Fevereiro/2006 Edição nº 48 - Ano VI R$ 8,00 Tecnologia torna Marketing Direto mais eficiente Tendência é foco na solução de problemas específicos dos clientes ROAD SHOW do MD em 10 grandes cidades Palestrantes contam como descobriram o Marketing Direto; porque fazem palestras e os principais conceitos que passam ARTIGO: Eduardo Souza Aranha fala sobre o fator-chave do relacionamento EXPEDIENTE Diretoria Presidente: Efraim Kapulski Vice-presidente: José Afonso Braga Diretor de Agências: Luiz Buono; Diretora de Call Center/ Telemarketing: Ana Dávalos; Diretor Financeiro: Eduardo Ramalho; Diretor de Internet: Antonio Rosa; Diretor de Logística: Fernando Mutarelli; Diretor de Regionais: Jeffrey Costa; Diretor de Tecnologia: Clovis Castanho Comitês Presidente: Efraim Kapulski Coordenadores: CRM / Database: Eduardo Ramalho; E-mail Marketing: Antonio Rosa; Prêmio ABEMD: Eduardo Souza Aranha; Recenseamento de Listas: Vicente Argentino; Serviços de Suspensão Temporária e Inclusão: Paulo Vasconcelos Conselho de Administração Presidente: Fernando Costa Vice-presidente: Paulo F. Vasconcelos Alexandra Periscinoto, Alexandre Jau, Andréa Laurito Russo, Antonio Rosa Neto, Eduardo Bicudo, Eduardo Souza Aranha, Eduardo Wilson R. Ramalho, Fábio Cecotto Vargas, Fernando Luiz Gomes Guimarães, Fernando Mutarelli, Gil Giardelli, Gunther Klaus Alves Reis, Gustavo Bach, Jeffrey Hanson Costa, José Afonso Braga, José Soler, Marcio Luiz Valente, Márcio Ribeiro, Maria Luiza Vasques Piccioli, Nelson Reis, Odair Cerdeira Gutirres, Otavio Dias, Patrícia Hespanha Madeira, Paulo Geraldo F. Cavalcanti, Pedro Renato Eckersdorff, Pedro Sergio Venturini Martinez, Pio Borges, Ricardo Musumeci, Roberto Miranda, Roberto Saddy Chade, Sergio Augusto R. Alves Jr., Silvio Lefèvre, Vicente Argentino e Waldomiro R. Silva Jr. Conselho Fiscal Alexandre Souza Martins Case, Ivana Colombo e Osvaldo Alvarenga. Associação Brasileira de Marketing Direto Avenida São Luís, 50 – 13º andar cj. 132 B – Edifício Itália CEP 01046-926 – São Paulo/SP – Brasil Tel: (11) 3129-3001 – www.abemd.org.br Comercial: Claudio Toledo Eventos: Salete Guimarães Revista Marketing Direto é uma publicação da Associação Brasileira de Marketing Direto (ABEMD) Editor: Roberto Perrone Coordenadora Editorial: Ana Paula Barreto Arte e editoração eletrônica: Adriana Cassiano Pré-impressão, impressão e acabamento: RR Donnelley Moore CARTA AO LEITOR Dá para lembrar como era a comunicação das empresas sem toda a tecnologia disponível atualmente? Há pouco mais de duas décadas estávamos entrando efetivamente na era da informatização e acompanhando a chegada do celular. Sem falar que as primeiras ferramentas de CRM só surgiram efetivamente há uma década. Em comparação com os dias atuais, era um tempo no qual havia muita lentidão nos processos, erros de informação e de tomada de decisão, menor retenção de clientes etc etc. O fato é que a tecnologia é maravilhosa. E quanto mais evolui, mais importante fica para nossas vidas e para a vida das empresas. Ela oferece a possibilidade de as companhias falarem com milhares de consumidores de forma cada vez mais rápida e pessoal. Imagine que através do CRM/Database Marketing, das operações de call center e das ferramentas de personalização da Internet é possível identificar as características de um determinado cliente e dirigir-lhe uma comunicação específica - incluindo linguagem e oferta adequados - em um espaço de tempo cada vez menor. Além disso, o que é muito bom, com custos menores. O armazenamento e o cruzamento de informações sobre os clientes são mais eficazes. O grau de atualização dessas informações também evolui na mesma proporção. Se o Marketing Direto assume papel estratégico dentro das empresas, sem dúvida a tecnologia tem contribuição decisiva nesse cenário. Ela o torna mais eficiente ainda, acentuando suas características fundamentais, de construir diálogos, promovendo a aproximação dos melhores consumidores com a companhia. Nossa matéria de capa mostra ainda que, se as ferramentas tecnológicas que podem ser utilizadas pelo Marketing Direto evoluem constantemente, ainda falta qualificar a mão-de-obra de TI para atuar no setor, já que não bastam os conhecimentos técnicos, porque para serem produtivos esses profissionais precisam ter conceitos bem embasados do Marketing Direto. Nessa edição trazemos ainda os seis abnegados palestrantes do Road Show, que falam sobre o prazer de repassar conhecimento e contribuir para a expansão do Marketing Direto pelo Brasil. O Editor Escreva para a revista Marketing Direto. Mande seus comentários e sugestões para o e-mail: [email protected] Marketing Direto 3 ÍNDICE ENTREVISTA: Confira a entrevista com os seis profissionais que assumiram a missão de repassar conhecimentos de Marketing Direto pelo País ................................... 4 ARTIGO: Relacionamento & Atendimento; Divergências & Convergências, por Eduardo Souza Aranha ................................. 14 CAPA: Tecnologia torna Marketing Direto mais eficiente .................................. 16 ARTIGO: R Maiúsculo, por David Coelho............................ 24 Mercado......................................... 26 Novos Associados ........................... 31 Agenda de eventos ......................... 31 Deu na Imprensa ............................ 32 Dicas de Leitura............................... 33 CAUSOS do Marketing Direto ......... 34 Marketing Direto 8 FRASES “O Marketing Direto, agora unido às ferramentas digitais, tornou-se tendência no conjunto das disciplinas da comunicação”. Aurélio Lopes, presidente da Datamidia,FCBi no caderno Marketing do Meio&Mensagem de 16 de janeiro de 2006. “Acreditamos que o nosso futuro é brilhante e mais promissor do que prevíamos em qualquer outro momento de nossa história. Vivemos em tempos de mudanças incríveis. Parece que o ritmo dessas mudanças aumenta dia a dia, em cada aspecto da vida e especialmente no marketing”. John Grecco, presidente da DMA - Direct Marketing Association, em discurso de abertura no evento DMA 2005. “Os impactos estão cedendo espaço aos diálogos. A chegada da TV digital irá colocar cada vez mais os consumidores no poder, portanto, a forma de nos aproximarmos deles com qualidade será, invariavelmente, via diálogos. Assim, os insights criativos deverão se basear em conclusões concretas”. Luiz Buono, vice-presidente da Fábrica Comunicação Dirigida, em matéria na revista About de janeiro de 2006. “Num ambiente ainda visto com desconfiança e em um canal onde a estratégia de muitos passa por invasão de privacidade, spams e comunicação ostensiva, diferenciar-se por saber falar com o cliente é o pulo do gato”. Marcelo Vianna, diretor da DTM, em artigo na revista Cliente SA de dezembro de 2005. “O respeito ao consumidor deve estar presente desde a escolha e desenvolvimento de um produto, passando pela comunicação que o atinge, até a entrega do produto no prazo e o pós-venda, no qual o consumidor precisa mais da nossa receptividade, atenção e comprometimento”. Marcus Trugilho, gerente de propaganda e comunicação da Sony Brasil, em matéria na revista Consumidor Moderno de janeiro de 2006. “Este ano também trará uma forte cobrança, por parte dos anunciantes, pela aferição de resultados, e deveremos nos preparar para identificar o melhor mix de comunicação com base efetiva no ROI”. Otavio Dias, presidente da GreyZest Direct, em matéria na revista About de janeiro de 2006. “Todos acham que sabem ouvir o cliente, mas não sabem. E, hoje o grande desafio é conhecer as necessidades dos clientes. Quem não praticar isso, certamente ficará para trás”. Paulo Sergio Rosa, da Sundown, em matéria na revista Cliente SA de dezembro de 2005. 6 Marketing Direto PressTexto Comunicação Relacionamentos de sucesso com seus clientes O CMA Mail é um sistema de solução integrada de marketingdireto que permite maior segurança e confiabilidade no controle de suas ações de e-mail marketing e melhor custo x benefício do mercado. O CMA Mail fornece relatórios completos que facilitam o gerenciamento de sua campanha a partir dos seguintes recursos: - Personalização de peças - Acompanhamento em tempo real dos envios - Relatórios estatísticos completos e segmentados - Facilidade no controle das bases de dados - Disparos programados do e-mails - Suporte ao Programa de Fidelização. ABILIO BARROS 9999-9999 [email protected] ADALTO BARBOSA JÚNIOR 9999-9999 [email protected] ADILSON BATISTA 9999-9999 [email protected] ADRIANO LORENA 9999-9999 [email protected] AIRTON CHIULADA 9999-9999 [email protected] ARMANDO BEZZERRA 9999-9999 [email protected] BEATRIZ FRANCISCA DE SOUZA 9999-9999 [email protected] DAGOBERTO LIMA 9999-9999 [email protected] DÉBORA CRISTINA 9999-9999 [email protected] "Indispensável para quem deseja segmentar e personalizar suas campanhas de comunicação” Para mais informações ligue para (11) 3053-2698 www.cmacomunicacao.com.br ENTREVISTA POR QUE ENSINAR E APRENDER? O sucesso alcançado pelo Road Show de Marketing Direto, criado e realizado pela ABEMD, com apoio dos Correios, não poderia ter sido maior. Afinal, foram visitadas 10 grandes cidades brasileiras Belém do Pará, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador, - nas quais mais de dois mil profissionais puderam tomar contato e aprofundar conhecimentos sobre os conceitos e ferramentas do Marketing Direto. Mas o evento só pôde ter essa repercussão porque esteve ancorado por seis profissionais de primeira linha do nosso setor. Para que o leitor possa conhecer melhor cada um deles e seus pensamentos sobre a atividade, decidimos reunir esses executivos e fazer uma coletiva às avessas. O que saltou aos olhos de nossos palestrantes foi a diversidade de negócios representados nas platéias e o alto grau de conhecimento de marketing disseminado por todo o País. 8 Marketing Direto Revista Marketing Direto - Qual a sua formação acadêmica e em que mercado atuou antes de chegar ao Marketing Direto? Ana Maria Moreira Monteiro - Sou psicóloga com especialização em Marketing, pós-graduada em Administração de Empresas, MBA em Gestão Empresarial Avançada. Antes de chegar ao Marketing Direto, atuei como Head Hunter, e auxiliava empresas no recrutamento e seleção de seus executivos. Antonio Rosa - Estudei Comunicação Social e desde 1974, tornei-me um profissional de mídia. Meu primeiro emprego na área foi na agência de propaganda Salles, empresa em que assumi em 1991 a vice-presidência de mídia. Durante cinco anos, entre 1980 e 1985, fui diretor associado de mídia da agência McCann-Erickson. Eduardo Ramalho - Sou Engenheiro Naval com mestrado em Pesquisa Operacional e doutorado em Modelagem Matemática, todos pela Escola Politécnica da USP. Fiz também um curso de especialização em Gestão de Operação e Marketing pela Sloan School of Management do MIT Massachusetts Institute of Technology - nos EUA. Antes de chegar ao Marketing Direto, trabalhava com logística, na área de consultoria. Fernando Cirne - Sou formado em Engenharia Mecânica pela Universidade de São Paulo, com Pós-Graduação em Administração pela Fundação Vanzolini e MBA pelo IBMEC. Comecei minha carreira na Editora Abril, trabalhando com processos e TI, sem contato com o setor. Em 1998, fui convidado para trabalhar na área de Assinaturas, onde passei a ter contato com Marketing Direto. Um ano depois, fui escalado para coordenar o projeto de Venda de Assinaturas da Abril na Internet. Em 2000, realizamos nossa primeira veiculação de banners e em 2001, nossa primeira campanha de e-mail marketing. Quando me dei conta, já estava totalmente envolvido com o Marketing Direto Eletrônico, que é hoje meu segmento de atuação. Jeffrey Costa - Sou mestre em Sistemas de Gestão, pela UFF - Universidade Federal Fluminense, MBA em E-business pela FGV/RJ, pós-graduado em Marketing pela PUC/RJ e formado em Engenharia pela UFRJ. Atuei em informática, desenvolvendo sistemas, logo que saí da universidade. Menos de um ano depois estava na IBM atuando em “informarketing”. Quatro anos depois, fui para a Teletrim, empresa de serviços de paging, onde realmente comecei a trabalhar com Marketing Direto, pois como Gerente de Produto cuidava de todos os aspectos do produto, incluindo o SAC e o então incipiente televendas. Pio Borges - Sou graduado em Direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, antiga UEG, e tive como professores, depois amigos, nomes como Afonso Arinos de Mello Franco, Aliomar Baleeiro, Célio Borja, Roberto Lyra. Em paralelo ao curso de Direito, fui registrado como jornalista profissional pois já trabalhava no Diário de Notícias (antes do Jornal do Brasil), na revista Senhor, e na sucursal do Estadão no Rio de Janeiro. Fui convidado para ser redator da JWT e daí para me tornar editor de publicações especiais de Seleções do Reader’s Digest, onde nasceu minha paixão e o meu vínculo com o Marketing Direto. Fiz curso de Administra- ção e Gerência de Marketing no IAG da PUC, do Rio de Janeiro e participei como conferencista ou assistente de mais de uma centena de congressos e seminários de marketing no Brasil e no mundo. Estou cursando atualmente a pós-graduação de Comunicação com o Mercado pela ESPM, onde também sou professor. RMD - O que o levou ao Marketing Direto e mais especificamente ao segmento que atua? Ana Maria Moreira Monteiro - O que me levou ao Marketing Direto e especificamente aos canais telemarketing, call center e contact center, foi um curso que fiz na década de 80 - Atuação do Psicólogo em Marketing - quando conheci a ferramenta telemarketing muito rapidamente, até porque naquela época poucos no Brasil possuíam uma linha telefônica. Mas me encantei com o fato de estreitar relacionamentos, gerar contatos, administrar informações, encurtar distâncias etc. Antonio Rosa - Cheguei ao Marketing Direto por vias indiretas. Em 1999 fui convidado pela ABEMD para uma palestra sobre convergência de mídia e tecnologia. Disse naquele momento, que o Marketing Direto, em face da digitalização, estava com os dias contados. Claro, ninguém gostou. Mas disse também que a propaganda também estava comprometida. A brincadeira foi divertida, mas a conclusão, óbvia. Depois do advento da Internet, pela primeira vez na história poderíamos interagir direto de um anúncio e misturar as atividades de propaganda e Marketing Direto. Mas ainda teríamos mais uma vantagem; poderíamos vender os “Nenhum canal funciona de forma isolada, o call center, por exemplo, precisa estar inserido dentro de uma estratégia global de marketing. Com associação de mídias, o retorno tende a ser muito melhor”. Ana Maria Moreira Monteiro, presidente do Grupo AM3 produtos, tudo dentro da própria mídia. Na realidade alertava aos profissionais de Marketing Direto, que eles poderiam ser os protagonistas do futuro. Eduardo Ramalho - Foi uma coincidência, embora Jung diga que não existam coincidências e sim sincronicidades. Depois de passar por todo um processo burocrático de seleção para freqüentar um programa de doutorado no MIT/USA, quando já estava pronto para embarcar, no começo de 1988, recebi a notícia que o Ministério da Educação e Cultura (MEC) fora extinto e com ele todas as novas bolsas de estudo estavam suspensas. Como não podia arcar com os custos – estava indo como bolsista da Universidade de São Paulo (USP) – não teve jeito, precisei esperar a retomada do programa de bolsas. Isso demorou em torno de um ano e meio. Ao chegar ao MIT, o meu orientador me comunicou que aquele projeto de pesquisa alocado para mim já não existia mais, mas que havia outro voltado para otimização de operação de catálogos. Como não tinha nenhuma formação em Marketing, seria necessário fazer, simultaneamente ao trabalho de pesquisa, algumas disciplinas nessa área. Acabei me envolvendo, sem saber que existia Marketing Direto, Database Marketing etc. Marketing Direto 9 “A convergência da mídia com a tecnologia está revolucionando o marketing e incorporando a interatividade. Neste contexto, não existe nenhuma referência. Temos que estar abertos as novas possibilidades, entendendo que é um movimento global”. Antonio Rosa, presidente da Dainet Multimídia e Comunicação Fernando Cirne - Como sou Engenheiro Mecânico, quando comecei minha carreira nem sabia direito o que era Marketing Direto. Meu primeiro contato com a disciplina aconteceu em 1999. Acho que foi o Marketing Direto que me procurou (risos). Depois que lançamos nosso primeiro site para venda de Assinaturas em 1999, precisávamos fazer com que nossos prospects chegassem até este site. Foi aí que o Marketing Direto apareceu na minha vida. Atualmente, esta operação de venda de Assinaturas é um grande sucesso. Graças ao Marketing Direto. Jeffrey Costa - Em 1996, conversando com um grande amigo meu, Marcelo Alves, então na Quatro/A, surgiu a idéia de abrir uma consultoria de Marketing Direto. Seu irmão, Márcio, e sua esposa, Cláudia, atualmente mais que amiga, também estimularam a iniciativa. Como já vinha trabalhando as ferramentas, principalmente telemarketing, a idéia foi adiante e nasceu a Acesso Direto, hoje prestes a completar 10 anos e com clientes como GlaxoSmithKline, com quem ganhamos um prêmio, na categoria Consultoria do V Prêmio ABT, Essilor, ProFarma, Bradesco Seguros, entre outros. Pio Borges - Ao me tornar editor de livros de Sele- 10 Marketing Direto ções do Reader’s Digest, o sucesso das vendas de produtos por mala direta para milhões de consumidores brasileiros evidenciou minha paixão definitiva pelo Marketing Direto. Li os livros de John Caples (Making Ads Pay e Tested Advertising Methods) e as Confissões de David Ogilvy que muito me ajudaram a dar um embasamento técnico e científico à área da comunicação a que me dedicava. Acabei por deixar o Direito de lado, embora toda a minha formação legal esteja sempre subjacente aos meus trabalhos de Marketing Direto. Fui um defensor entusiasta do Código de Defesa de Consumidor, pois tudo o que nele foi colocado como lei era a minha prática do dia-a-dia antes de sua existência. Fui também co-autor do primeiro Código de Ética da ABEMD. RMD - Quando e por que começou a dar aulas e fazer palestras? Ana Maria Moreira Monteiro - Foi a partir do curso que mencionei, pois passei a me interessar por tudo que se referia ao canal telemarketing. Escrevi o primeiro livro no Brasil sobre o assunto, dedicado ao Operador/Agente/Atendente, e comecei a viajar pelas principais capitais do País, disseminando, através de minhas palestras, a cultura do telemarketing em todo território nacional. Sou uma escritora atuante com aproximadamente 1.800 artigos publicados, e acabo de lançar meu terceiro livro: “A Era do Relacionamento”. Levei também para o meio acadêmico (USP / FAAP) cursos de formação, de implementação e aprofundamento dos princípios que regem este segmento. Antonio Rosa - Entre 1984 a 2000, tive o privilégio de ser professor da cadeira de mídia da ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing. A partir de 1990, comecei a fazer palestras sobre mídia e viajei muito pelo País, conhecendo a diversidade da população brasileira. Mas fiquei muito honrado pelo convite do Direct Marketing Association (DMA), em 2000, para fazer uma palestra no evento da entidade na Flórida. Em função do sucesso fui convidado novamente para a edição mundial da DMA em New Orleans. Também em 2001 e 2002 fiz apresentações em eventos da International Advertising Association (IAA). Ainda em 2002, representei o Brasil no evento do Outdoor Latin América (OLA), na Flórida. Eduardo Ramalho - Desde quando me formei e na minha vida inteira profissional dou aulas. Atualmente dou aulas no curso de Marketing Direto da ABEMD e no MBA da Fundação Vanzolini da USP. E faço isso com muito prazer. Além de exigir uma permanente atualização, o que é sempre bom, acaba sendo uma atividade muito prazerosa e enriquecedora, além disso amplia significativamente o círculo de relacionamento. Em todas as empresas que já trabalhei, sempre que precisava apresentar algum trabalho de equipe para a Diretoria, as pessoas normalmente ficavam com receio e eu por ter essa facilidade acabava apresentando. Isso vai te dando cada vez mais domínio de falar em público. Assim, passar de aulas/apresentações para palestras foi um pulo. Entretanto, não posso deixar de mencionar a grande força que dois profissionais me deram: um é o Carletto (Antonio Carlos) , que me levou para fazer a primeira palestra e ao saudoso Victor Dauman, na época do IDBM (Instituto Brasileiro de Database Marketing). Foi lá que aprendi a lidar com grandes platéias. Fernando Cirne - Comecei há 3 anos. Trabalho com um segmento novo (Marketing Direto na Internet), que não possui histórico documentado e ainda vai se desenvolver muito. Neste cenário, achei importante contribuir com o mercado divulgando a experiência que já havíamos adquirido. Acho, inclusive, que esse é um dever de todos nós que trabalhamos com o Marketing Direto. Jeffrey Costa - Para o início das operações da Acesso Direto, a parte prática do telemarketing estava relativamente em dia, faltava a consistência teórica, na época restrita a marketing em geral. Foram diversos cursos de extensão, entre os quais o primeiro curso de Marketing Direto apoiado pela ABEMD no Rio de Janeiro, oferecido pela FGV, em 1997, o MBA em E-business (do qual me tornei professor antes mesmo da conclusão do curso), culminando com o Mestrado. Em 1999, com a saída de um dos professores do curso de Marketing Direto da FGV, fui convidado a assumir seu lugar e daí por diante os convites para aulas e palestras foram aumentando, de forma que já ministrei cursos ou palestras em todas as regiões do País e duas nos EUA, ambas na DMA. Pio Borges - As aulas começaram na ESPM do Rio de Janeiro em 1974, após algumas conferências em eventos de marketing no Rio e em São Paulo. Minha primeira cadeira foi Redação Publicitária e tive na minha primeira turma gente muito boa, que já exercia a profissão com grande maestria como o Valdir Siqueira. Com a formação da ABEMD, eu e um grupo de bravos fomos escalados para divulgar o Marketing Direto numa infinidade de cursos e seminários. Produzi apostilas, livros em cassete, vídeoaulas, livretos e muitas aulas. São mais de 30 anos como “professor” meio informal que acabou por se tornar professor formal na FGV, mais regularmente e na Coppead como convidado em seus cursos no Rio de Janeiro e em Brasília. Também dei aulas na FAAP quando tinha casa fixa em São Paulo e em algumas escolas no vasto interior do Estado. RMD - Além dos ensinamentos específicos da disciplina, o que mais tenta passar nas palestras do Road Show que considera imprescindível? Ana Maria Moreira Monteiro - O que mais tento passar nas palestras do Road Show, que considero imprescindível, é que nenhum canal funciona de forma isolada, o call center por exemplo, precisa estar inserido dentro de uma estratégia global de marketing. Com associação de mídias, o retorno tende a ser muito melhor. Antonio Rosa - Em primeiro lugar, que estamos no começo de uma revolução sem precedentes. A convergência da mídia com a tecnologia está revolucionando o marketing e incorporando a interatividade. Neste contexto, não existe nenhuma referência. Temos que estar abertos as novas possibilidades, entendendo que é um movimento global. Desta vez, não adiantará nenhuma tentativa de controle ou regulamentação. Eduardo Ramalho - Tento passar a necessidade da pessoa ter um sonho, um horizonte visível e mensurável. De começar a realizar esse sonho de forma humilde, sem grandes megalomanias e ir fazendo as coisas de forma ágil, pois a concorrência está aí. É imprescindível ter coragem e persistência de fazer, mas não de qualquer modo. O Marketing Direto exige que se faça muito teste. É fundamental que as pessoas experimentem, se não fica muito teórico. A experimentação, com uma boa dose de metodologia, leva o profissional e a empresa a criarem históricos. Com base neles, podemos melhorar sempre. Quando não temos histórico, perdemos a referência. Fernando Cirne - Há uma mensagem que todos nós professores procuramos passar durante as palestras, que é que o Marketing Direto, quando bem feito, pode contribuir para diversos ramos de negócio, não importando o seu tamanho. No caso da Internet, há um paradigma que a mídia é complexa ou que só pode ser utilizada por grandes empresas. Tentei passar nas palestras que tudo isso não é verdade. A Internet pode até ser diferente, mas não é mais complexa que as outras mídias do Marketing Direto e além disso já é acessível para qualquer tamanho de negócio. É o caso dos “O que é preciso saber sempre é como as pessoas vão reagir às ofertas e formatos de comunicação, uma ciência que se aprimora e se adapta a cada ano há mais de 100 anos”. Pio Borges, presidente da PB Comunicação Direta “Links Patrocinados” nos sites de busca, que permite investimentos inferiores a R$ 100,00. Hoje qualquer um pode ter sua campanha de Marketing Direto na Internet investindo quantias pequenas. Acho isso uma grande conquista da mídia. E uma ótima oportunidade para todos. Jeffrey Costa - Procuro passar que o Marketing Direto é totalmente mensurável e a importância disso para o sucesso das empresas; que a criatividade é importante, mas que também o são os processos, a matemática e os testes, tão mal recebidos em nossa cultura; que o relacionamento pode até ser moda, mas veio para ficar. E, assim como a personalização, que é inerente ao Marketing Direto, irá afetar, e já está afetando, a forma de usar todas as outras ferramentas do mix de comunicação. Pio Borges - O que considero imprescindível passar a alunos e participantes em congressos e seminários é que eles não estão perdendo tempo ali. Quero que eles saiam do auditório ou do curso com um conhecimento sólido e confiável em Marketing Direto. Quero que eles mais do que informados, sejam capazes de informar seus colegas de empresa de que Marketing Direto merece toda a sua atenção e seus investimenMarketing Direto 11 “O Marketing Direto exige que se faça muito teste. A experimentação, com uma boa dose de metodologia, leva o profissional e a empresa a criarem históricos. Com base neles, podemos melhorar sempre. Quando não temos histórico, perdemos a referência ”. Eduardo Ramalho, diretor de Marketing Services da Equifax tos. O que mais me dá alegria hoje em dia, depois de tantos anos de atuação como divulgador das virtudes do marketing, é encontrar - como encontrei neste Road Show - pessoas sensacionais que ao me reencontrarem, após muitos anos, dizem que minhas palavras mudaram as suas vidas e as tornaram mais eficientes e mais felizes. RMD - Quais os conhecimentos mínimos os profissionais que atuam em Marketing Direto devem ter? Ana Maria Moreira Monteiro - São processos, tecnologia, pessoas, banco de dados. Se isso não for possível, pelo menos saber onde buscar ajuda. Antonio Rosa - Em primeiro lugar, ser um estudioso. Muito ainda está por ser feito. Eduardo Ramalho - Particularmente na minha área de especialização, que é o Database Marketing, diria que são três os requisitos: primeiro é preciso conhecer um pouco de estatística. Marketing Direto é uma atividade 100% mensurável. As pessoas têm pouco hábito, seja na empresa, na atividade cotidiana ou em casa, de medir as coisas. Então, destaco sempre a importância que se tem em medir e para 12 Marketing Direto medir é preciso conhecer números, estatística, matemática. O segundo conhecimento mínimo é de informações, mais comumente conhecida como Tecnologia da Informação (TI). Se antes dizíamos que informação é poder, agora é muito mais que isso. Sem informação não há gestão e sem gestão não tem negócio que se sustente. O mundo da tecnologia da informação é muito complexo, envolve uma infinidade de softwares e hardwares, das mais variáveis aplicações. Porém, o profissional de Marketing Direto deve basicamente saber que informações são importantes para o negócio, quais ele deve captar, armazenar, tratar e extrair para criar ações de marketing e vendas. O terceiro requisito mínimo diz respeito ao conhecimento específico do negócio. É necessário que o profissional compreenda em que fase do ciclo de vida do negócio está atuando: na prospecção, na aprovação/aceitação, no gerenciamento da carteira ou na recuperação de clientes inativos ou de crédito, assim como é preciso saber quais as necessidades dos clientes: aquisição, fidelização, ativação, aumento de mix de produtos, rentabilização de clientes não lucrativos. Evidentemente estamos falando do super profissional, que não existe, mas sonhar é preciso. Fernando Cirne - Muitos dos conhecimentos que utilizamos são os mesmos utilizados em outras mídias do Marketing Direto. Por exemplo: quando fazemos uma ação de e-mail Marketing ou mesmo um banner, utilizamos dos mesmos princípios de comunicação de mídias impressas, com adequações de comunicação que a Internet exige. Lógico que quando falamos de ferramentas mais complexas como otimização em sites de busca ou controle de sistemas anti-spam, os profissionais precisam adquirir conhecimentos mais específicos da Internet, mas os conceitos básicos sempre permanecem. Tanto que a grande maioria das pessoas que trabalham com Marketing Direto Eletrônico já trabalha- va com outras mídias de Marketing Direto. Jeffrey Costa - Como atuei no Road Show com a parte de fundamentos, os profissionais que atuam em Marketing Direto deveriam conhecer todos muito bem. Os destaques ficam para, por que e quando usar, a personalização, a mensuração e as particularidades de cada ferramenta. Da parte de telemarketing, saber que deve haver um equilíbrio da gestão em relação aos três pilares: informação/ processos, tecnologia e pessoas, sendo estas últimas responsáveis pela maior parte dos custos. Pio Borges - Digo nas minhas aulas e conferências que a “vida média” dos conhecimentos em Marketing Direto é de dois anos e meio. Ou seja, se você souber hoje tudo o que deveria saber para ser um grande profissional de Marketing Direto e passar dois anos e meio sem aprender nada de novo, vai estar sabendo naquele momento metade do que deveria saber para ser um grande profissional de Marketing Direto. O que é preciso saber sempre é como as pessoas vão reagir às ofertas e formatos de comunicação, uma ciência que se aprimora e se adapta a cada ano, há mais de 100 anos. Mostro “O Marketing Direto, quando bem feito, pode contribuir para diversos ramos de negócio, não importando o seu tamanho”. Fernando Cirne, gerente executivo de Internet da Editora Abril a capa de um catálogo da Sears, em minha palestra, onde em 1880 o catálogo se classifica como “Guia do Consumidor” e assegura os “Melhores preços no mercado”. Estas verdades precisam ser ditas atualmente da mesma maneira, numa caixa de ressonância mundial como a Internet, como faz a Amazon que trata cada um de seus mais de 40 milhões de fregueses exatamente como fregueses. Aprender como fazer isto sem que o cliente veja naquilo apenas como coisa de computador é algo a ser continuamente aprendido pelo marqueteiro direto. Outra coisa a aprender é como tratar as pessoas, como são as pessoas, o que as pessoas são ou o que as pessoas querem ser. É preciso ler muito, prestar muita atenção às pessoas, aos políticos, aos comunicadores. É preciso ter uma formação ética que independa de fiscalização, aquela história da mulher de César se aplica muito ao Marketing Direto. Um escândalo numa operação, de certa forma, afeta a todos na profissão. O escândalo escancarado e descarado num partido político afeta a todos os políticos. No Marketing Direto a coisa pode ser ainda mais séria. Graças aos céus e aos cuidados da ABEMD acho que isto não irá acontecer com a nossa atividade. RMD - Como avalia o nível atual dos profissionais que se interessam pelas palestras do Road Show e dos cursos da ABEMD? Ana Maria Moreira Monteiro - O nível dos profissionais dos cursos da ABEMD é espetacular. Há um interesse genuíno no como fazer. No Road Show, mesmo com pouco espaço para interagir, o público em geral demonstra interesse e sempre temos perguntas para responder. O que é muito bom! Antonio Rosa - O Road Show da ABEMD, em 2005, foi o ponto alto das atividades profissionalizantes. Percebi um público interessado e inquieto. Como estivemos em diversas cidades do País, notei tam- bém, que está diminuindo a distância do conhecimento. Acredito que aí está o cerne da questão: precisamos compartilhar nosso conhecimento. O País precisa aprender que a educação é a única possibilidade para o progresso. A ABEMD deu demonstração clara disto. Eduardo Ramalho - Para boa parte das pessoas, principalmente no Road Show, possivelmente foi a primeira vez que ouviram falar de Marketing Direto. O que na verdade é uma tremenda oportunidade e confirma uma das características mais positivas deste Road Show: que a realidade do eixo São Paulo-Rio não é a realidade do resto do País. Mesmo nos grandes centros, as pessoas não sabem exatamente que estão fazendo Marketing Direto e mesmo aquelas que estão fazendo, passam longe dos requisitos mínimos necessários. Muito do que falamos no Road Show é quase que uma surpresa. Isso mostra que essa iniciativa foi muito positiva, porque está levando uma semente para este pessoal. Com relação aos cursos da ABEMD, uma parte do público tem algum conhecimento, são pessoas que vêm principalmente de agências de Marketing Direto, de relacionamento ou de publicidade. Comparativamente ao Road Show os participantes do curso da ABEMD têm um nível de conhecimento melhor, mas não chega a ser um nível intermediário. Isso mostra que o curso também é uma boa oportunidade para especialização. Essas ações, Road Show e cursos da ABEMD, resultam em ampliação do mercado pelo lado mais positivo possível, que é via conhecimento. Fernando Cirne - O nível é muito bom. O que mais me surpreendeu foi a diversidade de negócios onde estas pessoas atuam - academias de ginástica, shopping centers, universidades, editoras etc. Foi muito bom interagir com estas pessoas e ver que o Marketing Direto pode contribuir para todas estas áreas de atuação. “O relacionamento pode até ser moda, mas veio para ficar e, assim como a personalização, inerente ao Marketing Direto, irá afetar, e já está afetando, a forma de se usar todas as outras ferramentas do mix de comunicação”. Jeffrey Costa, diretor da Acesso Direto Jeffrey Costa - O nível geral dos participantes do Road Show pareceu ser muito bom. É claro que havia pessoas que já trabalhavam com Marketing Direto há muito tempo e outros que tiveram um contato mais próximo com o Marketing Direto pela primeira vez no Road Show, mas o nível das perguntas foi, na média, muito bom. Pio Borges - Os profissionais que dedicaram um dia inteiro ao Road Show têm interesse evidente em Marketing Direto. O problema como comentei com os demais palestrantes e com o presidente da ABEMD, Efraim Kapulski, é ajudá-los a transformar boas idéias e boas intenções em ações. Como comentei no final de minha última palestra no 10º Road Show aquela não era a nossa última intervenção; era de fato o início de uma série infinita. A série que começou com a idéia de fundar a ABEMD, de redigir os seus estatutos, de colocar neles o compromisso de divulgar a disciplina. Hoje em dia mais do que em qualquer época está na hora de fazer mais e mais Marketing Direto. E isto passa pelo envolvimento ainda mais amplo da ABEMD e pelo apoio dos Correios, um dos maiores beneficiários deste crescimento. Marketing Direto 13 ARTIGO RELACIONAMENTO & ATENDIMENTO; DIVERGÊNCIAS & CONVERGÊNCIAS POR EDUARDO SOUZA ARANHA* Muito se fala sobre o valor do cliente. Mas, poucas empresas têm definido, com precisão, as métricas para determinar o real valor de um cliente, com uma visão de longo prazo Quem trabalha em atendimento está praticando relacionamento? É correto considerar o atendimento aos clientes, através de call center, na esfera do relacionamento? Uma plataforma de atendimento - incorporando SAC, conselho de clientes e pesquisa periódica de satisfação com consumidores - pode ser entendida como uma estratégia de relacionamento? Minha visão: todas as respostas às perguntas acima são negativas. Para iniciar a discussão, podemos fazer uma analogia com a propaganda. Freqüência é, indiscutivelmente, um dos fatores de sucesso para uma peça publicitária, seja um comercial, seja um anúncio. Em relacionamento o fator chave é a seqüência. Assim saímos do contato efêmero que ocorre no atendimento para a gestão do relacionamento. Gerenciamos o relacionamento, quando podemos controlar a comunicação direta em uma seqüência de contatos programados. Esta programação depende do correto mapeamento da cadeia de contatos, destinada a atingir as finalidades de uma estratégia de relacionamento: fidelização ou prospecção de clientes. 14 Marketing Direto Um bom exemplo é o case da Tishman Speyer, uma das maiores incorporadoras mundiais do ramo imobiliário, atuando no mercado de imóveis de alto padrão em São Paulo. Ao mapearmos todos os contatos entre um prospect e o corretor durante o ciclo de vendas, fomos capazes de desenvolver toda uma seqüência de peças de comunicação direta para alicerçar o relacionamento entre comprador e vendedor. O objetivo: facilitar e agilizar o fechamento da venda. Seu funcionamento é bastante pragmático. Uma força de vendas informatizada utiliza uma ferramenta de banco de dados, especialmente construída. Ela permite ao corretor visualizar cada oportunidade de contato ao longo do ciclo de vendas e disparar uma ação de relacionamento, em função do comportamento do prospect e das barreiras potenciais à compra. Uma vez realizada a compra, o relacionamento se aprofunda durante todo o processo, indefinidamente. Agora, colocando a questão de uma forma mais conceitual, atendimento e relacionamento têm objetivos de marketing, características e dimensões distintas. Atendimento está orientado à satisfação do cliente. Sem limitações. Isto é, o atendi- mento está dirigido a toda a base de clientes, indistintamente. Pode ser até segmentado. Por exemplo, em um call center, operando para um cartão de crédito, há um grupo de clientes com atendimento prioritário e suas ligações identificadas “furam” a fila de espera. Todavia, ao se analisar a estratégia global de atendimento deste cartão de crédito, se verifica que toda base de clientes está contemplada, mesmo que haja políticas segmentadas. Quando uma empresa investe em atendimento, ela provavelmente irá medir o seu retorno, pelo comportamento dos índices de satisfação dos seus clientes. Relacionamento, por outro lado, está comprometido em criar vínculo permanente ou perene com determinado público-alvo. Portanto, a estratégia de relacionamento tem por missão aumentar o valor de forma duradoura daquele público para a marca. Para tal objetivo é imprescindível selecionar o conjunto de segmentos com quem pretendemos nos relacionar: clientes, canais de vendas, parceiros ou colaboradores. Podem ser os passageiros que têm por hábito viajar de primeira classe em uma empresa aérea, os compradores freqüen- tes de um supermercado, os canais de vendas mais expressivos de uma empresa de informática, um conjunto de médicos para um laboratório ou os funcionários que atingiram a média superior na última avaliação de desempenho. O grande desafio é, portanto, a implantação de estratégias de marketing de relacionamento orientadas a aumentar sistematicamente o valor do target para a marca. Muito se fala sobre o valor do cliente. Mas, poucas empresas têm definido, com precisão, as métricas para determinar o real valor de um cliente, com uma visão de longo prazo. A mensuração passa a ser fundamental, na medida em que permite analisar o real impacto de uma estratégia de relacionamento sobre o incremento do valor dos clientes. Em termos instrumentais, gerar incremento significa estarmos continuamente elevando o valor do ticket médio, os níveis de retenção de clientes e o client share, sistematicamente, de um conjunto definido de clientes. Quem mensura corretamente sabe que é impossível se relacionar com toda a base de clientes. O compromisso do relacionamento é com a lucratividade dos clientes. Ou melhor, com o au- mento contínuo da lucratividade dos clientes selecionados. A seletividade do público-alvo se torna obrigatória em relacionamento. Toda a base de clientes está sujeita a Lei de Paretto, isto é, 80% do lucro provêm de 20% dos clientes. O fator chave para o sucesso passa a ser a seleção e a identificação do grupo de clientes com os quais queremos nos relacionar. A conta de resultados em marketing de relacionamento fecha muito bem, se houver seletividade. Só podemos oferecer recompensas e privilégios, dentro da arquitetura de relacionamento, se o cliente selecionado gerar fluxo de caixa razoável para a marca. A nossa experiência com o Shopping Iguatemi está demonstrando o substancial conhecimento que o Iguatemi passou a ter sobre o valor dos seus melhores clientes. E mais, seu perfil, seus hábitos de compras, as categorias de produtos adquiridos e mix de lojas em que compra, através de um sistema de mensuração permanente. O que permite reconhecer e recompensar com privilégios exclusivos os seus clientes mais valiosos, através de parcerias com os seus lojistas. Há outras diferenças entre atendimento e re- lacionamento. Os investimentos em atendimento tendem a ser mais centrados em pessoal e em infra-estrutura, como em hardware, software ou equipamentos de telecom. Já em relacionamento, a tendência é investir mais na comunicação. Normalmente, campanhas e peças de relacionamento, utilizando os meios online, mala direta, telemarketing e eventos. Então, poderia se imaginar a prática do marketing de relacionamento sem o atendimento? Nunca! Em uma estratégia de relacionamento, o atendimento funciona como seu alicerce. Não como um alicerce estático ou operacional, mas fundamentalmente estratégico. Isto porque, o atendimento pode ser exercido na sua plenitude ao operar sob uma estratégia de relacionamento. A eficácia está em reconhecer a convergência entre ambos e administrá-los de forma integrada. Criar valor na base de clientes com elevado índice de satisfação é o caminho para o sucesso de uma marca! *Eduardo Souza Aranha é presidente da Souza Aranha Comunicação Direta Marketing Direto 15 CAPA CADA VEZ MAIS TECNOLÓGICO O Marketing Direto se serve de forma crescente da tecnologia, principalmente as áreas de Call Center, CRM/Database Marketing e Internet. Aplicações tendem a ser focadas na resolução de problemas específicos Windows Server 2003, banco de dados SQL, software GRC e-Manager, plataforma ASP, datacenter NTT/Verio e servidores Dual Xeon 3.2Ghz, com 2Gb de memória e HDs em RAID. Ou software próprio aliado a máquinas com HD 200 Gbytes Seagate Barracuda 7200.7 Serial ATA (Sata) 7.200 RPM. Essa verdadeira sopa de letras e números, entre outras inúmeras ferramentas tecnológicas à disposição no mercado, faz parte do arsenal que ajuda o Marketing Direto a ser mais eficiente. Elas suportam as áreas de CRM/Database Marketing, Call Center e Internet realizando uma infinidade de operações complexas que agilizam e refinam o trabalho dos departa- 16 Marketing Direto “A tecnologia nos leva a ter maior capacidade de resposta e a tendência é responder de forma instantânea às solicitações”. Hélio Magalhães, CEO da American Express Brasil mentos comerciais e de marketing das empresas, na difícil missão de se comunicar com os clientes de forma cada vez mais personalizada. Segundo destaca o consultor David Lederman, as mais recentes pesquisas da DMA americana mostram que os executivos de Marketing Direto projetam para os próximos anos investimentos prioritários em database e tecnologias para o relacionamento com os clientes. “Desde a limpeza e estruturação de dados, considerada muito pobre por eles, até a automação da força de vendas na outra ponta”, diz Lederman. Além disso, as aplicações tendem a ser focadas na resolução de problemas mais específicos, como retenção ou vendas, e não mais em sistemas corporativos de longa e penosa implantação. “Os investimentos focados tendem a se sustentar por pelo menos os próximos cinco anos”. Há quem aponte soluções radicais como o fim dos softwares onde tudo passa a ser gerenciado on demand. O CEO da American Express Brasil, Hélio Magalhães, que já foi CIO da Credicard e do Citibank, não acredita em soluções radicais. “Saímos de sistemas centralizados para descentralizados, entramos na era da Internet, e evoluímos levando-se em conta um legado que deve- vos. Dessa forma, para saber quem são esses clientes e como oferecer a eles a melhor experiência de relacionamento é preciso avançar para um sistema que vem ganhando corpo dentro das empresas, o CEM (customer experience management, ou gestão de experiência com o cliente). Para tanto, deve-se extrair o melhor do banco de dados através do CRM e do business inteligence e integrá-lo ao ERP. Muitas operações mos utilizar”, disse ele, em chat sobre tecnologia realizado no portal UOL. Porém, admite que on demand é uma tendência nos dias de hoje. “A tecnologia nos leva a ter maior capacidade de resposta e a tendência é responder de forma instantânea às solicitações”. O contato personalizado faz total sentido quando se percebe que o tradicional market share se torna menos importante na medida em que a retenção de clientes é produtiva para os lucros da empresa. É que segmentar e diferenciar clientes por valor evita a má aplicação de recursos em campanhas de marketing de massa. O ROI (retorno sobre investimento) é melhor na medida em que tornam-se fiéis os clientes mais lucrati- Não são poucas as operações que essas ferramentas executam, como análise de cadastros provindos de canais específicos e sites; análise geral e segmentação do DBM; análise de performance e lucratividade dos canais de comunicação; aplicação de ações de aquisição, retenção, incentivo e promoção; monitoramento de todo relacionamento com cliente (tracking); gerenciamento de campanhas de Marketing Direto; análise “hot relationship”; análise APP (Analytical Process of Performance); execução de cross sell e up sell, atualização de sites e hotsites e produção e disparo de e-mail marketing. Na agência de Marketing Direto e consultoria em soluções de CRM, Vannon Direct, os sistemas “A interface de nossa ferramenta é cem por cento customizável, o que permite uma solução exclusiva para cada cliente”. Bráulio Escobar, IT manager da Permission Marketing Direto 17 PATROCÍNIO APOIO SUN MRM Agora é torcer e rezar. XII PRÊMIO ABEMD Chegou a hora de fazer figas e ter o santo forte, porque as inscrições para o prêmio mais importante e de maior prestígio do marketing direto brasileiro terminaram. Por isso, enquanto você aguarda a esperada festa, vá rezando para ter o seu lugarzinho no céu ou, quem sabe, no palco. Aqui não basta dar show. É preciso ser campeão de bilheteria. Em breve, confira as novidades sobre a festa de premiação através do hotsite www.abemd.org.br/PremioXII/hotsite. Caso prefira, entre em contato com a ABEMD pelo e-mail [email protected] ou ligue para (11) 3129-3001. REALIZAÇÃO “O bom profissional deve aliar conhecimento técnico das possibilidades do sistema com o entendimento do negócio”. José Afonso Braga, diretor de marketing e mobilização de recursos da Unicef “Muitas vezes não é necessário estar no best in class para se obter os resultados desejados em marketing de relacionamento”. Wilna Araújo Carneiro, diretora corporativa da e-Maré Marketing de Relacionamento “Os investimentos focados tendem a se sustentar por, pelo menos, os próximos cinco anos”. David Lederman, presidente da Lederman Consulting executam todas estas atividades. Segundo seu CEO, Bernardo Pedro Giovannone, os departamentos de marketing e atendimento são os que mais utilizam o software, pois estão em contato direto com os clientes. “As solicitações não precisam ser repassadas para outros departamentos. Por isso, o sistema deve ser de fácil manuseio e compreensão e ter um 20 Marketing Direto suporte fulltime da equipe de TI”, diz ele. A empresa de call center SPCOM atua com uma ferramenta de geoprocessamento, de desenvolvimento próprio e integra DW e Business Inteligence às bases de dados relacionais. “O que permite infinitas dimensões de análises de cruzamentos de dados”, diz a presidente da empresa, Alexandra Periscinoto. São utilizadas no BackOffice (área de estudos específicos em produtos e perfis de público); IMS (para uma visão mais ampla do BacKOffice) e na alta gestão da operação propriamente dita. “Para a melhoria contínua das estratégias de trabalho”, acentua Alexandra. Uma empresa como a Permission, que atua primordialmente com campanhas de e-mail marketing, a tecnologia tem um papel preponderante, já que a agência necessita associar flexibilidade, escalabilidade e agilidade no atendimento das solicitações dos clientes. A Permission atua com listas e parcerias, onde a segmentação é fornecida por um parceiro e a agência efetua todo o tratamento das peças e bases. Também fornece a ferramenta de disparo. “A interface de nossa ferramenta é cem por cento customizável, o que permite uma solução exclusiva para cada cliente”, garante o IT manager da Permission, Bráulio Escobar. A tecnologia da agência propicia disparo de campanhas simples, como cartões de aniversário em datas pré-programadas até campanhas de customização complexa como a distribuição de ingressos, senhas e vales-brinde numerados e relacionados ao banco de dados do cliente. Atualização constante Mas há empresas que atuam com foco, por exemplo, no gerenciamento de campanhas, como é o caso da Informarketing, que detém clientes predominantemente na área financeira, como ban- cos e operadores de cartões. Para tanto, a agência tem que dominar tecnologias para database marketing, CRM, mailing list, datamining, geomarketing e telemarketing. “Nossas ferramentas são empregadas em suporte, SAC e desenvolvimento de sistemas”, explica o proprietário da empresa, Paulo César Costa, que está migrando para a tecnologia .NET da Microsoft. “Afinal, a Microsoft é nosso cliente e fazemos muitos testes juntos”. Em uma empresa integradora de projetos como a e-Maré Marketing de Relacionamento, que implementa ações de e-mail marketing, telemarketing, newsletters, CRM e revistas eletrônicas, são necessárias tecnologias como Unidade de Resposta Audível, discadores automáticos, distribuidores automáticos de chamadas, gravadores digitais, software de CRM, business inteligence e dataware house. “Tudo isso nos permite executar ações de prospecção, promoção, comunicação e fidelização de clientes”, afirma a diretora corporativa da empresa, Wilna Araújo Carneiro, para “Além da redução direta de custos, as tecnologias diminuem drasticamente os prazos dos processos e proporcionam alto grau de mensuração de resultados”. José Ricardo Afonso de Souza, diretor executivo da Fortis “Atualmente, quando você precisa tomar decisões, que quase sempre são para ontem, ter uma ferramenta que auxilie com precisão é fundamental”. Bernardo Pedro Giovannone, CEO da Vannon Direct Mão-de-obra mais que técnica Parece óbvio que o domínio da tecnologia deve ser pré-requisito fundamental para um profissional que atue na área. No Marketing Direto essa afirmação é uma meia verdade. “Os profissionais da área devem possuir expertise em tecnologia, comunicação e marketing”, afirma Wilna Carneiro, diretora corporativa da e-Maré. O fato é que os profissionais de Marketing Direto de forma geral trabalham com informação e devem estar aptos a, no mínimo, saber para quê servem, mesmo que não atuem diretamente sobre elas. Dessa forma, mesmo locados em departamentos de TI, esses profissionais tendem a ter um grau de eficiência maior ao entenderem as necessidades tecnológicas das demais áreas das empresas. “Temos falta de desenvolvimento de talentos na área de tecnologia para Marketing Direto, sobretudo direcionada a CRM, modelagem, estatística aplicada e banco de dados”, afirma o consultor David Lederman. Na SPCOM, para ter melhor domínio e análise de informações, os profisisonais devem ter conhecimento do “core business” da empresa do case em que está atuando. “Também conhecimentos plenos de estatística, database marketing e conceitos bem fundamentados de Marketing Direto”, diz a presidente da empresa, Alexandra Periscinoto. Para o proprietário da Informarketing, Paulo César Costa, não é muito fácil encontrar profissionais que dominem, além da tecnologia, o produto e Marketing Direto. “A mão-de-obra é apartada”, acentua Wilna. “Em função de ser uma área mix, muitos projetos acabam não dando o resultado esperado em função de serem implementados com viés de tecnologia ou de marketing”. Para o diretor de marketing e mobilização de recursos da Unicef, José Afonso Braga, na entidade trabalham profissionais com perfis variados. Alguns técnicos em sistemas, outros em database marketing e operadores. “O bom profissional deve aliar conhecimento técnico das possibilidades do sistema com o entendimento do negócio”, afirma. Ou seja, o ideal é ter uma pessoa que atue na área de marketing, mas com sólidos conhecimentos de tecnologia. “Este tipo de profissional é escasso no mercado, pois são áreas completamente diferentes”, diz o CEO da Vannon Direct, Bernardo Giovannone. Em uma empresa onde a tecnologia tem alto valor como a Permission, essa exigência tende a ser maior ainda. “É que cada colaborador atua como se fosse um representante único da empresa”, diz o IT manager da empresa Bráulio Escobar. “Esse profissional tem sólidos conhecimentos do mercado e das tecnologias utilizadas, para poder entender qualquer problema do cliente, seja técnico ou mercadológico”. Marketing Direto 21 “Com as tecnologias mais avançadas, aumenta de forma significativa a produtividade e a receita”. Paulo César Costa, proprietário da Informarketing quem não existe propriamente um time para a atualização das tecnologias. “Muitas vezes não é necessário estar no best in class para se obter os resultados desejados em marketing de relacionamento”. De qualquer maneira, mesmo sendo uma questão relativa, quanto mais atualizada estiver a ferramenta, melhor o desempenho pode ga- rantir às ações. Mas é um passo que deve ser dado com muito cuidado porque os valores são bastante variáveis, porque dependem de vários fatores como as ações que deverão ser implementadas, o tamanho da empresa, seus públicos-alvo etc. “Pode variar de R$ 30 mil a R$ 1,5 milhão”, diz Wilna. No caso da SPCOM, a atualização tem que ser semestral, pois são tecnologias Na ponta do lápis Os investimentos em tecnologia no Marketing Direto não são baixos, ainda mais tendo em vista a necessidade de atualizações constantes e as adaptações para atender às exigências específicas de cada cliente. Por outro lado, as ferramentas tecnológicas ajudam a reduzir custos e gerar receitas, já que imprimem velocidade a operações complexas, geralmente com emprego de menos mão-de-obra. Talvez, os casos mais evidentes sejam os sistemas de atendimento automático, conhecidos como URA (Unidade de Resposta Audível) e o e-mail marketing. O primeiro trata-se do sistema que recebe informações por meio telefone, por teclado ou voz, e manipula estas informações, até transferir as ligações para um atendente se necessário. O e-mail marketing reduz sensivelmente os custos de contato com os clientes, comparativamente aos realizados via mala direta, já que não embutem custos de envio e impressão. “A Internet reduz muito o custo da comunicação”, acentua Wilna Carneiro da e-Maré. “Neste caso, o custo da distribuição é irrelevante quando a empresa possui o provedor”. Como essa avaliação sobre a redução de custos é relativa, dependendo de quais são as necessidades de cada 22 Marketing Direto cliente, muitos executivos preferem não arriscar valores e percentuais. “Não diria proporção de valores, mas de tempo. Atualmente, quando você precisa tomar uma decisão, que quase sempre são para ontem, ter uma ferramenta que auxilie com precisão é fundamental. E como tempo é dinheiro...”, diz Bernardo Givannone, da Vannon. De qualquer maneira, na Adedo Contact Center, Carlos Valério estima que essas tecnologias reduzem os custos em torno de 25%. No caso da Fortis, segundo o diretor executivo José Ricardo Afonso de Souza, o e-mail marketing garante ao cliente 85% de sucesso nos envios de uma campanha, o que significa maior rentabilidade na ação. “Além da redução direta de custos, as tecnologias diminuem drasticamente os prazos dos processos e proporcionam alto grau de mensuração de resultados”, acrescenta ele. Paulo César Costa, da Informarketing lembra que é muito comum as empresas terem controles manuais em Excell e Access, o que envolve muitos recursos humanos. “Com as tecnologias mais avançadas, esse número diminui muito e conseqüentemente aumenta de forma significativa a produtividade e a receita”. que proporcionam aos usuários grande poder de análise em um volume enorme de dados. “São ferramentas que dão poder de decisão”, acentua Alexandra, que, com ferramenta própria, investe em equipes para o projeto e tempo de desenvolvimento. O proprietário da Informarketing lembra que geralmente os servidores são os equipamentos mais caros para as operações de porte, beirando os R$ 200 mil. “Ferramenta de DMB estão entre fee mensal de R$ 30 mil a R$ 150 mil”, avalia. É um bom dinheiro que tem que garantir retorno, de preferência no menor tempo possível. Sendo uma empresa amplamente utilitária de tecnologia, a Permission aplica 20% do faturamento em pesquisa, compra de novas tecnologias, benchmarks e na manutenção do parque operante. “A implantação de uma solução funcional de e-mail marketing varia muito conforme a necessidade, mas pode chegar a até R$ 100 mil”, diz Escobar. Na gigante American Express, segundo Magalhães, os valores aplicados em tecnologia consomem entre 10% e 15% do total de investimentos no Brasil. “A decisão de investimentos em uma empresa global como a Amex leva em consideração vários fatores, principalmente retorno e risco. No nosso caso, temos um processo formal de decisão que usamos no dia-adia chamado Investment Optmization. No caso de tecnologia, temos uma estrutura centralizada que junto com a área de negócios avalia as opor- “Os profissionais de tecnologia precisam ter também conhecimentos plenos de estatística, database marketing e conceitos bem fundamentados de Marketing Direto”. Alexandra Periscinoto, presidente da SPCOM tunidades de investimento”, explica o CEO da Amex, acrescentando que utiliza empresas no Brasil para desenvolvimento de aplicativos para plataformas globais e regionais. “O País pode fazer mais marketing dessa indústria e com isso trazer mais negócios para o setor”. Investimento varia Na Adedo Contact Center, que utiliza tecnologia para os serviços de atendimento, vendas, cobrança e suporte, o volume despendido em software e hardware é de aproximadamente 70% do total de investimentos da empresa, segundo informa seu vice-presidente de qualidade e processos, Carlos Valério. Na Divicom, empresa de gestão de planos e serviços de saúde, que tem uma unidade especializada em serviços de call center e telemarketing, no mínimo são aplicados em tecnologia 10% dos investimentos gerais. “Isso porque precisamos fazer atualizações perió- dicas, visando segurança, correções e desenvolvimento”, justifica o presidente, Antonio Carlos Braga dos Santos. Na Vannon a atualização é realizada em duas frentes. Uma se dá de forma geral, para todos os segmentos, pois são atualizações que beneficiam todos os clientes e parceiros. “São feitas periodicamente em função da procura que nossa equipe realiza por inovações”, diz Giovannone. “Outra forma de atualização é a cirúrgica, quando necessitamos atender solicitações específicas dos clientes e que não estão ainda implantados no sistema de CRM”. Isso ocorre semanalmente na Permission, segundo relata o IT manager da empresa, pois a idéia de um cliente é automaticamente multiplicada para todos. “Atualmente, temos beta-testers espalhados por várias cidades do mundo e filtramos suas sugestões, verificando a relevância em função do mercado”, diz Escobar. Algumas soluções de CRM e CEM CONSIST Com a solução CONSISTeCRM, baseada na tecnologia iEnterprise, a fornecedora se volta a mercados verticais. O sistema é composto de cinco módulos: marketing, vendas, serviços, help-desk e analítico. DATASUL O Datasul CRM, fruto da aquisição do sistema One to One, da Perfil Tecnologia, aposta no mercado sob demanda e tem módulos voltados para vendas, marketing, serviços e call center. MICROSOFT O CRM Microsoft CRM 1.2 é desenvolvido em tecnologia .NET. Nesse ano, a Microsoft Business Solution disponibiliza ao público geral a versão 3.0, que já teve pré-lançamento, e inclui suíte para marketing com nova interface. ORACLE Com a intenção de compra da Siebel, a Oracle, cuja oferta de CRM engloba mais de 50 aplicativos específicos, incluindo de empresas adquiridas, como a PeopleSoft, reserva novidades, especialmente na arena sob demanda. PLUSOFT Fornecedora brasileira que atua nos mercados de CRM, call center e contact center há 15 anos. A principal solução, a Plusoft CSI, oferece módulos para configurar arquiteturas de CRM nos âmbitos operacional e analítico. SAS INSTITUTE Um dos maiores fornecedores de CRM analítico oferece soluções como a SAS Customer Intelligence, de análise preditiva com ênfase em marketing, e o SAS Enterprise, plataforma unificada que provê funcionalidades de gestão de dados para uma visão única do cliente. SAP Com o software analítico mySAP CRM, a fornecedora alemã se volta aos mercados verticais para suportar áreas de marketing, vendas e serviços. Para esse ano, a corporação deve fazer um grande anúncio em relação a CRM, visando aumentar seu market share no segmento. “Precisamos fazer atualizações periódicas, visando segurança, correções e desenvolvimento”. SIEBEL Antonio Carlos Braga dos Santos, presidente da Divicom Fonte: Revista CIO, edição janeiro/fevereiro de 2006 Uma das principais referências em CRM. Tem soluções disponíveis em mais de 20 versões. Dentre as principais apostas estão o Siebel CRM onDemand, oferecida como um serviço, e o Customer Experience Blueprint, com o qual é possível analisar processos. Marketing Direto 23 ARTIGO R “Não elaborar um cadastro real e completo dos segmentos de mercados das empresas envolvidas nas transações é somente um exemplo de falhas simples que há anos vêm sendo cometidas pelas bandeiras de cartões de crédito em nosso país” 24 Marketing Direto MAIÚSCULO DAVID COELHO* De fato não existe hoje em dia uma denominação real sobre o que uma convergência quer dizer para o cliente final. Porém, em termos estruturais, esta palavra vem sendo utilizada e difundida no dia-a-dia de muitos responsáveis de diversas áreas, como economia, tecnologia, marketing entre outras. Mas imagine uma convergência que agrupe todas as áreas, de forma a se criar um canal único que transpareça facilidade, credibilidade e acima de tudo confiabilidade para uma nova forma de relacionamento B2C. É exatamente isto que muitas empresas estão discutindo no momento, embora acredite que algo ainda está faltando. Tentarei explicar de forma que todos os meios se resumam num canal. Vamos começar pela história da comunicação móvel. Desde seu “boom”, o crescimento deste meio bateu todas as expectativas, chegando a um nível em que qualquer classe social tem acesso à comunicação, uma nova revolução à qual todos nós pertencemos. Imagine que existem 30 milhões de celulares a mais que os telefones fixos, e isso só no Brasil. Em breve, cada ser humano terá acesso irrestrito a qualquer tipo de comunicação. Isto porque o primeiro nível de convergência está justamente na junção do aparelho celular com o computador e Internet. Dentro de pouco tempo, todos os aparelhos celulares serão computadores (ainda são poucos, mas já existem) e todas as operações bancárias serão efetuadas através deles. Agora relacione esta situação a mais uma convergência que é a dos bancos dispensando os cartões de plástico e, em conjunto com as operadoras, substituindo-os pelo próprio aparelho. Isto mesmo, todos os aparelhos GSM do mercado já estão criptografados de forma a atender essa demanda. Grandes parcerias estão sendo firmadas para que este “novo mundo” aconteça o quanto antes e os usuários ainda não estão percebendo quase nada desta revolução. Outra convergência envolve o database marketing e as pesquisas de mercado. Ambas as técnicas possuem uma junção invisível mas com um co-relacionamento claro. Para muitas pessoas o database marketing e a pesquisa de mercado funcionam como ferramentas de apoio à decisão, mas são muito mais que isso. São metodologias que permitem a análise temporal e a previsão de comportamento, além de detectar problemas gerenciais e logísticos. Se neste novo mundo, todas as operações de compra ou venda serão detectadas pelos aparelhos, o que não está sendo trabalhado, nem previsto nos orçamentos, é o controle e manipulação desta massa imensa de dados, que, embora não despendam custos maiores, são fundamentais para as análises futuras de comportamento. Não elaborar um cadastro real e completo dos segmentos de mercados das empresas envolvidas nas transações é somente um exemplo de falhas simples que há anos vêm sendo cometidas pelas bandeiras de cartões de crédito em nosso país. Há poucas informações complementares, sendo que as existentes são pouco confiáveis. É crucial ter um planejamento para conhecer a fundo estas empresas, a fim de que o hábito de consumo dos clientes seja revelado de forma fiel, e, em conseqüência, possamos produzir estratégias de relacio- namento consistentes. Para a pesquisa de marketing, os aparelhos funcionarão como uma ferramenta importantíssima para a transmissão de informações. Inúmeras empresas trabalham atualmente com um sistema online de transmissão de informações para um servidor de pesquisa que permitem análises variadas, seja de preços dos produtos e dos concorrentes em cada PDV, quantidade de fretes, estoque, pedidos, degustação, ruptura, ilhas, promoções, anúncios e tudo mais que envolve este tipo de negócio. Existem exemplos de sucesso nestas operações. Grandes empresas permitem que qualquer promotor do país entre em seu site (mesmo de uma lan-house) para fornecer informações para que a companhia possa analisá-las e adotar novas estratégias em um piscar de olhos. No mesmo site, os promotores podem se comunicar através de um fórum informando ocorrências de problemas. Um supervisor online analisa a situação e entra em contato imediato com as pessoas envolvidas. No database marketing funcio- naria da mesma forma, porque uma base de dados estruturada para este fim permitiria campanhas online, relacionando o cliente a outras compras, outras listas, ou efetuando campanhas em tempo real de acordo com o perfil de cada cliente e seus tipos de transações. Este novo mundo está aí. Muitas empresas ainda não estão preparadas para captar e usar todas as informações que podem deter. Ainda não sabem quais informações podem servir. Este é o momento de formular novas estratégias, novos workflows e, principalmente, projetar hoje com os pés no chão um futuro com muito mais dados, para que se possa transformá-los em informações. Nesta era em que tudo muda em uma velocidade inacreditável e novas tecnologias surgem de uma hora para outra, a cada dia o interrelacionamento vêm ficando mais estreito e a nova tendência agora é um CRM com R mais maiúsculo que nunca. *Consultor de database marketing da MarketData Global Consulting (e-mail: [email protected]) Marketing Direto 25 MERCADO GREYZEST DIRECT CRIA PARA FABER-CASTELL Primeiro trabalho da agência para a Faber-Castell se destaca por adotar o Marketing Direto integrado à mídia de massa como ferramenta para construir e estreitar relacionamento com o público infantil. A GreyZest Direct - agência de Marketing Direto presidida por Otavio Dias - inicia 2006 a todo o vapor ao desenvolver e implantar, em menos de um mês, um amplo projeto online para a Faber-Castell, que tem como base o Marketing Direto integrado à mídia de massa. Trata-se do primeiro trabalho da GreyZest Direct para a Faber-Castell, que escolheu a agência como sua parceira na área de Marketing Direto, depois de concluir o processo de concorrência que envolveu outras três participantes. Denominada “Gripmania”, a iniciativa é dirigida ao universo infantil e aposta na utilização da Internet para promover o lançamento da linha Grip Faber-Castell, integrada por produtos como lápis de cor, canetas hidrográficas e esferográficas, lapiseiras, apontadores e borrachas. Visando, sobretudo, criar um vínculo forte e duradouro com as crianças de todo o País, a GreyZest Direct criou a Gripmania, formada por personagens divertidos e que fazem alusão ao principal diferencial da linha, que são os Grips, esferas antideslizantes que garantem mais firmeza na hora de escrever, desenhar ou pintar. No planejamento estratégico elaborado pela GreyZest Direct, os Grips se transformaram em bonecos estilizados, rechonchudos e coloridos que são o elo com as crianças. Os divertidos SuperGrips exercem a função de anfitriões do site de relacionamento www.gripmania.com.br, que acaba de entrar no ar com atrações para a garotada, entre games e telas interativas para colorir. Para Otavio Dias, presidente da GreyZest Direct, a Gripmania é uma conquista ainda mais especial para a agência por se destacar como case de relacionamento que une, concomitantemente, estratégias de mídia de massa, mídia online e de Marketing Direto. “Para o cliente e para a GreyZest Direct, a Gripmania oferece forte possibilidade de mensuração. Essa é a grande potencialidade do Marketing Direto e reforça o firme compromisso do time da GreyZest Direct em levar resultados para os clientes”, enfatiza Otavio Dias. Ainda nesta linha de raciocínio, o plano de mídia foi planejado de forma que a efetividade e a eficácia dos meios (mídia digital e e-mail marketing) e listas (internas e externas) pudessem ser testadas e mensuradas. Para entreter a garotada, a equipe de criação da GreyZest SP, comandada pela diretora Paula Peres, desenvolveu, além do site e dos personagens Gripmania, banners para Internet, ações específicas de e-mail marketing e marketing viral. “Para mantermos o público antenado no site, criamos uma brincadeira inspirada nos jogos japoneses em que cada criança é responsável pela vitalidade de seu bichinho - neste caso, pelo seu próprio SuperGrip, já que o portal permite a cada internauta criar seu próprio personagem. Ou seja, a intenção é ativar o relacionamento e o contato permanente com este que se constitui em um dos mais importantes targets da Faber-Castell”, explica Paula Peres. 26 Marketing Direto GRÊMIO ENCANTA TORCEDORES COM TORPEDOS SMS O Grêmio Futebol Porto-Alegrense, através de uma parceria com a ABS Contato Direto e a Comunika SMS, inovou na forma de se comunicar com seus torcedores durante a participação do time na Série B do Campeonato Brasileiro. A campanha foi realizada através de torpedos disparados a partir da ferramenta Comunika SMS, com o objetivo de estimular os sócios do clube a comparecerem aos jogos e apoiarem o time. Ao término da partida final do campeonato, entre Náutico e Grêmio, quando o time gaúcho consagrou-se campeão, os sócios tricolores receberam em seus telefones celulares uma mensagem do presidente do clube, Paulo Odone, reconhecendo e agradecendo a participação de todos na conquista. SUN MRM EM CAMPANHA PARA A AACD A AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) obteve em 2005 crescimento nas vendas dos seus brindes e cartões de Natal. O aumento se deve, em grande parte, à parceria da instituição com a agência Sun MRM, responsável pelas campanhas de Marketing Direto e programas de relacionamento realizados nos últimos cinco anos. A Sun MRM desenvolveu a campanha Cartões de Natal e Brindes de 2005, que abrangeu a criação dos catálogos de cartões de Natal e de brindes promocionais. Além disso, a agência direcionou a ação a públicos específicos, como aos mantenedores da AACD e as pessoas e empresas que se engajam à causa da instituição, o que acentuou o sucesso da campanha. Outro fator foi a alteração do layout dos catálogos. Para o ano de 2005, a Sun MRM incorporou à campanha imagens das crianças da AACD realizando fisioterapia e outros tratamentos de recuperação. A utilização desse novo conceito estimulou o engajamento do público para com os ideais da AACD. Com o resultado da nova estratégia e linha criativa, a AACD obteve um acréscimo nas vendas, em relação a 2004, de 8,6% nos cartões de Natal, de 28,2% nas agendas e superando todas as expectativas, um aumento de 59,6% nas vendas de seus brindes promocionais. TMS CRIA CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS A TMS Call Center, empresa brasileira do setor de contact center, acaba de inaugurar seu Centro de Desenvolvimento de Recursos Humanos, para aprimorar, ainda mais, os sistemas de capacitação de suas equipes de profissionais. “O negócio de contact center tem evoluído sem parar no País e as crescentes exigências de nossos clientes vêm de várias direções: grande número de operadores, rapidez no processo de recrutamento e seleção, qualidade dessa mão-de-obra e treinamento constante do pessoal de todos os níveis”, conta Diogo Morales, diretor da TMS Call Center. O Centro marca uma nova fase da companhia, totalmente focada em seus processos de Recursos Humanos. Apenas em 2005, o total de número de funcionários cresceu aproximadamente 33% em relação ao ano anterior. Cada operação exige perfis específicos de profissionais. Devido às características dos serviços que a TMS Call Center presta, o nível de exigência na qualificação tem que ser muito rigoroso. “Temos um cuidado grande para contratar o perfil de atendente adequado à operação do cliente. Os próprios candidatos que participam de nossa seleção comentam que o processo na empresa é mais difícil”, afirma Morales. Segundo o executivo, “o novo Centro de Desenvolvimento de Recursos Humanos exigiu gran- de ampliação da área, já que o número de pessoas entrevistadas tem crescido muito e, por uma questão de respeito ao candidato, temos que oferecer todo conforto no atendimento”. Localizado no centro da cidade de São Paulo, o novo setor da TMS Call Center conta com um andar inteiro com salas equipadas com recursos tecnológicos que tornam os processos mais eficazes, além de uma equipe especializada de administradores, psicólogas e até mesmo uma fonoaudióloga. O papel do celular na comunicação com os candidatos Para Mavy Teixeira, responsável pelo novo setor da empresa, há ainda uma outra inovação importante. “A comunicação com os candidatos passou a ser feita por meio de um sistema de envio de mensagens aos celulares (SMS - Short Message Service), um recurso que, hoje, praticamente todas as pessoas têm”. Segundo ela, o sistema é usado para comunicar aos candidatos os horários de dinâmicas, convocação para entrevistas e até mesmo para comunicação com os próprios operadores para aviso sobre plantões emergenciais e cronograma de treinamento. “Conseguimos, com isso, dinamizar e agilizar muito o trabalho, já que falamos com um grande número de pessoas diariamente”, conclui Mavy. Marketing Direto 27 MERCADO SALEM CRIA SITE NET É A OPERADORA PARA PAKALOLO QUE MAIS RESPEITA A unidade de digital da Salem acaba de lançar o novo site da Pakalolo. OS CLIENTES O destaque fica por conta da integração A NET foi apontada pelos consumidores como a empresa de TV por assinatura que mais respeita os seus clientes, de acordo com pesquisa realizada pela TNS/Interscience, publicada na edição de dezembro de 2005 da revista Consumidor. A operadora teve aprovação de 63% dos consumidores, 44% a mais do que o segundo colocado e 26% acima de todas as outras operadoras citadas. De acordo com a ouvidora da NET, Vera Reno, resultado positivo se deve ao fato de que a NET não enxerga os seus clientes como um código de assinatura, mas como cidadãos com direitos, necessidades e expectativas. Já na avaliação da coordenadora da pesquisa, a NET se destaca por dispor de pesquisa de satisfação junto aos consumidores e por estabelecer metas e formas de cumprimento das mesmas. A pesquisa já existe há três anos e contempla variados setores, de serviços e produtos a órgãos públicos. Esta é a primeira vez que as empresas de TV por assinatura foram avaliadas. A amostra foi realizada com homens e mulheres das classes sociais A, B, C e D, com mais de dezoito anos, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife. No Brasil, a TNS/Interscience é precursora em pesquisas customizadas com metodologia de clientes secretos e utiliza tecnologia de ponta para as pesquisas de mercado. 28 Marketing Direto da Internet no contexto de promoção, propaganda e relacionamento. Em apenas 10 dias, 6 mil pessoas acessaram a homepage e 2500 já se cadastraram para receber as novidades. “Nosso objetivo é aproximar o público da marca e fazê-la conhecida e desejada pelos adolescentes, por isso, criamos uma homepage com uma identidade visual específica”, explica Carlos César Souza, diretor de web da Salem. O site está integrado com a ação Kombi “Diz Aí” Pakalolo, em que um veículo itinerante equipado com um mini-estúdio de TV colhe depoimentos divertidos nas ruas de 18 cidades brasileiras. Em seguida, os vídeos são disponibilizados na homepage e podem ser enviados aos amigos. Os filmes, que acabaram de entrar no ar, já foram assistidos mais de 17 mil vezes. Souza explica que este fato se deve à ação viral via web, por meio da qual um internauta indica um vídeo a um amigo e assim por diante. Com uma linguagem jovem, o site tem duas possibilidades de cor, azul e amarela, para ser escolhida de acordo com a preferência do internauta. A homepage também destaca-se por sua interatividade, movimento e usabilidade. Em dois meses de operação, a unidade de digital da Salem já conquistou outras três grandes contas além da Pakalolo: o UOL, o Amadeus e o Mastercard. RMG CONNECT DESENVOLVE CAMPANHA PARA WARNER A RMG Connect, agência de marketing de relacionamento do Grupo WPP, criou a campanha online para anunciar o lançamento do filme “Dizem Por Aí...”, da Warner Bros. Estrelado por Jennifer Aniston e Kevin Costner, o longa estréia nacionalmente no próximo dia 27. Entre as peças que integram a ação está um vídeo layer, que traz o trailer do longa e leva o internauta para o site oficial do filme www.dizemporai.com.br. TV1.COM REFORMULA O PORTAL DA NET A TV1.Com acaba de fazer a reformulação completa do portal da NET Serviços, prestador de serviços de TV por assinatura no Brasil. O novo portal, que entrou no ar no final de dezembro, tem como objetivo oferecer ao usuário um visual moderno, com informações da empresa e dos produtos com mais facilidade e agilidade, e também alinhada com a nova campanha de comunicação da empresa. Além da reformulação completa do design, o trabalho realizado pela TV1.Com inclui mudanças na arquitetura de informação e de criação de novos mecanismos de administração do portal - que é bastante complexa, já que muda de acordo com a cidade do assinante. As páginas de produtos também sofreram modificações e agora trazem informações mais completas para o consumidor facilitando as compras online dos produtos NET. A reformulação vai facilitar a navegação dos usuários pelo site, e também oferecer novos serviços interativos aos clientes e às pessoas interessadas em se tornar assinantes da NET. O site ficou mais leve e está mais fácil fazer busca de informações com as novas ferramentas de acesso aos conteúdos. O novo portal também leva ao usuário a possibilidade de navegar por sete canais: Produtos, Produtos Adicionais, NET Serviços Institucional, Minha NET, Programação, Atendimento ao Cliente e Ouvidoria. Em cada página, o internauta terá à sua esquerda um campo que irá levá-lo a subdivisões dentro do canal. Uma das novidades é que o usuário terá a possibilidade de ser avisado, por e-mail, sobre seus programas favoritos, para isso é necessário apenas clicar sobre o programa. ITAÚ LEVA CLIENTES À COPA DO MUNDO NA ALEMANHA O Banco Itaú já colocou em campo a promoção Torcida Itaú e oferece a seus clientes a chance de assistir a dois jogos da primeira fase da Copa do Mundo na Alemanha com direito a acompanhante. No dia 30 de março, serão sorteados 60 pacotes entre os participantes inscritos, usuários do cartão eletrônico Itaú ou do cartão de crédito Itaucard MasterCard. Para participar da promoção, o cliente deve cadastrar seu Cartão Eletrônico Itaú e o Itaucard MasterCard gratuitamente pelo Itaú Bankline ou pelos mais de 21 mil caixas eletrônicos distribuídos pelo País. Os clientes do Itaucard MasterCard também poderão cadastrar seus cartões no Itaú Bankfone ou nas agências Itaú. A cada R$ 30,00 em compras no mesmo comprovante o cliente tem direito a um cupom eletrônico que será gerado automaticamente. E a contagem dos cupons é retroativa. Ou seja, ainda que o cadastramento ocorra no último dia da promoção, todas as compras realizadas desde seu início serão computadas. A divulgação da promoção vem sendo realizada com apoio de mala direta, mensagens nos caixas eletrônicos e na Internet, banners e folheteria distribuída nas agências, entre outros canais. Esta edição da Copa do Mundo tem um significado especial para os alemães, pois há 32 anos o país não sediava o evento e, pela primeira vez depois da unificação com a Alemanha Oriental, o mundo inteiro terá uma visão da nova Alemanha. Marketing Direto 29 NOVAS CONTAS A Salem foi escolhida para atender o Fleury, empresa de medicina diagnóstica e apoio à saúde do País. A agência será a responsável de produzir as ações de marketing de relacionamento. Além da Fleury, a Salem atende também: Banco Real, Carrefour, Claro, Credicard, Editora Abril, UNICEF, UOL e Pakalolo. A DTM, empresa de marketing de relacionamento do grupo Direct Talk, acaba de ser contratada pela Sandpiper, empresa do segmento de moda, para ser a responsável pelo planejamento, desenvolvimento e gestão de todas as estratégias de CRM e Marketing Direto da companhia. Os principais objetivos do projeto consistem no aumento da rentabilidade e alavancagem dos índices de fidelização dos clientes. MERCADO DE TRABALHO Ricardo Musumeci acaba de assumir a direção geral da filial brasileira da CIMP - Grupo Internacional de Comunicação, agência multinacional com foco em Promoções e Merchandising, com sede em Portugal e filiais no Brasil e Espanha. No Brasil, a CIMP é responsável pelas contas da Faber Castell, Seara, Ambev e Danone. Musumeci também é conselheiro da ABEMD. Depois de assumir o Marketing Direto do Santander Banespa (banco e cartões) a Copyright, com o objetivo de uma maior adequação da estrutura da agência, contrata novos profissionais. São eles: Sami Nappo - ex-Banco Real e NET, diretor da conta; Gilda Goldemberg, ex-Banespa, gerente de atendimento; Andréa Zimmermann, assistente de atendimento; Jorge Maio - assistente de atendimento; Ricardo Diniz - gerente de DBM; Márcia Takara - produtora gráfica e Thiago Nori - que já era da equipe, foi promovido a gerente de atendimento. 30 Marketing Direto As profissionais Marcela Laloni Quintas e Vanessa Espelho do Nascimento são as mais novas contratadas da Sun MRM. Marcela, que já havia trabalhado na Sun por dois anos e meio, retorna à agência após uma breve passagem pela Datamídia,FCBi, como supervisora de conta atendendo a GM, Editora Abril, Nextel e AACD. Vanessa, que ocupará o cargo de executiva de contas atendendo os clientes Banco Real ABN AMRO e Sudameris, trabalhou na Folha de São Paulo e na McCann-Erickson onde atendia o cliente Banco Santander Banespa. A Euro RSCG 4D traz novos profissionais para incrementar seu departamento de criação. Chegam à agência o diretor de arte Dió Wenderly (ex-4Guys/ EUA), os assistentes de arte Daniel Mendes (exF.Biz) e Ricardo Cazzo (ex-Media Contact), e o redator André Arteze (ex-MG Connect). Os quatro contratados trabalham sob coordenação de Alon Sochaczewski e dos diretores de criação Márcio Paiva e Alê Ravagnani. NOVOS ASSOCIADOS DA ABEMD EMPRESAS Localidades em que atua: Localizada em Curitiba e com atuação em todo território nacional. Nome do representante: José Augusto Tulio Filho Site da empresa: www.blu.com.br BLU COMUNICAÇÃO INTEGRADA Atividades: Marketing Direto e de relacionamento, endomarketing, promoção, design e publicidade. Atividades: A Blu está na contramão desde sua fundação em 2000. Ano difícil para o mercado publicitário brasileiro, a virada do milênio foi marcada pelo corte de verbas, demissões, crise. No meio disso tudo, resolvemos ir na direção contrária do pessimismo e abrimos uma empresa de comunicação. A idéia? Uma agência na contramão do jeito antigo e impessoal de atender os clientes. Na contramão da falta de ética. Na contramão dos vícios da propaganda feita exclusivamente para ganhar prêmios. Na contramão das concorrências de contas públicas, acertadas antes das eleições. Na contramão de um monte de coisas. Menos da pertinência e da criatividade. No final de 2004, a Blu Design e Comunicação realizou um reposicionamento e passou a se apresentar como Blu Comunicação Integrada oferecendo ao mercado as ferramentas do Marketing Direto e de relacionamento, endomarketing, promoção, design e publicidade. CONECTIS EXPERIENCE MARKETING Atividades: Agência de Marketing de Experiência, focada em ações diferenciadas de relacionamento B-to-B. Histórico: Desde 2003, a Conectis vem se destacando no mercado com o Experience Marketing. Grandes empresas já apostam nessa atividade, com o objetivo de se relacionarem de forma direta com a base principal de seus mais importantes clientes. A Conectis cria, planeja, gerencia e produz ações de relacionamento que geram uma aproximação one-to-one com os mais representativos clientes de uma empresa. Localidades em que atua: Principais capitais do Brasil. Nome do representante: Ricardo Natale Site da empresa: www.conectis.com.br DPTO PROPAGANDA E MARKETING Atividades: Publicidade e propaganda, promoção e merchandising, marketing de relacionamento, marketing de incentivo, Internet e mídia Interativa, CRM, eventos e ações especiais, DPTO. Cash (sistema de gerenciamento e cartão de premiação para campanhas de incentivo) e suporte jurídico (a DPTO. mantém departamento jurídico in house). Histórico: Há 17 anos no mercado, a DPTO. é uma agência que não faz apenas propaganda, mas realiza todo tipo de atividade para solucionar os problemas de comunicação dos seus clientes. Seguindo o conceito “Se não vende, não vale”, a DPTO. desenvolve ações de propaganda, promoções, Marketing Direto, campanhas de incentivo, Internet e CRM de maneira integrada. Localidades em que atua: Com matriz em São Paulo, filial no Rio de Janeiro e parceira da Conquista - rede de agências com presença nos EUA e Argentina -, a DPTO. atende clientes no Brasil e também em toda a América Latina e Caribe. Nome do representante: José Francisco de Abreu Junior Site da empresa: www.dpto.com.br AGENDA Continuam abertas as inscrições para o Curso de Especialização em Marketing Direto da ABEMD Estão abertas as inscrições para a oitava turma do Curso Livre de Especialização em Marketing Direto realizado pela ABEMD, uma ótima oportunidade para quem deseja ingressar na área ou se atualizar. O programa aborda conceitos básicos, estratégias, canais (lista, catálogos, telemarketing/ call center, e-mail marketing, Internet, marketing viral, mídias, telefonia móvel e novas tecnologias), pesquisa de mercado, viabilidade econômica, testes, conhecimento do consumidor, estatística, RFV e Life Time Value, marketing de relacionamento, database marketing/CRM, planejamento e execução de campanhas, criação e também um laboratório prático de Marketing Direto. Coordenado por Fabio Adiron, o curso conta com alguns dos melhores profissionais do mercado como professores. Agende-se Início das aulas: 7 de março de 2006 Carga horária: 80 horas Horário: Terças e quintas, das 20h00 às 22h30 Local: Centro Brasileiro Britânico - Alto de Pinheiros - São Paulo/SP Valor da inscrição: R$ 5.151,00 Desconto para associados ABEMD: até 50% Informações e inscrições: Pelo site www.abemd.org.br ou telefone (11) 3129-3001 ou ainda pelo e-mail [email protected] Marketing Direto 31 DEU NA Deu n ImprensA Probare As revistas Cliente SA e Revista do Anunciante divulgaram uma nota sobre o lançamento oficial do Programa Brasileiro de Auto-Regulamentação (Probare) do setor de relacionamento. O projeto de auto-regulamentação tem o aval das associações brasileiras de Marketing Direto (ABEMD), de Relações Empresa-Cliente (ABRAREC) e de Telemarketing (ABT). A edição especial da revista Cliente SA, de dezembro de 2005, publicou o artigo ‘Probare amadurece setor de call center’ de Efraim Kapulski, presidente da ABEMD. Revista do Anunciante – Página 9 – novembro de 2005. Revista Cliente SA – Página 9 - dezembro de 2005. 32 Marketing Direto Revista Cliente SA Edição Especial Probare – Página 8 – dezembro de 2005. LEITURA Mobile Marketing é o tema do novo livro de Paco Torras e Tatiana Albuquerque O livro Mobile Marketing - SMS como Ferramenta de Marketing, foi lançado dia 14 de dezembro pela Editora UniverCidade. A obra, de autoria de Paco Torras e Tatiana Albuquerque, sócios da m-Direct, é a primeira no Brasil a tratar do assunto, que aborda principalmente do uso do SMS como ferramenta de marketing. A obra é dirigida a profissionais e pessoas interessadas no casamento do marketing com as novas tecnologias presentes nos mais de 80 milhões de celulares nas mãos dos brasileiros. No livro, os leitores poderão obter preciosas informações sobre essa nova ferramenta de marketing que tem tido grande expansão na Europa, Ásia e EUA. Tratando sempre de forma muito séria as questões de privacidade e permissão, afinal mobile marketing não é sinônimo de spam, os autores apresentam diversos exemplos de como integrar o mobile marketing às principais mídias utilizadas e apresentam diversos cases de sucesso no Brasil e no exterior. A obra é escrita em linguagem acessível e possui capítulos com dicas dos principais sites sobre o assunto, glossário de termos técnicos e curiosidades sobre o mundo mobile. Paco Torras é especialista em marketing e gestão e, desde 2000, dedica-se a projetos que integram marketing e novas tecnologias para comunicação, relacionamento e gerenciamento de informação. Tatiana Albuquerque é profissional da área de marketing com mais de 6 anos de experiência em Marketing Direto. Editora Best Seller lança O líder genial - Como um executivo se tornou um gênio do marketing A fábula sobre um executivo que se transforma em um expert em marketing com a ajuda de um gênio, é o tema do novo livro de Jack Trout. O autor responde às questões mais relevantes sobre marketing por meio das palavras do gênio, tornando transparente o que realmente interessa: como vender, com lucro, um serviço ou produto. O livro explica assuntos fundamentais para quem tem pouca ou nenhuma formação nessa área. Cada capítulo descreve uma das etapas do processo de colocar bens ou serviços no mercado, por exemplo, como definir um produto, escolher o logotipo, estabelecer o preço adequado, saber como avaliar a publicidade. Com uma abordagem simples e direta, O Líder Genial visa ser uma obra referencial que pode ser consultada sempre que necessário. Marketing Direto 33 Causos do Marketing Direto ADIVINHA QUEM ESTÁ FALANDO! ROSANGELA SALES ([email protected]) ANALISTA DE MARKETING DO GRUPO TMS Quando a UOL dividiu seu atendimento, a TMS passou a ser responsável por parte desse trabalho. Um certo dia, Luís Frias - presidente do Grupo Folha, que é a principal acionista da UOL - resolveu testar o atendimento. Ligou e ficou falando com o atendente por 37 minutos, perguntando como funcionava cada detalhe do provedor e do acesso à Internet. O atendente respondeu absolutamente tudo! E de maneira adequada. No mesmo dia, o responsável na UOL pela área de atendimento recebeu um e-mail de seu presidente, falando a respeito do teste e parabenizando pelo resultado brilhante. O e-mail foi repassado para a TMS Call Center, com o comentário de que o elogio valia também para ela, uma vez que não se sabia onde havia sido atendida aquela ligação (se na própria UOL ou na TMS Call Center). Mas a TMS Call Center foi atrás para descobrir, com grande alegria, que a ligação do Sr. Frias tinha caído no seu call center. O funcionário que fez esse atendimento tão especial, sem saber quem estava no outro lado da linha, foi premiado e a história ficou conhecida, até por ser um excelente exemplo de como esse trabalho deve ser feito. Afinal - e não é que era o presidente! - a gente nunca sabe com quem está falando! Você também é convidado para ser colaborador da revista Marketing Direto. Compartilhe seus “Causos” com os leitores da revista e ajude a resgatar esse lado folclórico do Marketing Direto brasileiro. Escreva para: [email protected] 34 Marketing Direto