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CONSULTARIA GENÉTICA NEUTRAL
Gonzalo Herranz Rodriguez
Professor de ética médica, diretor do departamento de disciplinas biomédicas da
Universidade de Navarra. Numerosas publicações.
Resumo
Os progressos nos conhecimentos e nos instrumentos de diagnóstico das
doenças de origem genética levaram os médicos a exercer o papel de consultores das
famílias atingidas por estas doenças. Os pais devem ser informados, do modo mais
completo possível, para que possam tomar as decisões adequadas em relação a seus
filhos (em particular no que diz respeito à escolha de se deixar ou não nascer uma
criança portadora de anomalia genética). Desejou-se que esta "consultoria ", depois
do início dos anos sessenta, fosse "neutra ", ou seja, puramente informativa, atesta a
não influenciar os parentes quanto às decisões a serem tomadas. Tal neutralidade,
pelo menos no início, era vista como uma reação aos excessos do eugenismo,
freqüentemente de tipo coercitivo, que se espalhava antes da segunda guerra mundial
e, em certa medida também, até os anos sessenta. Mas também sofreu rapidamente a
influência crescente das "idéias dominantes" da sociedade contemporânea hedonista
e pragmática, que aspira à "criança perfeita", e que não é muito favorável à vida que
nasce, se sabidamente afetada por deficiência. Na realidade, esta idéia de uma
consulta que pode ser "neutra" a nível ético é uma ilusão, porque a única solução
concreta que a medicina pode oferecer hoje aos pais de uma criança que nascerá
deficiente é o aborto. Negar-se a assumir uma posição ética para se limitar ao papel
informativo já comporta uma decisão negativa de tipo moral: a de não ajudar os pais,
com humanidade e compaixão, a tomar ajusta decisão, que é o respeito à vida, "Que
faria o senhor no meu lugar?": é a pergunta da mãe angustiada, do pai desorientado,
uma pergunta que põe fim, humanamente, à inumanidade da neutralidade ética.
(Contracepção pré-implantatória e de emergência; Contragestação; Dignidade do
embrião humano; Genoma e família; Interrupção médica da gravidez; Interrupção
voluntária da gravidez; Procriação assistida e FIVET; Seleção e redução embrionária;
Status jurídico do embrião humano).
Leia o texto integral, entre outros, em Lexicon: termos ambíguos e discutidos sobre
família, vida e questões éticas, Pontifício Conselho para a Família, Edições CNBB.
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