Auto hemo1 - Luzimar Teixeira

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Injeção do próprio sangue no músculo, com promessa de cura milagrosa, é ilegal e perigosa,
alertam órgãos da região
Saúde - 02/10 - 15h53min
Criciúma - A esperança de uma cura milagrosa leva pessoas a submeterem-se, muitas
vezes, a métodos não convencionais de tratamento. A Vigilância Sanitária de Criciúma
e o Conselho Regional de Medicina registram a disseminação de uma dessas
"promessas para a salvação", condenada pela legislação competente. Há pelo menos três
meses, cresce a prática da auto-hemoterapia. Segundo o médico Rômulo Pizzolatti,
delegado do conselho, a técnica consiste na retirada de uma quantidade de sangue e a
sua injeção no músculo da mesma pessoa.
Nenhum estudo científico e o Conselho Federal de Medicina reconhecem a autohemoterapia como recurso para tratamento de qualquer que seja a doença. O
nefrologista destaca que o paciente submetido ao procedimento pode apresentar
hematoma ou infecção no local em que o sangue é injetado. Esta técnica é difundida por
meio de um vídeo produzido por um médico do Sudeste do país. O conteúdo explica
como fazê-lo e promete curas milagrosas.
Pessoas que se submetem ao método relatam possíveis melhoras em seus sintomas.
Contudo, o médico Rômulo Pizzolatti esclarece que “aqueles que, por ventura fizeram a
auto-hemoterapia e sentiram-se bem, com certeza, isso se deve ao ‘efeito placebo’ –
substância neutra que, às vezes, é prescrita com o intuito de aliviar o sintoma pelo
simples fato de o paciente acreditar no efeito terapêutico do produto”.
“Esta prática deve ser parada, pois é, praticamente, charlatanismo. As pessoas não
deveriam acreditar em tratamentos miraculosos como este, sem base científica”, declara
o nefrologista. O delegado do Conselho Regional de Medicina ressalta ainda que, diante
da ilegalidade da auto-hemoterapia, nenhum médico está autorizado a praticá-la. O
profissional que for pego pode ser penalizado juridicamente. Denúncias devem ser feitas
na Delegacia do Conselho Regional de Medicina no telefone 3433.7223.
A Vigilância Sanitária já fechou uma farmácia no bairro Próspera após confirmar que o
estabelecimento permitia a realização da auto-hemoterapia em sua estrutura física.
“Primeiro, notificamos o proprietário, que não deixou de descumprir a lei”, conta a
fiscal sanitarista, Idelce Cavaler. A farmácia ainda deve ser denunciada ao Ministério
Público, assim como outras que vierem a ser autuadas.
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