ANÁLISE DO IMPACTO PROPORCIONADO PELA VARIAÇÃO PRESSÓRICA DO CUFF ANALYSIS PROVIDED FOR THE CHANGE IMPACT OF CUFF Anderson Moura Bonfim de Sousa1, Rodrigo Tadini² RESUMO A assistência ventilatória mecânica invasiva é algo rotineiro na Unidade de Terapia Intensiva – UTI. Essa assistência é proporcionada ao paciente através de uma prótese traqueal artificial, sendo as mais comuns as endotraqueais e traqueostomo. Estes tipos de próteses possuem na sua parte distal um balonete, também chamado de “cuff”, que tem como função selar a via aérea evitando o escape de ar, assim mantendo uma ventilação adequada. A pressão do cuff é transmitida de forma direta para mucosa. O presente estudo pretende comparar as literaturas presentes que elucidam este tema proposto, e identificar a consequência de níveis pressóricos inadequado no quadro clínico do paciente. Para evitar lesões na mucosa da traquéia é necessário observar o grau de pressão transmitido para a parede da traquéia. A pressão de perfusão sanguínea situa-se entre 25-35 mmHg ou entre 20-30 cmH2O. Estes valores são considerados seguros para evitar lesões como isquemia dos vasos e outras importantes alterações precoces da mucosa traqueal, caracterizadas por edema celular, perda de cílios e descamação do epitélio quando hiperinsuflado o cuff. A incidência de estenoses laríngea e traqueal após intubação varia entre 1,5% até 19%. A correta insuflação do balonete permite ventilação adequada, além de ser uma das formas de prevenção de pneumonia aspirativa bem como de diversas complicações traqueais. Conclui-se que vários fatores promovam variações de Pcuff: mudanças no tônus da musculatura da traquéia; hipotermia; hipertermia; difusão de gás anestésico para dentro do balonete do tubo; mudanças na posição do tubo endotraqueal, o tipo e o tamanho do tubo traqueal. Pcuff superiores á 25mmHg causam edema, isquemia, hemorragia e fibrose na área de contato com o balonete. Palavras chave: Unidade de terapia intensiva, Ventilação mecânica invasiva, Prótese traqueal. ABSTRACT In the ITU is common to find patients undergoing invasive mechanical ventilation through a tracheal prosthesis artificial, being the most common and endotracheal. These types of prostheses have on its distal end a cuff, also called "cuff", which is designed to seal the airway preventing the escape of air, thus maintaining adequate ventilation. The cuff pressure is transmitted directly to the mucosa. The present study aims to compare 1 Mestrando em Terapia Intensiva da SOBRATI Email: [email protected] ² Doutor em Terapia Intensiva SOBRATI the present literature to elucidate this theme, and identify the consequence of inadequate blood pressure levels in the patient's condition. To avoid damage to the lining of the trachea is necessary to observe the degree of pressure transmitted to the wall of the trachea. The perfusion pressure is between 25-35 mm Hg or 20-30 cmH2O. These values are considered safe to prevent injuries such as ischemia of the vessels and other important early changes of tracheal mucosa, characterized by cellular swelling, loss of cilia and desquamation of the epithelium when the cuff hyperinflated. The incidence of laryngeal and tracheal stenosis after intubation varies from 1.5% to 19%. The proper inflation of the cuff allows ventilation, besides being one of the ways to prevent aspiration pneumonia and several tracheal complications. It is concluded that several factors promote Pcuff variations: changes in muscle tone of the trachea, hypothermia, hyperthermia, and diffusion of anesthetic gas into the tube cuff, changes in the position of the endotracheal tube, the type and size of the tracheal tube. Pcuff 25mmHg above will cause edema, ischemia, hemorrhage and fibrosis in the area of contact with the cuff. Keywords: intensive care unit, invasive mechanical ventilation, tracheal prosthesis. 1 INTRODUÇÃO A fisioterapia especializada na área de Terapia intensiva está em ascensão, assim, a importância desse profissional dentro da unidade de terapia intensiva (UTI) torna-se cada vez mais evidente. A gama de pacientes internados nesse setor necessita de conhecimento do profissional para suprir as necessidades terapêuticas dessas unidades (GAMBAROTO, 2006). A equipe de terapia intensiva deve compreender as necessidades de cuidados pulmonares específicos de cada paciente e trabalhar em conjunto para instituir metas adequadas para a melhor recuperação do mesmo (SMELTZER ; BARE, 2002). Dentro de uma UTI é comum encontrar pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva, tendo como principal objetivo manter a ventilação pulmonar adequada (JULIANO; et al, 2007) através de uma prótese traqueal artificial, sendo as mais comuns as endotraqueais e as cânulas de traqueostomia (CAMARGO; et al, 2006). Estes tipos de próteses possuem na sua parte distal um balonete, também chamado de “cuff”, que tem como função selar a via aérea evitando o escape de ar, assim mantendo uma ventilação adequada (CAMARGO; et al, 2006). A pressão do cuff é transmitida de forma direta para mucosa. Para evitar lesões na mucosa da traquéia é necessário observar o grau de pressão transmitido para a parede da traquéia. A pressão de perfusão sanguínea situa-se entre 25-35 mmHg ou entre 20-30 quando realizada a medida em cmH2O. Estes valores são considerados seguros para evitar lesões como isquemia dos vasos e outras importantes alterações precoces da mucosa traqueal, caracterizadas por edema celular, perda de cílios e descamação do epitélio quando hiperinsuflado o cuff (BARBOSA; SANTOS, 2003). A incidência de estenoses laríngea e traqueal após intubação varia entre 1,5% até 19% (ARANHA; et al, 2003). A correta insuflação do balonete permite ventilação adequada, além de ser uma das formas de prevenção de pneumonia aspirativa bem como de diversas complicações traqueais. Acredita-se que vários fatores promovam variações de Pcuff: mudanças no tônus da musculatura da traquéia; hipotermia; hipertermia; difusão de gás anestésico para dentro do balonete do tubo; mudanças na posição do tubo endotraqueal, o tipo e o tamanho do tubo traqueal (MAHUL; et al. 2008). Atualmente, estudos demonstram a necessidade da mensuração e manutenção das pressões de balonetes dentro dos valores considerados normais (CAMARGO; et al, 2006), porém pouco é descrito na literatura a respeito do momento em que elas devem ser analisadas. O presente estudo pretende comparar as literaturas presentes que elucidam este tema proposto, e identificar a consequência de níveis pressóricos inadequado no quadro clínico do paciente. 2 DISCUSSÃO Em termos estruturais, a traquéia é constituída por três camadas: mucosa, submucosa e adventícia. A mucosa é constituída pelo epitélio respiratório, lâmina própria e lâmina elástica. O epitélio respiratório ou de revestimento, do tipo pseudo estratificado colunar ciliado, é constituído por seis tipos celulares: células colunares ciliadas (distribuídas por todas as vias de condução do trato respiratório e que movimentam o muco por ação ciliar), células caliciformes (produzem secreção mucosa que se adiciona à das glândulas localizadas na submucosa), células serosas (possuem microvilos e estão relacionadas com a secreção de um fluido seroso de composição desconhecida), células em escova (apresentam numerosos microvilos em suas superfícies apicais e têm sido associadas com terminações nervosas, com provável função sensorial), células basais (situadas sobre a lâmina basal, consideradas como células fonte que repõem células caliciformes, células colunares ciliadas e células em escova) e, finalmente, células granulares (atuam como efetoras na integração das secreções mucosa e serosa) (GARTNER; HIATT, 2005). Segundo alguns autores, a lâmina própria é constituída por tecido conjuntivo frouxo fibroelástico, contém elementos linfóides e glândulas mucosas e seromucosas, cujos ductos abrem-se na superfície epitelial, e uma densa camada de fibras elásticas, que constitui a lâmina elástica, que separa a lâmina própria da submucosa subjacente. A submucosa é composta por tecido conjuntivo denso, irregular, fibroelástico, onde se encontram numerosas glândulas mucosas e seromucosas e elementos linfóides. A camada adventícia é composta por tecido fibroelástico, e sua característica mais importante são os anéis em forma de “C”, de cartilagem hialina, com tecido conjuntivo fibroso interposto, sendo responsável por ancorar a traquéia às estruturas adjacentes (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). O conhecimento dessa estrutura torna-se importante quando da necessidade do procedimento de intubação endotraqueal, que subentende a colocação translaringeana de uma cânula dentro da traquéia, por meio do nariz (intubação nasotraqueal) ou da cavidade oral (intubação orotraqueal), por um tempo determinado, com vistas a suprir as necessidades de manutenção da permeabilidade das vias aéreas, aspiração de secreções pulmonares, ventilação com pressão positiva e manutenção de oxigênio (GARTNER; HIATT, 2005). As vias aéreas artificiais mais comumente utilizadas na ventilação mecânica invasiva (VM) são os tubos traqueais (TT) e as cânulas de traqueostomia. Estas normalmente apresentam um balonete (PEÑA; et al, 2004), em sua extremidade inferior e tem como função vedar a traquéia para evitar o refluxo do conteúdo gástrico para o interior do trato respiratório inferior (uma causa comum de pneumonia) e o escape de gás inspirado durante a ventilação artificial (CAMARGO; et al, 2006). A mucosa da árvore traqueobrônquica é muito delicada, sendo constituída de uma única camada epitelial de células ciliadas, cujo contato, mesmo que mínimo, determina lesões em curtos períodos (STEWART; et al, 2003). Sabendo disso, é importante ressaltar que, mesmo mantendo a pressão de balonete em valores inferiores aos da pressão limite, pode ocorrer algum grau de obstrução do fluxo de vasos arteriais, venosos e linfáticos da traquéia (PEÑA; et al, 2004). Portanto, a presença de via aérea artificial com balonete por período prolongado tem a possibilidade de causar isquemia na região traqueal e complicações nas vias aéreas como hemorragia, estenose, necrose traqueal, granulomas e traqueomalácia (MARTINS; et al, 1995). Para Castilho e colaboradores (2003) a maneira de evitar ou minimizar futuras lesões é a insuflação do cuff com pressão mínima, suficiente para vedar a traquéia e não permitir o escape de ar durante a ventilação, sem ultrapassar os 25 cmH2O, valor limite da perfusão da mucosa traqueal. Quando a pressão do cuff é insuficiente, sendo incapaz de vedar a via aérea, aumenta-se o risco de broncoaspiração de secreções provenientes da região orofaríngea, podendo levar as infecções pulmonares. Na rotina hospitalar, é observado que a mensuração da pressão de balonete é negligenciada pelos profissionais (MEDALHA; OLIVEIRA; GODOY, 1999). Quando a verificação é realizada, geralmente ocorre pela palpação digital do balonete externo (piloto), não sendo uma medida fidedigna artificial (CAMARGO; et al, 2006). Desta forma, faz-se necessário a mensuração da pressão por meio de métodos considerados mais seguros e confiáveis (STEWART; et al, 2003), como a utilização de cuffômetros que são aparelhos específicos para medir tais pressões. Já é descrito na literatura que dobras podem se formar na parede do balonete durante a sua insuflação, predispondo à formação de pequenos canalículos, os quais favorecem a passagem e possível aspiração do conteúdo faringeano (MENDES; HINTZ; BREDEMEIER NETO, 2006). Assim, é recomendado que a relação entre o diâmetro do balonete e da traquéia seja a mais próxima possível, para impedir a formação dessas dobras, e que a sua pressão situe-se entre 15 a 40 cmH2O (JERRE; et al, 2007). A pressão maior que 15 cmH2O evita a aspiração gástrica com segurança, e a pressão maior que 40 cmH2O já comprometeria a perfusão da mucosa traqueal (MEDALHA; OLIVEIRA; GODOY, 1999). As estenoses traqueais podem ter inúmeras etiopatogenias, entretanto, a mais frequente está relacionada com a intubação traqueal (ARANHA; et al, 2003) Segundo Lomholdt (2002), a pressão mínima exercida pelo balonete sobre a mucosa traqueal para prevenção da aspiração é igual à pressão hidrostática da coluna de sangue, vômito ou líquidos, que pode preencher a boca, faringe e traquéia acima do balonete. Essa pressão hidrostática depende do desnível entre aparte superior do balonete e a cavidade oral, que se altera com a posição do paciente. Essa pressão é de 10 a 15 cmH2O, na posição supina, e de10 a 20 cmH2O na posição ereta. Como medida de segurança, o autor recomenda que seja colocada pressão mais elevada, ao redor de 5 cmH2O, em relação a esses valores, o que resulta na pressão de 20 cmH2O na posição supina e de 25 cmH2O na posição ereta. Vários autores têm recomendado que, a fim de prevenir cicatrizes e pneumonia nosocomial, os pacientes sob ventilação mecânica deveriam ser submetidos a mudanças de posição regulares e periódicas. Mover pacientes sob ventilação mecânica da posição de semi-Fowler a 35° para a posição de decúbito lateral pode resultar em variações significativas na Pcuff. No cuidado de rotina de tais pacientes, a mensuração e o ajuste regulares da Pcuff após mudanças na posição corporal devem ser incentivados (NSEIR; et al, 2002). Em uma pesquisa realizada por Ono e colaboradores (2008) avaliaram as pressões de balonetes nas angulações de zero, 30 e 60 graus de inclinação da cabeceira do leito, as quais são posições amplamente utilizadas na unidade de terapia intensiva (UTI), por toda a equipe multidisciplinar. Os resultados indicaram que a inclinação da cabeceira do leito provocou mudanças estatisticamente significativas nos valores da pressão de balonete, onde foi observado que, ao se modificar a inclinação da cabeceira do leito de 30º para 0º e de 30º para 60º, houve redução média de 16,9% e 18,8% nas pressões de balonetes, respectivamente. Isso leva a acreditar que essa significativa mudança é um importante fator que pode alterar o vedamento ideal da traquéia pelo balonete, predispondo o paciente, ventilado mecanicamente, à aspiração de conteúdo orofaríngeo, aos vazamentos aéreos e ao prejuízo na ventilação, o que agravaria ainda mais o seu quadro clínico (BRAZ; et al, MEDALHA; OLIVEIRA; GODOY, 1999) Ao colherem fragmentos da traquéia, após a realização de traqueostomia, em 26 pacientes da Unidade de Terapia Intensiva que haviam permanecido sob intubação traqueal com tubo de baixa pressão por período não superior a 48 horas, Alvarez e Aragón (2000) verificaram alterações à microscopia eletrônica de varredura (MEV) da mucosa traqueal, ocasionadas pela presença do balonete. Segundo os autores, inicialmente ocorre edema da mucosa traqueal, caracterizado por inchaço e aumento da separação intercelular, além de infiltração do tipo inflamatório. Como consequência do edema, ocorre interrupção da irrigação sanguínea na área de contato, que determina descamação do epitélio por destruição ou morte celular. As células perdem os cílios e no citoplasma observa-se o fenômeno de lise. Com a ruptura dos capilares sanguíneos há extravasamento de seu conteúdo na área da lesão, configurando a formação de micro ulceras à MEV. Em seguida, a lesão é invadida por rede de fibrina, iniciando-se a cicatrização da micro ferida. No entanto, a presença do tubo traqueal e de seu balonete mantém a isquemia na área, fazendo com que a reparação seja incompleta, mantendo-se um processo de necrose-reparação-necrose, enquanto não houver a retirada do tubo traqueal. As alterações do epitélio da mucosa traqueal que ocorreram na pesquisa, certamente são ainda menos intensas do que as descritas anteriormente, pois o intervalo do tempo de permanência do tubo traqueal foi bem menor (três horas). Mesmo assim, alterações importantes já ocorreram durante este período na mucosa traqueal, indicando a precocidade de sua ocorrência (ALVAREZ; ARAGÓN, 2000). Combese col. (2003), em pacientes submetidos à anestesia geral com óxido nitroso, demonstraram no grupo em que não houve aumento da pressão do balonete (inicial de 20 a 30 cmH2O), devido ao seu preenchimento com solução fisiológica, menor incidência (32%) de micro ulcerações da mucosa traqueal em contato com o balonete, acompanhada de baixa incidência de odinofagia no pós-operatório, em comparação com o grupo com preenchimento do balonete com ar. Nesse grupo, após 3 a 4 horas de inalação de óxido nitroso, houve aumento da pressão no balonete para valores médios de 50 cmH2O, acompanhado por aumento significante da incidência de micro ulcerações (100%) de mucosa traqueal e de odinofagia no pós-operatório, mas não de rouquidão ou de disfagia. Na determinação da pressão de “selo” de balonete de baixa pressão e elevado volume, os autores verificaram que essa pressão é mais elevada no homem do que na mulher (INADA; et al, 2003). Provavelmente essa diferença deve-se à configuração diferenciada da traquéia nos sexos. Assim, a traquéia do homem é mais assimétrica e com configuração mais triangular em relação à da mulher, que, geralmente, tem configuração elíptica. A configuração triangular facilita a formação de dobras no balonete, que necessitam pressão mais elevada no balonete para sua obliteração (HANNALLAH; SUYDERHOUD, 1999). 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com a literatura pesquisada conclui-se Pcuff superiores a 25mmHg por aproximadamente 2hrs, o organismo começa a desencadear uma reação inflamatória podendo evoluir para uma traqueomalácia dependendo do tempo de exposição da traquéia a esses níveis pressóricos do balonete. Este artigo sugere maiores cuidados no manuseio dos paciente ao leito pois como foi descrito anteriormente, a manipulação do mesmo entre outros fatores também contribuem para o aumento da pressão do cuff. REFERÊNCIAS ARANHA, A. G. A.; et al. Estudo das pressões no interior dos balonetes de tubos traqueais. Rev Bras Anestesiol. 2003. BARBOSA, P.M.K.; SANTOS, B.M.O. Alterações morfológicas em traquéias de pacientes intubados em função do tempo de intubação. Rev. Latino-Am. Enfermagem.2003. CAMARGO, M.F.; et al. Análise das pressões intra-cuff em pacientes em terapia intensiva. Rev Assoc Med Bras. 2006. CASTILHO, C.E.; et al. Efeitos da pressão limite (25 cmH2O) e mínima de “selo” do balonete de tubos traqueais sobre a mucosa traqueal do cão. Rev Bras Anestesiol. 2003. COMBES, X; et al - Intracuff pressure and tracheal morbidity. Anesthesiology, 2001 GAMBAROTO, G. Fisioterapia respiratória em unidade intensiva. São Paulo. Atheneu. 2006. GARTNER, L.P.; HIATT, J.L. Tratado de histologia. 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