RESUMO Eixo Temático 8 – Clima e Planejamento Urbano/Rural A URBANIZAÇÃO DA LEISHMANIOSE NA CIDADE DE AQUIDAUANA-MS Flávio Cabreira dos Santos – UFMS – CPAQ – [email protected] Vicentina Socorro da Anunciação – UFMS – CPAQ – [email protected] O espaço urbano tem seu sistema recriado constantemente através do modo de viver da humanidade. Seus aspectos ambientais sofrem interferência, à medida que a urbanização se intensifica atestando assim problemas ambientais, resultando entre outros fatores, a exposição do aglomerado populacional à vulnerabilidade dos aspectos relacionados à enfermidade interferindo na qualidade de vida. Procurando contribuir com os estudos de clima em ambientes urbanos com uma abordagem geográfica, este trabalho versa em sua análise um diálogo entre o clima com a saúde, especificamente nos casos de Leishmaniose para a cidade de Aquidauana-MS. Sendo assim o objetivo central foi avaliar a relação entre o processo de urbanização, a variabilidade climática e os casos de Leishmaniose numa análise temporal no ano de 2007. Para a realização dos objetivos traçados buscouse como base para pesquisa levantamentos bibliográficos em artigos, teses, dissertações e livros versando sobre a temática geografia da saúde, Leishmaniose e climatologia, dados de precipitação e temperatura disponíveis no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais no setor da PCD – Plataformas de Coletas de Dados, entrevistas com agentes de saúde da Secretaria de Controle de Vetores de Aquidauana-MS, além de visitas in loco para fotografar a área e obter, através de observações, uma melhor visualização dos locais afetados. Constatou-se que na cidade de Aquidauana-MS, os casos de Leishmaniose têm evoluído e dentre os fatores identificados favoráveis para a proliferação, referem-se a baixa renda econômica da população associado ao grau de escolaridade deficitário, além da alternância de hábitos rurais e urbanos, convergindo para uma maior aproximação da população com este male da saúde urbanizado sendo que este quadro se torna reversível quando a população vive a experiência de contraí-la. Palavra-Chave: Geografia da Saúde, Leishmaniose e Clima. ABSTRACT URBANIZATION OF LEISHMANIOSE IN THE CITY AQUIDAUANA-MS Urban space is constantly recreated their system through the way of life of mankind. Its environmental aspects suffer interference, as urbanization intensifies thus testifying environmental problems resulting from other factors, the exposure of the population cluster of issues related to vulnerability to the disease interfering with the quality of life. Looking for help with studies of climate in urban environments with a geographical approach, this work in its analysis versa a dialogue between the climate on health, specifically in cases of leishmaniasis in the city of Aquidauana-MS. Thus the main objective was to evaluate the relationship between the process of urbanization, climate variability and the cases of leishmaniasis in a seasonal analysis in 2007. To achieve the objectives outlined it was based on bibliographic search for articles, theses, dissertations, and relevant books on the subject of health geography, leishmaniasis and climatology, precipitation and temperature data available at the National Institute for Space Research in sector of the PCD - platforms for data collection, interviews with health officials in the Department of Vector Control of Aquidauana-MS, and site visits to photograph the area and obtain, through observations, better visualization of the affected sites. It was found that the city of Aquidauana-MS, the cases of leishmaniasis have evolved and identified among the favorable factors for proliferation, refer to low-income economy of the population associated with the poor level of education, in addition to alternating patterns of rural and city, converging closer to the male population in this urban health and this framework is reversible when the population is the experience of getting it. Keyword: Geography of Health, leishmaniasis and Climate. PARÂMETRO CLIMÁTICO NOS CASOS DE LEISHMANIOSE NA CIDADE DE AQUIDAUANA-MS Flávio Cabreira dos Santos – UFMS – CPAQ – [email protected] Vicentina Socorro da Anunciação – UFMS – CPAQ – [email protected] INTRODUÇÃO Estudos relativos à qualidade de vida urbana remontam a Revolução Industrial, embora após a 2ª Guerra Mundial, o desenvolvimento dos mesmos tenham sido mais enfatizados, principalmente porque no século XX se notabilizou um avanço do processo de urbanização com uma conseqüente transformação do espaço. Dessa forma, para compreender a configuração da paisagem urbana torna-se necessário analisar os efeitos dos processos temporais de evolução e da produção socioeconômica e ambiental no espaço, pois são alguns dos fatores geradores de efeitos adversos sobre o meio e os seres vivos. O ambiente urbano possui estrutura humana antiga, passando pelo momento em que o homem sentiu a necessidade de fixar moradia, até a expressão da conglomeração de pessoas, edificações, equipamentos, dinamismo num determinismo local na atualidade assim o sistema urbano sofre mutações constantemente através do modo de vida antrópico, sendo que os aspectos ambientais urbanos sofrem interferência, juntamente com a qualidade de vida à medida que a urbanização se intensifica atestando assim problemas ambientais. A necessidade de criação e (re) criação cotidiana dos espaços urbanizados acarretam em alterações nos aspectos ambientais influenciando, dentre outros aspectos, o clima e a saúde expondo em maior ou menor grau, o aglomerado populacional à vulnerabilidade dos aspectos relacionados a determinadas enfermidades que possam ser influenciadas pelos elementos climáticos. Contudo a produção bibliográfica das condições climáticas em área urbanizada, representada pela vertente de análise na Geografia Médica, ressalta que o envolvimento de estudos epidemiológicos com a ciência geográfica se encontra em expansão. Segundo Ferreira, Eduardo e Dantas (2003) op cit, a Geografia Médica é a disciplina que estuda a geografia das doenças, isto é, a patologia à luz dos conhecimentos geográficos. Para Najar e Marques (2003), desde a origem da epidemiologia, admite-se que o espaço geográfico mantém com os fatos da saúde relações determinantes. Citando Costa (2002), pode-se dizer que: “É importante ressaltar que o discurso médico é marcado por uma concepção ecológica geográfica da doença. Cinco séculos antes de Cristo, o grego Hipócrates relacionava a origem das doenças com o meio ambiente. O tratado hipocrático “Águas, ares e lugares” ressaltava a relação dos constituintes atmosféricos, da variação das estações e da localização da cidade na determinação de doenças. No século XVIII, as teorias hipocráticas voltam a dominar, e novamente o meio reaparece como fator fundamental para explicar muitas das epidemias. É o chamado neo-hipocratismo. É estabelecida uma relação entre o homem doente, a natureza e a sociedade. Esta medicina localiza a doença não no indivíduo, mas no ambiente, no meio físico que o envolve. É o que se pode chamar também de medicina das coisas, medicina das condições de vida e do meio de existência em contraste com a medicina dos homens, dos corpos e organismos. Várias teorias busca localizar as causas das doenças no meio, e compreender o impacto do meio na saúde da população”. O envolvimento da geografia com a saúde vem desde os tempos remotos da Grécia Antiga, como citado acima, pois, a Geografia Médica nasceu com Hipócrates quando aproximadamente 480 a.C., publicou sua famosa obra Dos ares, das águas e dos lugares, nesta época, ele já demonstrava a relação dos fatores ambientais com o surgimento das doenças. (LEMOS E LIMA, 2002). Segundo Guimarães (2001) no período hipocrático, sendo este talvez a matriz do pensamento médico do mundo ocidental, já se considerava o ambiente das cidades um foco de agravos à saúde, pois para ele as doenças eram a compreensão do desequilíbrio de diferentes fluidos, tal como sangue, água, etc, mas que a saúde seria o resultado do equilíbrio de tais fluidos em função das condições ambientais dos lugares. Lemos e Lima (2002) afirmam que: Hipócrates reconhecia a presença contínua de certas doenças que as chamou de endêmicas e a freqüência de outras doenças, nem sempre presentes, mas, por vezes aumentavam em demasia, que as denominou de epidêmicas. Estes dois termos, ainda são utilizados na atualidade pelos profissionais de saúde. Com o passar dos anos a Geografia Médica foi se adequando, de acordo com a necessidade e evolução da população. A Europa colonialista já manuseava a preocupação com a distribuição das doenças e o ambiente urbanizado, esta prática ocorreu na Alemanha, onde se utilizou a Geografia da Saúde para determinados caminhos de qualificação e quantificação envolvendo a população. Este episódio é descrito por Bousquat e Cohn (2004), informando que: “Esta ocorreu na Alemanha ainda não unificada, desenvolvendo-se aí uma prática médica estatal que buscava a melhoria das condições de saúde da população. Embora na época já existissem registros de mortalidade e natalidade na França e na Inglaterra, estes tinham um caráter apenas censitário. Já o mesmo não acontecia na Alemanha, onde foi então montado um sofisticado sistema de informação e controle (morbidade, mortalidade, natalidade, supervisão de boticários, parteiras e cirurgiões, controle da qualidade das fontes de água) estreitamente vinculado às políticas de saúde. Esta prática foi denominada por distintos autores como, polícia médica, pelo alto grau de controle sanitário a que a população se submetia”. Segundo Eduardo e Ferreira (2000) op cit, relata que os estudos espanhóis na área da geografia médica são herdeiros de estudos anteriormente desenvolvidos na Inglaterra e na França, sendo assim, no desenvolver sobre a tradição geográfica na medicina espanhola, a construção das Topografias Médicas foram apoiadas e promovidas por diversas corporações médicas: “Ao discorrer sobre a tradição geográfica na medicina espanhola, ressalta que, naquele país, a elaboração das Topografias Médicas foi, em grande medida, uma tarefa institucional apoiada e promovida por diversas corporações médicas. Tais instituições passaram a organizar e publicar “programas” e “planos” para redação das topografias que se tratavam de um esquema geral amplamente difundido. Os itens que compunham esse esquema eram: introdução histórica do local; estudo da geografia física da área (relevo, clima, vegetação); descrição econômico-social (produção agrária, situação econômica, comércio, profissões, festas, vestimentas) e descrição do meio urbano, com seção dedicada à higiene urbana (situação das moradias, abastecimento d’água, descrição de edifícios anti-higiênicos, elaboração de plantas da cidade); demografia (estatísticas da natalidade, mortalidade e nupcialidade) e, por fim, a situação patológica com possíveis medidas terapêuticas.” (EDUARDO E FERREIRA, 2000). Referindo-se a literatura sobre a geografia da saúde no Brasil, pode-se dizer que, o mesmo, colonizado basicamente por aventureiros desde o descobrimento até a chegada do império, não tinha nenhum modelo de atenção a saúde da população. Os estudos levantados sobre a influência do meio natural com a saúde da população, no Brasil, datam-se do século XIX com a chegada da corte portuguesa no Rio de Janeiro em 1808, onde foi solicitado, ao médico Manoel Vieira da Silva, um levantamento sobre as condições climáticas da cidade, onde o mesmo citava que essas seriam as verdadeiras causas das enfermidades do local. Segundo Guimarães (2000) foi no final do século XIX que o sanitarismo se impôs nas cidades brasileiras. Constituía-se uma urbanização onde era visado o controle de epidemias de doenças infecto-contagiosas. Havia, na época, muitos cortiços nas cidades brasileiras, sendo que estes ofereciam perigo de contágio. Com campanhas de saúde bem sucedidas, foi então eliminados alguns focos epidêmicos, tendo como exemplo, a febre amarela. Ligado à noção de higiene, surgia então a idéia de saneamento evidenciando uma nova noção de espaço. A Geografia Médica no Brasil pode ser considerada, como uma união de práticas, uma vez que continham propostas concretas de modificação do espaço construído em função de pesquisas e levantamentos realizados. Para Eduardo e Ferreira (2000), as investigações de pesquisas, eram vinculadas a alguma instituição de Saúde com o princípio de delatar as causas das epidemias e endemias. Sendo assim, com os resultados dessas investigações chega a hora de por em prática e de propor soluções e medidas de controle para os problemas encontrados. Durante algum tempo a saúde pública estava ligada ao planejamento urbano. Para alguns autores, como Guimarães (2001) opcit, o saneamento urbano era o único remédio para o controle dos processos de transmissão das doenças infecto-contagiosas, melhorando as condições de vida nas cidades. O crescimento populacional desordenado no Brasil, que segundo Santos 2005, teve sua explosão a partir de 1960, é uma das causas de muitas epidemias infecto-contagiosa. A urbanização também aumenta porque cresce a quantidade de agricultores residentes na cidade. (SANTOS, 2005). Os agravamentos dessa má distribuição populacional em grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro, com suas favelas, praticamente sem saneamento adequado, acabam por serem focos de epidemias, as quais têm grandes proporções com as alterações climáticas existentes. A organização da população nas cidades tornou-se um facilitador para o desenvolvimento de determinadas doenças. O homem criou facilidades com o passar dos anos para sua rotina diária, mas não imaginou como isto poderia causar tantos problemas de saúde. Neste espaço geográfico se desenvolvem as interações entre as diferentes estratificações de classes sociais, refletindo em impactos variados. De acordo com o grau de intervenção e alterações surgem novas doenças ou ressurgem doenças que já haviam sido controladas. A urbanização de doenças como a Leishmaniose são fatos que ocorreram devido ao assentamento desigual do aglomerado humano nas cidades, já que, com a expansão urbana torna-se inevitável adentrar o ambiente natural, promovendo então, um maior contato com os vetores naturais de determinada endemia, envolvendo animais silvestres, os quais se adaptaram ao ambiente urbano tornando-se um perigo a população, pois os males podem sofrer mutações, urbanizando uma doença que antes era apenas de espaços rurais. Nos ambientes urbanos os problemas ambientais juntamente com a variabilidade climática são causadores de diversos tipos de doenças, epidemias, etc. Citando Ayoade (1986), a influência do clima na saúde humana se dá tanto de maneira direta quanto indireta, e tanto maléfica quanto benéfica, contudo pode-se ver que o clima pode ajudar nos processos inflamatórios e também criar condições favoráveis para o desenvolvimento dos transmissores de doenças contagiosas. A expansão da malha urbana traz consigo alterações, tendo como exemplo, as áreas periféricas urbanas, onde se concentra uma população de nível sócio-econômico menor, com baixo grau de escolaridade e também instruções restritas sobre saúde pública, tornando assim, essas parcelas do espaço urbano, um facilitador para o surgimento de determinadas endemias como a Leishmaniose. Na realidade pode-se observar que a relação antrópica com a natureza tornou-se bem mais complexa, pois o crescimento desordenado das cidades faz com que o homem produza um maior impacto sobre o meio natural e que em alguns casos pode ser direcionado para pontos negativos em sua qualidade de vida. Algumas epidemias, como a Leishmaniose, podem ser observadas em diversos Estados do Brasil. De acordo com dados disponibilizados pelo SINAN (Sistema de Informação de Agravo de Notificação), no site do Ministério da Saúde, temos o seguinte quadro brasileiro nos casos de Leishmaniose no período de 1980 a 2005. LEISHMANIOSE Distribuição de Casos Confirmados Por Unidade Federada. Brasil 1980-2005 Período Anual Regiões Brasileiras 1980 1990 2005 Norte 0 35 512 Nordeste 152 1650 1778 Sudeste 9 243 688 Sul 0 0 0 Centro-Oeste 3 16 225 TOTAL BRASIL 164 1944 3203 Tabela 1. Distribuição de Casos Confirmados de Leishmaniose. Adaptada do SINAN, 2005. Organizada por Flávio Cabreira A adaptação da Leishmaniose em meio à urbanização pode ter influência com o aumento populacional nas cidades, pois as regiões periféricas, onde fica a maior concentração da amplitude urbana, geralmente não possuem bom nível de saneamento, formando assim, ambientes propícios ao desenvolvimento de vetores, tal como o Flebótomo, responsável pela transmissão da Leishmaniose ao homem. Este fenômeno restringia-se, a alguns anos, a áreas silvestres afetando o homem apenas em regiões de fazendas, chácaras, mas a partir do momento em que o mesmo transforma-se num cidadão urbano e que em muitos casos cultiva de forma associada, hábitos rurais e urbanos, converte-se assim atitudes propícias para o desenvolvimento de tal vetor, que procura área rica em matéria orgânica, utilizando como alimento para seu amadurecimento larval. Este processo associado às condições climáticas de excesso de umidade do solo em função do alto índice de precipitação e temperatura elevadas promove, com maior facilidade, a putrefação de folhas, ciscos, galhos, transformando-os em matéria orgânica, adequando o ambiente para que o flebótomo possa pôr seus ovos. Dessa forma, consideramos que o estudo do clima e a saúde na cidade constituem-se num do viéses de análise e no fundamento de todo projeto que vise contribuir para a análise da qualidade de vida urbana. Visando contribuir com os estudos de clima em ambientes urbanos, trazendo reflexões que possam ser mais uma ferramenta auxiliar na gestão ambiental urbana este trabalho procurou apresentar propostas e soluções, ainda que paliativas, para a redução da Leishmaniose na cidade de AquidauanaMS. Assim, buscou avaliar a influência do processo de urbanização e a relação entre a variabilidade climática e os casos de Leishmaniose considerando sua dinâmica temporal junto a essa e sua distribuição espacial na cidade de Aquidauana-MS no ano de 2007. Especificamente pode-se dizer que este trabalho teve como função caracterizar os tipos de casos de leishmaniose na cidade de Aquidauana-MS; identificando as parcelas do espaço urbano que apresentam casos da doença; levantamento do tipo de mosquito transmissor deste male da saúde e relacionar com os dados climáticos de temperatura e precipitação. A cidade de Aquidauana-MS localiza-se a 139 Km da Capital Campo Grande, possui temperatura anual variando entre 28º e 32º, tendo a possibilidade de variação no verão, e possuindo precipitação de 1.200mm a 1.500mm como média anual. Tem como limites os seguintes municípios: ao Sul (Anastácio, Dois Irmãos do Buriti, Miranda), ao Leste (Corguinho, Rio Negro, Terenos), ao Norte (Rio Verde de Mato Grosso) e a Oeste (Corumbá). Está situada numa região da Serra de Piraputanga. Seu território se divide em duas partes: a baixa (dois terços do município) e a alta (Serra de Maracaju). Sua área estende-se desde o Morrinho do Pimentel, na divisa com Corumbá e Rio Verde, no norte, até Anastácio, mais ao sul. (Figura 1). METODOLOGIA Para a realização dos objetivos traçados, buscou-se como base para pesquisa levantamentos bibliográficos em artigos, teses, dissertações e livros relacionados com a geografia da saúde e a Leishmaniose, dados coletados de casos existentes de Leishmaniose junto a Secretaria de Controle de Vetores da Cidade de Aquidauana-MS, manuais de controle da Leishmaniose usados pela Secretaria de Controle de Vetores de Aquidauana-MS, dados de precipitação e temperaturas disponíveis no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais no setor da PCD – Plataformas de Coletas de Dados, sendo estas informações recebidas da plataforma implantada na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul situada na cidade de Aquidauana-MS. Realização de entrevistas com agentes de saúde da Secretaria de Controle de Vetores de Aquidauana-MS, para coleta de informações a partir de seus relatórios diários de exercício da profissão, o que possibilitou caracterizar e espacializar a ocorrência dos casos de Leishmaniose na cidade de Aquidauana-MS. Num segundo momento, foi realizada um levantamento, junto aos agentes de saúde responsáveis pela área de Epidemiologia da Secretaria de Controle de Vetores da Cidade de Aquidauana-MS, das medidas de controle ante a proliferação da doença e ações informativas perante a população. Além disso, foram realizadas visitas in loco conforme as informações obtidas na entrevista, para fotografar a área e obter, através de observações, uma melhor visualização dos locais afetados. Utilizou-se imagens de satélite do Google Earth, para destacar o local fotografado e mapa da cidade de Aquidauana-MS ressaltando os bairros afetados caracterizando uma análise espacial e temporal da doença e relacionou com os dados de pluviosidade e temperatura. Com o elenco de materiais, informações e dados coletados processou-se através de programas computacionais: scanner, auto cad, word, excel, photo shop para de forma ordenada, constituir um conjunto de fases empregadas na investigação, as quais se constituíram em formular um problema, observar os fatos constatados, registrar observações procurando responder os problemas e os questionamentos levantados e, a partir daí, rever as conclusões e opiniões que não se encontravam em comum acordo com os resultados obtidos, podendo assim buscar o conhecimento e produzir o trabalho ora apresentado. RESULTADOS E DISCUSSÕES A história comprova que a cidade surgiu com a sedentarização da humanidade, sendo que compreendê-la em sua vertente histórica, revela o lado essencialmente dinâmico da sociedade, diante disso a cidade é o local que representa a maior transformação do espaço tornando as condições naturais cada vez mais ocultas. Para Neto (2005), aproximar-se da cidade, conhecê-la, explicá-la e, mais que isso, analisá-la é sempre um processo e pressupõe um percurso, no plano material e no abstrato, no objetivo e no subjetivo, no teórico e no empírico. O processo de urbanização é acompanhado das modificações no quadro natural que resultam em conseqüências para o homem. “A urbanização é um processo inexorável, sendo objeto de interesse e preocupação crescente por parte de pesquisadores, autoridades políticas e da sociedade de uma forma geral, tendo em vista suas alterações significativas no ambiente local”. (CABRAL, NARUMIYA E PEZZATTO, 2006). O aglomerado urbano constitui em uma paisagem transformada pelo homem, tendo em suas ações as alterações do ambiente repercutindo na qualidade de vida de seus habitantes. CABRAL, NARUMIYA E PEZZATTO, op cit 2006: “A urbanização desordenada causa problemas ecológicos: o desequilíbrio crescente entre a população e os meios naturais e, em contrapartida, a contaminação em todas as suas manifestações”. Para Mendonça 2000, é sabido que a degradação ambiental e a queda da qualidade de vida nas cidades se agravam à proporção que a urbanização se intensifica. As áreas nas quais uma cidade projeta expansão, geralmente possuem seus elementos naturais, urbanizados. Na sua expansão são criados locais, nos quais a população se migra originando bairros, vilas, etc., e dessa forma, as pessoas ficam expostas ao contato direto ou indireto com determinadas endemias ora naturais. Na cidade de Aquidauana-MS a população, nas regiões de expansão, possuem um contato maior do homem com as áreas naturais, e sendo assim, ficando exposta a determinados vetores naturais da Leishmaniose. Geralmente as áreas naturais possuem roedores, gambás, que são reservatórios naturais deste male, deixando o homem exposto ao vetor da doença, o qual pode vir a acometê-lo. Com dados disponíveis pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), utilizou-se valores médios, de precipitação e temperatura para a cidade de Aquidauana-MS no ano de 2007, assim construiu um gráfico representando a distribuição sazonal destes elementos climáticos, onde observa a elevação ascendente entre ambos desde o outono ao verão, observando que a temperatura em períodos de outono e inverno se apresenta ligeira elevação o que é esperado para uma região tropical. (Gráfico 1). Médias Sazonais de Temperatura e Pluviosidade na Cidade de Aquidauana-MS no Ano de 2007 ºC mm 160 30 140 25 120 20 100 80 15 60 10 40 5 20 0 0 Outono Inverno Pluvio M édia Primavera Verão Temp. M édia Gráfico 1. Médias Sazonais de Temperatura e Pluviosidade na Cidade de Aquidauana-MS. Fonte: INPE. CPTEC. Organizador: Flávio Cabreira dos Santos. A cidade de Aquidauana se encontra em expansão gradativa para a porção norte, leste e sudeste vale lembrar que a população nestas áreas, via de regra, são de baixa renda e poucos recursos, as quais estão ocupando locais vulneráveis a algumas doenças tal como a Leishmaniose, sendo esta uma doença, primeiramente de áreas naturais que com o passar do tempo foi se urbanizando e se infiltrando juntamente ao processo da dinâmica populacional existente na cidade. O vetor da Leishmaniose, responsável por sua transmissão ao homem, necessita para o seu desenvolvimento e evolução, áreas com matéria orgânica e umidade, sendo assim, pode-se dizer que a sazonalidade climática disponibilizam para tal, esse facilitador, já que no período de outono e inverno ocorre com maior intensidade a queda de folhas, transformando espaços futuros em locais propícios para etapas larvais. Os casos de Leishmanioses na cidade de Aquidauana-MS tem evoluído significativamente entre os períodos de outono e inverno e principalmente na primavera e verão conforme Gráfico 2. Apresenta elevação nos índices de precipitações, aumento da umidade no solo, as folhas, os ciscos de árvores, ora acumulados, entram em processo de decomposição ocasionando assim, possíveis redutos para a evolução do flebótomo. Com altas temperaturas a decomposição orgânica aumenta, pois as folhas iniciam o processo de apodrecimento, gerando nutrientes ao solo e alimentos para as larvas do flebotomíneo que se encontram, provavelmente em eclosão, e conseqüentemente ocorre o desenvolvimento das mesmas, produzindo então novos vetores. Médias Sazonais de Temperatura e Representação dos Números de Casos de Leishmaniose na Cidade de Aquidauana-MS no Ano de 2007 35 Nº de C asos ºC 30 30 25 25 20 20 15 15 10 10 5 5 0 0 Out ono Inverno Casos de Leishmaniose Primavera Verão T emp. Média Gráfico 2. Médias Sazonais de Temperatura e Representação dos Nº de Casos de Leishmaniose. Fonte: INPE e secretaria de Controle de Vetores da Cidade de Aquidauana-MS. Organizador: Flávio Cabreira dos Santos. Para que a decomposição das folhas, ciscos, venha a ocorrer, a necessidade do aumento da temperatura não é o suficiente para tal, pois apesar da amplitude térmica de 7ºC na temperatura entre outono/inverno e primavera/verão, como mostra o Gráfico 2, é também necessário um índice de pluviosidade elevado. Como pode-se observar no Gráfico 3, os períodos de inverno e outono, onde a pluviosidade apresenta média de 75mm, o aumento de casos de leishmaniose não ultrapassou os 29,5%. Estes dados sofrem alteração com a chegada da primavera e verão, onde os índices pluviométricos apresentam registros de 134mm, um aumento de 59mm se comparado com o inverno e outono cresceram 16,7% totalizando 46,2% os casos de leishmaniose. Média Sazonal de Pluviosidade e Número de Casos de Leishmaniose na Cidade de Aquidauana-MS no Ano de 2007 35 Nº de C as os mm 160 140 30 120 25 100 20 80 15 60 10 40 5 20 0 0 Out ono Inverno Casos de Leis hmanios e Primavera Pluvio Média Gráfico 3. Média Sazonal de Pluviosidade e Números de Casos de Leishmaniose. Fonte: INPE e Secretaria de Controle de Vetores da Cidade de Aquidauana-MS. Organizador: Flávio Cabreira dos Santos Verão A Leishmaniose tem encontrado fácil adaptação na área urbana da cidade de AquidauanaMS. Sua evolução vem ocorrendo da área periférica para a central, como o Bairro Guanandy e a área comercial, onde alguns anos atrás não se encontravam casos. (Figura 2 - p.13). Os bairros periféricos da cidade de Aquidauana-MS cito Vila Quarenta, Vila São Francisco, Bairro Nova Aquidauana, Jardim Aeroporto, possuem infra-estrutura de equipamentos e serviços urbanos ineficaz. Em alguns o saneamento básico é deficitário. A moradia nestes locais geralmente são precárias, sendo em alguns casos de madeira, e geralmente associados à criações de galinhas, porcos, além de depósitos de resíduos provenientes da natureza como restos de folhas, galhos de árvores, etc., onde também pode ocorrer o desenvolvimento do flebótomo, sendo este o vetor da Leishmaniose. Segundo Araújo, Costa e Pereira (1990): a ocorrência de epidemias de doenças infecciosas depende da concomitância de três fatores: grau de contato entre infectantes e suscetíveis adequado para a transmissão do agente etiológico, ou seja, o causador de uma determinada endemia ou epidemia, presença de infecção e proporção suficiente de suscetíveis nessa população. A população simples residente nestes locais possui poucos esclarecimentos sobre doenças como a Leishmaniose, e geralmente a população canina, nestes redutos, tem considerável existência, sendo que estes são os principais reservatórios urbanos deste male da saúde. As áreas de ocorrência da Leishmaniose na cidade de Aquidauana-MS foram visitadas e fotografadas nas proximidades de ocorrência de casos para demonstrar e caracterizar origens de focos epidêmicos nos bairros afetados por este male da saúde. Há regiões na cidade de Aquidauana-MS que se tornaram verdadeiros depósitos de resíduos, utilizados pela população em geral. Um desses lugares é a Rua Veriano Rodrigues Chagas, na altura do antigo depósito de resíduos urbanos da cidade. Em 2007, ocorreu um caso de Leishmaniose Tegumentar nesta localidade, e o que se encontrou foram verdadeiros “recintos” onde possivelmente possa existir vetores da doença. (Figura 3). Figura 3. Cidade de Aquidauana-MS. Sentido leste. Jardim Toledo. Rua Veriano Rodrigues Chagas. Fonte: Google Earth, 2008. Escala: 1:35.000 Figura 2. Representação da Expansão dos casos de Leishmaniose na Cidade de Aquidauana. Fonte: Laboratório de Geoprocessamento da UFMS-CPAQ. Organização : Elisângela Martins Carvalho. Figura 4. Cidade de Aquidauana-MS. Sentido norte. Jardim Toledo. Estrada Viscinal esq. Veriano Rodrigues Chagas. Fonte: Santos, 2008. O que se observa nas imagens é que na Rua Veriano Rodrigues Chagas quase não possui residências, mas a quantidade existente nesta localidade está propícia a determinado male, como a Leishmaniose, pois a estrada vicinal existente se tornou um verdadeiro depósito de lixo pela população, onde ocorre a presença de determinados “lixos urbanos” como monitor de TV, sofás, além de resíduos provenientes da natureza, como restos de árvores, folhas, ciscos, transformando este local em possível recinto de desenvolvimento de flebótomos, já que desde pessoas residentes em áreas centrais a áreas periféricas, utilizam deste local para tal fim. (Figura 4). Alguns bairros na cidade se encontram em início de desenvolvimento de infra-estrutura urbana e padrões de drenagem e sua ocupação é por pessoas de baixo nível sócio-econômico. O retrato destas transformações deixa claro o fato de que sempre que há a necessidade de expansão da malha urbana, as áreas para tal fim se destinam nas periferias e via de regra para população com nível sócioeconômico baixo, expondo-as ao contato inicial com a região natural onde pode ter a ocorrência de reservatórios naturais, como gambás, roedores silvestres, os quais podem acometer o reservatório urbano, ou seja, o cão. Figura 5. Cidade de Aquidauana-MS. Sentido norte. Vila Regina. Rua Antonio Campello. Fonte: Google Earth, 2008. Figura 6. Cidade de Aquidauana-MS. Sentido norte. Vila Regina. Estrada Viscinal esquina com Rua Antonio Campello. Fonte: Santos, 2008. Na Rua Antonio Campello, Figura 5, se observa que na região o contato do homem com área de reservatório natural é próxima ocasionando assim a possibilidade de ocorrência de Leshmaniose, como acontecido no ano de 2007. Na imagens acima retirada do Google Earth, observase que ainda não havia área ocupada por populacão, tal como se observa a Figura 6, que é onde se localiza o espaço indicado pela seta na Figura 5. O crescimento populacional promove a expansão da malha urbana incorporando áreas rurais dentro do núcleo urbanizado e conseqüentemente esta aglomeração transformam estas localidades em depósitos urbanos de restos de árvores, ciscos, etc., como pôde ser observado na Rua Roberto Scaff, no Bairro da Serraria onde ocorreu o crescimento da mancha urbana em torno de uma área úmida, nas proximidades da região da Lagoa Comprida, e as pessoas moradoras em loco formaram desta, um depósito de resíduos provenientes da natureza.(Figura 7 e 8). Figura 7. Rua Roberto Scaff. Bairro da Serraria. Cidade de Aquidauana-MS. Fonte: Google Earth, 2008. Figura 8. Rua Roberto Scaff. Bairro da Serraria. Cidade de Aquidauana-MS. Sentido oeste. Fonte: Santos, 2008. Familiarizando-se com os locais de ocorrência de Leishmaniose na cidade de AquidauanaMS, observa-se que o processo de urbanização deste male da saúde ocorre devido principalmente ao descaso da população com a higiene e limpeza urbana. Assim não mantém o entorno de suas moradias sem a presença de restos de árvores, ciscos, responsáveis pelo desenvolvimento do flebótomo deixando assim permanecer o acúmulo destes resíduos provenientes da natureza, contribuindo para a proliferação da Leishmaniose. CONCLUSÕES Com o desenvolvimento deste trabalho podemos inferir que ocorreu evolução dos casos de Leishmaniose principalmente no período analisado. Um dos fatores identificadores para a proliferação da doença restringe às regiões periféricas da cidade, ou locais que a população é de baixa renda, nível de instrução deficitário, mistura de hábitos rurais e urbanos, o que acaba por facilitar este processo. Constatou-se, também, através das informações que é difícil o controle da Leishmaniose na cidade, pois a raça canina, principal reservatório urbano, nas regiões periféricas se encontra populosa, algumas residências possuem em média de 2 a 3 cães. Os casos de Leishmaniose se apresentaram em maior destaque na primavera/verão, porém no inverno e no outono, também ocorre o desenvolvimento do flebótomo, pois o mesmo precisa de umidade para tal e as características das condições de tempo na cidade permite que isso ocorra, também acontece que as pessoas que adquire o protozoário nos períodos de primavera e verão e desenvolve a doença nos períodos de temperatura amena (inverno). Ambientes propícios ao desenvolvimento do flebótomo foi encontrado, praticamente em todos os bairros visitados no levantamento a campo, pois a população existente transforma determinados ambientes em depósitos de lixo, folhas, ciscos, principalmente os terrenos baldios, formando assim ambientes propícios ao desenvolvimento do vetor da Leishmaniose, mas essa ocorrência torna-se mais expressivos nos períodos de primavera e verão, com o aumento da umidade do solo em função do elevado índice de precipitação, transformando os resíduos recebidos em matéria orgânica. Ao ser identificado um caso de Leishmaniose, a Secretaria de Controle de Vetores da Cidade de Aquidauana-MS faz o chamado “bloqueio de caso”, ou seja, isolam o quarteirão, onde se concentra a residência afetada, e pratica o borrifamento tanto no local de confirmação quanto em todo o espaço residencial da área, assim como os locais que limitam com o mesmo. Segundo o Departamento de Epidemiologia da Secretaria de Controle de Vetores da Cidade de Aquidauana-MS, os primeiros resultados, referentes ao trabalho de borrifação em residências, realizado pelo mesmo, estão surgindo aos poucos, pois mudar a cultura de uma pessoa adulta é difícil. A aposta da Secretaria de Controle de Vetores tem sido nas crianças mostrando a elas o que deve ser feito para a redução da Leishmaniose na área urbana. Vale lembrar também que a população das áreas afetadas só mudam seus hábitos quando passa pela experiência de contrair a Leishmaniose, mantendo assim os quintais das residências limpos com maior freqüência. Sugerimos entre outras medidas que a Secretaria de Controle de Vetores realize um censo da população canina, para cadastrá-la, fornecendo um documento identificador e responsabilizando o seu proprietário pelos cuidados com o animal e fornecer coleiras caninas, que impedem a infecção do protozoário da Leishmaniose em cães, na cidade como um todo, além de palestras com informações a população local expondo os cuidados que a mesma deve adquirir para a redução deste male a saúde. REFERENCIAS AYOADE, Josué O. Introdução à climatologia para os trópicos. 8 ed. Rio de Janeiro-RJ. Ed. Bertrand Brasil, 2002. BERGAMO, Eliana P. e VALIO, David A. Clima e planejamento ambiental urbano: um estudo da cidade de Fartura-SP. In.: Anais do VII Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica. Rondonópolis-MT: 2006. BOUSQUAT, A. e COHN, A. A dimensão espacial nos estudos sobre saúde: uma trajetória histórica. Cadernos de Saúde: Rio de Janeiro, 2004. vol. 11, n.3, p. 549-568. 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