ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac ÁCIDOS GRAXOS NO TRATAMENTO DE DOENÇAS CARDÍACAS, ESQUIZOFRENIA E DEPRESSÃO Mariana Barbosa Silva1 Mara Deonice Pinto de Lima 1 Joice dos Santos Araujo1 Ramirez Tetour Pereira1 Cinara Ramos1 Tatiana Gomes da Rosa2 RESUMO Nos últimos 20 anos, muitos estudos estudos e investigações clínicas têm sido realizados a respeito do metabolismo dos ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) em particular com relação aos ácidos graxos ômega-3. ômega Esses ácidos graxos essenciais de cadeia longa exercem importantes funções no funcionamento funcionamento e desenvolvimento do organismo humano. Ácidos graxos ômega-3 ômega são antiinflamatório, inflamatório, antitrombótico, antiarrítmicos, reduzem a dislipidemia, aliviam sintomas da esquizofrenia e reduzem as dores crônicas e sintomas ansiosos e depressivos. Nesse trabalho observou-se o se que tanto pela sua ação direta em estruturas cerebrais bem como anti-inflamatório anti inflamatório e anti-trombolítico anti a suplementação com ácidos graxos ômega-3, ômega 3, pode ser aderida como estratégia benéfica para melhorar os sintomas e desenvolvimento de doenças cardiovasculares, car esquizofrenia,, dor crônica e depressão. Palavras-chaves: ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) (PUFAs), ômega ômega-3, doenças cardiovasculares, esquizofrenia, dor crônica e depressão. ABSTRACT Over the past 20 years, many studies and clinical investigations investigations have been carried out concerning the metabolism of polyunsaturated fatty acids (PUFAs) in particular with 1 Acadêmico do curso de Enfermagem do CesucaCesuca Faculdade Ined, disciplina de Bioquímica, profª Tatiana Gomes da Rosa-2013/2. 2 Professora orientadora. Doutora em Fisiologia. Fisiologia Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 7 (2013)) 1 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac regard to omega-3(ω – 3). ). These essential fatty acids long-chain long chain play important roles in the functioning and development of the human organism. organis Omega-33 fatty acids (ω – 3) are anti-inflammatory, inflammatory, antithrombotic, antiarrhythmic, reduce dyslipidemia, relieve symptoms of schizophrenia and reduce chronic pain and anxiety and depressive symptoms. In this study we observed that both by direct action on brain structures as well as anti-inflammatory inflammatory and anti-thrombolytic anti thrombolytic supplementation of omega-3 omega fatty acids (ω – 3)) can be attached as a strategy beneficial in improving symptoms and development of heart disease, schizophrenia, chronic pain and depression. depressio Keywords: polyunsaturated fatty acids (PUFAs), omega-33 fatty acids, heart disease, schizophrenia, chronic pain and depression. INTRODUÇÃO O Homo sapiens apareceu há cerca de 40 mil anos e a constituição da genética humana permaneceu relativamente inalterada. inalterada. Há cerca de dez mil anos, a agricultura iniciou uma introdução de mudanças lentas no consumo de alimentos. Foi somente a partir da revolução industrial que as mudanças no consumo de alimentos ocorreram rapidamente. Essas mudanças são refletidas principalmente principalmente no aumento de consumo de gordura animal e no desequilíbrio dos d ácidos graxos ômega-3 (ω-3) 3) e ômega-6 ômega (ω-6) (Fagundes, 2002 ). Nos últimos 20 anos, muitos estudos e investigações clínicas têm sido realizados a respeito do metabolismo dos ácidos ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) em particular com relação aos ácidos graxos ω –3. 3. Hoje nós sabemos que os ácidos graxos ω –33 são essenciais para o crescimento e o desenvolvimento normal e podem também ter um importante papel na prevenção e tratamento de doenças doenças coronárias, hipertensão, diabetes, artrite, desordens inflamatórias e autoimunes e, além de tudo, o câncer c (Simopoulos, 1991; Salem et al., 1996). Um estudo relacionando a nutrição das populações do período paleolítico com a dos dias atuais, mostra que naquele período o consumo de gorduras saturadas era muito baixo se comparado aos dias de hoje. Além disso, havia um equilíbrio entre o consumo de ácidos graxos ω –6 e ω –3 (razão de 1– 2:1) e o consumo de gorduras trans era menor do que atualmente (Eaton, (Eat 1985). Nas dietas ocidentais, é muito alto o consumo de ácidos graxos ω - 6 (a razão de ω –6 para Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 7 (2013)) 2 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac ω –3 é de 20–30:1). 30:1). Isto se deve ao fato de ser recomendado substituir as gorduras saturadas pelas gorduras contendo ácidos ω –6, 6, porque a última tende a baixar as concentrações de colesterol sérico. O consumo de ácidos graxos ω –33 é muito baixo hoje, porque diminuiu muito o consumo de peixe e aumentou a produção industrial e o consumo de alimentos de origem animal rico em grãos que possuem alto teor de carboidratos carboidratos e ácidos graxos ω – 6 e, principalmente, porque cresceu a produção de alimentos alimentos ricos em ácidos graxos ω – 6 e pobres em ácidos graxos ω –3. 3. Recentes estudos apresentaram que uma dieta rica em carboidratos e pobre em gorduras aumenta a resistência à insulina e hiperinsulinemia, condições que aumentam o risco de doença coronária, hipertensão, diabetes e obesidade (Fanaian et al. , 1996; Simopoulos et al., 1999). Eaton e Kramer (1988) observaram um aumento no consumo de proteínas, cálcio, potássio e ácido ascórbico e um baixo consumo de sódio nas dietas do paleolítico mais do que nos dias atuais e em dietas ocidentais. A maior parte da nossa alimentação é caloricamente concentrada em comparação com a dieta selvagem, frutas e vegetais sem cultivo do paleolítico. aleolítico. O homem do paleolítico tinha uma dieta com baixas calorias e bebia muita água. Hoje a maioria das bebidas para acabar com a sede contém calorias. Atualmente as sociedades industrializadas são caracterizadas por: um aumento no consumo e pouco gasto gasto de energia; um aumento no consumo de gorduras saturadas, ácidos graxos ω – 6 e gorduras trans, e uma diminuição no consumo de ácidos graxos ω –3; uma diminuição no consumo de fibras; um aumento no consumo de grãos (cereais) e uma diminuição no consumo de frutas e vegetais; uma diminuição no consumo de proteínas, antioxidantes e cálcio. Os ácidos graxos ω –33 “fluidificam” nosso sangue, já que reduzem a coagulação e agregação plaquetária, sendo importantes para prevenir a aterosclerose, o infarto do miocárdio cárdio e a morte súbita. Além disso, melhoram a resposta inflamatória e imunológica. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 7 (2013)) 3 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Há evidências de que a falta de ácidos ω –33 e os excessos de ω –6, que caracterizam a maior parte das nossas dietas ocidentais, sejam responsáveis por muitas doenças degenerativas nerativas e por muitos tipos de câncer do mundo ocidental, como o câncer de mama, de cólon e reto, de próstata, de pulmão (em não fumantes), de esôfago, etc. Os ácidos graxos ω –33 são também essenciais para nossa saúde mental. Em resumo, a agricultura moderna, rna, com sua ênfase na produção, tem diminuído o conteúdo de ácidos graxos ω –33 em muitos alimentos, tais como vegetais verdes, alimentos de origem animal, ovos e igualmente de peixe e uma rápida mudança na nossa dieta, particularmente nos últimos 100 anos, anos, são potentes promotores de doenças crônico– crônico degenerativas como aterosclerose, hipertensão, obesidade, diabetes, depressão, esquizofrenia, transtorno e déficit de atenção, alzheimer, doenças pulmonares obstrutivas crônicas, osteoporose, muitos cânceres. Além Além da dieta, o sedentarismo e a exposição a substâncias nocivas interagem com o controle genético e bioquímico levando ao aparecimento de doenças crônicas (Simopoulos, 2002). Entre os representantes da família ômegaômega 3 temos o óleo de linhaça; que é uma dass sementes oleaginosas tradicionais com mais história, por causa da utilização de suas fibras em produtos têxteis, mas, também a partir da sua semente se pode obter um óleo com propriedades secantes devido ao alto teor de ácido α-linolênico linolênico . Além disso, existe e o uso medicinal da semente de linhaça em distúrbios gástricos, indigestão, úlceras duodenais e atua ainda como laxante suave (TURATTI, 2000). O interesse no consumo de linhaça está relacionado ao seu alto conteúdo de ácido α-linolênico linolênico (LNA, 18:3 .-3, . 50-55% 55% de ácidos graxos totais), fibra da dieta, di ligninass e compostos fenólicos, os quais são provavelmente benéficos na redução dos fatores de risco para doenças cardiovasculares e câncer (CHEN, et. al.,, 1994). Oss ácidos graxos poliinsaturados ômega – 3 constituem uma de duas famílias de ácidos graxos – as famílias ômega – 3 e ômega – 6– , que são absolutamente essenciais para a vida humana, isto é, devem provir da dieta. A estimativa é de que os ácidos graxos ω – 3 declinaram aproximadamente 20% do nível nível encontrado em dietas de um século atrás. Apesar disso, a deficiência dos ácidos graxos ômega – 3 é virtualmente ignorada (Weber et al.,., 1986). Ultimamente, principalmente nas áreas de nutrição e bioquímica, verifica–se verifica uma tendência em agrupar os ácidos ácidos graxos insaturados em famílias conhecidas como ômega (ω). ). Entre elas aparecem às famílias ω – 9, tendo como principal representante o Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 7 (2013)) 4 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac ácido oléico, ω – 6, representado pelo ácido linoléico, e ω – 3, onde estão incluídos os ácidos α – linolênico, eicosapentaenóico eicosapentaenóico (EPA) e docosaexaenóico (DHA). A letra grega ω aparece em substituição a n usada tradicionalmente, significando o último carbono da cadeia. Nesta nomenclatura, dá–se dá se nome aos ácidos graxos conforme o posicionamento da última insaturação em relação relação ao carbono do grupamento metila terminal da cadeia. Assim, ω–33 significa que se trata de um ácido graxo cuja última insaturação situa–se situa se a três carbonos do carbono terminal, ou seja, ω, do grego. Os ácidos graxos mais abundantes na natureza têm 16 ou 18 átomos de carbono. Estão incluídos entre eles os ácidos palmítico, esteárico, linoléico e oléico. Estes ácidos aparecem como os principais constituintes dos triacilgliceróis dos óleos de soja, dendê, girassol, caroço de algodão e amendoim que representam representam 84% da produção mundial de óleos vegetais (Topfer, et al., 1995). O grupo acila correspondente ao ácido oléico constitui em muitos casos mais da metade do total de muitos óleos e gorduras comestíveis. Muitas doenças comuns como obesidade, Diabete mellitus e doença coronária tem um significante componente genético que contribui para sua susceptibilidade. E é de vital importância entender a base biológica dessa susceptibilidade, comum a essas desordens para desenvolver uma estratégia racional para o tratamento tratamento e prevenção das mesmas. Além dos fatores genéticos que estão por trás desta doença também, no entanto, encontramos vários fatores ambientais contribuindo para o seu desenvolvimento. Segundo Vessby(2000), os hábitos alimentares e o sedentarismo são fatores ores do estilo de vida associados com a resistência a insulina e o desenvolvimento de diabetes tipo II Diabete mellitus do tipo 2, ou diabete mellitus insulino dependente, ocorre quando os níveis homeostásicos de glicose são alterados, devido a um impedimento impedim da ação de insulina em tecidos periféricos e/ou uma secreção anormal de insulina (Kahn, 1998). Diabetes tipo II é a maior causa de cegueira, falência renal e amputação dos membros inferiores em adultos e esta aumentando a incidência na maioria da população popu (O´ Rahily, 1997). Histórico familiar de obesidade, dieta e baixa ou nenhuma atividade física são os maiores fatores e riscos para o desenvolvimento do diabetes tipo II. Mudanças metabólicas como resistência a insulina, dislipidemia e alta pressão sanguínea são outros fatores de risco que aparecem antes mesmo do diagnostico clinico Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 7 (2013)) 5 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac ser evidenciada (Groop, 1997). Elevados níveis de ácidos graxos livres são um forte fator de predisposição ao diabetes e está correlacionado ao aumento de glicose hepática, uma das maiores causas de hiperglicemia diabética ( SALTIEL, 1996; BERGMAN, 2000). Além disso, o alto nível de ácidos graxo livres circulante tem sido mostrado como uma das causas de apoptose celular pancreática em ratos obesos, o que pode estar relacionado do com a disfunção pancreática em diabéticos ( SHIMAKURO, 1998 ). Atualmente inúmeros trabalhos vêm demonstrando que um grande número de fatores nutricionais modulam as funções imunológicas, em especial os ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs), que são componentes co comuns da dieta. (Calder, 1998), A incorporação de PUFAs na dieta pode influenciar, influenciar por exemplo, a funcionalidade dos linfócitos, algumas proteínas de membrana, alteram a capacidade de resposta celular frente a estímulos, modificam a concentração e potência biológica de segundos mensageiros e modulam a atividade de eicosanóides (CALDER; DECKELBAUM, 2001). Experimentos ex vivo apontam que óleo de peixe aumenta a produção de TT supressores : T “helper”, diminuir a resposta proliferativa das células T a mitógenos, diminuir a atividade de linfócitos T citotóxicos e de células NK (CALDER, 1996). 1996) Estudos clínicos e epidemiológicos realizados nas últimas décadas comprovam que os ácidos graxos de cadeia longa trazem inúmeros benefícios à saúde humana. Pesquisas uisas apontam papel importante no tratamento e prevenção de câncer, de doenças cardiovasculares e, mais recentemente, tratamento de doenças mentais, incluindo depressão, déficit de atenção hiperatividade e demência. (RIEDGER, et al. 2009). 2009) METODOLOGIA O artigo foi produzido utilizando-se utilizando se do método indutivo, através de pesquisas biográficas. REVISÃO DE LITERATURA Quantidade diária mínima necessária. A espécie humana experimentou mudanças drásticas na sua alimentação em relação à ingestão de ácidos graxos g nos últimos timos milênios. Com a expansão agrícola, Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 7 (2013)) 6 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac houve um aumento do consumo de cereais, óleos e grãos ricos em ácidos graxos Ômega-66 e uma diminuição paralela da ingestão de ácidos graxos Ômega-3. Ômega A relação Ômega-6/Ômega-3, 3, originalmente em torno de 1:1 1:1 a 2:1, hoje se situa de 15:1 a 40:1 na dieta ocidental. (SIMOPOULOS, 2002) Em suas uas mais recentes publicações as Associações Norte--Americanas de Cardiologia (American American Heart Association e AmericanCollegeofCardiology ardiology), Sociedade Europeia de Cardiologia (Eu EuropeanSociety for Cardiology) recomendam a ingestão de 1g de ômega 3 (de origem marinha) por dia para benefícios de longo prazo para a saúde. (Von SCHACKY e HARRIS, 2007). 2007) DOENÇAS CARDÍACAS O resultado das análises sugere que a ingestão de ômega-33 reduz em até 20% (p<0,005) o risco de doença coronariana fatal e em até 10% (p<0,00 (p<0,005) o risco de doença coronariana não letal (MOYAD, 2006), reduz em 48% o risco de infarto em mulheres, segundo Von Schacky e Harris (2007). Os benefícios cardíacos do ômega-3 ômega se dão ão muito em função de que, em altas concentrações, é capaz de reduzir reduz níveis de triglicerídeos no sangue, sendo parcialmente responsável, responsável portanto, pela diminuição das chances de doenças cardiovasculares. Em um ensaio randomizado com pacientes com doença arterial rterial coronariana, co a suplementação com aproximadamente 1,5 g/dia g/dia de ácido graxo Ômega-3 Ômega por dois anos provocou menos progressão e mais regressão da aterosclerose coronariana. coronariana ESQUIZOFRENIA A esquizofrenia é um severo transtorno do funcionamento cerebral, cereb que atinge 1% da população mundial. "As atuais evidências relativas às causas da esquizofrenia são um mosaico: a única coisa clara é a constituição multifatorial da esquizofrenia. Isso inclui mudanças na química cerebral, fatores genéticos e mesmo alterações alterações estruturais. A origem viral e traumas encefálicos não estão descartados. A esquizofrenia é provavelmente um grupo de doenças relacionadas, algumas causadas por um fator, outras, por outros fatores". A questão sobre a existência de várias esquizofrenias esquizofrenias e não apenas uma única doença não é um assunto novo. (Richardon AJ et al, 2000). Primeiro, pela diversidade Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 7 (2013)) 7 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac de manifestações como os subtipos paranóide, hebefrênico e catatônico além das formas atípicas, que são conhecidas há décadas. A esquizofrenia esquizofrenia talvez sejao simples fato de tratá-la la como uma doença só que atrapalha sua compreensão. Poucos sabemos sobre essa doença. O máximo que conseguimos foi obter controle dos sintomas com os antipsicóticos. ESQUIZOFRENIA E ACIDOS GRAXOS Apesar da etiologia ia incerta da esquizofrenia, evidencias apontam para um metabolismo anormal dos fosfolipídios, particularmente na composição dos ácidos graxos das membranas celulares. Neste contexto, estudos revelam que pacientes esquizofrênicos apresentam níveis reduzidos reduzidos de ácidos graxos de cadeia longa nas membranas dos eritrócitos, provavelmente por causa da atividade excessiva de uma fosfolipase A.(Zemdegs (Zemdegs JCS, et al. / Rev Psiq Clín. 2010;37(5):223-7) 2010;37(5):223 É possível que alteração dietética agravem ou aliviem sintomas da esquizofrenia. Nesse sentido, encontra-se se correlação entre a melhora do prognostico da esquizofrenia e o baixo consumo de gorduras totais e de gorduras de fonte animais-compostas animais principalmente pelos ácidos graxos saturados. Adicionalmente, observaram tendências tend de relação positiva entre o alto consumo de gorduras provenientes de vegetais, peixes e animais marinhos (ricoss em ácidos graxos insaturados). (Zemdegs JCS, et al. / Rev Psiq Clín. 2010;37(5):223-7) Estudos preliminares relatam uma melhora dos sintomas sinto da esquizofrenia após a suplementação de n-3 n 3 como terapia coadjuvante aos antipsicóticos. Segundo a pesquisa publicada (Zemdesg J.C et al, 2009) estudos studos clínicos evidenciou a relação entre a suplementação de EPA e a melhora dos sintomas da esquizofrenia. esquizofreni Por conseguinte, sugere-se se que o paciente sejam encorajados a consumirem refeições balanceadas e saudáveis ricas em EPA e, caso a quantidade ideal não seja atingida pela dieta, é possível que a suplementação de n-3 n 3 seja benéfica. Vale lembrar que assim como em qualquer forma de tratamento, a terapia nutricional deve ser supervisionada e as doses ajustadas sempre que necessário para que o beneficio do tratamento seja atingido. DOR CRÔNICA E SINTOMAS ANSIOSOS E DEPRESSIVOS Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 7 (2013)) 8 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Dor crônica é um problema de saúde saúde que afeta um terço dos adultos. Atenuados por fatores como etilismo, tabagismo, sobre peso, sedentarismo, situação conjugal e ocorre mais no gênero feminino. Esta entre as maiores maiore causas de absenteísmo e redução da produtividade do trabalho é a maior causa de licenças médicas e outros benefícios. (Cortes M.L et al, 2013) Por isso frequentemente é acompanhadas por comorbidades psiquiátricas como depressão e ansiedade. Apesar desta associação tanto a dor quanto os distúrbios são tratadas de forma inadequada, quada, resultando no aumento da dor, incapacidade para o trabalho, redução da saúde eda qualidade de vida, elevado custo de tratamento. O uso de ômega - 3, nutriente a que se atribui propriedades nutracêuticas, parece que pode atenuar a dor e os distúrbios. distúrbios Para analisar essa hipótese, foi realizada a revisão das ações terapêuticas do ômega – 3 no tratamento dos pacientes com dor crônica e distúrbios psiquiátricos. A dor pode contribuir para a manifestação da ansiedade, pois a falta de diagnostico leva esses ses pacientes paciente a um sentimento de desesperança, impotência, desespero, tornado-se se então um processo crônico. Os pacientes com ansiedade e depressão aumentam sua vulnerabilidade á dor em momento de estresse,, pois é nessa situação de excitação física tem um o aumento da sensibilidade á dor. Através de inúmeros estudos foram comprovados que comorbidades associadas com ansiedade, depressão e dor crônica eram significamente maiores do que aquelas associadas apenas com a dor crônica. A TERAPEUTICA COM ÔMEGA-3 ÔMEGA A busca por alternativas não farmacológicas, é utilizada para tratar dor crônica e suas conseqüências, destaca-se destaca se os nutrientes similares aos fármacos com propriedades antiinflamatórias não esteróides como o ômega - 3. Os estudos mostram que quando comparado comparado exames de pacientes com dor crônica e pacientes saudáveis, em média 68% dos pacientes saudáveis possuem uma taxa de ômega - 3 elevado, e os pacientes portadores desta doença tem déficit desse nutriente e elevação de ômega 6. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 7 (2013)) 9 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Corroborando com estas observações, observações, estudo indicou que a depressão clínica é acompanhada de menor nível de ômega - 3, assim como reduzidos níveis plasmáticos e cerebrais desse ácido graxo (Brunner J, et al, 2001). Em adição afirmam que elevada concentração de ácido araquidônico no sangue, sangue, plasma e eritrócitos estão associados com aumento da gravidade dos sintomas depressivos. Assim, leva-se se em consideração a associação já estabelecida entre a presença de dor e os sintomas ansiosos e depressivos, é possível que a melhora dos sintomas psicológicos possa estar relacionada á ação do ômega - 3 direta através de seu nível cerebral elevado, ou indireta, pela ação antiinflamatória no local onde levaria á dor. CONSIDARAÇÕES FINAIS Tanto pela sua ação direta em estrutura cerebrais assim como pela sua ação antiinflamatória e anti-trombolítica trombolítica a suplementação com ácidos graxos ômega-3, ômega pode ser aderida como estratégia benéfica para melhorar os sintomas e desenvolvimento de doenças cardiovasculares, esquizofrenia depressão. Lembrando que como qualquer tipo de tratamento, a terapia nutricional coma suplementação do ácido graxo ômega -3 devem ser supervisionadas,, havendo ajuste na dosagem sempre que necessário para que assim possamos atingir um resultado satisfatório. BIBLIOGRAFIA Adams SH.(2000) (2000) Uncoupling Protein Homologs: Emerging Views of Physiological Function. Journal of Nutrition 130: 711–714. 711 Altshuler D, Hirschhorn JN, Klannemark M, Lindgren CM, Vohl MC, Nemesh J, Lane CR, Schaffner SF, Bolk S, Brewer C, Tuomi T, Gaudet D, Hudson TJ, TJ Daly M, Groop L, Lander ES. 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(51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 7 (2013)) 11 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Homem de Bittencourt Jr., P.I., Pontieri, V., Curi, R., and Lopes, O.U. (1989) Effects of aspirin-like like drugs on Walker 256 tumor growth and cachexia in rats. Braz. J. Med. Biol. Res. 22, 1039-1042. 2. Lemberger T, Desvergne B, Wahli W. Peroxisome Proliferator–Activated Proliferator Activated Receptors: A Nuclear Receptor Signaling Pathway in Lipid Physiology. Annual Review of Cell Developmental Biology 12:335–363, 12:335 1996. Lemberger T, Saladin R, Vazquez M, Assimacopoulos F, Staels B, Desvergne B, Wahli W, Auwerx. Expression of the Peroxisome Proliferator–activated Proliferator activated Receptor α Gene Is Stimulated by Stress and Follows a Diurnal Rhythm. Journal of Biological Chemistry 271: 1764–1769, 1769, 1996. Simopoulos AP, Herbert V, Jacobson B. The The healing diet. 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