XXIV SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL Belo Horizonte – MG – 21 a 24/09/2016 Determinação do perfil de compostos fenólicos de Eugenia involucrata DC (Myrtaceae) por HPLC-ESI-MS/MS 1* 1 2 Michele Debiasi Alberton (PQ) , Andreza Cipriani (PG) , Diogo Alexandre Siebert (PG) , Daniel 2 2 Spudeit (PG) , Gustavo Amadeu Micke (PQ) . [email protected] 1 2 Programa de Pós-graduação em Química, Universidade Regional de Blumenau; Programa de Pós-graduação em Química, Universidade Federal de Santa Catarina Palavras Chave: Eugenia involucrata, compostos fenólicos, HPLC-ESI-MS/MS Introdução A família Myrtaceae possui cerca de 100 gêneros e 3000 espécies, ocorrendo principalmente no continente americano e na Austrália. Algumas espécies desta família são importantes para o homem, como a “goiaba” (Psidium guajava), a “jaboticabeira” (Plinia cauliflora) e o “eucalipto” (Eucalyptus spp.). Espécies do gênero Eugenia, como a “pitanga” (Eugenia uniflora) e o “jambolão” (Eugenia jambolana), são usados na medicina popular como antihipertensivos, diuréticos, digestivos e antidiabéticos. Inúmeros trabalhos descrevem o isolamento e identificação de compostos fenólicos neste gênero, como por exemplo os flavonoides quercetina e miricetina, e antocianinas, como a cianidina, delfinidina, petunidina, e os fenois simples, como o ácido gálico1 . A espécie Eugenia involucrata, conhecida popularmente como “cerejeira-do-rio-grande” ou “cerejeira-do-mato”, é uma planta arbórea de clima temperado, nativa do Sul do Brasil. Na medicina popular suas folhas são utilizadas principalmente como hipoglicemiantes2. Estudos químicos ou farmacológicos sobre esta espécie são escassos na literatura, e neste contexto, o objetivo deste trabalho foi realizar o estudo fitoquímico das folhas de Eugenia involucrata, através da determinação do seu perfil de compostos fenólicos pela técnica de HPLC-ESI-MS/MS. Resultados e Discussão As folhas de E. involucrata foram coletadas na cidade de Rodeio-SC e após secas e moídas em moinho de facas, foram submetidas à extração com etanol 70 % (p/p) por 7 dias. O extrato obtido foi fracionado com solventes de diferentes polaridades, originando as frações insolúvel (FI), diclorometano (FDCM), acetato de etila (FAE) e butanol (FBuOH). As frações obtidas foram analisadas em cromatógrafo líquido Agilent® 1200 (coluna C18 Phenomenex®), com fonte de ionização Turbolonspray® acoplada a um espectrômetro de massas Qtrap® 3200. Para melhor identificação dos compostos, utilizaram-se padrões juntamente com as análises desenvolvidas. No espectrômetro de massas Qtrap® 3200 foi utilizada uma fonte de ionização por electrospray no modo positivo de ionização. Os pares de íons foram monitorados no modo MRM (Monitoramento de Reações Múltiplas). O fingerprint das frações de E. involucrata levou à identificação de 11 compostos fenólicos. Na fração FI, foram identificados os compostos catequina, rutina, isoquercetina, quercetina-3-O-hexosídeo e luteolina-7-O-rutinosídeo. Na fração FDCM, foi também detectada a presença de rutina, isoquercetrina e quercetina-3-O-hexosideo, além do ácido mandélico e da naringenina. Na fração FAE, além dos compostos já detectados catequina, rutina (2), quercetina-3-O-hexosídeo e luteolina-7-Orutinosídeo, foi detectada a presença de quercetina, luteolina-7-O-glicosídeo, além dos ácidos elágico e ácido salicílico. Já na fração FBuOH, foram identificadas somente os compostos rutina, isoquercetina e luteolina-7-O-rutinosídeo. Conclusões As frações que mostraram o maior número de padrões identificados foram a FAE e FDCM. Ainda não foram encontrados na literatura estudos sobre a identificação destes compostos fenólicos na espécie Eugenia involucrata, portanto este é um trabalho pioneiro para a espécie. Os compostos ácido mandélico e luteolina-7-O-glucosídeo identificados neste trabalho estão sendo relatados pela primeira vez no gênero Eugenia. Agradecimentos Os autores agradecem à CAPES e CNPq pelas bolsas de mestrado e doutorado dos PG. À FURB, pelo financiamento do projeto. Referências 1 2 Pietrovski, E.F. et al. J. Pharm. Pharmacol., 2008, 60, 479. Trojan-Rodrigues, M. et al. J. Ethnopharmacol., 2012, 139, 155.