Ano XIV Nº 3195 15 de Dezembro de 2016 Quinta-feira FIESP age de má-fé CUT inicia módulo do ORSB em Imperatriz A Central Única dos Trabalhadores (CUT) através da sua Escola Sindical Nordeste Sub-Região Norte, iniciou ontem, 14, o Módulo I do Programa de Organização e Representação Sindical de Base (ORSB), na Região Tocantina. O evento vai até amanhã, 16. O Sindsep/MA estará representado pelo presidente, Raimundo Pereira, e pelos diretores João Carlos Lima Martins (Secretaria de Formação) e Valter Cezar (Secretaria de Comunicação). Como funciona o ORSB Há dentro do programa de formação da CUT quatro modalidades que trabalham toda essa questão política defendida e desenvolvida pela Central. As modalidades são as seguintes: Formação de Formadores Iniciais; Formação Continuada; Formação de Negociação Coletiva; e Formação de Políticas Públicas. As finalidades da ORSB O Programa ORSB tem como objetivo principal a contribuição estratégica de fortalecimento e ampliação da base cutista. A atividade teve como pontos específicos: socializar as experiências de OLT construídas nos 30 anos da CUT; Instrumentalizar os(as) dirigentes para a construção do Plano de Trabalho de Base; nuclear os coletivos regionais de formação; desenvolver capacidades relativas à negociação; Identificar limites e possibilidades para a conquista da representação de base; Capacitar dirigentes sindicais para os desafios do mundo do trabalho no campo e na cidade; Aprofundar a reflexão sobre a história e desafios do sindicalismo CUT; transformar valores e atitudes como meio para a superação do individualismo e do corporativismo; além de organizar atividades práticas e de estudo para intervenção na realidade. A CUT repudia veementemente a leviandade e a má-fé da FIESP que, em nota, acusou a Central de comandar a invasão da sede da entidade, na noite desta terça-feira, 13, durante ato contra a PEC que congela gastos públicos. Assistimos as imagens exibidas pelas televisões várias vezes. Em nenhuma delas, vimos bandeiras, camisetas ou bonés da CUT. Vimos apenas pessoas vestidas com roupas vermelhas. Não somos vândalos, como a FIESP afirmou. Somos defensores dos direitos da classe trabalhadora. Vândalo é quem ataca direitos sociais e trabalhistas. Vândalo é quem apoia a retirada de recursos da saúde e da educação, quem apoia a terceirização que mata e mutila trabalhadores. Vândalo é quem apoia ataques à democracia. Todos os nossos atos são pacíficos e organizados. Em todos os atos fazemos reuniões com o comando da Polícia Militar, onde são definidos trajetos e tempo do ato. Já fizemos, inclusive, reuniões com a própria FIESP para evitar conflitos. A nota da FIESP é mais uma tentativa de desmoralizar e desacreditar entidades comprometidas com os direitos da classe trabalhadora. A FIESP é uma das principais responsáveis pelo golpe e mentiu para a população dizendo que a situação do País iria melhorar, se o impeachment fosse aprovado. Por causa das mentiras da FIESP, quem está pagando o pato é o povo brasileiro. São Paulo, 14 de dezembro de 2016 Central Única dos Trabalhadores (CUT) Ano XIV Nº 3195 Pag 02 15 de Dezembro de 2016 Michel Temer, o impeachment e o fim da lua de mel Alguém tem motivo para se surpreender com o que está acontecendo com o Brasil? Ou com o triste espetáculo da Presidência de Michel Temer? Sete meses depois do afastamento de Dilma Rousseff, o previsível aconteceu: tudo piorou no País, a economia patina, as pessoas estão mal e a política perde a pequena legitimidade que possuía. Confirmou-se aquilo que a opinião pública esperava. Entre dezembro de 2015 e o início de agosto de 2016, a proporção dos que entendiam que “o impeachment não é a solução dos problemas do Brasil” subiu de 57% para 73%, de acordo com pesquisas do instituto Vox Populi. Como se vê, descontados os 4% que não sabiam responder, na véspera da aprovação do impedimento de Dilma pelo Senado, nem uma em cada quatro pessoas confiava na “solução” que nossas elites tinham para oferecer em resposta à crise que, em grande parte, elas mesmas criaram. Passaram-se os meses e a realidade dá razão aos pessimistas. Outro dia, um dos principais expoentes do mercado financeiro, o banqueiro Luis Stuhlberger, foi franco: “O Brasil acordou lá em julho sem ter que ver Dilma ou Lula elogiando Fidel Castro ou Hugo Chávez. Isso deu um ânimo... (mas), no fundo, isso era a lua de mel”. O problema, para o conjunto de forças sociais, empresariais e políticas que se articulou para retomar o controle do Estado e afastar o PT do governo, é que o tempo anda. Logo, logo, 2017 irá passando e as futuras eleições presidenciais estarão cada vez mais próximas. Os condôminos do bloco governista dão sinais claros de como se comportarão. Enquanto Temer procura manter sua base no Congresso, dispondo-se a entregar anéis e dedos, seus aliados no PSDB querem distância. Nada muito diferente de Dilma Rousseff nos estertores finais. Sabíamos diversas coisas a respeito de Temer antes da posse, seu passado nebuloso, seus amigos complicados, sua mediocridade. Em 40 anos de vida pública, nem sequer um momento de grandeza. Nada além de um personagem de bastidor, um profissional das pequenas articulações, útil a quem tem projetos, mas incapaz de formulá-los. No governo, sua avaliação positiva é a mais baixa que já vimos. A vasta maioria da população não o engoliu. Vai mal na missão impossível que lhe deram, de executar uma agenda impopular sem possuir legitimidade ou respeitabilidade. Foi prepotência dos autores do golpe imaginar que chegaríamos a este dezembro em condições diferentes. Julgaram-se capazes de tudo: aniquilar Lula e o PT, transformar Michel Temer em estadista, aplicar um “remédio amargo, mas eficaz” na economia e preparar-se para a vitória em 2018. A ilusão da “lua de mel” acabou. Lula permanece como favorito na próxima eleição, o governo Temer está sendo tão ruim como se acreditava, a política econômica claudica. Na coalizão que tomou o governo, todo mundo briga e ninguém tem razão. Calcularam mal ao apostar que os velhos veículos de comunicação ainda eram tão poderosos como foram no passado. Enganaram-se supondo que a TV Globo e seus satélites impressos formariam as opiniões que desejavam. Erraram ao achar que conseguiriam interromper a qualquer hora a atuação das brigadas rebeladas do Judiciário, do Ministério Público e das polícias, desligandoas da tomada quando tivessem cumprido a tarefa de exterminar o PT. Temer, seu governo e as lideranças que desfecharam o golpe passaram a ser alvo, enquanto a violência contra Lula suscita crescentes reações internas e externas. Por onipotência, imaginaram que levariam para as ruas os radicais de direita e os tirariam de lá depois que deixassem de ser úteis. O fanatismo desses personagens vira-os agora contra seus incentivadores. Foi presunção impor sua receita “infalível” para solucionar os males da economia. A persistência da crise desmoraliza o golpe, desorganiza o frágil governo Temer e aponta para o provável desembarque de partidos como o PSDB de sua base de sustentação. É possível que chegue o dia em que nossas elites olhem com remorso para o que fizeram. Se não fossem tão prepotentes, quem sabe não estariam, agora, em situação melhor, vendo, de camarote, os percalços do governo Dilma e prontas a se oferecer ao País como saída legítima. Caso não tivessem pressa em retomar o Estado, talvez terminasse lhes sendo mais fácil consegui-lo.