mostram aspectos ou representações auditivas e
visuais de uma parte do mundo histórico, eles significam ou representam os
pontos de vista dos indivíduos, grupos e instituições”. (NICHOLS, 2007, p. 30).
Os documentários contêm traços estilísticos distintos, mas não podem
ser tratados com distanciamento por completo do ficcional. Isso porque ambos
podem utilizar a fusão de estratégias e técnicas discursivas para criar um
diálogo coerente com a representação. De acordo com Nicolls (2007), os
documentários podem ser identificados com, pelo menos, seis agrupamentos
genéricos que formatam a história. Cada um com traços e formas distintos:
poético, expositivo, observativo, participativo, reflexivo e performático.
O documentário poético permite ênfase na exploração de associações e
padrões mais livres de imagens. Nesta forma de documentário tudo é levado
em conta, tudo importa, mesmo que não haja aparente coerência narrativa. Há,
portanto, uma ênfase no tom, na linguagem, no abstrato e em formas
aparentemente subjetivas. Os atores sociais funcionam em igualdade de
condições com outros objetos do filme. (NICHOLS, 2007, p.138).
Já a forma de documentário expositiva tem como estrutura apresentar
os elementos de forma argumentativa. Esta forma de documentário se dirige ao
espectador através de legendas ou de comentários com vozes. Tais vozes
podem ser classificadas de duas formas: comentário com voz ‘de Deus’, onde
orador é ouvido, mas não é visto; comentário com voz da autoridade, onde
orador é ouvido e visto. O gênero expositivo coloca as imagens em segundo
plano e a ênfase recai exclusivamente na impressão da objetividade e do
argumento bem embasado.
Em sua terceira classificação, Nichols, traz à tona o sub-gênero
observativo. Nesta forma de documentário temos uma proposta de inovação.
Neste modo, os diretores capturariam fielmente os fatos da vida cotidiana no
momento em que acontecessem.
Com isso, de acordo com Nichols, o
resultado “é o rompimento com o ritmo dramático dos filmes de ficção, às vezes
apressada, das imagens que sustentam os documentários expositivos ou
poéticos”. (NICHOLS, 2007, p. 149).
O quarto sub-gênero de documentário, o participativo, estabelecido por
Nichols traz a vivência do cineasta em determinado meio social, que origina
obras específicas. Nesta forma de documentário, o diretor, se torna um agente
ativo nos ambientes que pretende retratar. Este tipo de obra oferece a ideia de
que é para o cineasta “viver” determinada situação e apresenta uma nítida
colaboração entre diretores e atores sociais envolvidos nos temas abordados.
O sub-gênero reflexivo traz uma construção do discurso já centrado na
relação entre cineasta e espectador, respectivamente. De acordo o modo
apontado por Nichols, o desenvolvimento da narrativa se faz a partir da
utilização das técnicas de montagem que propiciem impressões acerca do
tema exposto, trazendo à tona uma reflexão sobre os processos de edição que
desencadearam tais impressões. Nichols (2007) classifica o gênero como um
dos mais eficientes, “o gênero reflexivo é o mais consciente de si mesmo e
aquele que mais se questiona” (NICHOLS, 2007, p. 149).
O último sub-gênero de documentários, o performático, faz uma
analogia ao documentário poético, segundo Nichols (2007). Este gênero
apresenta questionamentos acerca do que, a partir do produto, pode ser
considerado conhecimento ou não. Desta forma, partindo do princípio que um
mesmo objeto pode representar, ou significar, diferentes coisas, para diferentes
pessoas. Com isto, o cineasta se utiliza de sua sensibilidade para provocar o
espectador.
Tais estratégias e sub-divisões das diferentes formas de documentários
têm suas peculiaridades de acordo com o contexto e até mesmo do
embasamento pelos quais estão incorporadas. Portanto, entende-se que o subgênero observativo deverá servir de base para a produção deste trabalho,
assim como a elaboração de seu conteúdo sobre os recursos discursivos
presentes. Utilizando sempre de suas células imprescindíveis para a
compreensão
da
construção
do
pensamento
estruturado
do
cinema
documentário.
6.3.
Webdocumentário
Aproveitando da internet como principal plataforma e meio de
divulgação, a escolha pela junção de documentário com a web torna-se fator
primordial. Obtendo assim maior nível de abrangência e também espaço.
Quando trata-se de webdocumentário, mais especificamente de web,
determinadas características, como a permanência dos conteúdos e o
armazenamento ilimitado, sugerem modificações na hora de produzir e publicar
informações para a Web. Junto disso, o poder de produção é maior e há
também espaço mais aproveitado. De acordo com Díaz Noci (2005), o
jornalismo interpretativo se beneficia com o ambiente virtual. Especialmente
com a hipertextualidade.
A produção do webdocumentário faz com que o espaço seja
diferenciado. Barbosa (2004), colocando suas teorias apoiadas em Manovich,
diz que as bases de dados são espaço de inovação e desenvolvimento de
novos gêneros, híbridos entre gêneros e incremento dos gêneros tradicionais.
Desta forma, pode-se classificar um webdocumentário como um produto de
gênero próprio. Pois, da mesma forma que compartilha alguns modos de como
se relaciona com critérios de outros produtos, o conteúdo é absolutamente
particular no conjunto.
Mesmo com a ideia de independência do webdocumentário, é possível
obter retratos das ideias de Nichols (2005) com relação à interação obtida
através do webdocumentário. Embora o conteúdo esteja disponível a inúmeras
possibilidades de entendimentos e absorção de diversos níveis, baseia-se
numa interatividade limitada por um roteiro. Sendo assim, a autoria não é
diluída, pelo contrário, é fundamental, pois a coerência e a construção do
roteiro estão sob o ponto de vista do autor. Sendo assim, volta-se às ideias de
Nichols (2005), quando diz que o mesmo encoraja uma crença de
autenticidade
(trabalhando
com elementos da
realidade
em que
se
representam) ao mesmo tempo em que assume um ponto de vista, uma
argumentação, busca convencer da validade de sua “opinião”, ou seja, o
público reconhece o posicionamento.
O webdocumentário busca, a todo o momento, a imersão do usuário.
Com isso é possível que, em um determinado campo de recepção, o mesmo
‘se transfira’ para a ambientação do produto e haja maior interação. Da mesma
forma se dá a linguagem do webdocumentário, que busca pela caracterização
de uma linguagem multimídia, abordando então uma hipermídia cujo suporte é
a Web.
Unindo texto, foto, áudio e vídeo, os webdocumentários estão
classificados como uma espécie de “matéria fria”, que não é factual. Sendo
melhor visto como um espaço de publicação online dos especiais. Esta
classificação é melhor destacada por Mielniczuk (2003)
Os especiais, embora possam ser também matérias de
destaque na edição, na maioria das vezes, refere-se a
material informativo mais extenso, elaborado com mais
tempo e que ocupam seções específicas do webjornal.
(MIELNICZUK, 2003, p. 52).
Portanto, o conteúdo pode se definir entre dois tipos de especiais:
matérias de destaque (aqueles que são elaborados sem tratamento distinto
quanto ao arquivamento) e os especiais (produtor cuja disponibilização é
permanente e cumulativa, que utilizam com mais frequência da memória,
hipertextualidade e multimidialidade). Com isso, o webdocumentário pode
receber como classificação a segunda definição.
Além
disso,
Machado
(1997)
defende
o
fato
de
que
os
webdocumentários unem e aproximam o receptor do conteúdo, fazendo com
que o mesmo se sinta parte da construção. O autor também explica que se
tornou comum a interação entre o receptor e as pessoas envolvidas no
processo através de e-mail, chats, comentários e até mesmo contato via
telefone. Isso faz do webdocumentário algo distinto do documentário em vídeo,
porque constitui uma audiência que permite que o usuário tenha um outro nível
de experiência, que estabelece uma situação interativa.
6.4.
Webdocumentário
jornalístico
e
as
relações
com
a
Comunicação Dirigida
Este webdocumentário é um produto jornalístico que utiliza de
elementos da comunicação dirigida para destacar o foco e o personagem
principal. Isso porque em todo o decorrer da produção, o personagem principal
guia o vídeo, mas, em compensação, foram feitas entrevistas para distanciar
ainda mais de um material de comunicação dirigida. As produções audiovisuais
utilizadas na comunicação dirigida auxiliar de uma empresa, banda, artista e
até mesmo profissionais, são chamadas de vídeos institucionais. Mas nos dias
de hoje o termo institucional vem acompanhado de muitos significados, todos
passíveis de entendimentos diversos.
Steffen (2007) constitui que institucional é uma área das relações
públicas, que trabalha para estabelecer e instituir formas sociais especificas de
garantir a continuidade do sistema social organização-públicos. De acordo com
o autor, isso está atrelado ao mecanismo da comunicação, que acontece de
acordo com os interesses e necessidades da sociedade, que passa por
mudanças a todo o momento.
Kunsch (2002) afirma que a comunicação dirigida nada mais é do que a
comunicação segmentada e direta com os públicos específicos que a empresa
ou o produtor pretende atingir. Desta forma, cabe ao comunicador informar o
público-alvo de um modo que este público absorva as informações
transmitidas. Sempre permitindo que o receptor forme sua opinião a partir de
tudo o que ele viu e ouviu. Nesse sentido, Moutinho (2000) argumenta que a
comunicação dirigida procura cada vez mais por novas tecnologias de
informação. “O vídeo institucional pode ser considerado como um dos veículos
mais importantes entre a empresa e seus vários públicos, pois tem um grande
poder de atração para todos os tipos de audiência” (MOUTINHO, 2000, p. 4).
Por conta da visibilidade e difusão que os vídeos institucionais
apresentam, as empresas têm utilizado as técnicas da comunicação
institucional para promoverem suas imagens organizacionais.
Fazer comunicação institucional é mostrar o lado
público das empresas privadas, ou seja, compartilhar e
difundir informações de interesse público sobre as
filosofias, as políticas, as práticas e os objetivos das
organizações, de modo a tornar-se compreensíveis
essas propostas (FONSECA, 1999, p. 140).
No caminho da explicação estrutural dos vídeos institucionais, Fortes
(2003) defende a ideia de que cada elemento de comunicação dirigida tem uma
linguagem própria, ou seja, é produzida ao público receptor especifico, tanto
nos termos, quanto na sua linguagem, nas imagens e até mesmo no feedback.
Isso faz com que os vídeos se assemelhem e até mesmo se aproximem dos
conteúdos jornalísticos. Isso porque o material é feito para informar sobre
alguma coisa, para tratar de um tema especifico e até mesmo discutir um fato.
O objetivo é fazer com que o público se sensibilize
com a mensagem, reflita sobre ela e, aos poucos, se
motive e forme sua própria opinião em relação ao
assunto, tomando, afinal, a decisão esperada,
favorável aos objetivos de uma campanha (FRANÇA e
LEITE, 2007, p. 48).
Partindo da ideia de que a intenção do vídeo institucional é informar e a
de um webdocumentário jornalístico também é a de informar, Zanetti
estabelece uma singularidade dos vídeos institucionais. Isso para explicar que
há uma diferença entre ambos. “Funcionam como um cartão de visitas,
apresentando sua filosofia de trabalho, missão, valores, ramo de atuação,
reforçando a imagem e o conceito do negócio” (2010, p.22).
Sendo assim, mesmo com a utilização de alguns elementos da
comunicação dirigida, que fazem com que o wedocumentário tenha em alguns
momentos aparência de institucionalidade, a diferença entre um vídeo
institucional e um webdocumentário jornalístico está no fato de que o
webdocumentário informa sobre um fato em si, conta uma história, mas se
isenta de evidenciar, destacar ou promover alguma coisa, já o institucional
pressupõe unicamente a promoção.
6.5.
Jornalismo Cultural
Muito se fala sobre a atuação do jornalismo cultural. No Brasil, o estilo é
discutido e analisado por profissionais da área a todo momento. O jornalismo
Cultural tem sua abordagem e linguagem diferente do comum noticiário do diaa-dia, através da subjetividade empregada pelos profissionais que o utilizam. O
jornalismo cultural, para Daniel Piza (2003), nada mais é do que um estilo de
texto dedicado à avaliação de ideias, valores e artes.
No Brasil, o jornalismo cultural ganha força no final do século XIX. “Dele
nasceria o maior escritor nacional, o nosso Henry James, Machado de Assis
(1839-1908), que começou a carreira como crítico de teatro e polemista
literário”. (PIZA, 2003, p. 16)
Mais no final do século XIX, o jornalismo começou a mudar e junto disso
o estilo da crítica cultural também passou por mudanças. A crítica – comum no
jornalismo cultural – passou a ser feita em periódicos. Com o passar do tempo,
quem continuou a desempenhar papel fundamental no jornalismo cultural foram
as revistas. Nestes produtos foram incorporados os tabloides literários
semanais ou quinzenais.
O jornalismo cultural se fazia através de ensaios, resenhas, críticas,
reportagens, perfis, entrevistas, além da publicação de contos e poemas. Mas
a crítica, segundo Piza, continua sendo um dos elementos mais importantes do
jornalismo cultural. “A crítica, claro, continua a ser a espinha dorsal do
jornalismo cultural, não só das revistas. Ela pode ser encontrada em várias
publicações específicas mundo afora” (PIZA, 2003, p. 28).
O autor retrata também o fato de que as seções culturais dos grandes
jornais continuam entre as páginas mais vistas e queridas. Mas, como se sabe,
tratar de cultura nos dias atuais é um exercício diferente do que se fazia há
alguns anos ou algumas décadas. “Assim, antes se entendia (e, por vezes,
ainda se entende) que há uma Cultura ‘alta’ e uma Cultura ‘baixa’, esta de
menor qualidade, compreendendo todas as criações populares, massivas e
mercantis como objetos que não mereceriam reconhecimento e análise de sua
importância nas práticas sociais” (MELO, 2010, p. 03).
Mas, ao mesmo tempo que a forma de se fazer jornalismo cultural teve
que se adaptar, com a chegada dos meios de comunicação em massa, o estilo
se beneficiou, de certa forma. “Os meios de comunicação potencializaram o
conhecimento do que era distante, iluminando e revelando diferenças que já
existiam, mas que eram dominadas por paradigmas totalizantes” (MELO, 2010,
p. 03).
Conforme cita Daniel Piza, a internet também tem sido uma das
principais peneiras para o jornalismo cultural. O caminho se tornou uma das
principais alternativas para o estilo. Mas, ao analisar o conteúdo jornalístico
cultural on-line, é possível verificar que o conteúdo existente nas versões
impressas é o mesmo. O que acontece é que o texto é transferido para o
ambiente virtual, sem que haja produção específica para a mídia Internet. Piza
explica este fato como um fenômeno que comum, já que ainda há falta de
espaço. “Incontestáveis sites se dedicam a livros, artes e ideias, formando
fóruns e prestando serviços de forma que a imprensa escrita não pode, por
falta de interatividade e espaço” (PIZA, 2003, p. 31).
Mas o fato é que o jornalismo cultural é uma das principais formas para
desenvolver qualquer debate sobre critérios de avaliação de um produto. O
meio cultural está cada vez maior e a diversidade precisa ser diferenciada para
apresentar sua relevância. Isto acontece, entre outras formas, através de
críticas e produtos do estilo jornalístico. O jornalismo cultural precisa estar
informado sobre diversos assuntos, pois é um meio eficiente de se lançar
novos artistas e produtos.
Ao procurar por notícias relacionadas a música nos cadernos culturais
dos jornais, sites e até mesmo programas de TV, o comum é encontrarmos
informações sobre artistas já conhecidos nacionalmente. Dificilmente o
jornalismo cultural trabalha com novidades e até mesmo artistas que estão
começando a carreira, sem ser conhecidos popularmente. Gadini (2007)
defende a ideia de que existem três elementos que contribuem para que isso
aconteça. O fato de cada vez mais haver a preocupação de divulgar eventos e
artistas como serviço e a notícia se converter em entretenimento; outro fator é
que na conversão da informação se prioriza o nome, a fama, o nível de
sucesso que determinado artista tem e, por último, a tradição do colunismo
social presente no jornalismo brasileiro, herdado parcialmente das revistas de
variedades.
Esses três aspectos não apenas sintetizam uma certa
tendência de parte do jornalismo cultural brasileiro
contemporâneo em reduzir a cultura à perspectiva do
lazer/entretenimento, como ressaltam o viés de
espetáculo que perpassa uma determinada expressão
cultural em sua estrutura de representação e
simultânea construção discursiva. Esse viés, contudo,
não é exclusivo, uma vez que essa mesma expressão
cultural – discurso, ‘produto’ e representação que
possibilita a instituição de outras relações sociais – é
forjada por uma série de aspectos que tensionam uma
visibilidade e potencial projeção de sentidos no
imaginário
coletivo
dos
leitores
ouvintes,
telespectadores ou internautas (GADINI, 2007, p. 01 e
02).
A partir disso, podemos dizer que a mídia ‘catalisa’ e define as atenções,
interesses e investimentos forjando uma cultura. Com isso é possível entender
que o jornalismo cultural reproduz modos de pensar e viver que, configurados
em um consumo fácil, não projetam muita possibilidade de transformações.
“[...] vivemos num mundo no qual a mídia domina o lazer e a cultura. A mídia é,
assim,
a
forma
dominante
e
o
lugar
da
cultura
nas
sociedades
contemporâneas” (KELLNER, 2001, p.54).
Com base nas informações de Kellner, Gadini defende o fato de
que, cada vez mais, o fio condutor dos cadernos de cultura parece atender às
exigências do showbiz cultural. Por isso, “em muitos casos, os próprios editores
acabam cedendo às pressões de agendamento e tematização das estratégias
de marketing e divulgação de seus produtos” (2007, p. 06). O resultado disso
são cadernos culturais que falam todos de uma mesma indústria cultural e
guias de lazer e entretenimento.
7. METODOLOGIA
Foram realizadas duas pesquisas, uma bibliográfica e outra quantitativa.
Cada uma com uma finalidade, mas juntas puderam deixar o trabalho completo
e fazer com que as ideias fossem melhores apresentadas.
7.1.
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
A primeira pesquisa se fez essencial para descobrir quais seriam os
trajetos percorridos para conseguir traçar o rumo do trabalho. Depois que
houve a decisão e melhor desenvolvimento do tema, foi pensado nos subtítulos
que deveriam ser colocados em discussão. Logo após, com tal a definição, foi
feito uma analise de quais autores que poderiam ser incluídos. Os tópicos
foram subdivididos em cultura, história dos gêneros músicais rock, pop e poprock, cenário local de música, internet como principal meio de divulgação,
jornalismo cultural, música independente e Monica Bezerra, respectivamente.
Para falar sobre a cultura, de forma geral, foram escolhidos dois autores,
entre eles Edward Palmar Thompson. O autor foi utilizado no trabalho por ser
um dos que trata do tema com melhor definição e abrangência. Foi com base
nas informações de Thompson que tornou-se possível encontrar outros autores
com pensamentos e teorias similares. Sobre a história dos gêneros musicais
rock, pop e pop-rock, as pesquisas sobre a música de uma forma mais
abrangente foram realizadas através do livro de Luciana Salles Worms e
Wellington B. Costa. Os autores publicaram, em 2002, um livro que trata sobre
a canção popular. Para dar continuidade aos gêneros propostos, foram
utilizados autores como Kid Vinil e Edgard Piccoli. Vinil publicou, em 2008, um
almanaque com sobre o rock e Piccoli também trata do tema.
Por não ter muitos autores que tratem sobre o tema, o cenário local de
música foi tratado com base nas informações veiculadas através de jornal
impresso, como a Gazeta do Povo e também a revista Veja. A relação da
internet como o principal meio de divulgação foi feita através dos conteúdos
encontrados em artigos. Alguns dos principais utilizados são dos autores
Henrique Autoun e André Pecini. Através dos artigos também tornou-se
possível a pesquisa por autores que tratam do tema. O tópico dedicado ao
jornalismo cultural foi produzido a partir das teorias de Daniel Piza. O autor é
considerado como especialista no assunto.
Para falar sobre a música independente, as pesquisas se fizeram
também por artigos de revistas como a Veja. Além disso, o cenário da música
independente, junto com o de música local, foram expostos por autores de
artigos como Eduardo Vicente. Como forma de finalizar a pesquisa
bibliográfica, foi realizada uma explicação de quem é a cantora Mônica Bezerra
e qual sua função no cenário de música local independente.
7.2.
PESQUISA QUANTITATIVA
Para ver as preferências das pessoas a respeito do tema proposto, foi
elaborada uma pesquisa quantitativa 4 Foi construído um questionário com
dezoito perguntas que, do dia 8 de Maio, ao dia 11 do mesmo mês, teve como
resultado 300 respostas. O objetivo foi o de descobrir qual é o público que se
interessa pelo tema e qual o foco que o produto deveria ter. Utilizou-se a
ferramenta Google Docs, conhecida por seu diferencial na produção de
enquetes online e também por ser uma ferramenta gratuita. O número de
respostas foi escolhido para melhor atingir o nível de público necessário.
Durante a elaboração do trabalho, houve a escolha por pesquisa
quantitativa, pela mesma, conforme diz o Ibope, ser a forma mais adequada
para apurar opiniões e atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados. Este
tipo de pesquisa utiliza de instrumentos estruturados, os chamados
questionários, e podem representar um determinado universo.
“Seu objetivo é mensurar e permitir o teste de
hipóteses, já que os resultados são mais concretos e,
consequentemente, menos passíveis de erros de
interpretação. Em muitos casos geram índices que
podem ser comparados ao longo do tempo, permitindo
traçar um histórico da informação” (IBOPE, 2012).
Para Minayo (1993), a pesquisa quantitativa é uma forma de se
aproximar de uma realidade. Portanto, através da pesquisa quantitativa, é
possível identificar focos. “É uma atividade aproximação sucessiva da realidade
que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados”
(MINAYO. 1993, p.23). Com isto, pode ser considerado como pesquisa
quantitativa tudo o que pode ser quantificável, ou seja, o que pode traduzir em
números, opiniões e informações. Isso porque depois de realizada, a pesquisa
pode ser classificada e analisada.
Para tanto, na construção da pesquisa quantitativa, é elaborado um
questionário. Oliveira (2005) define o questionário como um elemento que vai
permitir que o pesquisador conheça o seu objeto de estudo. Em sua
classificação, as perguntas podem ser simples, direcionadas para determinado
conhecimento ou abertos quando a resposta emite conceito mais abrangente.
Com base nas informações obtidas através dos autores
pesquisados, foram colocados em discussão temas que induziram a descobrir
itens como o objetivo das pessoas ao assistir um vídeo na internet e ver como
o publico recebe determinadas informações. A pesquisa também teve como
finalidade primordial descobrir se as pessoas utilizam da internet para assistir
documentários. Também foi abordado, de forma mais ampla, perguntas com
relação às redes sociais, que atingem grande nível de pessoas.
Como forma de finalizar, foi tratado sobre a cantora em questão, Mônica
Bezerra, para ver qual é o número de pessoas que já a conhece e qual o
publico que poderia a conhecer. O objetivo central da pesquisa, como um todo,
foi de analisar melhor o cenário a ser estudado.
7.3.
ANÁLISE DA PESQUISA QUANTITATIVA
Público
Para entender melhor qual o publico e o foco que o produto deve ter,
foram feitas perguntas com relação a idade, renda familiar e escolaridade. A
partir do resultado da pesquisa, foi possível identificar que no âmbito da idade,
o público-alvo será de adultos entre 18 e 35 anos (Gráfico 01). Mas os dados
mostram que se fizer junção entre idades, é possível ter maior abrangência do
produto.
G
R
Á
FI
C
O
01
Quanto a renda familiar, foi possível observar que há uma chance de
empate entre o publico que tem, por mês, uma renda que varia de 3 a 5
salários mínimos e os que possuem renda de mais de 6 salários. Mesmo com
pouca diferença, houve maior participação do publico com mais de seis salários
mínimos. Há possibilidade de fazer uma junção entre os dois primeiros.
Levando em conta o fato de que 4% das pessoas recebem menos de um
salário mínimo e 19% tem renda entre 1 e 2 salários. (Gráfico 02).
G
R
Á
FI
C
O
02
A escolaridade foi o último tema da pesquisa com relação ao públicoalvo. Com esta pergunta pode-se observar que o publico que está em um curso
superior se interessa mais pelo produto, chegando aos 35%. Também pode
haver junção entre superior cursando e superior completo, chegando então aos
59% do público. Mas, em compensação, houve um relevante número de
respostas de um público com ensino médio completo, de 17%. As respostas
com pós-graduação obtiveram 18% dos votos. Sendo assim, se fizermos uma
junção entre graduação e pós-graduação, podemos obter resultado ainda
maior, chegando então a 77% das respostas (Gráfico 03).
G
R
Á
FI
C
O
03
Internet e Compartilhamento
Pôde se observar que grande parte do publico, mais de 90%, utiliza da
internet para fazer downloads de músicas (Gráfico 05). O número, bastante
representativo, mostra a força que a internet tem nos dias de hoje. Quando
mencionadas as redes sociais, a resposta também foi forte com relação ao
Facebook. Mas como as redes sociais podem ser unificadas, se juntarmos
Facebook, Twitter (as redes que mais receberam votos), conseguimos atingir
mais de 100% do público. Além disso, o produto também pode ser divulgado
em outras redes como Tumblr e Orkut, que obtiveram 8% e 7%,
respectivamente (Gráfico 06).
G
R
Á
FI
C
O
05
G
R
Á
FI
C
O
06
Com relação ao tema, os internautas consideraram o fato de assistir a
documentário pela internet como algo positivo. De todas as respostas, 72%
disseram assistir aos vídeos e 28% se mostraram negativos (Gráfico 07).
Houve uma quantidade significativa de respostas com relação ao fato de
assistir até o final os vídeos disponibilizados na internet. 89% disse assistir até
G
R
Á
FI
C
O
07
o
fim
e
11%
disse
não
acompanhar
até
o
final.
(Gráfico
08).
G
R
Á
FI
C
O
08
O tempo aproximado de que cada vídeo deveria ter também foi uma das
perguntas. Através desta pergunta foi possível avaliar que os vídeos com mais
de 15 minutos tiveram boa aceitação, com mais de 80% de respostas. Também
houve empate entre vídeos com curta e relativa duração. Os vídeos com
aproximadamente 3 minutos e os com 10 minutos receberam a mesma
quantidade de votos, 17%. A opção dos vídeos com apenas um minuto
recebeu 12% dos votos. Sendo assim, através do resultado obtido, é possível
haver variação de tempo entre os vídeos. Ao ver as opções com mais
respostas, conseguimos chegar a conclusão de que o tempo de duração pode
variar entre 5 e 15 minutos, respectivamente (Gráfico 09).
G
R
Á
FI
C
O
09
A plataforma para a disponibilização dos vídeos, de acordo com o
publico votante, deve ser o YouTube. O site obteve 86% dos votos. As outras
plataformas tiveram porcentagens relativamente iguais. Em segundo lugar ficou
a opção de outras plataformas, com 7%. O Vimeo e as plataformas com Player
Próprio
obtiveram
4%
10).
G
R
Á
FI
C
O
10
Música e Documentário
e
3%
dos
votos,
respectivamente
(Gráfico
Como o tema central do produto é música, o tema não poderia ser
esquecido. Quando se perguntou ao público se havia ou não interesse pelo
tema, a resposta foi, praticamente, unanime. Das 300 respostas, 295 pessoas,
ou seja, 98% dos votos, disseram gostar de música. Apenas 5 pessoas, o que
representa 2%, disseram não se interessar pelo assunto (Gráfico 11).
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11
Quanto ao estilo músical, este se fez variado. Como a pesquisa foi
divulgada em redes sociais de diferentes pessoas – com seus respectivos
gostos músicais –, e-mails e através de indicações de amigos, o circulo de
pessoas se fez maior. Mesmo com tamanho nível de abrangência, dos listados,
o gênero que mais obteve votos foi o Rock, com 70%, seguido do gênero da
cantora Mônica Bezerra, o Pop-Rock, com 59%. As pessoas também
mostraram se interessar por músicas instrumentais. O gênero recebeu 33%
dos votos. (Gráfico 12).
G
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Á
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12
A internet se mostrou forte novamente em outro momento da pesquisa.
Quando perguntado sobre qual o meio mais utilizado para encontrar novos
estilos musicais, a internet voltou a mostrar a força que tem, com relação aos
outros meios. A resposta se fez quase que unanime, com 265 votos ou 88%.
Isto comprova que a escolha por webdocumentário pode ser a melhor solução
para se mostrar novo conteúdo de cantores independentes. Os outros meios
como jornal, TV, rádio, lojas de CD, indicação, amigos e outros não tiveram
mais de 4% (Gráfico 13).
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13
Para entrar no tema do produto e conseguir informações a respeito do
que poderia chamar a atenção do publico, depois de perguntar sobre música,
internet e interar sobre o que mais pode ser utilizado pelos internautas, a
pergunta base foi sobre os documentários. Primeiro procurou-se saber o que
interessa em produtos de cantores independentes. A intenção foi melhor
identificar objetos que podem ser colocados de melhor forma no documentário.
Entre os elementos destacados nesta questão, mais de 70% das respostas
foram com relação à música. O publico demonstrou interesse em conhecer e
ouvir música durante a exibição dos vídeos. Em seguida, com 140 votos e
47%, ficou a opção dos depoimentos durante o documentário. Com isso, há
possibilidade de fazer outra junção entre música e depoimentos. Também se
destacou o fato de que mais de 130 pessoas esperam ver bastidores (Gráfico
14). Outra pergunta foi aplicada com a intenção de descobrir se o publico se
interessa por documentários de música, na internet. Esta questão também
mostrou que a internet tem força. 85% das pessoas demonstraram preferir
assistir aos documentários disponibilizados em plataformas da Web. Dos 300
votos, apenas 45 pessoas disseram não ter interesse em documentários sobre
música (Gráfico 15).
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14
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15
Mônica Bezerra
Para finalizar a pesquisa, foram realizadas três perguntas que podem
ser consideradas de grande importância para a produção do webdocumentário.
A primeira foi produzida com a intenção de descobrir o quanto as pessoas
procuram por novos artistas nas redes sociais e se já descobriram algo novo
através deste meio. Das 300 respostas, 268 pessoas ou 89%, disseram já ter
conhecido algum artista ou música através das redes sociais. Este número
mostra que as redes sociais são importantes para a divulgação dos novos
artistas. Através deste meio pode-se obter grande desempenho (Gráfico 16).
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16
Logo após, a intenção foi identificar o quanto a cantora independente
Mônica Bezerra é conhecida entre o publico que respondeu ao questionário.
Mais de 70% das respostas foram negativas, ou seja, as pessoas dizem não
conhecer a cantora. Outros 24% responderam que já conhecem o trabalho da
cantora (Gráfico 17). Na última pergunta foi perguntado se as pessoas se
interessariam em conhecer o trabalho da cantora. O nível de interesse do
público em conhecer o trabalho desta nova artista foi de 80%, com 240
respostas positivas. Apenas 20% das pessoas se opuseram a não conhecer a
cantora e seu trabalho, o que pode ser visto como algo bom, já que houve
maior positividade (Gráfico 18).
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17
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18
Com base na pesquisa realizada, é possível identificar que o público
utiliza da Web sempre como maior elemento de comunicação e entretenimento.
A internet se mostrou forte em todo o decorrer da pesquisa. Em todos os
momentos foi possível identificar que, cada vez mais, as pessoas procuram por
novos artistas e conteúdos através da internet. Ao mesmo tempo, o publico
busca por novidades no mercado da música. Os estilos musicais da atualidade
ficam entre Rock, com 70%, e Pop-Rock, com 59%. Mesmo assim, as pessoas
se mostraram disponíveis para conhecer novos talentos e artistas, já que a
pesquisa obteve 240 votos positivos com relação a isso. Também foi possível
identificar pontos em que podem ser melhorados e melhor aproveitados em
documentários sobre música. Abordando o tema com mais ênfase e
aproveitando de depoimentos e da própria música. O fato de que as pessoas
não conhecem a cantora Mônica Bezerra pode ser bem aproveitado junto com
a ideia de que a internet é o principal meio que o publico utiliza para conhecer
novos produtos.
8. DELINEAMENTO DO PRODUTO
O webdocumentário é um produto audiovisual com aproximadamente 20
minutos que fala sobre a gravação do CD da cantora independente Mônica
Bezerra. O material traz o processo de gravação e se divide em outros dois
vídeos que tratam do mesmo tema, que é a música local. A intenção é destacar
a força que tem o cenário de música em Curitiba. O produto final será
divulgado no YouTube, em Março de 2013, juntamente com o lançamento do
disco. O disco da cantora Mônica Bezerra, até o fechamento deste trabalho e a
finalização das gravações, não havia recebido nome.
O delineamento do produto foi pensado ainda no primeiro semestre de
2012. A cultura musical em Curitiba é forte, por isso existem inúmeras bandas,
cantores e artistas de vários estilos, muitos independentes. Mas os artistas que
trabalham de forma independente nem sempre aparecem na mídia. Foi
pensando nisso, que houve a busca pela possibilidade de produzir um material,
em forma de documentário, que contasse a partir de uma cantora como
funciona o processo de gravação de um disco independente.
Sabendo que o material seria segmentado, se criou a possibilidade de
produzir um documentário para a internet, por ser o mesmo meio utilizado
pelos artistas, para informar sobre o tema música. Depois de saber que a
cantora Mônica Bezerra estava planejando entrar em estúdio para gravar um
novo trabalho, houve então o interesse por mostrar como funciona este
processo, do começo ao fim.
8.1.
Linguagem
Para a produção do webdocumentário, foi utilizada a câmera subjetiva.
Isso porque esta técnica de filmagem permite que os fatos que estão
acontecendo sejam mostrados em sua integridade. Como se a câmera fosse
parte do que está acontecendo. A câmera subjetiva permitiu também que
houvesse mais naturalidade ao trabalho, porque os momentos capturados não
foram posados, produzidos ou intencionais. Apenas mostra o que acontece.
Além da câmera subjetiva, o wedocumentário alterna com entrevistas
das pessoas que trabalham na produção do CD. Foram aproveitados também
momentos de descontração e de gravações na rua, com caminhadas até os
locais de gravação.
A linguagem foi abordada de acordo com o estilo da cantora e dos
entrevistados. Serão utilizados elementos que os definam, em especifico.
Sendo assim, a linguagem é atual, podendo conter gírias e até mesmo palavras
comuns nos dias de hoje.
8.2.
Pré-produção
O processo de gravação foi dividido, basicamente, em quatro grandes
blocos e locais: Os ensaios em Curitiba-PR, pré-produção em São Paulo-SP,
gravação no Rio de Janeiro-RJ e finalização em São Paulo-SP. A partir disto,
houve a elaboração das pautas e do planejamento de como seria produzido
cada gravação.
A primeira preocupação foi a construção das pautas e reuniões com a
cantora Mônica Bezerra. Para este trabalho foi reservado um período de uma
semana. Durante o processo, foi feita uma pesquisa sobre a vida da cantora,
os elementos que a fizeram se tornar artista, etc. Foi feita uma entrevista para
que mais tarde houvesse aproveitamento deste material para a elaboração do
roteiro das perguntas para as entrevistas oficiais.
A produção das pautas se finalizou no período reservado. Mas como o
planejamento das gravações foi sendo feito de acordo com a rotina da própria
cantora, muitas das pautas caíram, deram lugar a outras ou apenas foram
reconstruídas a partir do que pedia a situação. O imediatismo.
8.3.
Locais de gravação
As primeiras gravações oficiais foram feitas no Estúdio Casa de Rock,
em Curitiba, nos meses de Abril e Maio de 2012, onde Mônica Bezerra fez
todos os ensaios e duas fases da pré-produção do CD. Nestes foram gravados
somente o trabalho realizado.
Logo depois, no mês de Maio, em São Paulo, onde a cantora fez toda a
pré-produção do disco, foi feita a segunda série de gravações das imagens de
apoio para o documentário. Além de acompanhar a cantora nos ensaios,
também foi feito acompanhamento diário da rotina.
O estúdio Toca do Bandido, no Rio de Janeiro, foi o local onde a maior
parte das imagens do material foram produzidas. As gravações no local foram
feitas todas no mês de Junho. Como praticamente toda a gravação do CD de
Mônica Bezerra foi feita no local (foram gravadas as vozes, bateria, contrabaixo
e pianos) e o estúdio é conhecido no Brasil inteiro por ser de um famoso
produtor musical, chamado Tom Capone, a Toca do Bandido serve de base
para o documentário.
A finalização das gravações foi feita em Setembro, em São Paulo, no
estúdio Praia Bonita. Mônica gravou violões, parte de algumas vozes e também
sintetizadores. Em São Paulo também foi feita uma entrevista com o produtor
do CD, Tomás Magno.
8.4.
Produção
Para falar do processo de gravação do CD independente de Mônica
Bezerra, foram escolhidos personagens que fizeram parte do trabalho. Músicos
e o produtor. Isso pelo fato da proximidade com a produção e com a própria
cantora.
Primeiro foi feito o roteiro de perguntas, anexo ao trabalho4. Este
trabalho foi pensado e produzido em dois dias. O roteiro servia como base para
que todos os personagens entrevistados respondessem às mesmas perguntas.
A intenção era abordar ao máximo tudo o que fosse possível dentro do
contexto musical e de produção musical. Com isso, foi criada uma série de
perguntas base, de como funcionou a formação da banda, como foram os
ensaios, a pré-produção, o porquê das gravações serem no estúdio Toca do
Bandido. Também fizeram parte do roteiro elementos como contar quem é a
cantora, quem são os músicos e o produtor. Os entrevistados também falaram
de como é trabalhar com a cantora Mônica Bezerra. Além disso, foi utilizado o
cenário de música local – sempre focando no trabalho da cantora – e a internet
como elementos principais de um vídeo extra. Também foram colocadas
entrevistas com inserções sobre a produção, arranjos musicais, história e
composição de cada música escolhida para o CD. Sempre com bastidores do
que acontece durante as gravações, reuniões e ensaios. Houve também
perguntas que foram feitas a partir do desenrolar de cada entrevista. Ao todo
foram quatro entrevistados. Todos seguiram o mesmo roteiro.
As primeiras entrevistas foram feitas com a cantora Mônica Bezerra. Na
primeira serie de gravações o roteiro foi focado em sua vida pessoal. A cantora
falou sobre família, amigos, contou sua história. Também abordou as
dificuldades de trabalhar de forma independente e viver de música. A segunda
serie de gravações foi produzida em São Paulo, juntamente com a finalização
do trabalho da cantora. A entrevista foi feita no estúdio Praia Bonita, que serviu
4
O roteiro de perguntas segue anexo no conteúdo deste trabalho.
de cenário. Lá também foi produzido um roteiro de perguntas, desta vez no
sentido profissional. A cantora respondeu sobre o processo de gravação do
CD, o trabalho em si, as mudanças que houve no decorrer das gravações e a
expectativa.
Ainda em São Paulo, o produtor do trabalho de Mônica Bezerra, também
foi entrevistado. Tomás falou sobre o CD, sobre a cantora, sobre a banda
escolhida para trabalhar com Mônica e também sobre o cenário local de
música em Curitiba e a internet.
Além das entrevistas com a cantora e o produtor, que são duas pessoas
que definem o desenrolar da história durante o documentário, foram feitas
gravações com outros dois, dos três, músicos envolvidos no processo de
desenvolvimento do CD. Isso porque os músicos e o produtor estão envolvidos
no trabalho de forma que podem explicar melhor os detalhes sobre os ensaios,
as pré-produções e as gravações.
As entrevistas com os músicos foram feitas de acordo com a
disponibilidade de cada um. Para tanto, foram entrevistados os músicos
Marcelo Bezerra, que gravou a bateria das músicas; e Marcelo França,
contrabaixo.
8.5.
Pós-produção
Foram destinados um pouco mais de trinta dias para a edição e
finalização do documentário. Em um primeiro momento, para a edição, foi feita
a decupagem de todo o material gravado. Tudo foi assistido, selecionado e as
cenas importantes e necessárias, anotadas. Isto facilitou na formação de ideias
e sugestões para a criação do roteiro de edição. Também foi a partir da
decupagem, que as melhores imagens foram selecionadas.
Em seguida, foi montado o roteiro de edição5, que serviu para os três
vídeos do weddocumentário. Durante as edições, o roteiro sofreu alterações,
assim como em qualquer ilha de edição e produção, e acabou sendo alterado.
Ao todo foram criados três roteiros diferentes e o último destes o final. Isso
garantiu que o material fosse montado peça por peça, elemento por elemento.
5
O roteiro de edição está anexo a este trabalho.
A ideia principal do roteiro final foi de um documentário mais dinâmico,
sem muitas entrevistas. As informações também são passadas através das
imagens. Houve então a mistura dos trechos das músicas que foram gravadas
para o CD, junto disso se utilizou do processo de gravação das músicas,
sempre intercalando com as entrevistas e bastidores em geral.
8.5.1. Divisão dos vídeos
O material será disponibilizado em três vídeos diferentes, mas que
tratam do mesmo assunto e se completam. Isso porque a lógica de
webdocumentário permite que sejam disponibilizados quantos vídeos for
preciso para desenvolver a história. Foi pensado para poder passar mais
informações e até abrir espaço para discussões e apresentar fatos que o vídeo
principal não permitia, por falta de tempo.
O primeiro vídeo do webdocumentário, “Documentário Mais – A
gravação do primeiro disco de Mônica Bezerra” é o material em si, com 19
minutos e 30 segundos, este material apresenta a gravação do CD de Mônica
Bezerra e conta como foi todo o processo. Acompanha a cantora em todos os
momentos da produção, do começo ao fim.
Logo em seguida, a página será composta por dois vídeos extras. O
primeiro vídeo, “Documentário Mais – Quem é Mônica Bezerra?” fala sobre a
cantora Mônica Bezerra em si, a partir de entrevistas com músicos e uma
espécie de autobiografia. A característica deste vídeo é trazer apenas as
músicas cover interpretadas pela cantora, para ilustrar o conteúdo.
O segundo vídeo extra, “Documentário Mais – Viver de música e a
internet como divulgação” fala sobre viver de música e os artistas que utilizam
a internet como principal plataforma de divulgação. Este último material cria
uma espécie de discussão sobre como é trabalhar com música e também
permite que seja colocado em pauta assuntos como as dificuldades e tudo que
envolve o trabalho. Também gera espaço para uma discussão sobre como o
crescimento da internet favoreceu para que as grandes gravadoras pensem em
outras formas diferentes de divulgação, já que agora qualquer artista pode se
divulgar sem que precise pagar por isso.
8.6.
Trilha Sonora
Como o webdocumentário é focado em música e acompanha a
gravação de um CD, as trilhas sonoras foram todas escolhidas e colocadas de
acordo com o roteiro. Todas as músicas utilizadas foram as do próprio trabalho
da cantora Mônica Bezerra.
Além disso, a sonoplastia também utilizou de som ambiente. Conversas,
som das gravações, os ensaios e até mesmo o barulho dos carros na rua.
Os direitos das músicas foram cedidos para melhor aproveitamento de
todo o áudio capturado durante os dias de gravação. Mas a novidade é que
não são utilizadas as músicas prontas, em estúdio. Isso foi pensado com a
ideia de mostrar o trabalho como estava, em sua produção, com o produto final
chegando aos ouvidos do telespectador da mesma forma que os personagens
recebiam.
Outro fator primordial, é que o documentário se preocupa em não
entregar as músicas inteiras a quem assiste. A seleção das partes das músicas
utilizadas na trilha é feita de forma cuidadosa e minuciosa, para criar no
receptor a vontade de conhecê-las por inteiro.
8.7.
Identidade Visual
Na finalização do webdocumentário foram aproveitados alguns padrões
de estética visual já conhecidos e utilizados pelos profissionais da área. Um
dos elementos está presente logo no inicio, que é a logo criada para apresentar
o produto. Foi feita produção de arte visual.
A fonte utilizada no trabalho todo, de nome Agency FB, foi pesquisada,
escolhida e baixada especialmente para o webdocumentário. Isso por trazer
traços diferentes e ter aspecto visual diferente do comum utilizado.
Os créditos são disponibilizados de acordo com o padrão utilizado. Em
duas linhas, sendo o nome/cidade em letra maiúscula na primeira linha e,
abaixo, na segunda linda, a função/nome do local em letras minúsculas.
Como todo o material foi desenvolvido a partir das gravações do
processo de ensaios, gravações, viagens e bastidores, as imagens têm cara de
bastidor. Mas sempre tomando os devidos cuidados para utilizar, também, as
técnicas de filmagem essenciais como luz, controle de zoom, captação de
cenas rápidas, etc.
A edição se preocupou com detalhes de corte, finalização e também por
tornar o trabalho mais chamativo no sentido de dinâmica. Por isso foi feito, em
alguns momentos, a quebra da tela e também o uso de imagens para cobrir
entrevistas e momentos do trabalho. Também foram utilizados clipes das
músicas, durante o decorrer do documentário, que foram gravados em ensaios,
viagens e acompanhamento em geral.
8.8.
Custos
Alguns
investimentos
foram
feitos
para
que
o
documentário
acontecesse. Assim como a contratação de um jornalista, com valores
baseados na Federação Nacional dos Jornalistas6, a compra de equipamentos
de vídeo e suporte para captura completa. Além disso, como a produção toda
do material foi realizada basicamente em locais fora de Curitiba, três viagens
foram feitas, o que também gerou custos para a produção.
Material
6
Quantidade Custos
Jornalista
1
R$ 2.323,68
Câmera Canon SX30IS
1
R$ 1.400
Cartão de memória SD
4
R$ 130
HD externo 500GB
1
R$ 300
Acessado em 26/10, disponível em http://www.fenaj.org.br/pisosalarial.php#LON.
8.9.
Notebook
1
R$ 1.200
Viagens
3
R$ 2.000
Computador para edição
1
R$ 2.000
Finalização/edição
1
R$ 200
Gasolina
R$ 300
Alimentação
R$ 150
TOTAL
R$ 9.780
Viabilização
A forma de viabilizar o documentário, para que este seja exibido também
em salas de cinema de Curitiba, foi através da lei Mecenato, da Fundação
Cultural de Curitiba. O documentário seria inscrito no edital de Mecenato
Subsidiado. A lei é destinada aos agentes culturais iniciantes e não-iniciantes
como forma de garantir oportunidade.
Como os trabalhos inscritos devem conter e apresentar contrapartidas
sociais, o documentário pode ser visto como forma de retratar um cenário em
que muitas pessoas tentam conseguir espaço: A música independente. Curitiba
também é conhecida pela diversidade de bandas e qualidade musical.
O orçamento previsto do trabalho é de R$ 7.370,00 e isso pode ser outro
fator determinante para a viabilização através da lei. O valor máximo para os
trabalhos inscritos na lei Mecenato é de até R$ 44 mil para iniciantes, categoria
em que está o documentário.
8.10. Veiculação
A veiculação do produto finalizado vai ser feita pelo portal YouTube. O
wedocumentário será lançado junto com o disco e a previsão de lançamento é
março de 2013. O site foi escolhido pela facilidade de trabalhar com vídeos
novos e também por ser um dos mais utilizados para divulgar música no Brasil
e no mundo. Além disso, a cantora Mônica Bezerra sempre se preocupou e
optou por divulgar seu trabalho pela internet e o meio se mostra eficaz, no
sentido de maior abrangência e divulgação.
Para unir todos os vídeos em um só local, foi feita a escolha de criar
uma página para o weboducmentário no YouTube, que contenha todos os
vídeos. Assim, se torna possível também colocar vídeos em outros subgrupos
abaixo dos vídeos principais, que mostrem mais do trabalho da cantora.
Permanecendo reunidos em uma única página, com subdivisões. Assim, além
de as pessoas poderem assistir ao documentário e aos extras, também podem
conhecer um pouco mais sobre o trabalho da cantora. Isso faz com que haja
uma divulgação ainda maior do trabalho. A página, que ainda será criada, pois
o contrato de lançamento da cantora impede que isto seja realizado já, vai
receber
o
nome
de
‘MaisMonicaBezerra’,
ficando
então
no
link:
www.youtube.com.br/MaisMonicaBezerra.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto teve o intuito de confeccionar um webdocumentário, que se
destina ao cenário musical independente curitibano. Também trazendo a
novidade de um novo estilo, o soft-rock, que ainda é impossível defini-lo. A
ideia surgiu devido à falta de maior abordagem do tema através dos materiais
que já foram produzidos para o gênero independente que, atualmente, se
encontra em ascensão, mas que ainda luta por um espaço fixo e mais visível.
Para definir o tema, foi feita uma pesquisa bibliográfica, que resultou em
autores que falam sobre cultura de modo geral e também de cultura se
atrelando a música. A pesquisa também conta uma breve história dos gêneros
musicais rock, pop e pop-rock, para chegar ao estilo musical definido para o
trabalho, um estilo novo, que permeia entre todos estes: soft-rock. Também se
aborda o cenário de música independente e local. É na pesquisa bibliográfica
que é apresentada a cantora Mônica Bezerra, personagem principal do
trabalho. Junto disso também se fala de internet como meio de divulgação.
Para que fosse criado este material, com foco na música independente e
em um artista em específico, foi realizada uma pesquisa, que pôde ajudar no
sentido de trazer informações do nível de conhecimento do cenário local, sobre
a própria cantora e também informações técnicas de interesse do público em
geral a respeito de vídeos disponibilizados na internet. A pesquisa mostrou que
as redes sociais são grandes formas de se encontrar por artistas novos e que a
internet em si é hoje a plataforma mais utilizada para ouvir música. Também foi
possível reafirmar a ideia de que as pessoas não assistem aos vídeos
disponibilizados por inteiro e que optam sempre por opções mais curtas e mais
dinâmicas. Além disso, 70% dos entrevistados disseram que não conheciam o
trabalho de Mônica Bezerra e 80% afirmou ter interesse em conhecer.
Esses e outros resultados, encontrados nos gráficos, ajudaram a traçar
um perfil de pessoas interessadas no produto, como idade, gosto musical.
Também contribuiu com informações de complemento para duração dos vídeos
e até mesmo na edição do produto. A pesquisa também foi importante para
definir quais as redes sociais seriam utilizadas para a divulgação e
disponibilização do trabalho.
A teoria de cibercultura analisada contribuiu para reforçar o que foi visto
na pesquisa quantitativa. Isso porque a internet é hoje o meio mais utilizado
entre os artistas na divulgação de seus trabalhos. A partir da analise da teoria
foi possível entender o motivo disso para que o trabalho fosse feio partindo de
um embasamento correto e fixo.
A partir da análise dos fundamentos de documentário, as teorias
puderam mostrar rumos que o trabalho deveria tomar e qual modelo deveria
ser seguido. A teoria de Bill Nicholls (2007), que diz que os documentários são
divididos
em
seis
formas
distintas:
poético,
expositivo,
observativo,
participativo, reflexivo e performático, pôde mostrar qual destes métodos seria
utilizado. Partindo disso, se optou pelo documentário observativo, já que o
webdocumentário utiliza de artifícios para que seja mostrada a realidade, de
forma a não participar do que acontece, apenas mostrar.
Depois de definir qual gênero estilístico o webdocumentário utilizaria, foi
preciso conhecer as teorias de webdocumentário. A escolha foi tomada pelos
fatores de que a internet é um dos meios com mais força no âmbito de
divulgação e abrangência, e porque um webdocumentário, por estar na
internet, pode ter inúmeras facetas como a disponibilização de vídeos extras e
até mesmo unir com textos e outros conteúdos relacionados ao tema.
Foi
utilizado
dos
também
um
breve
embasamento
sobre
as
relações
webdocumentários jornalísticos com a comunicação dirigida. Para que não
houvesse duvidas a respeito do foco do trabalho.
As pesquisas sobre jornalismo cultural ajudam a mostrar que não existe
muita informação sobre o meio de música independente e do cenário local.
Muito se fala sobre os grandes artistas do showbiz, mas quando o assunto é os
que estão em ascensão, o tema é pouco tratado. Por isso, a teoria de
jornalismo cultural foi importante para embasar teoricamente a produção do
documentário.
No delineamento do produto houve a preocupação de explicar os
detalhes sobre o material, como pré-produção, produção e pós-produção. Isso
porque
as
gravações
não
foram
feitas
somente
em
um
local,
o
webdocumentário foi gravado em mais de quatro locações diferentes, o que
deu maior amplitude para o produto final. É o delineamento que define bem
como foi feito e qual é o resultado final do webdocumentário, que é o de contar
como é a produção de um CD de forma independente e também de mostrar um
artista novo, que tenta se colocar no mercado musical.
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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10. ANEXOS
11.1. QUESTIONÁRIO PESQUISA QUANTITATIVA
Idade
0 a 11 anos
12 a 17 anos
18 a 21 anos
22 a 27 anos
28 a 35 anos
Mais de 35 anos
Renda familiar
Menos de um salário mínimo
De 1 a 2 salários mínimos
De 3 a 5 salários mínimos
Mais de 6 salários mínimos
Escolaridade
Até o ensino fundamental
Ensino médio completo
Superior cursando
Superior completo
Pós-graduado
Outros
Gosta de música?
Sim
Não
Se sim, qual tipo de música você se interessa?
Rock
Pop-Rock
MPB
Sertanejo
Pagode
Axé
Forró
Instrumental
Gospel
Outros
Qual meio você utiliza, prioritariamente, para procurar novos estilos
músicais?
Internet
Jornal
TV
Rádio
Lojas de CD
Amigos
Indicação
Outros
Você se interessa por documentários sobre música?
Sim
Não
Se sim, assiste a documentários na internet?
Sim
Não
Se você assiste documentários pela internet, qual plataforma prefere?
Youtube
Vimeo
Player próprio
Outros
Você assiste vídeos na internet até o fim?
Sim
Não
Quando você assiste um vídeo na internet, quanto tempo costuma
acompanhar?
Aproximadamente 1 minuto
Aproximadamente 3 minutos
Aproximadamente 5 minutos
Aproximadamente 10 minutos
Mais de 15 minutos
O que prenderia sua atenção em um documentário sobre música e
artistas independentes?
História
Videografismo
Edição
Making Off
Depoimentos
Música
Como foi o processo de criação do CD
Como foi o processo de criação das músicas
Você faz download de músicas pela internet?
Sim
Não
Quais redes sociais você utiliza com mais frequência?
Twitter
Facebook
Orkut
MySpace
Linkedin
Tumblr
Outros
Você compartilha vídeos em sua rede social?
Sim
Não
Você já conheceu algum artista ou música pelas redes sociais?
Sim
Não
Conhece a cantora independente Mônica Bezerra?
Sim
Não
Se não, teria interesse em conhecer o seu trabalho?
Mônica Bezerra é uma cantora curitibana, que está gravando seu CD, com três
músicas autorais e uma versão. Seu estilo é o Pop-Rock, com toques de MPB.
Sim
Não
11.2. DIVULGAÇÃO DA PESQUISA NAS REDES SOCIAIS
A cantora Mônica Bezerra fez a divulgação e pediu para que seus
amigos respondessem a pesquisa. Através do pedido da cantora a resposta vai
de cerca de 100 pessoas.
A cantora de rock Mizuho Lin, também fez o pedido através da sua rede
social e, somente por este pedido, recebemos mais de 100 respostas.
A apresentadora do SBT, Fernanda Rocha, também contribuiu para o
êxito da pesquisa em sua rede social.
Agradecimento pela quantidade de respostas que a pesquisa recebeu.
Postado no dia 11 de maio de 2012, logo após a pesquisa ser finalizada.
11.3. ROTEIRO DE PERGUNTAS ENTREVISTADOS
1) MONICA (DEFEITOS E QUALIDADES)
2) FALE UM POUCO DE CADA MUSICO
3) COMO FOI O PROCESSO DE GRAVAÇÃO?
4) QUAL A SUA OPINIÃO SOBRE AS MÚSICAS? FALE UM POUCO DE
CADA UMA.
5) FAÇA UM BALANÇO DAS GRAVAÇÕES.
6) O QUE ESPERAM DO TRABALHO?
7) COMO É O CENÁRIO DE MÚSICA EM CURITIBA?
8) COMO É SER UM ARTISTA INDENDENTE? QUAIS AS
DIFICULDADES?
9) COMO A INTERNET PODE AJUDAR OU NÃO UM CANTOR OU UMA
BANDA?
11.4. ROTEIRO DE EDIÇÃO BASE
Inicio: Imagem do estúdio (só instrumentos) e. A fala explicando o nome da
música.
Abertura do Doc: música Mais e a "logo".
Ligação 1: imagens rápidas da montagem do estúdio
Mônica: entrevistas mescladas de quem é a Mônica (ela falando do inicio da
carreira e logo em seguida produtor e banda falando sobre a cantora) - ter falas
também de manias e outras coisas, não deixar somente elogios. - imagens de
shows e gravações
Banda: Mônica falando sobre cada um da banda ( mesclar com imagens deles /
dividir tela com todos da banda). Deixar os outros falarem dos outros músicos.
Cenário Local: Aproveitar o gancho que todos são curitibanos (entrevista com
todos sobre o cenário local) - imagens com shows na cidade e GC com
informações desses lugares
Independente/ dificuldade: Mônica falando da escolha de ser uma artista
independente e as dificuldades enfrentadas (nas dificuldades incluir fala de
todos)
Gravação: Mônica fala sobre a idéia de gravação do disco, falar que no inicio a
ideia era um EP e que foi amadurecido.
Tomas: Entrevista da Mônica sobre a escolha do produtor (imagens do Tomás)
Ansiedade: entrevista com todos sobre a ansiedade da gravação (imagens do
bastidor)
Imagem: imagens do estúdio
Processo pré gravacao: processo de ensaio, conciliar horário (imagens ensaio
Curitiba) deixar todos falarem. Se vc tiver colocar imagens deles tocando
músicas de outros cantores
Processo de gravação: fala de cada um sobre processo de gravação,
explicação (imagens da gravação) - maior parte do doc.
Escolha das músicas: fala (principal) Mônica sobre algumas músicas (as 4 que
você tem) a opinião dos meninos sobre as músicas. ( imagem ensaios fora do
estúdio)
Escolha Single: pq a escolha da música Mais
Balanço da gravação: entrevista com todos sobre como foi a gravação (imagem
estúdio)
Forma de divulgação: fala da Mônica e do produtor de como pretendem
divulgar, prazo (se tiver)
Internet: como a internet ira auxiliar no trabalho do Mais. Entrevista com todos
de como a internet pode ajudar ou não um artista músical
Expectativa: o que cada um espera com esse trabalho, onde querem chegar.
Não esquecer:
- Cg com nome dos lugares e músicos
- E certos momentos quebrar a tela clm outras imagens divididas para não
cansar
- Colocar trechos que misturem imagem com fala ou música no fundo
- Mesclar imagens do doc com brincadeiras de bastidores.
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