Percepções e Vivências do Diabético Adriana Bezerra Brasil de Albuquerque Márcia Maria Tavares Machado INTRODUÇÃO ? Síndrome crô crônico nico--degenerativa que abrange um grupo heterogê heterogê neo de causas e manifestaçõ manifesta ções es clí clínicas ? Problema de Saú Saúde Pú P ública ? DM ? Complica Complicaçõ ções es que comprometem a produtividade e qualidade de vida: homem (12,7 anos perdidos) e mulheres 11,3 anos perdidos) 1 ? Mortalidade precoce (20 - 59a): 11,7 anos para H e 11,3 anos para M (1989) ? Preval Prevalêê ncia do DM: * 7,5% entre 30 e 69 anos; * 17,4% entre 60 e 69 anos; * 50 % dos diabé diabé ticos desconhecem previamente a doenç doenç a; * 20% nã não fazem nenhum tratamento. ? Literatura cientí cient ífica x Percepçã Percepçãoo OBJETIVOS GERAL: n Identificar sob a percepção do paciente diabético, seus sentimentos e conhecimentos com relação a sua doença. 2 ESPECÍFICOS:: ESPECÍFICOS n n n n n Averiguar a percepção do cliente diabético sobre a sua patologia; Verificar o conhecimento do diabético sobre o auto cuidado; Identificar as principais dúvidas do diabético sobre a patologia; Investigar a adesão do diabético ao tratamento; Conhecer como o paciente percebe o atendimento fornecido pelos profissionais de saúde do Centro de Atendimento em Atenção Primária / CTAP. METODOLOGIA ? ? ? ? Tipo: qualitativo Amostra: onze diabé diabé ticos Local: domicí domic ílios e CTAP Coleta de dados: janeiro de 2002 - entrevista semi--estruturada gravada semi ? An Anáálise dos dados: apó após aná aná lise dos discursos as falas foram agrupadas em seis categorias temááticas tem 3 RESULTADOS COMPREENSÃO SOBRE DIABETES NA ÓPTICA DO PACIENTE DIABÉTICO.. DIABÉTICO “ A gente vê doces, salgados, essas coisas boas. Eu trabalho com torta, doces, eu não como nada, mas às vezes eu escapulo, agora nas festas, eu comi... ” (E7) A CONVIVÊNCIA DIÁRIA COM AS LIMITAÇÕES NÃO INGERINDO DOCES E BEBIDAS ALCOÓLICAS “ Ai meu Deus, tenho tanta raiva dessa diabetes, eu não sei pra que Deus consentiu isso em cima de mim, eu tenho vontade de comer e não posso.” (E5 ) 4 PREOCUPAÇÃO COM O PÉS “ Eu tenho o maior cuidado prá não ficar uma enfermidade qualquer, porque se criar eu sei que vai dá trabalho e chegar num ponto desse aqui, ter que cortar a perna.” (E3) PRECONCEITO E DESCRIMINAÇÃO SOCIAL “ Eu senti foi indiferença de várias das amizades que eu tinha. Criticação Criticação,, tá entendendo? A perda do tamanho que eu era, eu tinha 90 quilos, perdi muito peso e eles criticam com isso. Eles dizem assim: assim : O que é que esse cara tá fazendo? ” (E11) 5 LIMITAÇÃO SEXUAL “ A doença me atacou principalmente sobre sexo... isso ai eu tive, como é que se diz ... não fiquei incapacitado, mais eu senti que eu não era como antes, eu acho que foi depois da doença prá cá.” (E (E10) SENTIMENTO NA HORA DO DIAGNÓSTICO “ Eu tive muito desgosto. Fiquei triste porque disseram que não tinha cura, ai eu fiquei triste.” (E4) “ ... não sei a reação que eu senti na época. Eu pensava que ia morrer e deixar meus dois filhos pequenos... fiquei pensando muitas besteiras e ainda hoje penso.” (E9) 6 SENTIMENTO ATUAL DO PACIENTE DIABÉTICO “ Pra mim é normal, eu entendo que o diabético tem uma vida normal, igual as outras pessoas, contanto que não exagere em certas coisas.” (E10) “ Vivo mais preocupado. Qualquer ferimentozinho você pode perder um órgão seu, uma perna, um braço, ai a preocupação já é maior, já dobra.” (E8) ESTRATÉGIAS DE CONVIVÊNCIA COM O DIABETES “ Eu controlo porque eu não como toda comida, tomo meus medicamentos certos, não como doce... todo dia em jejum tomo minha medicação, não esqueço de jeito nenhum e nunca falta.” (E1) 7 “ Eu como normal, sem exagerar em nada... quando eu posso, eu vou comendo devagarinho o que eu puder e mesmo as condições da gente também não dá prá essas coisas, fazer tudo no pé da letra... eu caminho também, uso o diamicron.. Uso só adoçante.” (E8) diamicron O ATENDIMENTO NO CTAP NA ÓPTICA DO PACIENTE “ Gosto demais, são muito atenciosos.” (E3 ) “ Eu vim aqui uma vez, eu achei bom graças a Deus. Fui bem atendida.” (E6) 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS n Sensibilizar os profissionais de saúde principalmente médicos e enfermeiros para assistirem aos pacientes, com suas limitações, observando seus sentimentos; e estabeleçam vínculos para compartilharem dúvidas, medos e incertezas; n E importante o paciente aprender a sua patologia. Tal informação deve ocorrer de forma permanente, sistemática, planejada, encomendada e atualizada. O indivíduo diabético só se submeterá a certas rotinas (como dieta, uso adequado da medicação, prática de exercícios físicos, monitorização freqüente dos níveis glicêmicos glicêmicos)) se entender perfeitamente o sentido de ajuda fundamental que tais procedimentos exercerão em sua vida presente e futura. A atuação do portador mostramostra - se altamente decisiva para o sucesso do tratamento. 9