Deriva genética, tamanho efetivo populacional e teoria neutra Instituto de Biociências USP Diogo Meyer Ridley, 6.5, 6.6, 6.7, 7.1, 7.2 7.3 (não cubro quadro 7.1 e 7.2) Deriva para o cenário 3 2 Frequências alélicas (Noturno) Média freq. alélicas 0.6 0.5 Frequência 0.4 Média cen. I 0.3 Média cen. IV Média cen. III 0.2 Média cen. II 0.1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Gerações 3 Variância de frequências alélicas (Noturno) Variância freq. alélicas 0.3 0.25 Variância 0.2 Variância cen. I 0.15 Variância cen. IV Variância cen. III 0.1 Variância cen. II 0.05 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Gerações 4 Taxa de heterozigose Média taxa Heterozigose 0.6 Média Heterozigose 0.5 0.4 H cen. I 0.3 H cen. IV H cen. III 0.2 H cen. II 0.1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Gerações 5 Taxa de heterozigose H observada v.s. H esperada 0.6 Heterozigose (H) 0.5 0.4 H. cen. I (N=4) 0.3 H. cen. III (N=8) Linha Teo. N=8 0.2 Linha Teo. N=4 0.1 0 1 2 3 4 5 6 7 Gerações 8 9 10 11 12 6 Conceitos sobre deriva genética - Aumenta variância entre populações - Diminui diversidade dentro de populações - processos são mais rápidos em populações pequenas Embora a maioria dos alunos já conheça os pressupos Probabilidade de fixação de um menos da disciplina de Genética Populacional e Filogeo tenham a noção exacta de que os principais co alelo populações estão vinculados a modelos concret demográfico (Ewens, 2004; p. 35-38). Por isso, come revisão do modelo W-F baseada, entre outras, na defin (2005 p. 13-14). http://www.biology.arizona.edu/evolution/act/drift/frame.html A figura 4 mostra um exemplo da evolução da iden modelo W-F, em que se procura relacionar intuit oscilação de frequências (deriva genética), fixação de linha ancestral comum. de cada alelo: 1/2N •Probabilidade de fixação Esta intuição é aproveitada para abordar a evolução da descendência, F, com a dedução da expressão •Probabilidade de fixação de classe de alelos com i cópias: i/2N •Fórmula geral para aumento de identidade (por descendência(: Ft = 1! (1! 1 t ) [1] 2N W-F, em que se procura relacionar intuitivamente as noções de reverso da modelo teoria do coalescente (Templeton, 2006; p. 140-141) oscilação de frequências (deriva genética), fixação de linhagens e coalescência num equivalênciaancestral ilustracomum. bem a relação entre abordagens com diferentes sent fluxo do tempo. Esta intuição é aproveitada para abordar a evolução da probabilidade identidade por Probabilidade de identidade descendência, F, com a dedução da expressão Ft = 1! (1! !#," !#+" !#*" !#)" !#(" 1 t ) [1] 2N N=20 em que Ft é a probabilidade média de identidade por descendência na geração t contada a partir da geração de referência, e N é o número de indivíduos da população (Hartl e Clark 2007, p. 116-117, por exemplo). A probabilidade média de amostrar ao acaso na geraçãoN=50 t duas linhagens que não provenham do mesmo ancestral na geração de referência é 1- Ft. !#'" N=100 !#&" 1! N=200 0.8! !#%" !#$" !" $" (!" Frequência Probabilidade de identidade por descendência $" 0.6! 0.4! Tempo (gerações) ,," 9 $'+" A deriva é um processo bem documentado: Variação genética em humanos A deriva é um processo bem documentado: Variação genética em humanos Prugnolle et al., 2005 Variância entre frequências alélicas Variância freq. Alélicas 0.25 Variância 0.2 0.15 Variância cen. I Variância cen. IV 0.1 Variância cen. III Variância cen. II 0.05 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Gerações 12 from one ments. T polymorp testing. A the polym data such obtained more dif because, frequent therefore 1991). In phisms variation Deriva aumenta variância entre in this tree can be compared Major separations to dates of humanpopulações migrations, estimated from archaeological data (see Cavilli-Sforza et al. (1988) and with archaeological (b) Comparison data figure 2). Anatomically modern humans are assumed to have migrated Aumento from da Africa 100 ka ago roughly variância (Brauer 1989; Clarkentre populações 1989; Stringer 1990). Expansion humanas 250 African vs. non-African X 200, iZ 150 .~ t 100 I Amerind vs. Northeast Asian X~ 50 0._. 0 ,,w' 20 ,, Southeast Asian vs. 1Australian & New Guinean - Caucasoidvs. Northeast Asian & Amerind 40 60 time/ ka 80 (a) Data Previou morphism al. 1991a 100 Mountain et al., 1991 populatio A deriva é um processo bem documentado: Evidências experimentais Buri, 1956 •107 populações (garrafas) de drosophila •16 indivíduos em cada •Alelo bw75 visível, início p = 0.5 rozygosity A deriva é um processo bem documentado: Taxa de heterozigose (H) Evidências experimentais Declínio de H para N=9 Declínio de H para N=16 Declínio de H observado Geração Tamanho Populacional Efetivo (Ne) Definição: Tamanho de uma população idealizada (Wright-Fisher) que perde variação na mesma taxa que a população sob estudo Porque Ne pode ser diferente de N? - períodos de tamanho pequeno - variância na reprodução - assimetria na razão sexual dos sexos Tamanho de roedores ao longo do tempo (bank voles e ) Myodes Apedemus 17 Tamanho Populacional Efetivo (Ne) 3.6 Testes da teoria n 1. Variação em tamanho populacional ao longo do tempo por exemplo, supondo que há 5 gerações com mudanças de ex. 5 gerações com tamanho que varia: N usando: •se oH proporcional a N ⇣ ⌘ e 1 Ne = 1 5 1 N1 + 1 N2 + 1 N3 + 1 N4 + 1 N5 uma população tem relógio molec • Para k igual a u,quelogo • 9 gerações com tamanho 1000 • seleção principalmente purifica 1 N • 1 geração com tamanho 10 = 9 9 1 1 + 10 10 10 1000 1 9 1 = Nee 10 1000 9 1 Ne = ( 10 1000 + + 9 1 1 10 10 ) 1 1 10 10 = 91.4 Ne = ( 10 1000 + ) 10 10 1 = 91.4 Tamanho Populacional Efetivo (N e) Outro caso envolvem assimetr população 2. Variação na razão sexual Ne = 4Nm Nf Nf +Nm Po 19 Ne = ( 10 1000 + ) 10 10 1 = 91.4 Tamanho Populacional Efetivo (N e) Outro caso envolvem assimetr população 2. Variação na razão sexual Ne = ! ! 4Nm Nf Nf +Nm Po Em elefantes marinhos, nas Ilhas Falkland, encontrou-se: 550 fêmeas e 75 machos. O tamanho da população é de 625 indivíduos. Usando marcadores genéticos Fabiani et al. (2004) viram que só 28% dos machos reproduziram ao longo de duas estações reprodutivas (21 machos reproduzem) Nm = 21, Nf = 550 A taxa de perda de diversidade genética depende do tamanho efetivo populacional NM = 21, NF = 550 Ne = 4NMNF / (NM + NF ) Ne = 4NMNF / (NM + NF ) ~ 81 22 O modelo Wright-Fisher com mutação Parâmetro do modelo evolutivo Pressuposto Tamanho da população Finito Forma de cruzamento Aleatório Sobrevivência dos genótipos Igual para todos (i.e., sem seleção) Introdução de novos alelos (mutação e migração) Mutação ocorre com taxa µ por geração Tipos de mutações - vantajosa: aumenta chances de reprodução e sobrevivência - deletéria: reduz chances de reprodução e sobrevivência - neutra: não altera chances de reprodução e sobrevivência 24 Teoria neutra e de seleção Teoria de seleção Teoria neutra Removidas Deletérias Vantajosas Sofrem deriva Se fixam Neutras 25 Teoria Neutra - Deriva pode explicar evolução? - Teoria neutra propõe que sim: a grande maioria da variação dentro de espécies e a grande maioria das diferenças entre espécies resultam de deriva genética Motoo Kimiura 1924-1994 “Precisamos reconhecer a grande importância da deriva genética aleatória, resultante do tamanho finito de populações, na formação da estrutura biológica de populações. A importância da deriva tem sido desvalorizada na última década. Essa atitude tem sido influenciada pela opinião de que quase nenhuma mutação é neutra, e também que o número de indivíduos que formam uma espécie é geralmente tão grande que a amostragem aleatória de gametas teria efeito ínfimo no curso da evolução”. (Kimura, 1968, Nature). Motoo Kimiura 1924-1994 Teoria neutra Se evolução resulta só de mutação e de deriva perguntamos: - Quanta variação haverá numa população? - Quantas diferenças haverá entre espécies? Variação intrapopulacional sob neutralidade µ Crow e Kimura, 1964 H pode ser estimado a partir de dados Podemos testar a hipótese neutra: - N previsto faz sentido? 1/2N 0.6 0.4 0.2 0.0 (H) Taxa de Heterozygosity Heterozigose (H) 0.8 Equilíbrio entre mutação e deriva. 0 2000 4000 6000 8000 Population size (N) Tamanho populacional (N) 10000 Taxa de evolução molecular Humano vs Camundongo - Ancestral comum: 80 milhoẽs da anos atrás - Proteína com 100 amino-ácidos e 16 diferenças 0,1 mudanças por proteína milhão de anos 1 mudança por amino-ácido por milhão de anos -6 (16/100)/160 milhões = 1 x 10 mudança/aminoácido/ano As diferenças entre espécies surgem da variação populacional Tempo alelo A alelo a As diferenças entre espécies surgem da variação populacional Tempo alelo A alelo a As diferenças entre espécies surgem da variação populacional Tempo alelo A alelo a Teste da teoria neutra • µ = 10-6 mutações por ano (1 a cada 106 anos) • logo k= 10-6 substituições por ano (1 a cada 106 anos) • Separação há 20 milhões de anos: 40 substituições • Separação há 40 milhões de anos: 80 substituições Teste da teoria neutra 1: taxa de evolução • Previsão da teoria neutra: κ=μ Teste da teoria neutra 2: variabilidade populacional Interação de mutação e deriva 0.6 0.4 0.2 0.0 (H) Taxa deHeterozygosity Heterozigose 0.8 • Previsão da teoria neutra: 0 2000 4000 6000 8000 Population size (N) Tamanho populacional 10000 Conceitos chave sobre teoria neutra • Teoria neutra: evolução por deriva genética • Teoria neutra requer seleção negativa (ou purificadora) • Previsões da teoria neutra: – Diversidade (H) proporcional ao tamanho populacional – divergência entre espécies proporcional ao tempo de separação 40