AB ADMINISTRAÇÃO INADVERTIDA DE LIDOCAINA 1

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TEMAS LIVRES DO 51º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
9º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO – 1º CONGRESSO DE DOR DA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA
A
ADMINISTRAÇÃO INADVERTIDA DE LIDOCAINA 1% COM ADRENALINA EM ANESTESIA REGIONAL INTRAVENOSA.
RELATO DE CASO
Antonio R Carraretto, Rodrigo P. Sarmenghi*, José M G Perez
CET HUCAM-HAFPES
Rua Cel. Monjardim, 289/1501
Introdução - O objetivo do presente relato é apresentar um caso de injeção acidental de lidocaína a 1% com adrenalina (ADR)
em anestesia regional intravenosa (ARI) e discutir o tratamento. Relato do Caso - Paciente do sexo feminino, 19 anos, 60 kg, estado físico ASAI, para ser submetida a exérese de um cisto no punho direito, foi planejada (ARI) com garroteamento em braço direito, com solução de lidocaína a 1%, 30 ml, após diluição de uma solução de lidocaína a 2% com ADR 1:200.000 para
1:400.000. Foi monitorada o ECG, a SpO 2 e a pressão arterial. Após a injeção de 18 ml da solução anestésica a paciente referiu
intensa dor, tipo queimação, no local da injeção, quando a injeção foi interrompida e verificada a identificação dos frascos. Foi
constatada a injeção de lidocaína com adrenalina. A paciente foi imediatamente oxigenada com máscara facial e um angiologista consultado, por telefone. Foi recomendado o desgarroteamento do membro e lavagem com solução fisiológica aquecida e
manutenção do membro aquecido. Aproximadamente 20 minutos após a injeção foi realizado o desgarroteamento do membro,
de forma seqüencial. Optou-se em suspender o procedimento cirúrgico. A paciente ficou em observação por 4 horas na SRPA,
transferida para o quarto e teve alta 10 horas após a injeção, sem nenhuma seqüela motora, sensitiva ou outra queixa. Discussão - A injeção acidental de lidocaína com ADR em ARI é uma intercorrência rara com apenas um relato (1) . Uma complicação
com amputação da mão e do antebraço foi atribuída a uma injeção inadvertida, provavelmente de álcool (2) . Apesar do frasco de
lidocaína utilizado conter rótulo padronizado, conforme resolução RDC-09 da ANVISA e norma ABNT, ocorreu o preparo e a injeção inadvertida. A observação criteriosa do rótulo, a verificação por vários membros da equipe e a atenção aos sintomas e sinais do paciente podem ajudar no tratamento destas intercorrências. Referências - 01. Tsacona AJ et al - Br J Anaesth,
1990;56:923-924; 02. Luce EA, Mangubat EJ - Hand Surg [Am]. 1983;8:280-283.
B
INJEÇÃO INTRAVASCULAR ACIDENTAL DE ROPIVACAÍNA A 1% EM BLOQUEIO PERIDURAL. RELATO DE CASO
Nilton F Sampaio Jr.*, Antonio R Carraretto, Louisie M A Silva
CET Integrado HUCAM-HAFPES, Vitória - ES
Rua Cel. Monjardim, 289/1501 - Vitória - 29015-500 - ES
Introdução - A injeção intravascular de anestésicos locais pode levar a toxicidade nos sistemas cardiovascular (SCV) e nervoso central (SNC). O objetivo do relato é apresentar um caso de convulsão após injeção peridural de ropivacaína. Relato do
Caso - Paciente do sexo masculino, 71 anos, pardo, 70 kg, 1,65 m, estado físico ASA II, programado para prostatectomia radical, por via perineal, sob anestesia peridural. Avaliação pré-anestésica (HAS em uso de hidroclorotiazida e captopril) e exames
complementares normais, sem prescrição de medicação pré-anestésica. Monitoração: ECG, SpO 2 , Pressão arterial não-invasiva (PA) e punção venosa com cateter 16G, infusão de solução fisiológica a 0,9%. Feita sedação com diazepam (3 mg) EV e fentanil (50 µg) EV. Com o paciente sentado foi realizada a punção peridural, entre L2-3 , com agulha Tuohy 15G, na primeira tentativa, e identificação do espaço peridural pela perda da resistência. Após aspiração negativa foi iniciada a injeção, lenta e sem resistência, de 160 mg de ropivacaína a 1%, 10 µg de fentanil espinhal e 2 mg morfina. A aspiração a cada 5 ml injetados foi negativa para sangue ou líquor. Trinta segundos após o término da injeção o paciente, ainda sentado, não respondia a comandos verbais e apresentou agitação psicomotora seguido de crise convulsiva tônico-clônica generalizada. Imediatamente deitou-se o
paciente, administrou-se oxigênio a 100% sob máscara facial e 10 mg de diazepam EV. A crise cessou e o paciente manteve-se
hemodinamicamente estável. Decidiu-se pela complementação com anestesia geral balanceada usando tiopental, fentanil,
atracúrio e sevoflurano. Não ocorreram disritmias ou alterações significativas nos valores da PA, FC e SpO2, durante o ato cirúrgico e após extubação. O paciente permaneceu 120 minutos na RPA sem intercorrências, queixas ou lembranças do ocorrido.
Discussão - Comparada a bupivacaína, a ropivacaína apresenta menor toxicidade SCV e SNC, além de ser menos arritmogênica. Amaioria dos relatos de injeção intravascular acidental de ropivacaína mostra que ocorre toxicidade limitada ao SNC, caracterizada por perda da consciência e convulsões tônicas-clônicas, com pequenas alterações da pressão arterial, freqüência e ritmo cardíaco. O imediato reconhecimento e tratamento deste evento aboliu a crise convulsiva sem comprometimento cardiovascular e seqüelas. Referências - 01. Scott DB et al - Anesth Analg. 1989;69:563-569; 02. Nociti JR et al. Rev Bras Anestesiol,
1998;48:107(Supl).
Revista Brasileira de Anestesiologia
Vol. 54, Supl. Nº 33, Novembro, 2004
CBA 217
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