do arquivo - FEAPAES

Propaganda
O que é a síndrome de Guillain-Barré?
O que é a síndrome de Guillain-Barré?
A síndrome de Guillain-Barré (ou polirradiculoneurite aguda) é uma doença
neurológica desmielinizante (mielina = bainha que envolve os nervos,
semelhante, por analogia, ao encapamento de um fio elétrico) que ocorre
devido a uma inflamação aguda dos nervos. Assim, os nervos não são capazes
de transmitir normalmente os estímulos nervosos aferentes (da periferia para
o sistema nervoso central) e eferentes (dosistema nervoso central para a
periferia). A síndrome recebeu esse nome em homenagem a Jean Alexander
Barre, um dos médicos franceses que a estudou.
Quais são as causas da síndrome de Guillain-Barré?
Não se conhece totalmente a causa da síndrome de Guillain-Barré, mas sabese que ela é uma condição autoimune em que o sistema imunológico da
pessoa produz anticorposcontra sua própria mielina. É comum que a doença
seja antecedida por um quadro infeccioso, geralmente viral, mas que também
pode
ser
bacteriano.
Possivelmente
osistema
imunológico reage
à infecção com muita intensidade e os anticorpos, além de atacar os agentes
infecciosos, atacam também o envoltório de mielina dos nervos. Certas vacinas
podem produzir resultados semelhantes, mas o número de casos em que isso
ocorre é muitíssimo pequeno em relação aos riscos de não vacinar.
A síndrome de Guillain-Barré também pode ocorrer em seguida a traumas e
cirurgias
ou
associada
a
doenças
como linfomas e
lúpus.
Quais são os principais sinais e sintomas da síndrome de Guillain-Barré?
A síndrome de Guillain-Barré pode ter diversos graus de gravidade. Na média,
os principais sinais e sintomas dasíndrome são:







Dores nos membros inferiores.
Formigamento.
Fraqueza muscular progressiva, simétrica e ascendente.
Perda da força e flacidez dos músculos que se inicia pelos seguimentos
inferiores do corpo e vai subindo aos poucos.
Diminuição ou perda dos movimentos, que nos casos graves pode
atingir os músculos da deglutição e da respiração.
Pode
haver
ainda
alteração
dos
movimentos
dos
olhos, ptose palpebral, paralisia facial
e ataxia cerebelar
por
acometimento dos nervos cranianos.
Em virtude dos problemas ocasionados ao sistema nervoso autônomo,
podem ocorrer vários sintomas como variações para mais ou para
menos da pressão arterial, arritmia cardíaca, transpiração, alterações do
controle vesical e intestinal. Em alguns pacientes a doença começa a
regredir antes de chegar à parte superior do corpo.
Como o médico diagnostica a síndrome de Guillain-Barré?
O diagnóstico da síndrome de Guillain-Barré depende inicialmente de uma boa
história clínica e de um apurado exame físico. Esse diagnóstico pode ser
suspeitado nos casos em que o paciente se queixa de fraqueza muscular
progressiva que se inicia pelas pernas. Além disso, o exame laboratorial
do líquiso cefalorraquidiano (líquido que banha o cérebro e a medula) também
ajudará na determinação da doença, embora provavelmente possa se mostrar
normal quando o exame é feito na primeira semana. Igualmente, a
eletroneuromiografia (exame que mede a atividade elétrica dos músculos)
ajuda no diagnóstico, quando realizado algumas semanas após o início da
doença. Atualmente, alguns anticorpos anti-mielina podem ser dosados
no sangue.
Como o médico trata a síndrome de Guillain-Barré?
Na fase aguda o tratamento de escolha da síndrome de Guillain-Barré é a
plasmaferese, técnica utilizada para fazer a separação entre o plasma e os
outros elementos do sangue e para remover do plasma os elementos que
possam estar sendo responsáveis pela doença. Também é importante a
administração intravenosa deimunoglobulinas. Nos quadros crônicos deve-se
usar
medicamentos
imunossupressores.
Se
houver insuficiência
respiratória pode ser necessária a respiração assistida artificial e em caso de
dificuldades de deglutição deve ser passada uma sonda gástrica. A assistência
de um fisioterapeuta é essencial na reabilitação de certas funções deficientes.
Como evolui a síndrome de Guillain-Barré?
Em geral, a síndrome de Guillain-Barré atinge o seu ponto máximo na segunda
ou terceira semana e regride vagarosamente, durante meses.
Em alguns casos a síndrome de Guillain-Barré pode reaparecer ou tornar-se
crônica.
Em virtude da potencialidade da doença evoluir para situações graves, os
pacientes devem ser hospitalizados desde o início.
Adequadamente tratada, a maioria dos pacientes portadores da síndrome de
Guillain-Barré se recupera, graças à capacidade da bainha de mielina de se
regenerar. No entanto, como o espectro sintomático da doença é muito amplo,
a completa extinção de cada um dos sintomas se dá em tempos diferentes e há
melhoras que acontecem mesmo em até dezoito meses após o início da
doença.
Os sintomas regridem no sentido descendente, inverso àquele em que
começaram.
Download