Nota de Técnica - Sarampo - Secretaria da Saúde do Estado do Ceará

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GOVERNO DO
ESTADO DO CEARÁ
Secretaria da Saúde
Nota de Técnica
- Sarampo -
19/10/10
Assunto: Atualização da investigação de casos suspeitos de Sarampo no
Brasil e alerta para medidas de prevenção no Estado do Ceará.
A Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, através do Núcleo de Vigilância
Epidemiológica/Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde (NUVEP/COPROM), vem
atualizar os dados dos casos suspeitos de Sarampo investigados no Brasil. Devemos salientar
que no atual cenário mundial vários países da Europa e da África estão enfrentando surtos de
Sarampo.
Até a presente data foram confirmados 48 casos de Sarampo no país, dentre eles 2 eram do
Rio Grande do Sul (RS) com o genótipo B3, similar ao que está circulando na África do Sul.
Outros 3 casos foram confirmados em Belém do Pará e com o genótipo D4, vírus similar aos que
foram identificados em casos na Inglaterra, França, Itália e Holanda. Mais 43 casos foram
confirmados na Paraíba cujo genótipo neste estado foi o B3, similar ao encontrado no RS. Ainda
67 casos na Paraíba seguem em investigação, aguardando resultado laboratorial.
Frente à análise da situação epidemiológica atual no País, a Secretaria de Vigilância em
Saúde do Ministério da Saúde (MS) ratifica que “não há evidencias de circulação sustentada do
vírus do sarampo”, tendo por base os critérios internacionais que foram estabelecidos em mesas
de negociação por experts da Organização Panamericana de Saúde (OPAS). Esses critérios
constam no Relatório da verificação dos critérios de eliminação da transmissão dos vírus
endêmicos do sarampo e rubéola e da síndrome da rubéola congênita (SRC) no Brasil (SVS/MS2010) entregue à OPAS em setembro passado. O documento relata que “para haver
transmissão sustentada é necessário que o vírus identificado circule no país por mais de
12 meses”, e nos referidos casos os vírus foram identificados há cerca de 40 dias, portanto, os
casos confirmados no país seguem classificados como casos de sarampo por vírus importado.
Consta no Boletim semanal de sarampo e rubéola da OPAS referente à semana
epidemiológica 39/2010, que se extende de 26/09 a 02/10/2010, a afirmativa de que o Brasil
completou o último passo para a certificação de “País livre do sarampo”. Em 27 de setembro de
2010 o Brasil se tornou o primeiro país das Américas a entregar seu relatório para Organização
Panamericana de Saúde (OPAS) em que verifica a eliminação do sarampo e se documenta os
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grandes avanços na interrupção da transmissão endêmica do vírus da rubéola.
Diante deste cenário e considerando que o Ceará é um Estado com grande fluxo de turistas
advindos de vários estados e de outros Países, que possui uma cobertura vacinal não
homogênea para Tríplice Viral (VTV), bem como pelo fato do Ceará ser vizinho do Estado da
Paraíba, alertamos para a necessidade urgente de implementação de medidas referentes a
intensificação das ações de vigilância epidemiológica, vigilância laboratorial e especialmente de
imunização contra o sarampo em todos os municípios cearenses e particularmente, aqueles que
fazem divisa com a Paraíba.
O MS preconiza como cobertura vacinal de rotina ideal taxas acima de 95% da população
específica. No Ceará 53 municípios estão com a uma cobertura de rotina abaixo de 95% (Figura
1). A implementação de medidas de precaução darão continuidade ao processo de certificação
da eliminação da circulação do vírus do sarampo no país.
Figura 1. Distribuição dos municípios por Cobertura Vacinal de rotina da Vacina Tríplice Viral, no Estado do
Ceará, ano 2010 até 19 de Outubro.
Fonte: http://pni.datasus.gov.br/inf_estatistica_cobertura.asp. Acesso em 19/10/2010 às 13:00 hs
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Definição de caso suspeito de Sarampo
O sarampo é uma doença viral aguda, com elevada transmissibilidade e que pode acometer
pessoas de qualquer idade não vacinadas. A vacina contra o sarampo é a medida preventiva
mais eficaz. Atualmente essa vacina pode ser encontrada em todas Unidades de Saúde SUS
dos Municípios e do Estado, de forma gratuita, fazendo parte do calendário vacinal básico para
grupos específicos como crianças de 1 a 4 anos, mulheres em idade fértil, adolescente de 11 a
19 anos e adultos de 20 a 39 anos. As vacinas disponíveis são: a tríplice viral (VTV) que confere
imunidade contra sarampo, caxumba e rubéola e a dupla viral (DV) que confere imunidade
contra sarampo e rubéola.
Caso suspeito é todo paciente que, independente da idade e da situação vacinal,
apresentar febre e exantema maculopapular, acompanhados de um ou mais dos
seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite; ou todo indivíduo
suspeito com história de viagem ao exterior nos últimos 30 dias ou de contato, no mesmo
período, com alguém que viajou ao exterior.
O Ministério da Saúde ressalta que, como em todas as investigações de casos suspeitos de
sarampo no país, a conclusão final de todos os casos notificados somente será divulgada após
os exames confirmatórios realizados no laboratório de referência nacional (FIOCRUZ/RJ), sem
nenhum prejuízo às medidas preventivas assistenciais a serem adotadas.
Intensificação da Vigilância Epidemiológica do Sarampo com as seguintes
ações:
- Identificar oportunamente a ocorrência de novos casos suspeitos;
- Notificar IMEDIATAMENTE, em até 24 horas, à Secretaria Municipal de Saúde;
- Coletar sangue e espécimes clínicos (secreção de oro e nasofaringe e urina) para
identificação viral e enviar ao Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN/CE) de forma
oportuna, ou seja, até no máximo 48 horas após a coleta;
- Avaliar mensalmente as coberturas vacinais de rotina em todos os municípios;
- Realizar a busca ativa de casos suspeitos não notificados nas unidades de saúde públicas e
privadas (hospitais, unidades básicas, laboratórios, clínicas etc.).
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- Enviar às SMS/CRES/SESA planilha de atualização semanal de notificação negativa/positiva
de casos suspeitos de doenças exantemáticas e identificar municípios silenciosos com objetivo
de realizar busca ativa de casos não notificados em caráter de urgência.
Alerta para Vigilância Laboratorial
- Liberar resultados dos exames oportunamente, ou seja, até o 4º dia da chegada da amostra
no Laboratório;
- Em casos de exames confirmados em Laboratório Particular, envio do mesmo soro para
análise no Laboratório de Referência do Estado (LACEN/CE) e notificar à SMS;
Intensificação das ações de imunização com Vacina Tríplice Viral (sarampo,
rubéola e caxumba)
- Realizar avaliação mensal da cobertura vacinal para identificação de áreas descobertas de
acordo com as indicações do Programa Nacional de Imunização e proceder a intensificação da
imunização contra sarampo.
- Realizar busca ativa de não vacinados (casa a casa, nos locais de trabalho, instituições,
empresas, hospitais, bancos, locais de ajuntamento com feiras e eventos), na faixa etária de
1 a 39 anos para a vacinação e/ou atualização do esquema vacinal de forma seletiva:
a) Faixa etária de 1 a 19 anos: receberão a primeira dose de vacina tríplice viral e
segunda dose após 30 dias. Em caso de comprovação de apenas uma dose,
administrar a segunda dose;
b) Faixa etária de 20 a 39 anos: receberão uma dose da vacina tríplice viral.
Considerar vacinados todos que apresentarem uma dose da vacina;
c) Acima de 40 anos de idade, avaliar de acordo com a situação epidemiológica local.
Se necessário administrar uma dose da vacina;
d) Não vacinar gestantes. Mulheres em idade fértil, quando vacinadas, devem evitar a
gravidez nos próximos 30 dias. Estudos em todo o mundo com gestantes
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vacinadas inadvertidamente revelam que a vacina não tem poder teratogênico,
mas a não vacinação de gestante trata-se de uma ação de precaução.
- Registrar no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-API), as
doses aplicadas das vacinas segundo as faixas etárias, considerando a necessidade de
otimizar as ações de vacinação de bloqueio e intensificação vacinal.
Medidas imediatas diante de um caso suspeito
Profissionais de Saúde: assistência médica ao paciente, proteção individual para evitar a
transmissão da doença (isolamento domiciliar ou hospitalar), notificação do caso em até 24
horas, investigação em até 48 horas, bloqueio vacinal em até 72 horas, confirmação diagnóstica,
proteção da população com vacinação de suscetíveis.
População: após constatação de sinais e sintomas de sarampo buscar atendimento médico
imediatamente na unidade de saúde mais próxima da residência.
Conclusão
A detecção de casos importados em países em que a interrupção da transmissão já foi
alcançada, como no Brasil, Estados Unidos e em outros países das Américas, constitui um
evento que põe em risco o processo de certificação da eliminação da doença e que aponta para
a necessidade da manutenção de vigilância epidemiológica ativa e alerta para o controle de
novas eventuais ocorrências.
No Brasil, após a interrupção da transmissão do sarampo no ano 2000, já foram detectados 6
eventos relacionados a casos importados de sarampo, o que significa que a vigilância
epidemiológica tem mantido uma elevada sensibilidade para detecção de casos importados. No
Ceará o último caso confirmado de Sarampo foi em 1999 e ainda assim deve-se dar
continuidade a ações de vigilância epidemiológica, vigilância laboratorial e principalmente de
intensificação da imunização para tentar impedir a reintrodução do vírus no Estado.
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