Psicologia - A mente

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Matéria de Psicologia 12º Ano
Psicologia - A mente
Processos Cognitivos:
Cognição (saber)
Mente
Processos Emotivos:
Emoção (sentir)
Processos Conativos:
Conação (fazer)
Processos Cognitivos: Processos relacionados com o saber que se manifestam em diferentes
formas (perceção, memória e aprendizagem).
Processos Emotivos: Processos relacionados com o sentir, ou seja, são os estados vividos pelo
indivíduo, correspondendo às vivências e à interpretação das relações que temos (emoção,
afeto e sentimento).
Processos Conativos: Processos relacionados com o fazer, ou seja, são as ações, os
comportamentos (intencionalidade, tendência e esforço de realização).
Processos Cognitivos
Perceção
Memória
Aprendizagem
Perceção
A perceção é um processo cognitivo através do qual contactamos com o mundo, através dos
órgãos dos sentidos, que se caracteriza pelo fato de exigir a presença do objeto, da realidade a
conhecer.
O nosso conhecimento é constituído pelos sistemas sensoriais: visão, olfato, audição, tato e
paladar, que são sensíveis a diferentes estímulos. Assim os estímulos recebidos pelos órgãos
recetores são transformados em impulsos nervosos que são conduzidos ao sistema nervoso
central e processados pelo cérebro, a perceção. Este processo tem o nome de sensação.
Neste contexto, a perceção não é um mecanismo automático ou uma simples apreensão do
real, mas sim uma construção da nossa mente, em que o cérebro constrói uma representação
mental.
A motivação, a expetativa, a atenção, os estados emocionais e as experiências anteriores são
fatores que afetam o modo como percecionamos o mundo, o que prova o carácter subjetivo
da perceção. Para além disso, também os valores sociais e as experiências socioculturais
influenciam o modo como se perceciona o mundo.
Ana Pinto
Matéria de Psicologia 12º Ano
Memória
É o suporte de todos os processos de aprendizagem. A memória é o fundamento dos
comportamentos, dos conhecimentos e das emoções humanas. É o conjunto dos processos e
estruturas que codificam, armazenam e recuperam informações sensoriais, experiências. A
memória é a capacidade do cérebro em armazenar, reter e recordar a informação.
Processos da memória
Codificação: É a primeira operação da memória
que prepara as informações sensoriais para
serem armazenadas no cérebro.
Armazenamento: Cada um dos elementos que constituem
a memória de um acontecimento está registado em várias
áreas cerebrais, registando diferentes códigos,
contribuindo cada um deles para formar a tal recordação.
Recuperação: Nesta etapa, recupera-se a informação, isto é,
lembramo-nos, recordamos uma dada informação.
Esquecimento
Não retemos todas as informações que recebemos durante o mesmo tempo. Sendo assim, a
memória é classificada quanto à sua duração.
Tipos de Memória:
Memória a curto prazo: É uma
memória que retém a informação
durante um período limitado de
tempo, podendo ser esquecida ou
passada para a memória a longo
prazo.
A memória imediata analisa a
informação e decide se devemos
guarda-la ou não, ficando o material
recebido retido durante uma fração
de tempo.
A memória de trabalho mantem a
informação enquanto ela nos é útil.
Assim, estas duas memórias
complementam-se uma à outra.
Ana Pinto
Matéria de Psicologia 12º Ano
Memória a longo prazo: É um tipo de
memória que é alimentada pelos
materiais da memória a curto prazo
que são codificados em símbolos,
retendo assim os materiais durante
horas, meses ou toda a vida.
A memória episódica é uma memória
que envolve recordações, lembranças
da vida possoal, como os rostos das
pessoas que conhecemos, musicas
preferidas, experiências pessoais, etc.
A memória não declarativa é uma
memória automática, pois há
comportamentos que dependem
desta memória, como andar de
bicicleta ou pentear o cabelo. São
comportamentos do dia-a-dia que
com o hábito, a repetição, tornam
esta actividade automática e reflexa.
A memória declarativa implica a
consciência do passado, do tempo,
reportando-se a acontecimentos,
factos ou pessoas. Por exemplo,
nome das pessoas, aniversários, etc.
A memória semântica refere-se ao
conhecimento geral sobre o mundo,
como os factos históricos, as fórmulas
da matemática, a gramática, etc.
O Esquecimento: É a incapacidade de recordar, de recuperar dados, informações e
experiências que foram memorizadas geralmente na memória a longo prazo.
O esquecimento não tem sempre um valor negativo, é também essencial, pois é porque
esquecemos que continuamos a reter informações adquiridas e experiencias vividas. Neste
contexto, o esquecimento tem uma função seletiva e adaptativa, ou seja, afasta a informação
que não é útil ou necessária.
Esquecimento regressivo: ocorre quando surgem
dificuldades em reter novos materiais e em recordar
conhecimentos aprendidos recentemente. Este tipo de
esquecimento é especialmente sentido por pessoas de certa
idade.
Tipos de
esquecimento
Esquecimento motivado: ocorre quando esquecemos o que,
inconscientemente, nos convém, como os conteúdos
traumatizantes. Estes conteúdos são esquecidos para evitar
a angústia e assegurar o equilíbrio psicológico. Este
processo designa-se por recalcamento, em que os
conteúdos são impedidos de aceder à consciência.
Ana Pinto
Matéria de Psicologia 12º Ano
Outro tipo de
esquecimento
Esquecimento por interferência das aprendizagens: ocorre quando
as novas memórias interferem com as memórias mais antigas.
Neste esquecimento, o material não desaparece totalmente, ou
seja, o material sofre tantas modificações devido a novas
aprendizagens ou experiências que não o conseguimos recordar.
Assim, pensamos que nos esquemos de um determinado
conteúdo, mas no entanto, simplesmente não o reconhecemos
devido às transformações ocorridas.
Aprendizagem
É o processo de modificação relativamente estável do comportamento ou do conhecimento,
devido à experiência, ao treino ou ao estudo e com uma função adaptativa relativamente ao
meio, sendo assim um processo cognitivo. Os comportamentos aprendidos são adquiridos no
processo de socialização, por exemplo, a forma como andamos, a nossa linguagem, como
arrumamos as nossas coisas, etc.
Aprendizagem não
associativa
Aprendizagem
com recurso a
símbolos e
representações
Processos de
aprendizagem
Aprendizagem
associativa
Aprendizagem por
observação e imitação
Aprendizagem não associativa: o individuo aprende as
características de um só estímulo o que pode ser, por
um lado, por habituação e, por outro lado, por
sensitização.
Na habituação aprendemos a não reagir a
um determinado estímulo por este não ter
importância, o que aumenta a nossa
capacidade de concentração no que
realmente é essencial.
Na sensitização aprendemos a apurar os
nossos reflexos no caso de um estímulo ser
ameaçador ou prejudicial.
Ana Pinto
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Aprendizagem associativa: é uma aprendizagem mais complexa, pois para se aprender
é necessário associar estímulos e respostas ou associar diversos estímulos. Pode ser
por condicionamento clássico ou por condicionamento operante.
O condicionamento clássico foi
investigado por Ivan Pavlov, que
afirmava que a aprendizagem
resulta de associações entre
estímulos e respostas.
O condicionamento operante foi
investigado por Skinner, que afirma
a existência de uma aprendizagem
mais complexa.
Estímulo: Qualquer elemento do
meio que produz efeito sobre o
organismo, isto é, que provoca
uma reacção, uma alteração no
comportamento.
Resposta: Qualquer actividade
do organismo que se segue ao
estímulo, ou seja, pode ser um
movimento, um pensamento,
uma emoção, etc.
Estímulo neutro: estímulo que,
antes do condicionamento, não
produz a resposta desejada (o som
da campainha). Estímulo não
condicionado/Incondicionado:
estímulo que desencadeia uma
resposta não aprendida (a carne).
Estímulo condicionado: estímulo
neutro que, associado ao estímulo
incondicionado, passa a provocar
uma resposta semelhante à
desencadeada pelo estímulo
incondicionado (o som, depois de
associado à carne, passa por si só a
provocar a salivação).
Resposta incondicionada: resposta
inata, não aprendida (salivar com o
cheiro da carne). Resposta
condicionada: resposta que, depois do
condicionamento, se segue ao
estímulo que antes era neutro (salivar
quando ouve o som da campainha).
Neste experiência, o rato
aprendeu a obter alimento
através do reforço:
Reforço: estímulo que, por
trazer consequências positivas,
aumenta a probabilidade de
uma resposta ocorrer. O reforço
pode ser positivo ou negativo.
Reforço positivo: estímulo que
tem consequências positivas e
que se segue a um dado
comportamento (o alimento é o
reforço positivo que leva o rato
a carregar na alavanca).
Reforço negativo: o sujeito evita
uma situação dolorosa, se se
comportar de determinado
modo (o rato para evitar a dor
fazia a ação tal...).
Ambos os tipos de reforço têm
como objectivo aumentar a
ocorrência de um
comportamento. Ambos
aumentam a probabilidade de a
resposta ocorrer.
Concluindo: Neste tipo de
aprendizagem o cão aprendeu a
salivar ao som da campainha.
Ana Pinto
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Diferenças entre o condicionamento clássico e operante:
Condicionamento Clássico
Condicionamento Operante
Conceito:
Tipo de aprendizagem em que
um organismo aprende a
responder a um estímulo neutro
que antes não produzia essa
resposta. Resulta da associação
de dois estímulos.
Tipo de aprendizagem que
ocorre quando o organismo
aprende a associar o
comportamento com as
consequências que resultam
desse comportamento.
Estímulos:
Associação entre estímulos
neutros e incondicionados.
O comportamento é
acompanhado de consequências
positivas.
Natureza / Tipo de
Resposta:
Reflexos, respostas automáticas
e involuntárias.
Comportamentos aprendidos ou
adquiridos; Respostas
voluntárias.
Papel do Sujeito:
Passivo; O comportamento do
sujeito é mecânico.
Ativo; O sujeito opera para
obter satisfação e evitar a dor.
Tipo de
aprendizagem:
Por associação de estímulos.
Por reforço.
Aprendizagem por observação e imitação:
foi estudada por Albert Bandura.
Bandura constatou que a experiência dos outros
pode conduzir à aquisição de novos
comportamentos, que são assim adquiridos a
partir da observação e imitação de um modelo.
Aprendizagem com recurso a símbolos e
representações:
Aquisição de conhecimentos: quando
aprendemos algo novo, enquadramos
essas novas aquisições em esquemas
cognitivos prévios que temos, o que
resulta num enriquecimento desses
esquemas, numa modificação ou na
criação de um novo esquema.
Aquisição de procedimentos e
competências: para executarmos uma
determinada tarefa, temos de desenvolver
um conjunto de ações, que se designam
por procedimentos (para escrevermos
temos necessariamente de saber as letras,
as silabas e desenhá-las, de forma a tornar
a escrita uma ação automática).
Ana Pinto
Matéria de Psicologia 12º Ano
Motivação
Conhecimentos
anteriores
Cooperação
Factores de
aprendizagem
Planificação e
organização
Quantidade de
informação
Diversificação
das actividades
Motivação: A aprendizagem é mais clara e mais eficaz quando estamos interessados por um
determinado assunto ou tema.
Conhecimentos anteriores: Os conhecimentos anteriores servem de base a novas
aprendizagens.
Quantidade de informação: A nossa capacidade de aprender novas informações é limitada, por
isso é necessários proceder a uma seleção da informação relevante.
Diversificação das atividades: Quanto mais diversificadas forem as abordagens a um tema,
maior é a motivação e a concentração e melhor decorre a aprendizagem.
Planificação e organização: A definição clara de objetivos e a seleção de estratégias é essencial
para uma boa aprendizagem, pois planificar e organizar promovem o controlo dos processos
de aprendizagem.
Cooperação: A aprendizagem é mais eficaz se trabalharmos de forma cooperativa, uma vez
que a cooperação possibilita percebermos diferentes perspetivas que ajudarão na resolução
de problemas complexos.
Processos Emotivos
Emoção
Afecto
Sentimento
Ana Pinto
Matéria de Psicologia 12º Ano
Emoção
Afecto
Sentimento
• Têm origem numa
causa, num
anontecimento.
• São reacções corporais
específicas, observáveis.
• São públicas e voltadas
para o exterior.
• São automáticas e
inconscientes.
• Podem ser negativas ou
positivas.
• Variam em intensidade.
• São de curta duração.
• Têm princípio e fim.
• Têm a ver com aquilo
que nos afecta, são algo
de que somos dotados.
• São tendências para
responder positiva ou
negativamente a
experiências emocionais.
• Ter afectos é ser dotado
da capacidade de dar e
de receber.
• Exprimem-se através
das emoções e têm uma
ligação especial com o
passado.
• Exprimem-se em
sentimentos e emoções.
• Não são observáveis,
são privados e
relacionam-se com o
interior.
• Prolongam-se no tempo
e são menos intensos
que as emoções.
• Não se associam a
nenhuma causa
imediata.
• Surgem quando
tomamos consciência das
nossas emoções.
Resumindo:
Emoção: são processos desencadeados por um acontecimento que podem der acompanhados
por reações orgânicas (fuga no caso de medo).
Afeto: exprimem-se através das emoções e constroem-se ao longo do tempo (podem exprimirse através do amor, do ódio, etc.).
Sentimento: são estados voltados para o nosso interior, isto é, não são observáveis.
Segundo António
Damásio
Emoções primárias: são
as que aparecem na
infância, ou seja, são
úteis porque permitem
reacções automáticas
quando surgem
determinados estímulos.
Alegria, tristeza, medo,
surpresa, etc.
Emoções secundárias:
são as que aparecem
mais tarde na vida, ou
seja, implicam o recurso
a aprendizagens já feitas.
Vergonha, ciúme, culpa,
orgulho, etc.
Emoções de fundo
Bem-estar, mal-estar,
calma, tensão, etc.
Ana Pinto
Matéria de Psicologia 12º Ano
Segundo António Damásio, existem três fases até
termos consciência de um sentimento
1ª Fase - O estado de
emoção: a emoção pode
ser desencadeada e
experimentada de forma
inconsciente.
2ª Fase - O estado de
sentimento: pode ser
representado de forma não
consciente.
3ª Fase - O estado de
sentimento tornado
consciente: conhecido pelo
organismo que
experimenta a emoção e o
sentimento.
Componente
cognitiva
Componente
subjectiva
Componente
avaliativa
Componentes
das emoções:
Componente
comportamental
Componente
fisiológica
Componente
expressiva
Importante: a emoção não se pode circunscrever a uma única componente, dado que cada
uma tem grande influência em todas as outras.
Componente cognitiva: refere-se ao conhecimento do facto que desencadeia a emoção.
Componente avaliativa: refere-se à influência que os nossos interesses e necessidades têm na
formação da emoção, logo, quanto mais importante for para nós o acontecimento, maior vai
ser a emoção desencadeada.
Componente fisiológica: refere-se às alterações corporais que se verificam no indivíduo
aquando da demonstração da emoção (aumento do ritmo cardíaco, respiração ofegante, etc.).
Componente expressiva: refere-se às alterações físicas que se verificam no indivíduo e que são
visíveis aos outros (aumento do tom de voz, sorriso, choro, etc.).
Componente comportamental: refere-se ao conjunto de comportamentos que o estado
emocional pode desencadear (agressão, crítica verbal, saltos de alegria, gritos, etc.).
Ana Pinto
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Componente subjetiva: refere-se ao estado afetivo associado à emoção.
Perspetivas das emoções:
Perspetiva
Evolutiva
Segundo Charles Darwin: Darwin procurou traços comuns na expressão
das emoções em vários povos. Identificou seis emoções primárias: alegria,
tristeza, surpresa, cólera, desgosto e medo. Assim, Darwin considera que
as emoções desempenharam um papel adaptativo fundamental na
história da espécie humana, sendo determinantes na nossa capacidade de
sobrevivência.
Segundo Ekman: Ekman procurou defender a sua tese, que consistia na
ideia de que povos diferentes sentiriam emoções diferentes. Assim,
conseguiu confirmar que há emoções universais, independentes do
processo de aprendizagem e da cultura em que se manifesta. Porém, não
nega a influência da cultura nas emoções, na medida em que há regras
que controlam a sua expressão.
Perspetiva
Fisiológica
William James: Defende que as emoções resultam das perceções do
estado do corpo, ou seja, que resultam da consciência das mudanças
orgânicas provocadas por determinados estímulos. Assim, o estado de
consciência de emoções como a alegria ou a raiva resume-se à
consciência de manifestações fisiológicas. Por exemplo, numa situação de
perigo, o indivíduo não foge por ter medo, mas tem medo por fugir.
Perspetiva
Cognitivista
De acordo com esta perspetiva, existe uma relação entre o que pensamos
e o que sentimos, ou seja, entre as nossas cognições e as nossas emoções.
Assim, os processos cognitivos são fundamentais para se perceberem as
emoções, pois a forma como representamos uma dada situação ou como
a avaliamos é que desencadeia ou não uma determinada emoção.
Perspetiva
Culturalista
De acordo com esta perspetiva, as emoções são comportamentos
aprendidos no processo de socialização, ou seja, as emoções são uma
construção social, que têm que ser aprendidas. Neste contexto, as
diferentes culturas definem o tipo de emoções que se podem manifestar
e como as manifestar, variando assim de cultura para cultura a sua forma
de expressão.
Razão e emoção:
Quando temos de tomar uma decisão, é preciso:



Ter conhecimento da situação sobre a qual se tem de decidir;
Conhecer as diferentes opções de ação;
Conhecer as consequências de cada opção no presente e no futuro.
Segundo António Damásio, as emoções e os sentimentos não são um obstáculo ao
funcionamento da razão, pois estão envolvidos nos processos de decisão. O investigador
chama a atenção para o facto de que se fosse apenas a razão a participar nos processos de
decisão, seria muito complicado tomar uma decisão, uma vez que a análise rigorosa de cada
uma das hipóteses levaria tanto tempo que a opção escolhida deixaria de ser oportuna, ou
então, perder-nos-íamos nos cálculos das vantagens e das desvantagens.
Ana Pinto
Matéria de Psicologia 12º Ano
Segundo Damásio, a tomada de decisão é suportada por duas
vias que se complementam paralelamente:
Emoção
Raciocínio
A representação das consequências de
uma opção é disponibilizada pelo
raciocínio: avaliação da situação,
levantamento das opções possíveis,
comparações lógicas, etc.
A percepção da situação provoca, ao
mesmo tempo, a activação de
experiências emocionais
experimentadas anteriormente em
situações semelhantes.
Marcador Somático: Mecanismo automático que orienta as nossas decisões:
Assim, não perdemos tanto tempo a analisar a situação; Apercebendo-nos que seria inútil
analisar todas as possibilidades, poderíamos escolher uma à sorte; Actua como um sinal de
alarme automático que diz: atenção ao perigo decorrente da escolha de determinada acção,
protegendo-nos assim de prejuízos futuros, sem mais hesitações.
Os marcadores somáticos aumentam assim a precisão e a eficiência do processo de decisão.
Processos Conativos
Intencionalidade
Tendência
Esforço de realização
Os processos conativos são as tendências do ser humano para agir deliberadamente, ou seja,
são as ações, os comportamentos. A conação tem duas componentes:


Componente objetiva de execução: que se manifesta nos movimentos e que se pode
observar.
Componente subjetiva: uma disposição interna para a ação, que é a conação.
Assim, ligado à conação está ligada a motivação, o empenho, a vontade, o desejo, ou seja,
tudo o que move os indivíduos em direção a um fim ou objetivo.
Intencionalidade
Ana Pinto
Matéria de Psicologia 12º Ano
A intencionalidade de um pensamento ou emoção existe quando esse mesmo pensamento ou
emoção é acerca de algo, ou seja, dizer que um estado mental tem intencionalidade significa
que ele é acerca de alguma coisa. Por exemplo, quando pensamos, pensamos acerca de
alguma coisa, logo, o pensamento é intencional. Quando sentimos, sentimos em relação a
alguma coisa, logo, o sentimento é intencional.
Tendência
A tendência é o impulso espontâneo que orienta a conduta do indivíduo, vai do sujeito para o
objeto, responde a uma necessidade interna e leva-nos a concretizar os nossos próprios
objetivos. É omnipresente, persistente e inacabada. Face a uma necessidade, um desequilíbrio,
há um impulso ou tendência que nos leva a querer satisfazê-la rápida e eficazmente. Depois da
resposta dada, encontramo-nos saciados e, por isso, reequilibrados.
Ciclo motivacional:




Necessidade: estado de desequilíbrio provocado por uma carência ou privação (falta
de alimento);
Impulso: estado energético capaz de ativar e dirigir o comportamento (força que move
o individuo a obter comida);
Resposta: atividade desenvolvida e desencadeada pelo impulso (procura de alimento);
Saciedade: redução ou eliminação do impulso (depois do alimento ser ingerido, a fome
atenua-se ou desaparece).
Quanto à origem, as tendências podem ser:


Primárias: acontecem desde o nascimento e são independentes da aprendizagem (ter
fome, sede ou frio);
Secundárias: são aprendidas no processo de socialização e correspondem a
necessidades sociais (tendência para as línguas ou para o desporto).
Quanto ao objeto, as tendências podem ser:



Individuais: quando se relacionam com os interesses pessoais do indivíduo
(alimentação, descanso ou saúde);
Sociais: quando estão na base de interações sociais e têm a ver com as relações com
os outros (afiliação, solidariedade ou irritação);
Ideais: quando se relacionam com a promoção de valores intelectuais, estéticos ou
éticos (conhecimento, beleza ou justiça).
Esforço de realização
O esforço de realização relaciona-se com o empenho para concretizarmos os nossos desejos e
objetivos, de modo que se tornam posteriormente em ações.
Abraham Maslow desenvolveu uma teoria em que as motivações humanas se organizam
segundo uma hierarquia de necessidades representada numa pirâmide:
Ana Pinto
Matéria de Psicologia 12º Ano
Necessidades
de auto
rrealização
Necessidades de
estima
Necessidades de
realização pessoal
Necessidades
psicológicas
Necessidades de afiliação
Necessidades de segurança
Necessidades
básicas
Necessidades fisiológicas
Segundo a hierarquia, a satisfação das necessidades superiores depende da satisfação das
necessidades inferiores, ou seja, apenas satisfazendo as necessidades básicas, se passa para as
necessidades psicológicas e, uma vez estas ultrapassadas é que se consegue passar para as
necessidades de realização pessoal.
Necessidades básicas:
 Fisiológicas: São as necessidades vitais para o ser humano, isto é, necessidades
necessárias para a sua sobrevivência: comida, bebida, roupa, etc.;
 De segurança: São as necessidades de se sentir seguro relativamente a situações
potencialmente perigosas: estabilidade, proteção, etc.
Necessidades psicológicas:
 De afiliação: São as necessidades de estar com os outros e de ser aceite pelos outros:
afeto, confiança, amor, etc.;
 De estima: São as necessidades de se sentir respeitado e estimado pelos outros:
reconhecimento, autoestima, prestígio, etc.
Necessidades de realização pessoal:
 De autorrealização: São as necessidades que cada um tem de realizar o seu potencial:
desenvolver talentos e criatividade individual.
Ana Pinto
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