Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário de Gurupi Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal ANTONIO CARLOS MARTINS DOS SANTOS ÁCIDOS HÚMICOS, AMINOÁCIDOS E VITAMINAS NA QUALIDADE DE MUDAS DE ALFACE GURUPI - TO 2015 Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário de Gurupi Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal ANTONIO CARLOS MARTINS DOS SANTOS ÁCIDOS HÚMICOS, AMINOÁCIDOS E VITAMINAS NA QUALIDADE DE MUDAS DE ALFACE Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação em Produção Vegetal da Universidade Federal do Tocantins como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal. Orientador: Prof. Dr. Rubens Ribeiro da Silva GURUPI - TO 2015 À Deus, em primeiro lugar. Aos meus pais Antonio dos Santos e Ivanilda Martins Mundim e à minha irmã Nayara Martins dos Santos, sem esses pilares tudo seria nada! DEDICO. AGRADECIMENTOS À Deus pelas bênçãos derramadas em minha vida. Aos meus pais Antonio dos Santos e Ivanilda Martins Mundim por estarem sempre ao meu lado, me auxiliando e me apoiando durante os momentos de dificuldades, conquistas e alegrias. A minha irmã Nayara M. dos Santos, pelo companheirismo, conselhos e incentivo sempre mostrando-se disposta a me ajudar nas minhas decisões, não só agora mas como em toda minha vida. A minha família de Goiás e Bahia, que mesmo a distância, seja por telefone ou e-mails incluía em suas mensagens palavras de carinho e incentivo. Ao Profº. Dr. Rubens Ribeiro da Silva, pela paciência, orientação e ensinamentos no decorrer desses anos. Aos companheiros do Núcleo de Estudos em Resíduos Orgânicos NERO: Gilson, pela liderança e orientações não só na pesquisa, mas também na busca de melhorar como cidadão. Ao Paulo, Rubson, Robson, Moisés, Álvaro, Flávia, Luis, Andrei, Mohamede, Lara, Ana, Beatriz, Hugão, Adriana, Evandro, Micheli, Marclean. E em especial à Ângela pelo auxílio na fase inicial e laboratorial da pesquisa. Ao Carlos Eduardo pela ajuda na implantação e condução do experimento e ao Jefferson pela contribuição na redação científica. Obrigado a todos vocês pela dedicação e empenho no desenvolvimento deste trabalho. Ao técnico do laboratório de solos Túlio pelo acolhimento e fundamentos repassados. Aos demais Professores do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal pelos conhecimentos repassados ao longo desses anos. À Universidade Federal do Tocantins pelas contribuições, inclusive na realização deste trabalho. A turma 2013/2: Ananias, Carlos Augusto, Emerson, Gaspar, Dalmárcia, Mariela, Wembles e Prínscilla. Obrigado pelo apoio nas aulas e trabalhos. Aos Amigos e companheiros pra todas as horas, em especial: Rusleyson, Gabriell, Rayan, Carlin, Ellier, Magbis, Ary e Júnior Navarro (in memorian) pelo intermitente apoio e amizade fiel, que sempre levarei comigo. Sem esquecer dos Amigos da Liga Eike Batista: Rogera, Mutamba, Charlin, Igor, Juviano, Bachega, Wneguin, Colombo, Átila e Toshiba Ao CNPq, pela concessão de bolsa e recursos disponibilizados durante o período do curso de Pós graduação Stricto Sensu em Produção Vegetal da Universidade Federal do Tocantins. A todos que contribuíram para que eu pudesse subir mais esse degrau, não canso de agradecer. Muito Obrigado! RESUMO GERAL Os ácidos húmicos, aminoácidos e vitaminas podem promover resultados positivos no crescimento de plantas, porém, ainda são poucas as pesquisas que comprovam seus efeitos no desenvolvimento de mudas de alface, bem como a concentração ideal a ser utilizada. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de ácidos húmicos enriquecidos com fontes e doses aminoácidos e vitaminas na morfologia e qualidade de mudas de alface (Lactuca sativa L.). Para isso, foram realizados dois experimentos. Sendo o primeiro experimento conduzido em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. Os 17 tratamentos foram obtidos no esquema fatorial 3x5+2, em que o fator 1: os três aminoácidos prolina, glicina e betaína usados no enriquecimento de ácidos húmicos alternativos AH-Alternativos, e o fator 2: composto por cinco concentrações dos aminoácidos (0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 g L -1), mais dois tratamentos adicionais compostos pelo produto comercial Fertiactyl GZ ® e a ausência da aplicação de ácidos húmicos e aminoácidos. O segundo experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. Os 21 tratamentos foram obtidos no esquema fatorial 4x5+1. O primeiro fator foi composto pelo uso do AH-Alternativo (22 ml L-1) enriquecido com quatro vitaminas (A, E, B1 e B2), o segundo fator foi composto por cinco concentrações de cada vitamina (0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 g L-1) mais um tratamento adicional (ausência da aplicação de ácido húmico e vitaminas). A aplicação do Fertiactyl GZ® e de doses crescentes de aminoácidos+AHAlternativo promove incremento nas variáveis massa seca da raíz, diâmetro do colo, comprimento da raíz, massa seca da parte aérea, número de folhas e altura de plantas das mudas de alface. O uso de ácidos húmicos e aminoácidos promove melhorias no desenvolvimento e na qualidade de mudas de alface. A aplicação do AH-Alternativo promove a melhoria na morfologia e na qualidade de mudas de alface. A aplicação exógena das vitaminas A, E, B1 e B2 quando adicionada ao AH-Alternativo altera a morfologia e reduz a qualidade de mudas de alface. Termos de indexação: Lactuca sativa L., nutrição de mudas, fertilizante foliar, transplantio de mudas OVERVIEW Humic acids, amino acids and vitamins can promote positive results in the growth of plants, however, there are few studies that demonstrate its effects on the development of lettuce seedlings, as well as the ideal concentration to be used. Therefore, this study aimed to evaluate the effect of humic acids enriched with sources and doses of amino acids and vitamins in the morphology and quality of lettuce seedlings (Lactuca sativa L.). For this, two experiments were conducted. The first experiment was conducted in a completely randomized design with four replications. The 17 treatments were obtained in a factorial 3x5+2, and the first factor: the three amino acids proline, glycine betaine used in the enrichment of alternative humic acid HAAlternative, and factor two was composed of five amino acids concentrations (0; 0.5, 1.0, 1.5 and 2.0 g L-1), plus two additional treatments compounds Fertiactyl GZ® the commercial product and the absence of the application of humic acids and amino acids. The second experiment was conducted in a completely randomized design with four replications. The 21 treatments were obtained in a factorial 4x5+1. The first factor was composed by using HA-Alternative (22 ml L1) supplemented with four vitamins (A, E, B1 and B2), the second factor consisted of five concentrations of each vitamin (0; 0.5; 1.0, 1.5 and 2.0 g L -1) plus an additional treatment (without application of humic acid and vitamins). The application of Fertiactyl GZ® and increasing doses of amino acids + AHAlternative promotes increase in dry mass of root variables, stem diameter, root length, dry matter of the aerial part and number of leaves and plant height (PH) of lettuce seedlings. The use of humic acids and amino acid promotes improvements in the development and quality of the lettuce seedlings. Application of AH-Alternative promotes improved morphology and quality of the lettuce seedlings. Exogenous application of vitamins A, E, B1 and B2 when added to the AH-Alternative alters the morphology and reduces the quality of lettuce seedlings. . Index terms: Lactuca sativa L., nutrition seedlings, foliar fertilizer, seedling transplanting. SUMÁRIO INTRODUÇÃO GERAL....................................................................................................................... 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 13 CAPÍTULO I ..................................................................................................... 16 ÁCIDOS HÚMICOS E AMINOÁCIDOS COMO PROMOTORES DO DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ALFACE .......................................................................................... 16 RESUMO. ............................................................................................................................................. 16 HUMIC ACIDS AND AMINO ACIDS AS PROMOTERS OF DEVELOPMENT AND QUALITY OF LETTUCE SEEDLINGS ............................................................................................................... 16 ABSTRACT........................................................................................................................................... 16 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 18 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................................... 20 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................................... 22 CONCLUSÕES .................................................................................................................................... 29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 29 CAPÍTULO II .................................................................................................... 36 QUALIDADE E MORFOLOGIA DE MUDAS DE ALFACE EM FUNÇÃO DA APLICAÇÃO DE ÁCIDOS HÚMICOS ENRIQUECIDOS COM AS VITAMINAS A, E, B1 e B2..................... 36 RESUMO. ............................................................................................................................................. 36 QUALITY AND MORPHOLOGY OF LETTUCE SEEDLINGS DEPENDING ON THE APPLICATION OF HUMIC ACIDS ENRICHED WITH VITAMINS A, E, B1 AND B2 ................ 36 ABSTRACT ........................................................................................................................................... 36 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 38 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................................... 39 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................................... 41 CONCLUSÕES .................................................................................................................................... 48 REFEÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 489 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 55 LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO I Figura 1: Massa seca da raíz (A), comprimento de raiz (B) e diâmetro de colo (C) de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de Ácidos Húmicos e Aminoácidos. Gurupi-TO, 2015 ........................................................................24 Figura 2. Massa seca da parte aérea (A), número de folhas (B), altura da planta (C) de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de Ácidos Húmicos e Aminoácidos. Gurupi-TO, 2015 ......................................................27 Figura 3. Índice de Qualidade de Dickson de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de Ácidos Húmicos e Aminoácidos. Gurupi-TO, 2015 .....29 CAPÍTULO II Figura 1: Massa seca da raiz (C), comprimento de raiz (B) e diâmetro de colo (A) de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de Ácidos Húmicos e Vitaminas. Gurupi-TO, 2015 .............................................................................46 Figura 2: Massa seca da parte aérea (A), altura de planta (B) e número de folhas (C) de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de Ácidos Húmicos e Vitaminas. Gurupi-TO, 2015.…………………………………………..48 Figura 3. Índice de Qualidade de Dickson de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de Ácidos Húmicos e Vitaminas. Gurupi-TO, 2015 ……..50 10 INTRODUÇÃO GERAL A alface (Lactuca sativa L.) é uma planta anual, de clima ameno, que pertence à família Asteracea (Couto et al., 2015). Dentre as hortaliças folhosas, a alface é a mais produzida e consumida no mundo e no Brasil, correspondendo à 11% da produção brasileira de hortaliças, com cerca de 525.602 toneladas (Kozusny-Andreani & Andreani Junior, 2014; Couto et al., 2015; Blind & Silva Filho, 2015; HortiBrasil, 2015). Fato que torna esta cultura de grande expressão econômica e social, principalmente para pequenos produtores, sendo os principais fornecedores para o mercado (Freitas et al., 2013a; Izidório et al., 2015). No entanto, o êxito do cultivo desta hortaliça depende em grande parte da utilização de mudas de alta qualidade, tanto do ponto de vista nutricional, resistência contra os danos mecânicos no momento do transplante, boa capacidade de adaptação ao novo ambiente, quanto do tempo necessário à produção (Freitas et al., 2013b; Kozusny-Andreani & Andreani Junior, 2014; Couto et al., 2015). Assim, faz-se necessário considerar alguns cuidados, como as características do substrato, necessidades hídricas e a nutrição das mudas. Diante das exigências do mercado, em termos de quantidade e qualidade dos alimentos, tem-se procurado aprimorar a produção de mudas, com a introdução de novas técnicas de produção, que sejam ao mesmo tempo acessíveis às condições econômicas dos produtores. Assim, técnicas alternativas de produção e produtos promotores do crescimento e desenvolvimento vegetal são algumas das soluções para a obtenção de olerícolas de alta qualidade (Izidório et al., 2015). Dentre esses promotores de crescimento e desenvolvimento vegetal pode-se citar as substâncias húmicas, os aminoácidos e as vitaminas. Esses promotores possuem ação semelhante à dos hormônios vegetais e favorecem a expressão do potencial genético das plantas mediante alterações nos processos vitais e estruturais. Muitos desses produtos aumentam a absorção de água e de nutrientes pelas plantas, bem como sua resistência aos estresses hídricos, fazendo com que seu uso na agricultura seja crescente (Santos et al., 2013; Santos et al., 2014). 11 Dentre os promotores de crescimento citados, as substâncias húmicas não possuem características bioquímicas padronizadas, mas têm sido definidas como associações supramoleculares de moléculas orgânicas relativamente pequenas arranjadas basicamente por interações hidrofóbicas e pontes de hidrogênio (Zandonadi et al., 2014). As substâncias húmicas podem ser extraídas de diferentes fontes e separadas basicamente em três principais frações: ácidos fúlvicos, ácidos húmicos e huminas, sendo os ácidos húmicos, frequentemente, mais relacionados como a fração das substâncias húmicas de maior bioatividade. Essa característica pode ser definida como a capacidade de interagir positiva ou negativamente com plantas e/ou microrganismos, resultando em estímulo ou inibição de desenvolvimento vegetal (Zandonadi et al., 2014). Dentre os principais efeitos observados pela utilização de substâncias húmicas estão o desenvolvimento radicular, desenvolvimento foliar, aumento na absorção de nutrientes e regulação de enzimas importantes para o metabolismo vegetal, como por exemplo a H+-ATPase e nitrato redutase (Zandonadi & Busato, 2012; Zandonadi et al., 2013). Quanto aos aminoácidos, estes são moléculas essenciais ao metabolismo primário e secundário de plantas. As principais funções e benefícios atribuídos aos aminoácidos são: síntese de proteínas, precursor de hormônios vegetais endógenos, quelante de nutrientes, resistência ao ataque de pragas e doenças, resistência ao estresse hídrico, aumento da produção e redução no uso de fertilizantes, maior desenvolvimento do sistema radicular, maior tolerância a geadas e aumento do teor de sólido solúvel em frutos (Dario et al., 2014). Diferentemente, das substâncias húmicas que ainda se busca a comprovação e a regularidade da ocorrência de efeitos positivos no desenvolvimento das plantas, as vitaminas já são de funções conhecidas. De maneira geral, conforme Ting (1982), Meyer et al. (1973) e Sinha (2004), as vitaminas tem como funções como cofator enzimático (Vit. B1 ou tiamina); reações de oxidação-redução, através das coenzimas do FAD (Vit. B2 ou riboflavina); síntese de aminoácidos (Vit. B1, B2,) e germinação de grãos de pólen (Vit. A, B1, B2). Aumentando a eficiência das reações bioquímicas e assimilação de nutrientes (Floss & Floss, 2007). Contudo, o efeito da aplicação 12 exógena de vitaminas ainda é pouco conhecido, principalmente no cultivo da alface. Assim, a aplicação de promotores de crescimento como os ácidos húmicos, aminoácidos e vitaminas podem promover maior desenvolvimento do sistema radicular e parte aérea das plantas, possibilitando uma rápida recuperação das mudas após o estresse relacionado ao transplantio para o local definitivo (Izidório et al., 2015). Mostrando a importância de se estudar o efeito dessas substâncias em hortaliças. Assim, o objetivou-se com o presente trabalho avaliar o efeito de ácidos húmicos, aminoácidos e vitaminas na qualidade de mudas de alface (Lactuca sativa L.). 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BLIND, A. D.; SILVA FILHO, D. F. Desempenho produtivo de cultivares de alface americana na estação seca da Amazônia. Bioscience Journal, Uberlândia, MG, Brasil, 31, n. 2, p. 404-414, 2015. COUTO, A. L.; MOREIRA, D. A.; ARAUJO JUNIOR, P. V. Produção de mudas de cultivares de alface utilizando duas espumas fenólicas em Altamira, Pará. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável. Pombal, PB, Brasil, 10, n.1, p.201-207, 2015. DARIO, G. J. A.; DARIO, I. S. N.; VAZQUEZ, G. H.; PERES, A. R. Adubação foliar com produtos à base de aminoácidos e fosfito na cultura do arroz irrigado. Revista de Ciências Agroveterinárias. Lages, SC, Brasil, 13, n.2, p.119-129, 2014. FLOSS, E. L.; FLOSS, L. G. Fertilizantes organo minerais de última geração: funções fisiológicas e uso na agricultura. Revista Plantio Direto, Aldeia Norte Editora, Passo Fundo, RS, Brasil. ed. 100, 2007. FREITAS, G. A.; BARROS, H. B.; SANTOS, M. M.; , NASCIMENTO, I. R.; COSTA, J. L.; SILVA, R. R. Production of lettuce seedlings under different substrates and proportions of rice hulls. Journal of Biotechnology and Biodiversity. Gurupi, TO, Brasil, 4, n 3: p.260-268, 2013a. FREITAS, G. A.; SILVA, R. 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O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. Os 17 tratamentos foram instalados no esquema fatorial 3x5+2, sendo o fator 1 composto pelos três aminoácidos prolina, glicina e betaína usados no enriquecimento de ácidos húmicos alternativos AH-Alternativos, e o fator 2, composto por cinco concentrações dos aminoácidos (0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 g L-1), mais dois tratamentos adicionais compostos pelo produto comercial Fertiactyl GZ® e a ausência da aplicação de ácidos húmicos e aminoácidos. A aplicação do Fertiactyl GZ® e de doses crescentes de aminoácidos+AH-Alternativo promove incremento nas variáveis massa seca da raíz, diâmetro do colo, comprimento da raíz, massa seca da parte aérea, número de folhas e altura de plantas, bem como no desenvolvimento e na qualidade de mudas de alface. Termos de indexação: Lactuca sativa L., nutrição de mudas, fertilizante. HUMIC ACIDS AND AMINO ACIDS AS PROMOTERS OF DEVELOPMENT AND QUALITY OF LETTUCE SEEDLINGS ABSTRACT: humic acids in adequate concentrations and enriched with amino acids can promote development in lettuce seedlings. This study aimed to evaluate the effect of humic acid, amino acid sources and doses in the development and quality of lettuce seedlings (Lactuca sativa L.). The experiment was conducted in a completely randomized design with four replications. The experiment was conducted in a completely randomized design with four replications. The 17 treatments were installed in factorial 3x5 + 2, and 17 the factor 1 composed of three amino acids proline, glycine and betaine and used in the enrichment of alternative humic acid AH-Alternative, and factor 2, composed of five concentrations of the amino acids (0; 0.5, 1.0, 1.5 and 2.0 g L1), plus two additional treatments compounds Fertiactyl GZ® the commercial product and the absence of the application of humic acids and amino acids; The application of Fertiactyl GZ® and increasing doses of amino acids + AHAlternative promotes increase in dry mass of root variables, stem diameter, root length, dry matter of the aerial part, number of leaves and plant height as well as in the development and quality of lettuce seedlings. Index terms: Lactuca sativa L., nutrition seedlings, fertilizer. 18 INTRODUÇÃO A alface (Lactuca sativa L.) é considerada a hortaliça folhosa de maior importância na alimentação da população brasileira, tanto pelo sabor e qualidade nutritiva, quanto pela disponibilidade no mercado. É produzida, principalmente por pequenos produtores, sendo os principais fornecedores para o mercado (Freitas et al., 2013a; Izidório et al., 2015). No Brasil, existem atualmente cerca de 66.301 propriedades rurais produzindo alface comercialmente, sendo que 6% delas estão localizadas na região norte, fazendo com que essa cultura corresponda por 11% da produção total de hortaliças no país, com aproximadamente 4.908.772 toneladas (HortiBrasil, 2015). Em alface, o aprimoramento do sistema de produção de mudas é peça fundamental para o sucesso da atividade. Nesse sentido, Freitas et al. (2013b) e Silva et al. (2012) ressaltam a necessidade de obtenção de mudas de boa qualidade e vigorosas com adequado desenvolvimento e boa formação de sistema radicular, possibilitando maior capacidade de adaptação ao novo local após o transplante. A qualidade de mudas pode ser feita usando reguladores vegetais, biofertilizantes, bioestimulantes e fertilizantes foliares, dos quais pode-se citar o uso de substâncias húmicas, que são compostas por ácidos fúlvicos, húmicos e humina, que são componentes principais da matéria orgânica do solo (Silva & Mendonça, 2007), que podem influenciar diretamente as características morfológicas, fisiológicas e absorção de nutrientes pelas plantas. Os ácidos húmicos, que se constituem na fração reativa mais estável das SHs, são ácidos orgânicos com alto teor de anéis aromáticos e grupos funcionais hidrofílicos contendo oxigênio (Guerra et al., 2008; Lima et al., 2011). Embora a ação dos ácidos húmicos não estejam totalmente esclarecidas, estudos apontam para uma estimulação da atividade e promoção da síntese das enzimas H+ATPases da membrana plasmática, num efeito tipicamente auxínico, favorecendo o desenvolvimento do sistema radicular e o acúmulo de nutrientes (Silva et al., 2011; Zandonadi et al., 2014). Outra alternativa que pode promover melhoria da qualidade de mudas de alface é aplicação exógena de aminoácidos. Segundo Brandão (2007), a 19 utilização de aminoácidos vem aumentando na agricultura devido aos benefícios proporcionados às plantas. Os aminoácidos funcionam como ativadores do metabolismo fisiológico, podendo aumentar a percentagem de germinação, a produtividade, proporcionar raízes mais fortes e plantas mais vigorosas (Ludwig et al., 2011). As principais funções dos aminoácidos são a síntese de proteínas, precursor de hormônios vegetais endógenos, quelante de nutrientes, resistência ao ataque de pragas e doenças, resistência ao estresse hídrico, maior tolerância a geadas, aumento do teor de sólido solúvel em frutos e aumento da produção e redução do uso de fertilizantes (Dario et al., 2014). Dentre os aminoácidos, a glicina além de formar proteínas, clorofilas e atuarem na catalase e no fitocromo, participa também do metabolismo do nitrogênio (Taiz & Zeiger, 2009). A prolina, por sua vez, atua como importante cofator para a manutenção do equilíbrio potencial hídrico dentro da célula, levando ao alongamento celular, à medida que aumenta o turgor das células (Goulart et al., 2011). Nesse sentido, pesquisas avaliando os efeitos de ácidos húmicos e aminoácidos no crescimento de plantas vêm sendo realizadas. Hernandez et al. (2013) avaliando o uso de substâncias húmicas em alface observaram maior número de folhas nas plantas submetidas às concentrações de SH, além de uma redução no ciclo de produção. Rodrigues (2013) e Santos (2013) também observaram efeitos positivos na qualidade de mudas de alface com aplicação de fertilizantes foliares à base de substâncias húmicas (Fertiactyl GZ ® e fonte alternativa), observando incremento na matéria seca da parte aérea e das raízes das mudas. Bettoni et al. (2013) avaliando o uso do hidrolisado protéico contendo Glicina e Prolina, observaram que o hidrolisado elevou a produção de brócolis das cv. Fiesta e cv. Belstar. Desta forma, o uso conjunto de AH e aminoácidos para promover o desenvolvimento e a qualidade de mudas de alface, ainda demanda por definições das concentrações, bem como, esclarecer a intensidade de seus efeitos na fisiologia das plantas. Diante disso, objetivo-se com o presente trabalho avaliar o efeito de ácidos húmicos, fontes e doses de aminoácidos no desenvolvimento e qualidade de mudas de alface. 20 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade Federal de Tocantins (UFT), Campus Universitário de Gurupi, localizado na região sul do Estado do Tocantins. A classificação climática segundo Köppen (1948), é do tipo B1wA’a’ úmido com moderada deficiência hídrica. As mudas foram produzidas em casa de vegetação com cobertura plástica, laterais de tela de sombra 50%, em bandejas multicelulares de 128 células cada, preenchidas com substrato comercial Tropstrato® em mistura com casca de arroz carbonizada na proporção 1:1. A semeadura, da cultivar Elba, ocorreu colocando-se cinco sementes no centro da célula, a profundidade de 5 mm. O desbaste foi realizado aos sete dias após a germinação (DAG), mantendo-se uma planta por célula. O sistema de produção das mudas contou com a aplicação de ácidos húmicos (AH) suplementado com concentrações de aminoácidos (Aa). As bandejas foram mantidas sob irrigação diária, até a fase final de formação das mudas. As fontes de ácidos húmicos utilizadas para a realização do trabalho foram: Ácidos húmicos extraídos de composto orgânico alternativo (AHAlternativo) e produto comercial (Fertiactyl GZ®). A fração de AH alternativo foi caracterizada quantitativamente como: 10 g kg-1 de N e 25 g kg-1 de C orgânico. Os teores de carbono orgânico (CO) e nitrogênio total (N) dos ácidos húmicos foram determinados segundo Mendonça & Matos (2005). A segunda fonte de ácidos húmicos foi o produto comercial Fertiactyl GZ®, da empresa TIMAC Agro. É recomendado de 1 a 5 aplicações, em doses que podem variar de 2 a 3 L ha-1. A composição do produto Fertiactyl GZ® foi elaborada a partir das matérias-primas: Uréia, KOH e turfa como fonte de AH, AF e aminoácidos, contendo 130 g kg-1 de N, 50 g kg-1 de K2O e 50 g kg-1 C orgânico. Os AH foram aplicados em duas vezes via foliar, aos 7 e 14 dias após a emergência (DAE), com auxílio de um borrifador manual, aplicando aproximadamente 3,1 ml planta-1. A parcela experimental útil foi composta por 12 plantas. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. Os 17 tratamentos foram instalados no 21 esquema fatorial 3x5+2, sendo o fator 1 composto pelos três aminoácidos prolina, glicina e betaína usados no enriquecimento de ácidos húmicos alternativos AH-Alternativos (22 ml L-1), e o fator 2, composto por cinco concentrações dos aminoácidos (0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 g L -1), mais dois tratamentos adicionais, o produto comercial Fertiactyl GZ® na concentração de 22 ml L-1 e a ausência da aplicação de ácidos húmicos e aminoácidos. A concentração de AH-Alternativo utilizada nesta pesquisa foi baseada em resultados de pesquisas desenvolvidos por Rodrigues (2013) e Santos (2013). Os indicadores morfológicos para o desenvolvimento das mudas avaliadas aos 21 dias após a semeadura, foram: Altura de Plantas (AP): comprimento entre o colo das mudas até a extremidade mais alta das folhas, utilizando-se uma régua graduada em cm; Comprimento de Raiz (CR): intervalo do colo da muda até a ponta da raiz mais longa, utilizando-se uma régua graduada em cm; Diâmetro do Colo (DC): medição da parte mediana do colo, utilizandose um paquímetro digital com leitura em mm; Massa Seca da Parte Aérea (MSPA) e Massa Seca da Raiz (MSR): O material passou por processo de secagem em estufa com circulação forçada de ar, a 60 ºC durante 72 horas, após a secagem procedeu-se à pesagem da MSPA e MSR em balança analítica eletrônica (0,0001g), sendo o resultado obtido em gramas (g); Número de Folhas (NF): contagem direta das folhas, excluindo-se os cotilédones. Índice de Qualidade de Dickson (IQD), calculado pela seguinte fórmula, Dickson et al. (1960): IQD - Índice de Qualidade de Dickson; Em que: PMST - Peso massa seca total (g); AP - altura (cm); DC - diâmetro do colo (cm); PMSPA - Peso da matéria seca da parte aérea (g); PMSR - peso da matéria seca da raiz (g). Os resultados obtidos foram submetidos às análises de variância e utilização de regressão através do programa Sigma Plot 10. Os modelos de regressão foram escolhidos baseados na significância dos coeficientes da 22 equação de regressão e no coeficiente de determinação, adotando-se 1 e 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO A adição de doses crescentes de aminoácidos promoveu diferentes resultados no desenvolvimento das mudas de alface (Figura 1A, 1B e 1C). Para massa seca da raiz, o aumento da concentração de aminoácidos promoveu acréscimo linear, podendo a planta responder de forma positiva em doses acima de 2 g L-1, independente da fonte de aminoácido utilizada (Figura 1A). O melhor resultado para massa seca da raiz foi obtido com aplicação de Betaína na concentração 2 g L-1+AH-alternativo (0,0158 g planta-1), correspondendo a um incremento de 1858% quando comparado com a ausência de aplicação de AH-alternativo+aminoácidos e 37% quando comparado ao produto comercial Fertiactyl GZ®. Quanto ao comprimento de raiz, verificou-se que o aumento da concentração dos aminoácidos Betaína e Glicina promoveram resposta quadrática, enquanto que a adição de Prolina resultou em acréscimo linear, mostrando que a característica ainda responderá à doses de Prolina superiores à 2 g L-1 (Figura 1B). A dose de máxima eficiência dos aminoácidos Betaína, Glicina e Prolina foi 1,43; 1,47 e 2 g L-1 resultando em, 12,16; 12,62 e 11,54 cm, respectivamente, correspondendo a um incremento médio de 69 % em relação à ausência de aplicação de AH-alternativo+aminoácidos e 40 % em relação à aplicação de Fertiactyl GZ®. Já para diâmetro do colo, notou-se que o aumento da concentração do aminoácido Glicina promoveu resposta quadrática, enquanto que os aminoácidos Betaína e Prolina promoveram crescimento linear no diâmetro, permitindo inferir que essa variável ainda responderá em concentrações superiores a 2 g L-1 (Figura 1C). A aplicação de Betaína e Prolina, ambos na concentração 2 g L-1, gera um diâmetro de colo médio de 1,24 mm, resultando em um incremento de 51% no DC em relação à ausência de AH e aminoácidos, no entanto, quando comparado ao Fertiactyl GZ ®, observa-se um decréscimo de 79%. 23 A 14 12 Comprimento de Raíz (cm) Massa Seca da Raíz (g) 0,020 B y AH-Alternativo+betaína=0,0035+0,0061**x r²=0,90** y AH-Alternativo+glicina=0,0043+0,0045x r²=0,77* y AH-Alternativo+prolina=0,0038*+0,0042**x r²=0,94** Ausência de Aa e AH Fertiactyl GZ 0,015 0,010 0,005 10 8 Ausência de Aa e AH y AH-Alternativo+betaína=9,2914**+4,0193*x-1,4071x^2 R²=0,94* y AH-Alternativo+glicina=9,0786**+3,8817*x-1,3229*x^2 R²=0,97 y AH-Alternativo+prolina=9,0250**+1,4000**x r²=0,98** Fertactyl GZ 6 4 2 0 0,000 0,0 0,5 1,0 1,5 0,0 2,0 0,5 1,0 1,5 2,0 -1 -1 Concentração de Aminoácido (g L ) Concentração de Aminoácido (g L ) C y AH-Alternativo+betaína=0,9560**+0,1535x r²=0,72 y AH-Alternativo+glicina=0,9731**+0,3274x-0,1357x^2 R²=0,89 y AH-Alternativo+prolina=0,9640**+0,1635*x r²=0,83* Ausência de Aa e AH Fertiactyl GZ 2,5 Diâmetro de Colo (mm) 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 -1 Concentraçâo de Aminoácido (g L ) Figura 1: Massa seca da raíz (A), comprimento de raiz (B) e diâmetro de colo (C) de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de ácidos húmicos e aminoácidos. Gurupi-TO, 2015. Assim, pesquisas buscando determinar os efeitos de ácidos húmicos e aminoácidos, como promotores de crescimento de plantas, vêm sendo realizadas. Bezerra et al. (2007) avaliando a combinação dos fertilizantes comerciais Fertiactyl GZ® e Ruterr AA® em alface, observaram que à medida que se aumentou a concentração do produto, houve incremento na massa seca da raiz (45,70%) e um maior comprimento de raízes 9,92 cm, obtidos na concentração de 0,75% de Fertiactyl GZ®. Também encontrando resultados 24 positivos para a aplicação de produtos à base de substâncias húmicas comercial Fertiactyl GZ® e fonte alternativa, Santos (2013) verificou que em ambas as fontes, houveram incrementos significativos no desenvolvimento radicular de mudas de alface. A promoção no desenvolvimento de mudas de alface, em função do uso de SH e aminoácidos é relatada por Silva et al. (2000a), que citam que a utilização de aminoácidos e substâncias húmicas são capazes de influenciar na fertilidade do substrato pela liberação de nutrientes, pela melhoria das condições físicas e biológicas e pela produção de substâncias fisiologicamente ativas. Essas substâncias podem promover alterações diretamente nas plantas e, de acordo com alguns autores, modificar sua fisiologia, morfologia e capacidade de absorção de nutrientes. Os efeitos mais relatados dos ácidos húmicos, nas plantas, estão relacionados com o sistema radicular e envolvem a formação de raízes laterais (Canellas et al., 2002; Baldotto et al., 2011; Mora et al., 2012), a formação de raízes adventícias (Baldotto et al., 2012; Baldotto & Baldotto, 2014), o alongamento radicular (Silva et al., 2000b) e a formação de pelos radiculares (Canellas et al., 2011; Silva et al., 2011). Segundo Casimiro et al. (2001) o incremento na indução de raízes laterais está diretamente relacionado com o fitormônio auxina, pois este atua nos estádios iniciais de formação do primórdio radicular, ativando a divisão das células do periciclo. Em trabalho realizado por Canellas et al. (2011), os autores afirmam que os ácidos húmicos são capazes de disponibilizar para as plantas moléculas com atividade semelhante às auxinas e, dessa forma, influenciar diretamente no desenvolvimento radicular. Outra explicação para o aumento na produção de biomassa pode estar relacionado com melhoria na absorção de nutrientes pelas plantas devido à influência das substâncias húmicas na plasticidade e permeabilidade da membrana celular (Vaughan et al., 1985). Alguns estudos apontam para uma estimulação da atividade e promoção da síntese das enzimas H+-ATPases da membrana plasmática, num efeito semelhante ao auxínico (Façanha et al., 2002; Canellas et al., 2002). As H+-ATPases são enzimas transmembranares capazes de hidrolizar ATP (Hager et al., 1991; Frias et al., 1996), gerando energia e um gradiente eletroquímico. Essa característica promove o aumento da plasticidade da parede celular por acidificação do apoplasto, fator 25 fundamental para o processo de crescimento e alongamento da célula vegetal (Cosgrove, 1997). Esse mecanismo está relacionado com a teoria do crescimento ácido, que postula que o aumento de extrusão de prótons, mediado pela H+-ATPase da membrana plasmática, induz a ação de enzimas específicas, que atuam sobre a parede celular, aumentando sua plasticidade e, consequentemente, permitindo o alongamento da célula (Rayle & Cleland, 1992). Além do aumento da plasticidade da membrana essas enzimas (H+-ATPases) também participa da translocação de íons, através da energização do sistema secundário, o que é fundamental para absorção de macro e micronutrientes (Sondergaard et al., 2004), ocorrendo uma despolarização da membrana plasmática e, consequentemente, ativação de transportadores. Quanto ao desenvolvimento da parte aérea, observou-se que o aumento das concentrações de aminoácidos promoveu acréscimo linear na massa seca da parte aérea, número de folhas e altura da planta, mostrando que as variáveis ainda responderiam à aplicação de concentrações maiores que 2 g L-1, independentemente da fonte de aminoácido (Figura 2A, 2B e 2C). De acordo com as equações de regressão, para cada 0,5 g L -1 de aminoácidos acrescentado no AH-Alternativo (22 ml L-1) ocorre o aumento de 0,0056; 0,0068 e 0,0044 g planta-1 na massa seca da parte aérea; e 0,2, 0,1 e 0,05 em número de folhas e 0,275, 0,415 e 0,3275 cm na altura da planta com Betaína, Glicina e Prolina, respectivamente. B A 0,08 Fertiactyl GZ y AH-Alternativo+betaína=2,6500**+0,4000**x r²=0,94** y AH-Alternativo+glicina=2,8000**+0,2000*x r²=0,80* y AH-Alternativo+prolina=2,8500**+0,1000x r²=0,50 Ausência de Aa e AH 6 y AH-Alternativo+betaína=0,0034+0,0111**x r²=0,95** y AH-Alternativo+glicina=0,0043+0,0136*x r²=0,78* y AH-Alternativo+prolina=0,0030+0,0088**x r²=0,88** Ausência de Aa e AH Fertiactyl GZ 5 Número de Folhas Massa Seca da Parte Aérea (g) 0,10 0,06 0,04 0,02 4 3 2 1 0 0,00 0,00 0,50 1,00 1,50 -1 Concentração de Aminoácido (g L ) 2,00 0,0 0,5 1,0 1,5 -1 Concentração de Aminoácido (g L ) 2,0 26 C 10 Fertactyl GZ y AH-Alternativo+betaína=1,7400**+0,5500*x r²=0,91* y AH-Alternativo+glicina=1,6700**+0,8300*x r²=0,84* y AH-Alternativo+prolina=1,5250**+0,6550*x r²=0,89** Ausência de AH e Aa Altura de Plantas (cm) 8 6 4 2 0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 Concentração de Aminoácido (g L-1) Figura 2. Massa seca da parte aérea (A), número de folhas (B), altura da planta (C) de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de ácidos húmicos e aminoácidos. Gurupi-TO, 2015. Avaliando o efeito dos aminoácidos na massa seca da parte aérea (MSPA) pôde-se observar um acréscimo significativo em função das doses de aminoácidos aplicados, sendo a concentração de 2 g L-1 de Glicina mais o AHAlternativo 2040% superior quando comparado a ausência de AH e aminoácidos, porém, essa concentração de aminoácido adicionado ao AHAlternativo produziu massa seca da parte aérea 209% inferior, em relação ao uso de Fertiactyl GZ® (Figura 2A). Em relação ao número de folhas, o melhor resultado com aminoácidos foi obtido pela aplicação da Betaína, em que na dose máxima de 2,0 g L-1 obteve-se aproximadamente 3,5 folhas (Figura 2B). Promovendo aumento de 100% no número de folhas em relação a ausência de aplicação de AH e aminoácidos, entretanto, quando comparado ao uso do fertilizante Fertiactyl GZ®, observou-se que ainda foi inferior em 42% no número de folhas. Avaliando a altura da planta (AP) em função das doses de aminoácidos, notou-se melhor resultado na aplicação de Glicina 2,0 g L -1 +AHAlternativo (3,05 cm planta-1), resultando em plantas, aproximadamente, 2 cm maiores em relação às plantas não tratadas com AH e Aminoácidos (Figura 2C). No entanto, notou-se que as plantas tratadas com AH- 27 Alternativo+Aminoácidos apresentaram altura, aproximadamente, 4,8 cm menores, quando comparadas à testemunha Fertiactyl GZ®. Resultados positivos no uso de substâncias húmicas no desenvolvimento de plantas também foram observados por Silva et al. (2000a), em que as SH influenciaram o crescimento da parte aérea e raízes de plantas de alface cv. Aurélia, aumentando em 257,49% a produção de massa seca da parte aérea e 240,16% das raízes. Também Hernandez et al. (2013), avaliando o uso de substâncias húmicas, em alface, observaram que as plantas submetidas às concentrações de SH apresentaram maior número de folhas, além de redução no ciclo de produção. Efeitos positivos em mudas de alface cv Elba, com aplicação de substâncias húmicas também é relatado por Rodrigues (2013) que cita que o Fertiactyl GZ® proporcionou maior desenvolvimento da massa seca da parte aérea e altura de plantas. No entanto, o desenvolvimento radicular das mudas, com base na avaliação da massa seca da raiz teve maior incremento pela aplicação do AH-Alternativo. A aplicação exógena de glicina pode aumentar a produção de proteínas, clorofilas e atuar na catalase e no fitocromo, além de participar também no metabolismo do nitrogênio (Taiz & Zeiger, 2009). Enquanto que a prolina atua como importante cofator para a manutenção do equilíbrio potencial hídrico dentro da célula, levando ao alongamento celular, à medida que aumenta o turgor das células (Goulart et al., 2011). O incremento em massa seca pode ser explicado pela rápida metabolização dos aminoácidos aplicados exogenamente, aumentando assim atividades enzimáticas, com reflexo no metabolismo de nutrientes como o nitrogênio, gerando assim maior acúmulo de fotoassimilados (Kerbauy, 2008). Para a qualidade das mudas, segundo Dickson (IQD), foi observado que a adição de aminoácidos juntamente com o AH-Alternativo (22 ml L-1) promove acréscimos lineares na qualidade das mudas (Figura 3). Os melhores resultados foram obtidos com aplicação dos aminoácidos na concentração de 2,0 g L-1 e com o Fertiactyl GZ®, alcançando índices de 0,0101; 0,0079; 0,0080 e 0,0084 para os tratamentos à base de Betaína, Glicina, Prolina e Fertiactyl GZ®, respectivamente. Esses resultados não apresentaram diferença significativa entre si, no entanto, quando comparados com a ausência de 28 aplicação de AH e aminoácidos (IQD=0,0008), houve incremento médio de 1075% no índice de qualidade da muda de alface. Índice de Qualidade de Dickison (IQD) 0,014 0,012 0,010 0,008 0,006 0,004 y AH-Alternativo+Betaína=0,0027+0,0040*x r²=0,83* y AH-Alternativo+Glicina=0,0033*+0,0028*x r²=0,82* y AH-Alternativo+Prolina=0,0031**+0,0027**x r²=0,90** Ausência Aa e AH Fertactyl GZ 0,002 0,000 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 Concentração de Aminoácido (g L-1) Figura 3. Índice de Qualidade de Dickson de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de ácidos húmicos e aminoácidos. Gurupi-TO, 2015. Resultados positivos no IQD de mudas de alface, também foram encontrados por Santos (2013), que relata que a aplicação de Fertiactyl GZ® e AH-Alternativo+nitrogênio promovem melhores índices de qualidade nas plantas de 0,0123 e 0,0113, respectivamente. Esses valores são superiores aos obtidos com as mudas que não receberam aplicação de AH e N. Portanto, o uso de substâncias húmicas na presença ou não de outros compostos como os aminoácidos, têm demonstrado alterações positivas no desenvolvimento de algumas culturas, melhorando aspectos como fisiologia, absorção de nutrientes e morfologia. Assim o uso de ácidos húmicos e aminoácidos pode contribuir para a produção de mudas mais robustas, aumentando as chances de “pegamento” e sobrevivência após o transplantio para o local definitivo. No entanto, altas concentrações desses compostos podem causar efeitos negativos no desenvolvimento de plantas. Desse modo, mais pesquisas são necessárias afim de esclarecer os efeitos dessas substâncias sobre as plantas, bem como calibrar a dose ideal para cada espécie de planta, na condição nutricional em que é cultivada. 29 CONCLUSÕES A aplicação de AH-Alternativo+Aminoácidos e Fertiactyl GZ® promove melhoria na qualidade das mudas de alface. O aumento da concentração dos aminoácidos Betaína, Glicina e Prolina promove melhoria nos indicadores de MSR, CR, DC, MSPA, AP, NF e IQD de mudas de alface. A fonte de AH-Alternativo enriquecida com os aminoácidos Betaína, Glicina e Prolina na concentração de 2 g L-1 apresenta potencial em promover melhoria na qualidade de mudas de alface equivalente ao fertilizante comercial Fertiactyl GZ®. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALDOTTO, L. E. B.; BALDOTTO, M. A.; SOARES, R. R.; MARTINEZ, H. E. P.; VENEGAS, V. H. A. Adventitious rooting in cuttings of croton and hibiscus in response to indolbutyric acid and humic acid. Revista Ceres, Viçosa, MG, Brasil, 59, p.476-483. 2012. BALDOTTO, L. E. B.; BALDOTTO, M. A. Adventitious rooting on the Brazilian red-cloak and sanchezia after application of indole-butyric and humic acids. Horticultura Brasileira. Viçosa, MG, Brasil, 32, p.426-431. 2014. BALDOTTO, M. A.; ROSA, R. C. C.; CANELLAS, L. P.; RANGEL, T. P.; SALOMÃO, M. S. M. B.; REZENDE, C. E. 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O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. Os 21 tratamentos foram dispostos em esquema fatorial 4x5+1. O primeiro fator foi composto pelo uso do AH-Alternativo (22 ml L-1) enriquecido com quatro vitaminas (A, E, B1, B2), o segundo fator foi composto por cinco concentrações de cada vitamina (0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 g L -1) mais um tratamento adicional (ausência da aplicação de ácido húmico e vitaminas). A aplicação do AHAlternativo promove a melhoria na parte aérea e radicular das mudas de alface. A aplicação exógena das vitaminas A, E, B1 e B2 quando adicionada ao AHAlternativo altera a morfologia e reduz a qualidade de mudas de alface. Termos de indexação: Lactuca sativa, fertilizante foliar, transplantio de mudas. QUALITY AND MORPHOLOGY OF LETTUCE SEEDLINGS ACCORDING OF THE APPLICATION OF HUMIC ACIDS ENRICHED WITH VITAMINS A, E, B1 AND B2 ABSTRACT: Researches have shown the effects of humic acids and vitamins in morphology and physiology of plants, however, there are few results validating the combination of these substances in the development of lettuce seedlings. Thus, the aim of the present study was to evaluate the effect of sources and doses of vitamins in the enrichment of humic acid on the morphology and quality of lettuce seedlings. The experiment was conducted in 37 a completely randomized design with four replications. The 21 treatments were arranged in a factorial design 4x5+1. The first factor was composed by using HA-Alternative (22 ml L-1) supplemented with four vitamins (A, E, B1, B2), the second factor consisted of five concentrations of each vitamin (0; 0.5; 1.0, 1.5 and 2.0 g L-1) plus an additional treatment (without application of humic acid and vitamins). Application of AH-Alternative promotes improvements in the shoots and roots of lettuce seedlings. Exogenous application of vitamins A, E, B1 and B2 when added to the AH-Alternative alters the morphology and reduces the quality of lettuce seedlings. Index terms: Lactuca sativa, foliar fertilizer, seedling transplanting. 38 INTRODUÇÃO A alface (Lactuca sativa L.) é a hortaliça folhosa mais consumida in natura no mundo (Hernandez et al., 2013). No Brasil, a alface está entre as dez mais produzidas e consumidas (Kozusny-Andreani & Andreani Junior, 2014; Couto et al., 2015; Blind & Silva Filho, 2015). Correspondendo à 11% da produção de hortaliças no Brasil, cerca de 4.908.772 toneladas (HortiBrasil, 2015). Entretanto, o cultivo desta planta depende principalmente da utilização de mudas de qualidade, representando cerca de 60% do sucesso da cultura. Na busca por técnicas que maximizem o processo de produção de mudas, o emprego de substâncias húmicas e vitaminas tem sido uma alternativa promissora (Scalon et al., 2009). Ácidos húmicos são componentes das substâncias húmicas oriundos de compostos orgânicos formados por diversos arranjos dos grupamentos químicos e elementares em função das fontes e do processo de humificação (Guerra et al., 2008). O efeito positivo sobre o crescimento e desenvolvimento de plantas tem sido relacionado com uma ação do tipo auxínico promovida pelos ácidos húmicos (Silva et al., 2011). Zandonadi et al. (2007) descrevem que os ácidos húmicos promovem o estímulo da atividade, bem como, a síntese das enzimas H+-ATPases da membrana plasmática. Essa característica é relacionada com a teoria do crescimento ácido, que postula que o aumento da extrusão de prótons, mediado pela H+-ATPase da membrana plasmática, induz a ação de enzimas específicas, que atuam sobre a parede celular, aumentando sua plasticidade e, consequentemente, permitindo o alongamento da célula (Rayle & Cleland, 1992). Além do aumento da plasticidade da membrana, essas enzimas (H+-ATPases) também participam da translocação de íons (Sondergaard et al., 2004). A influência dos ácidos húmicos na produção e qualidade de mudas de alface ainda é pouco estudada, no entanto, trabalhos realizados por Silva et al. (2000a), Bezerra et al. (2007), Rodrigues (2013) e Santos (2013) têm demonstrado efeitos positivos dos ácidos húmicos no desenvolvimento morfológico e qualidade de mudas de alface. Diferentemente dos ácidos húmicos que ainda se busca a comprovação e a regularidade da ocorrência de efeitos positivos no desenvolvimento das 39 plantas, as vitaminas já são de funções conhecidas, sendo necessárias para o crescimento de plantas, cuja função varia como componentes de reações enzimáticas, como grupos prostéticos ou coenzimas, transporte de elétrons e outras reações. A ação principal das vitaminas, conforme Ting (1982), Meyer et al. (1973) e Sinha (2004), é como cofator enzimático (Vit. B1 ou tiamina); reações de oxidação-redução, através das coenzimas do FAD (Vit. B2 ou riboflavina); síntese de aminoácidos (Vit. B1, B2,) e germinação de grãos de pólen (Vit. A, B1, B2). Estando envolvidas com o aumento da eficiência das reações bioquímicas, assimilação de nutrientes e eficiência de ação de defensivos agrícolas (Floss & Floss, 2007). Contudo, o efeito da aplicação exógena de vitaminas ainda é pouco conhecido sobre tudo no cultivo da alface. Em outras culturas, resultados pioneiros com aplicação de vitaminas no desenvolvimento de plantas foram demonstrados por Pereira et al. (1983), estes não observaram efeito positivo para o uso da vitamina B1 como regulador vegetal no desenvolvimento da cultura da mandioca. Da mesma forma, Castro & Boaretto (2001) não observaram diferença na porcentagem de germinação e produtividade do feijoeiro, tanto para o cultivo na seca quanto nas águas. Por outro lado, resultados positivos foram descritos por Aires et al. (2007) que observaram aumento na brotação da mamona em função do uso de vitaminas e fontes de carbono. Chee (1995) relata que a vitamina B1 promove efeito positivo no desenvolvimento radicular de Taxus brevifolia e T. cuspiddata. Dessa forma, a junção de possíveis efeitos positivos dos ácidos húmicos e das vitaminas poderá potencializar o uso na composição de fertilizantes com o objetivo melhorar o desenvolvimento de mudas de alface. Assim, objetivou-se com o presente trabalho avaliar o efeito de fontes e doses de vitaminas no enriquecimento de ácidos húmicos sobre a morfologia e qualidade de mudas de alface. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade Federal de Tocantins (UFT), Campus Universitário de Gurupi, localizado na região sul do Estado do Tocantins, em altitude de 280 m, na localização de 40 11°43’45” de latitude S e 49°04’07” de longitude W. Segundo a classificação climática Köppen (1948), o clima regional é do tipo B1wA’a’ úmido com moderada deficiência hídrica. A temperatura média anual é de 29,5 °C, com precipitação anual média de 1804 mm. Para avaliar o potencial do ácido húmico enriquecido com fontes e doses de vitaminas como promotor do crescimento vegetal foi conduzido experimento com alface. A cultivar utilizada foi a Elba, tipo crespa. As mudas foram produzidas em casa de vegetação com cobertura plástica, laterais de tela de sombra 50%, em bandejas multicelulares de 128 células cada, preenchidas com substrato comercial Tropstrato® em mistura com casca de arroz carbonizada na proporção 1:1. A semeadura ocorreu colocando-se cinco sementes no centro da célula, a profundidade de 5 mm. O desbaste foi realizado aos sete dias após a germinação (DAG), mantendo-se uma planta por célula. O sistema de produção das mudas contou com a aplicação de ácido húmico suplementado com fontes e doses de vitaminas. Até a fase final de formação das mudas, as bandejas foram mantidas sob irrigação diária. As fonte de ácido húmico (AH) utilizada para a realização do trabalho foi extraída de composto orgânico alternativo (AH-Alternativo). A fração de AH extraído do composto orgânico alternativo foi caracterizada quantitativamente como: 10 g kg-1 de N e 25 g kg-1 de C orgânico. Os teores de carbono orgânico (C orgânico) e nitrogênio total (N) dos ácidos húmicos foram determinados segundo Mendonça & Matos (2005). O AH alternativo, juntamente com as fontes e doses de vitaminas foram aplicados duas vezes via foliar, aos 7 e 14 dias após a germinação (DAG), com auxílio de um borrifador manual, aplicando aproximadamente 3,1 ml planta -1. A parcela experimental útil foi composta por 12 plantas. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. Os 21 tratamentos foram obtidos no esquema fatorial 4x5+1. O primeiro fator foi composto pelo uso do AH-Alternativo (22 ml L-1) enriquecido com quatro vitaminas (A, E, B1, B2), o segundo fator foi composto por cinco concentrações de cada vitamina (0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 g L -1) mais um tratamento adicional com a ausência da aplicação de ácido húmico e aminoácidos). 41 A concentração de AH-Alternativo utilizada nesta pesquisa foi baseada em resultados de pesquisas desenvolvidos por Rodrigues (2013) e Santos (2013). Os indicadores morfológicos para o desenvolvimento das mudas avaliadas aos 21 dias após a semeadura, foram: Altura de Plantas (AP): comprimento entre o colo das mudas até a extremidade mais alta das folhas, utilizando-se uma régua graduada em cm; Comprimento de Raiz (CR): intervalo do colo da muda até a ponta da raiz mais longa, utilizando-se uma régua graduada em cm; Diâmetro do Colo (DC): medição da parte mediana do colo, utilizandose um paquímetro digital com leitura em mm; Massa Seca da Parte Aérea (MSPA) e Massa Seca da Raiz (MSR): O material passou por processo de secagem em estufa com circulação forçada de ar, a 60 ºC durante 72 horas, após a secagem procedeu-se à pesagem da MSPA e MSR em balança analítica eletrônica (0,0001g), sendo o resultado obtido em gramas (g); Número de Folhas (NF): contagem direta das folhas, excluindo-se os cotilédones. Índice de Qualidade de Dickson (IQD), calculado pela seguinte fórmula, Dickson et al. (1960): IQD - Índice de Qualidade de Dickson; Em que: PMST - Peso massa seca total (g); AP - altura (cm); DC - diâmetro do colo (cm); PMSPA - Peso da matéria seca da parte aérea (g); PMSR - peso da matéria seca da raiz (g). Os resultados obtidos foram submetidos às análises de variância e utilização de regressão através do programa Sigma Plot 10 ®. Os modelos de regressão foram escolhidos baseados na significância dos coeficientes da equação de regressão e no coeficiente de determinação, adotando-se 1 e 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO 42 O aumento das concentrações de vitaminas promoveu diferentes resultados no diâmetro de colo (Figura 1A). Foi observado comportamento quadrático no diâmetro das mudas de alface com uso de vitamina B2 e redução linear com o aumento das concentrações das vitaminas A, E e B1, assim, para cada 0,5 g L-1 de vitamina acrescentado na concentração de AH-Alternativo (22 ml L-1) a redução no diâmetro estimada foi de 0,085; 0,059 e 0,083 mm planta -1, respectivamente. O melhor resultados em DC foi obtido com aplicação de AHAlternativo sem a adição de vitaminas, superando em 32% a ausência de aplicação de vitaminas e AH-Alternativo. Em relação ao comprimento da raiz, o aumento das concentrações de vitaminas E e B2 promoveu comportamento quadrático, enquanto que a aplicação de doses crescentes das vitaminas A e B1 promoveu redução linear no comprimento da raiz. Para cada 0,5 g L-1 de vitamina A e B1 acrescentado na concentração de AH-Alternativo (22 ml L-1) a redução foi estimada em 0,492 e 0,335 cm planta-1, respectivamente (Figura 1B). A aplicação de vitaminas, independentemente da fonte e concentração utilizada, não diferiu da ausência de vitaminas+AH-Alternativo, entretanto, foi observado um incremento médio de 27,8% no comprimento da raiz com aplicação de vitamina B2 na concentração de 2,0 g L -1 (9,18 cm), quando comparado com a testemunha. Para massa seca da raiz notou-se que o aumento das concentrações de vitaminas promove efeito quadrático para as vitaminas E e B2, por outro lado, o aumento da concentração de vitaminas A e B1 reduziu linearmente a massa seca da raiz de mudas de alface (Figura 1C). Isso significa que, para cada 0,5 g L-1 de vitamina A e B1 acrescentado na concentração de AH-Alternativo (22 ml L-1) haverá redução de 0,0015; 0,0006 g planta -1, respectivamente, na massa seca de raízes das mudas de alface. 43 B 1,2 12 1,0 10 0,8 0,6 0,4 y AH- Alternativo+vitamina A=1,0460**-0,1705**x r²=0,92** y AH- Alternativo+vitamina E=1,0770**-0,1195**x r²=0,96** y AH- Alternativo+ vitamina B1=1,0810**-0,1650**x r²=0,86** y AH- Alternativo+vitamina B2=1,0578*-0,3396x+0,1436x^2 R²=0,67 Ausência de Vitamina e AH 0,2 Comprimento de Raíz (cm) Diâmetro de Colo (mm) A y AH- Alternativo+vitamina A=8,9450**-0,9850**x r²=0,96** y AH- Alternativo+vitamina E=9,2193**-2,3771*x+0,8286x^2 R²=0,91** y AH- Alternativo+vitamina B1=9,1200**-0,6700**x r²=0,99** y AH- Alternativo+vitamina B2=8,9171**-1,9136x+1,0643x^2 R²=0,74** Ausência de Vitamina e AH 8 6 4 2 0,0 0 0,0 0,5 1,0 1,5 0,0 2,0 0,5 0,006 1,5 2,0 Concentração de Vitamina (g L ) Concentração de Vitamina (g L ) C 1,0 -1 -1 Ausência de Vitamina e AH y AH- Alternativo+vitamina A=0,0044**-0,0007**x r²=0,95** y AH- Alternativo+vitamina E=0,0046**-0,0030*x+0,0014*x^2 R²=0,92 y AH- Alternativo+vitamina B1=0,0041**-0,0013**x r²=0,90** y AH- Alternativo+vitamina B2=0,0045**-0,0012x+0,0005x^2 R²=0,80 Massa Seca da Raíz (g) 0,005 0,004 0,003 0,002 0,001 0,000 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 Concentração de Vitamina (g L-1) Figura 1: Massa seca da raiz (C), comprimento de raiz (B) e diâmetro de colo (A) de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de ácidos húmicos e vitaminas A, E, B1 e B2. Gurupi-TO, 2015. Os efeitos mais relatados dos ácidos húmicos, nas plantas, estão relacionados com o sistema radicular e envolvem a formação de raízes laterais (Canellas et al., 2002; Baldotto et al., 2011; Jindo et al., 2012; Mora et al., 2012), raízes adventícias (Baldotto et al., 2012; Baldotto & Baldotto, 2014), alongamento radicular (Silva et al., 2000b) e a formação de pelos radiculares (Canellas et al., 2011; Silva et al., 2011). No entanto, observou-se que esse efeito dos AH no desenvolvimento radicular (comprimento e massa seca da raiz) das mudas reduziu com a interação dos ácidos húmicos com, principalmente, as vitaminas A e B1 (Figura 1B e 1C). Resultados positivos no desenvolvimento radicular de mudas de alface, com aplicação de fertilizantes à base de substâncias húmicas, foram 44 demonstrados por Santos (2013), em que a fonte AH-Alternativo+nitrogênio foi superior em relação ao Fertiactyl GZ® na produção de massa seca da raiz e comprimento de raiz. No entanto, Pereira et al. (1983) observaram que não houve diferença significativa na produção de ramas e de raízes de mandioca sob a aplicação de quatro bioreguladores (ácido giberélico, ácido naftaleno acético, vitamina B1 e ácido indolacético) quando comparados entre si e com os tratamentos testemunhas (sem imersão e imersão em água). Para Reis et al. (2012) o maior desenvolvimento do sistema radicular possibilita às mudas melhores condições para absorção de nutrientes e água. Em condições de possível escassez temporária de água a espécie poderá suportar, durante maior período de tempo, as prováveis dificuldades encontradas em campo. Nesse sentido, pode-se inferir que as mudas produzidas com aplicação de ácidos húmicos teriam maiores condições de estabelecimento à campo. Quanto à massa seca da parte aérea, notou-se que a adição de doses crescentes de vitaminas promove resultados variáveis (Figura 2A). Foi observado comportamento quadrático para aplicação de AH-Alternativo +vitamina E e B2, exponencial para aplicação de AH-Alternativo+vitamina B1 e redução linear para aplicação de AH-Alternativo+vitamina A. Para altura de plantas observou-se que o aumento da concentração de vitamina A e E resultaram em resposta quadrática, enquanto que o aumento da concentração de vitaminas B1 e B2 promoveram redução linear na altura de plantas de alface. Isso significa que, a cada 0,5 g L -1 das vitaminas B1 e B2 acrescentado ao AH-Alternativo (22 ml L-1), ocorrerá redução em altura de planta de 0,18 e 0,42 cm planta-1, respectivamente. O melhor desempenho em altura de plantas, com uso do fertilizante foliar composto por AHAlternativo+Vitaminas foi obtido com uso de vitamina E com 2 g L-1 (1,77 cm planta-1). 45 B A y AH-Alternativo+vitamina A=0,0051**-0,0010x r²=0,74 y AH-Alternativo+vitamina E=0,0054**-0,0035x+0,0017x^2 R²=0,84 y AH-Alternativo+vitamina B1=0,0050**exp(-0,6273*x) R²=0,76* y AH-Alternativo+vitamina B2=0,0052*-0,0025x+0,0021x^2 R²=0,86 Ausência de Vitamina e AH 0,010 0,008 2,00 1,75 Altura de Plantas (cm) Massa Seca da Parte Aérea (g) 0,009 y AH- Alternativo+vitamina A=1,7964-0,9107x+0,2 y AH- Alternativo+vitamina E=1,6979-0,5014**x+0 y AH- Alternativo+vitamina B1=1,5555**-0,3610*x y AH- Alternativo+vitamina B2=1,6693**-0,8471x+ Ausência de Vitamina e AH 2,25 0,007 0,006 0,005 0,004 0,003 1,50 1,25 1,00 0,75 0,002 0,50 0,001 0,25 0,000 0,00 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 Concentração de Vitamina (g L-1) C 3,50 3,25 1,0 1,5 2,0 Concentração de Vitamina (g L-1) y AH- Alternativo+vitamina A=1,7964-0,9107x+0,2929x^2 R²=0,86 y AH- Alternativo+vitamina E=1,698-0,5014**x+0,286x^2 R²=0,66 y AH- Alternativo+vitamina B1=1,5555**-0,3610*x r²=0,82* yAH- Alternativo+ vitamina B2=1,6693**-0,8471x+0,429x^2 r²=0,69 Ausência de Vitamina e AH 3,00 2,75 Número de folhas 2,50 2,25 2,00 1,75 1,50 1,25 1,00 0,75 0,50 0,25 0,00 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 Concentração de Vitamina (g L-1) Figura 2: Massa seca da parte aérea (A), altura de planta (B) e número de folhas (C) de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de ácidos húmicos e vitaminas A, E, B1 e B2. Gurupi-TO, 2015. O aumento da concentração de vitaminas no AH-Alternativo influencia o número de folhas de mudas de alface, com resposta quadrática com a adição das vitaminas E, B1 e B2, enquanto que a adição de vitamina A promoveu redução linear no número de folhas (Figura 2C). A aplicação do fertilizante foliar à base de vitamina B2 na concentração de 2 g L -1+AH-Alternativo promoveu incremento de 71% no NF, quando comparado à ausência de aplicação de vitaminas e AH-Alternativo. Efeitos da aplicação de substâncias húmicas em mudas de alface foram observados por Hernandez et al. (2013), suas pesquisas constataram que as plantas que receberam substâncias húmicas apresentaram maior número de 46 folhas, e redução no ciclo de produção da alface. Silva et al. (2000a), também notaram que as substâncias húmicas influenciaram de forma positiva o crescimento da parte aérea e das raízes de plantas de alface cv. Aurélia, aumentando em 257,49% a produção de massa seca da parte aérea e 240,16% produção de raízes. Por outro lado, Castro e Boaretto (2001) avaliando a adubação foliar do feijoeiro com nutrientes, vitamina B1 e metionina, observaram que não houve diferença significativa dos tratamentos quando comparados com a testemunha, na porcentagem de germinação e produtividade do feijoeiro, tanto para o cultivo na seca quanto nas águas. O desenvolvimento das mudas apresentados pela aplicação AHAlternativo, pode ser explicado pela característica do seu composto principal, os ácidos húmicos. Essas substâncias possui uma ação na planta tipicamente auxínica, com capacidade de promover o estimulo da atividade, bem como, a síntese das enzimas H+-ATPases da membrana plasmática (Zandonadi et al., 2007). As H+-ATPases são enzimas transmembranares capazes de hidrolizar ATP (Hager et al., 1991; Frias et al., 1996), gerando energia e um gradiente eletroquímico. Essa característica promove o aumento da plasticidade da parede celular através da extrusão de prótons pelas H+-ATPases da membrana plasmática, acidificação do apoplasto, e ação de enzimas específicas, que atuam sobre a parede celular, relacionando-se com a teoria do crescimento ácido, (Cosgrove, 1997) fator fundamental para o processo de crescimento e alongamento da célula vegetal. Além disso, as enzimas (H+-ATPases) também influencia na absorção de nutrientes, participando da translocação de íons, através da energização do sistema secundário, fundamental para absorção de macro e micronutrientes (Sondergaard et al., 2004), ocorrendo uma despolarização da membrana plasmática e, consequentemente, ativação de transportadores. No que se refere à qualidade das mudas, de acordo com o índice Dickson (IQD), pode-se observar que a adição vitaminas em conjunto com o AH-Alternativo promoveu comportamento quadrático (vitaminas A, E e B2) e redução linear (vitamina B1) na qualidade das mudas de alface (Figura 3). Dentre as doses e fontes de vitaminas, não foi observado diferenças significativas, apresentando, IQD médio de 0,0027, isso significa incremento de 47 260% em relação à ausência de aplicação de vitaminas+AH-Alternativo. y AH- Alternativo+Vitamina A=0,0032*-0,0000198x-0,0001x^2 R²=0,32 y AH- Alternativo+Vitamina E=0,0035**-0,0019x+0,0008x^2 R²=0,84 y AH- Alternativo+Vitamina B1=0,0033**-0,0009**x r²= 0,97** y AH- Alternativo+Vitamina B2=0,0034**-0,0005**x+0,0002**x^2 R²=0,94* Ausência de AH e Vitaminas Índice de Qualidade de Dickson (IQD) 0,0050 0,0045 0,0040 0,0035 0,0030 0,0025 0,0020 0,0015 0,0010 0,0005 0,0000 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 Concentração de Vitamina (g L-1) Figura 3. Índice de Qualidade de Dickson de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de ácidos húmicos e vitaminas A, E, B1 e B2. Gurupi-TO, 2015. Segundo Fonseca et al. (2002) e Batista et al. (2014) o índice de qualidade de Dickson considera a robustez e o equilíbrio da distribuição da biomassa na muda, ponderando os resultados de vários parâmetros importantes empregados para avaliação da qualidade, sendo um bom indicador da qualidade das mudas. Assim, pode-se dizer que as mudas produzidas sob aplicação do fertilizante foliar composto por AH-Alternativo, produziriam mudas mais robustas e com maiores chances de sobrevivência após o transplante para o local definitivo. Assim, o uso de vitaminas e ácidos húmicos promove alterações no desenvolvimento da parte aérea e radicular das plantas (Castro & Boaretto, 2002; Bezerra et al., 2007: Rodrigues, 2013; Santos, 2013), fisiologia e absorção de nutrientes (Canellas & Façanha, 2004; Floss & Floss, 2007; Zandonadi et al., 2007). Contudo, mesmo notando uma crescente no sentido de esclarecer os efeitos dessas substâncias em plantas, observa-se que ainda são poucas as pesquisas realizadas que possam demonstrar resultados conclusivos em relação à concentração, modo e época de aplicação, bem como os efeitos da ação combinada de ácidos húmicos e vitaminas no crescimento de plantas. 48 CONCLUSÕES A aplicação de AH-Alternativo+Vitaminas promovem mudas de alface de melhor qualidade, em relação à ausência de aplicação de ácidos húmicos e vitaminas. O uso das vitaminas A, E, B1 e B2, bem como, o aumento da concentração dessas vitaminas adicionadas ao AH-Alternativo reduz a qualidade de mudas de alface. 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AIRES, P. S. R.; CARVALHO, J. M. F. C.; PIMENTEL, N. W.; SILVA, H. Efeito da concentração de vitaminas e das fontes de carbono no superbrotamento da mamona utilizando o genótipo BRS Nordestina. Revista de Biologia e Ciências da Terra, Paraíba, Brasil, v7, n2, 2007. BALDOTTO, L. E. 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No entanto, com base nos modelos obtidos nos parâmetros MSR, CR, DC, MSPA, AP, NF é possível dizer que as mudas ainda poderiam responder positivamente em concentrações superiores à 2 g L-1 desses aminoácidos, sendo necessário mais pesquisas nesse sentido. Quanto ao uso combinado de ácidos húmicos e vitaminas A, E, B1 e B2 notou-se que houve redução no desenvolvimento das mudas, porém, a aplicação exógena dessas substâncias pode ter promovido ganhos para a planta em termos de qualidade nutricional, sendo, esse “caminho” objeto de novos estudos. Contudo, é notória a necessidade de mais pesquisas no sentido de esclarecer a forma de atuação, concentração ideal, época e modo de aplicação dessas substâncias para o desenvolvimento das plantas, bem como as reais contribuições dessas substâncias para as espécies cultivadas.