OS DESAFIOS DA REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA BELO HORIZONTE 2013 2 OS DESAFIOS DA REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA Relatório técnico-ciêntífico apresentado para concorrer ao I Prêmio Inovar BH, conforme Edital SMARH n° 01/2013, na categoria Estagiário. . BELO HORIZONTE 2013 3 SUMÁRIO RESUMO...............................................................................................04 INTRODUÇÃO.......................................................................................05 CONTEXTO...........................................................................................07 PROPOSIÇÃO.......................................................................................10 BENEFÍCIOS ESPERADOS .................................................................13 VIABILIDADE DE APRESENTAÇÃO....................................................14 CONCLUSÃO.........................................................................................15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.......................................................16 4 OS DESAFIOS DA REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA RESUMO Um dos grandes desafios que vivemos na área de saúde em nossos dias é conseguir atender todos os clientes holisticamente, dando suporte a diferentes tratamentos em um indivíduo. O primeiro hospital a admitir clientes doentes mentais foi estabelecido na Filadélfia em meados do século XVIII, por Benjamin Rush. Este sistema de cuidado hospitalar constituiu o principal recurso para doentes mentais. No século XX surge a psicanálise, utilizando práticas como eletrochoque, malarioterapia e insulinoterapia para assistência a pacientes doentes mentais. O processo de Reforma Psiquiátrica tem avançado do modelo de internação hospitalar para um baseado em território, onde as pessoas vivem e se socializam; para o indivíduo ter um convívio social é necessário que seja proporcionado uma sociedade informada que saiba entender o sofrimento mental. A pesquisa sobre os desafios da Reforma Psiquiátrica é importante para apresentar o leitor à maneira correta de lidar com o sofrimento mental. O objetivo terapêutico não é curar doenças, mas fortalecer sujeitos, produzir saúde e defender a vida. A finalidade de integração dos indivíduos que sofram mentalmente em sociedade não tem intenção de cura-los, pois não há como curar o sofrimento mental, somente trata-lo. É considerável que já avançamos muito, porem ainda há muito a se avançar; a reforma psiquiátrica vai muito além do que nos é exposto ao dia a dia, com o avanço de pesquisas e ideias inovadoras sobre como melhorar a saúde mental, a reforma só terá de melhorar cada vez mais; afinal, sem saúde mental, não há saúde coletiva. 5 1. INTRODUÇÃO Um dos grandes desafios que vivemos na área de saúde em nossos dias é conseguir atender todos seus clientes holisticamente, dando suporte a diferentes tratamentos em um indivíduo. Este projeto visa o devido tratamento holístico de pacientes tendo transtornos mentais em serviços de atenção primária a saúde. O processo de Reforma Psiquiátrica tem avançado de um modelo restrito a internação hospitalar, para um modelo baseado em território, onde as pessoas vivem e se socializa com a população, esse é um dos propósitos da Reforma Psiquiátrica, onde o indivíduo tende a ser tratado e a viver em sociedade; por essa razão é considerada complexa, pois para o indivíduo ter um convívio social é necessário que seja proporcionado a ele uma sociedade informada que conheça os anseios e necessidades do doente mental. Este trabalho envolve o contato com realidades diferentes, estabelecendo relações entre fenômenos da sociedade, tendo por base relações sociais onde haja orientação na melhora do atendimento ao doente mental com um olhar holístico, importante para a qualidade de vida; contribuindo para o aprofundamento da democracia, sem a qual não há saúde coletiva. A orientação na melhora do atendimento ao doente mental com um olhar holístico é profundamente importante para a qualidade de atendimento humanizado. A reforma psiquiátrica é um movimento, um processo histórico que se constitui pela crítica ao paradigma médico-psiquiátrico e pelas práticas que transformam e superam esse paradigma, embora com particularidades regionais significativas, no amplo território nacional. A reforma diz respeito a uma mudança nas políticas públicas de saúde mental, no sentido de priorizar o atendimento comunitário do paciente psiquiátrico, não priorizando mais os métodos de internação hospitalar. Isto implica na provisão de incentivos para o uso de recursos extra-hospitalares, prezando pela manutenção do portador de transtorno mental em seu meio familiar e comunitário. Segundo a Lei nº 10216, de 06 de abril de 2001: 6 Esse movimento de transformação da lógica de atendimento hospitalocentrico conhecido como reforma psiquiátrica, se consolida em todo o território, politicoadministrativo e técnico assistencial que redireciona as pratica no setor da assistência a saúde mental no SUS. O objetivo deste trabalho é melhorar a reinserção social de indivíduos doentes mentais através da integração na atenção básica de saúde, através de equipes de saúde da família. Segundo Oliveira, Vieira e Andrade (2006, p. 18): O campo da saúde mental está inserido no universo da saúde pública, e para desenvolvê-lo é necessário inclui-lo no SUS em seus diversos níveis, destacandose no nível primário, um dos seus espaços privilegiados de atuação: o programa de saúde da família. A questão inicialmente parece simples, mas na verdade está muito mais complexa do que é exposto por mídias, à questão não é apenas fechar as portas dos hospitais e colocar os indivíduos que sofrem de transtorno mental para viverem em sociedade, tudo depende de um processo complexo para prepara-los para a vida em sociedade, assim também preparar a sociedade que irá receber aquele indivíduo em seu convívio social. 7 2. CONTEXTO Casos de perturbações mentais estão registrados por toda a história e são desde as épocas remotas citadas por historiadores, poetas, escultores e médicos. Nem sempre a loucura foi vista como uma doença ou um problema de integração social. A loucura, ou seja, o indivíduo com maneira de ser diferente em comparação com outra maneira de ser considerada pela sociedade como normal. Assim como a conceituação de loucura, os cuidados dedicados as pessoas com transtornos mentais variaram no decorrer dos tempos, sempre influenciados por crenças, costumes e religião. No Brasil, o primeiro manicômio foi fundado por D. Pedro II em 1852, no Rio de Janeiro, era um local onde havia confinamento da população crescente de desocupados e loucos que vagavam pelas velhas e grandes fazendas e recentes cidades. A partir deste momento, vários outros hospícios foram fundados. Os manicômios eram construídos em locais afastados, frequentados em sua maioria pela população de menor poder aquisitivo; o atendimento aos loucos era tarefa da irmandade de misericórdia e esteve nas mãos da santa casa ate a proclamação da República em 1889. A partir de 1890, o hospício Pedro II passa a ser chamado de hospício nacional dos alienados. No século XX surgem novos nomes: hospício passa a ser chamado de hospital , alienado agora é doente mental, depois será psicopata, o asilado passa a ser interno, nos ambulatórios ele é egresso, quando oriundo da hospitalização, torna-se paciente do ambulatório, no consultório ele é paciente, cliente, no serviço publico ele é usuário. Assim, a loucura recebe os nomes de alienação mental, insanidade, depois doença mental, transtorno mental e ultimamente sofrimento psíquico. Em 1978 é aprovada a lei que proíbe a criação de novos hospícios e sua substituição por pensões protegidas, lares abrigados, hospitais dia, leitos psiquiátricos em hospital geral. Em 1987 houve a criação do primeiro CAPS no Brasil. No fim da ditadura, surge o movimento de reforma sanitária, com objetivo de reorganizar o atendimento a saúde da população. As conferências de saúde tornam fóruns de debate propondo políticas de saúde. Paralelamente 8 a 8ª conferência nacional de saúde (criação do Sistema Único de Saúde) desenvolve o movimento de trabalhadores em saúde mental, que trás a discussão da reforma sanitária para a saúde mental. Em 1987 aconteceu a 1ª conferência nacional de saúde mental, tendo como tema a discussão da cidadania e da doença mental; propondo: as reversões das internações hospitalares psiquiátricas, redução progressiva de hospitais psiquiátricos substituindo por outros serviços, recursos assistenciais alternativos, recuperação de pacientes em serviços extra-hospitalares. Em 1990 acontece a tão sonhada reforma psiquiátrica brasileira, a qual foi instituída por reivindicações de profissionais e famílias, reivindicando lei proibindo a criação de novos hospitais psiquiátricos e enfatizando o tratamento ambulatorial e a reinserção social do doente junto da família e comunidade. Em 1992 Foram realizados movimentos sociais em varias partes do Brasil que aprovam as primeiras leis que determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção a saúde mental. Em 2001 É sancionada a lei 10.216 que redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária. Um dos grandes desafios da Reforma Psiquiátrica brasileira é o fato que doentes mentais vêm tendo pouca atenção do governo, não tendo condições de viver em suas residências com familiares; muitas vezes sendo ridicularizadas e expostos a população em que vivem. Vivendo em casa, não têm adequada atenção médica e psiquiátrica que precisam e deveriam. O atendimento na área de saúde mental muitas vezes é feito pela hospitalização, financiada pelo setor público. Segundo Kawamoto (2008) A assistência psiquiátrica brasileira não é considerada de boa qualidade; A afirmação de Kawamoto é sustentada pelos seguintes fatores: centralização da assistência nos hospitais psiquiátricos, a violação dos direitos humanos dos pacientes internados, ao grande número de indivíduos que não tem acesso ao atendimento e outros motivos. Deve-se chamar a atenção para o atendimento e tratamento que os doentes mentais vêm recebendo dos hospitais, até a abrangência do atendimento primário em 9 saúde feito em suas residências. Uma das propostas da reforma psiquiátrica é retirar o paciente dos chamados hospitais psiquiátricos (manicômios), para inseri–lós no convívio social, este, portanto é considerado um dos grandes desafios, pois é muito grande a dificuldade de reinserção social do indivíduo que vivera até então, em hospitais psiquiátricos. Contudo, é visto que a assistência ao doente mental sempre foi feita de acordo com culturas e crenças, muitas vezes até com preconceitos, hábitos que podem se repetir até os dias de hoje. A pesquisa aqui projetada visa melhorar a assistência aos doentes mentais que já moram em sua residência, conforme a reforma psiquiátrica propõe. O propósito deste projeto é através da contínua integração do indivíduo que sofra mentalmente com a equipe de saúde da família, mediada principalmente por agentes comunitários de saúde, possa integrar holisticamente o indivíduo na sociedade em que vive, melhorando a assistência ao cliente doente mental, procurando entender melhor suas particularidades e conceitos. 10 3. PROPOSIÇÃO Vista a dificuldade de reinserção de indivíduos que sofram de doença mental na sociedade, a qual se torna um grande desafio em inserir o paciente com sofrimento mental em convívio social, foi estudada a proposta de reinserção social baseada em referenciais relacionados ao tema. São estudadas propostas que recomendam os serviços primários de saúde (PSF – Programa de Saúde da Família) de Belo Horizonte, o qual as pessoas têm um acesso facilitado, podendo ajudar na integração de doentes mentais em convívio social, proporcionando um convívio sadio através de equipes de saúde da família, contando principalmente com o apoio dos agentes comunitários de saúde, elo intenso entre indivíduo e o programa de saúde da família; proporcionando qualidade de vida e condição de viver em sociedade a cada residência onde resida uma pessoa com sofrimento mental. Segundo Oliveira, Vieira e Andrade (2006) Assim como o cuidar não está restrito ao campo da clínica, a sociedade está implicada na manutenção ou desconstrução das instituições manicomiais e nas práticas nelas efetivas, está na hora dos usuários e profissionais dos PSFs, assumirem seus papeis conforme a reforma psiquiátrica propõe, melhorando assim cada vez mais os aspectos dessa reforma, fazendo assim a reforma psiquiátrica funcionar efetivamente; aplicando os princípios de reinserção social que a reforma psiquiátrica propõe nos centros de saúde na cidade de Belo Horizonte. Segundo Oliveira, Vieira e Andrade (2006, p. 8): Não se trata apenas de fechar hospitais psiquiátricos, (...) também não se trata apenas de implantar serviços territoriais de atenção psicossocial (...). A complexidade está em construir outras formas e respostas para que a sociedade possa lidar solidária e inclusivamente com os sujeitos em sofrimento psíquico. O programa de saúde da família é a melhor solução para promover reinserção social e integração, pois só ele é capaz de disponibilizar essa integração permanentemente, ou o quanto o indivíduo necessitar. Segundo Amarante (2006, p. 9): “A área da saúde mental não pode existir sem um trabalho consistente, regular permanente, como apenas a saúde da família pode estabelecer”. Através do auxílio da equipe de saúde da família, a família 11 do doente mental saberá como trata-lo adequadamente, o acolhendo em convívio familiar, assim como afirma Oliveira, Vieira e Andrade (2006, p. 43): “A conduta terapêutica deve incorporar o doente mental na família e na sociedade”. Buscaglia (1997) define: O papel da família é fundamental, pois ela é o primeiro grupo no qual o indivíduo é inserido; sendo, portanto uma força social que tem influencia direta na determinação da personalidade do doente mental. A família com toda certeza é um alicerce para o sucesso da reinserção social do doente mental. Segundo Duarte (2001): Quando pensamos no ser humano e em suas características mais específicas e únicas, certamente não podemos deixar de pensar na família, que é sem dúvida, a estrutura mais especificamente humana e insubstituível que podemos mencionar. Mas, é pensado, de quem é a responsabilidade de cuidar do doente mental em processo de reinserção social? Qual serviço poderá respaldar a família deste doente? Segundo Amarante e Torres (2010, p. 122): A Reforma Psiquiátrica, em seus refluxos e ambiguidades, vem demonstrando certo coeficiente de “reinstitucionalização” nas políticas de saúde mental, na configuração de certa CAPScização” do modelo assistencial, na forma de colocar os CAPS como “centro” do sistema, como forma primeira ou última, como certa ‘garantia’ de organização da assistência, mas que leva a um risco de minimizar e desvalorizar as ações múltiplas que devem extravasar o serviço, tido como ‘novas acomodações para técnicos e usuários’. A responsabilidade de cuidar deste doente é de todo o serviço de saúde, que de maneira que lhe incumbe, contribuirá para a adequação social deste indivíduo. Oliveira, Vieira e Andrade (2006, p. 21) relatam: De quem é a responsabilidade de cuidar de pessoas em sofrimento psíquico? Pensamos que, nos limites da reforma psiquiátrica, esta tarefa repousa no trabalho da equipe de saúde mental, entendendo a atenção primária como um dos níveis de assistência indispensável para o desenvolvimento da reforma, a responsabilidade se estende a equipe de saúde da família. 12 Sob as condições de fazer análise da qualidade de vida de pacientes com doença mental os serviços primários de saúde ( PSF- Programa de Saúde da Família), com o apoio da equipe de saúde da família e a família do indivíduo, se torna possível a integração social deste indivíduo, levando qualidade de vida e condição de viver em sociedade a cada residência de doente mental. 13 4. BENEFÍCIOS ESPERADOS Com o apoio de equipe de saúde da família, equipe de saúde mental é possível juntas formar ma base para o indivíduo se situar e se identificar em um novo meio de convivência, a vivência em sociedade. “As áreas da saúde mental e da saúde da família representam, atualmente, as iniciativas mais ousadas e radicais de transformação das políticas públicas de saúde no Brasil”. (OLIVEIRA, VIEIRA E ANDRADE, 2006, p.44). Com o suporte da família e do programa de saúde da família pode ser o apoio que estava faltando para a reinserção social do indivíduo. “A metáfora ‘retorno para casa’ pode ser considerada a primeira referencia simbólica de um rito de passagem que sinaliza uma nova vida, uma nova identidade, uma nova referencia.” (ROEDER, 2010 p.319). Tendo o auxilio do programa de saúde da família é possível acolher e cuidar deste indivíduo em seu rito de passagem, que sinaliza uma nova vida, onde tenha perspectiva que possa ser melhor do que sua vida passada resumida em hospitais psiquiátricos. Assumpção (2012, p. 3) declara: “Não basta somente acolher. Precisamos conhecer e cuidar”. Não só cuidar no campo físico, mas principalmente no campo mental, tratando o indivíduo como o cidadão, o qual sempre foi. Monteiro (2011, p. 6) nos afirma: “A volta ao mundo da vida remete a uma ideia de retomada de valores deixados para trás, num esforço de restituição de cidadania”. O objetivo de integração dos indivíduos que sofram mentalmente em sociedade não tem como intenção cura-los, pois não há como curar o sofrimento mental, somente trata-lo; mas o objetivo é fazer este indivíduo sentir como parte daquela sociedade, como nos afirma Campos (2000) O objetivo terapêutico não é curar doenças, mas fortalecer sujeitos, produzir saúde e defender a vida. Sendo, portanto, de grande importância social reinserir o indivíduo em sua vida cidadã tendo vinculo com a família e comunidade que ali vive; conseguindo fazer uma perfeita reinserção social daquele cidadão. 14 5. VIABILIDADE DE APRESENTAÇÃO As transformações que vem ocorrendo no campo da saúde mental, que nós entendemos como processo de reforma psiquiátrica, e no campo da saúde da família, não como simples proposta de cobertura familiar, mas como estratégia de promoção a saúde e construção de consciência sanitária, em defesa da qualidade de vida, são fundamentais para que possamos começar a exercer outra forma de pensar e fazer saúde em nosso município. Estamos vivendo um novo tempo, um tempo em que é possível de se viver em sociedade que seja miscigenada sem nenhum problema, é possível dar sua opinião sobre tudo sem medo de ser exilado, é possível viver com nossos doentes mentais em ambiente familiar. Segundo Amarante (2003, p. 3): Percebe-se que apesar de avanços na dimensão administrativa da reforma psiquiátrica, principalmente relacionados a implantação de Caps em todo o Brasil, a potencialidade desses novos dispositivos para a construção de uma clínica psicossocial inovadora, que rompe com os conceitos de doença, cura e verdade da psiquiatria, é muito reduzida ou sequer se apresenta. A viabilidade da implementação da assistência psiquiátrica integral em residências familiares favorece o bem estar psíquico e físico dos cidadãos com sofrimento mental, além de beneficiar a prefeitura de Belo Horizonte. Favorece o bem estar psíquico do indivíduo, pois, é proporcionado a ele muito mais satisfação em se tratar tendo a presença de familiares e pessoas que tenham afeto, o tratamento do doente com certeza se dará melhor do que feito em clínicas ou hospitais, tendo assistência ao nível de uma clínica psiquiátrica, com o diferencial de estar se tratando num lugar onde se sinta bem e com as pessoas que o amem, proporcionando ao doente mental um tratamento psiquiátrico com todo o aconchego de poder estar em sua própria casa. Assim, como resultado, ocorrerá a facilitação no tratamento do doente mental. Além de tudo, gerará um menor gasto á prefeitura de Belo Horizonte, tratando o doente mental em casa, além de prevenir futuros agravos e futuros gastos a mais na administração municipal. 15 6. CONCLUSÃO Conforme foi demonstrado na pesquisa, o primeiro passo já foi dado; que foi a reforma psiquiátrica. É considerável que já avançamos muito, porem ainda há muito a se avançar. A reforma psiquiátrica vai muito além do que nos é exposto ao dia a dia, com o avanço de pesquisas e ideias inovadoras sobre como melhorar a saúde mental, a reforma só terá de melhorar cada vez mais; trazendo consigo qualidade de vida á todos os indivíduos que sofram mentalmente, demonstrando que não é preciso deixar de ser cidadão para tratar de uma dor, seja ela física ou da alma. E era neste ponto que a psiquiatria equivocava, pois defendiam o fato de que só é possível tratar o indivíduo sequestrando o direito de liberdade do sujeito, o que hoje em dia sabemos não ser necessário. O objetivo terapêutico não é curar doenças, mas fortalecer sujeitos, produzir saúde e defender a vida. A finalidade de integração dos indivíduos que sofram mentalmente em sociedade não tem intenção de cura-los, pois não há como curar o sofrimento mental, somente trata-lo. 16 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVERGA, Alex Reinecke; DIMENSTEiN, Magda. A reforma psiquiátrica e desafios na desinstitucionalização da loucura. Interface – Comunic., Saúde, Educ., 2006, v. 10, n. 20, p. 299 – 316, jul./dez. 2006. AMARANTE, Paulo. A clínica e a reforma psiquiátrica. Arquivos de saúde mental e atenção psicossocial. Rio de Janeiro. Nau Editora, 2003. AMARANTE, P. e TORRE (2010). “30 anos de Reforma Psiquiátrica Brasileira: lutando por cidadania e democracia na transformação das políticas e da sociedade brasileira”. In: FONTES, B. A. S. M.; FONTE, E. M. M. (Orgs.).Desinstitucionalização, Redes Sociais e Saúde Mental: Análise de Experiências da Reforma Psiquiátrica em Angola, Brasil e Portugal.Recife: Editora Universitária - UFPE, pp. 113-136. ASSUMPÇÃO, F. B. Revista síndromes: Revista multidisciplinar de desenvolvimento humano, São Paulo, ed. Atlantica, v.2, nº. 6, nov./dez. 2012. BARROS, Denise Dias; Itinerário da Loucura em Território Dogon. Rio de Janeiro, Fio Cruz, 2004 -2008. BUSCAGLIA, L. Os Deficientes e seus pais. Trad. Raquel Mendes, 3ª ed., Record, Rio de Janeiro, 1997. CAMPOS; Gastão. W.S. Saúde pública e saúde coletiva: campo e núcleo de saberes e praticas. Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: <WWW.scielo.br> Acessado em 16/10/2004. 17 DUARTE, Y. A. O. Família: rede de suporte ou fator estressor: a ótica do idoso e cuidadores familiares. Universidade de São Paulo – Programa de pósgraduação em enfermagem. São Paulo, 2001. FILHO, Kleber Prado; LEMOS, Flávia Cristina Silveira. Uma breve cartografia antimanicomial no Brasil. Contemporânea Dossiê direitos humanos, 2012, v. 2, n. 1, p. 45 – 63, Jan. – Jun. 2012. FOUCAULT, M. História da Loucura. São Paulo: Perspectiva, 1978. GONÇALVES, Alda Martins; SENA Roseni Rosângela. A reforma psiquiátrica no Brasil: contextualização e reflexos sobre o cuidado com o doente mental e a família. Revista Latino Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, 2001, v. 9, n. 2, mar./abr. 2001. KAWAMOTO, Emília Emi; Saúde Mental. In KAWAMOTO, Emília Emi; SANTOS, Maria Cristina Honório; MATTOS, Thalita Maia. Enfermagem Comunitária. Ed. Pedagogica e universitária LTDA, 2008. Cap. 15, p.185-191. KUPSTAS, M. (org.) Saude em Debate. Coleção Debate na Escola. 1ª ed. São Paulo: Moderna, 1997. Disponível em: < http://www.polbr.med.br/ano06/wal0306.php>. Acesso em: 23/08/2013 ás 19:00 horas. Lei nº 10216, de 06 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial 18 em saúde mental. Brasília, DF, 07 de abril de 2001. Disponível em: < http://www.inverso.org.br/index.php/content/view/3605.html>. FUREGATO, A. R. F. Relações Interpessoais Terapêuticas na Enfermagem. Ribeirão Preto, Scala. 1999. MONTEIRO, Eliane Maria. Congresso luso afro brasileiro de politicas sociais. 11ed, p. 6. NUNES, Mônica; JUCÁ, Vladia Jamile; VALENTIM, Carla Pedra Branca. Ações de saúde mental no programa saúde da familia: Confluências e dissonâncias das práticas com princípios das reformas psiquiátrica e sanitária. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2007, p. 2375 – 2384, out. 2007. OLIVEIRA, Alice Guimarães Bottaro; VIEIRA, Marcos Antonio Moura; ANDRADE Socorro de Maria Ribeiro. Saúde Mental na Saúde da Família: Subsídios para o trabalho assistencial. São Paulo, Olho d’ água, 2006. ROCHA, Rogério Lannes.Sem democracia não há saúde.RADIS comunicação e saúde, Manguinhos, 2012, n. 120, p. 3, ago.2012. ROEDER, M. A. (2010). “Serviço Residencial Terapêutico – Morada do Gênero”. In: MALUF, S. e TORNQUIST, C. Gênero, saúde e aflição: abordagens antropológicas. Florianópolis, Letras Contemporâneas. 19 SCILIAR, M. (2002). Do mágico ao social: trajetória da saúde pública. São Paulo: Senac. TENÓRIO, F.; A reforma psiquiátrica brasileira, da década de 1980 aos dias atuais: reforma e conceitos. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, 2002, v.9, Jan. /abr. 2002. TOWNSEND, Mary C.; Enfermagem psiquiátrica: conceitos de cuidados. 3. Ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2002.