aplicação do fluido supercrítico na área farmacêutica

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8º Congresso de Pesquisa
APLICAÇÃO DO FLUIDO SUPERCRÍTICO NA ÁREA FARMACÊUTICA
Autor(es)
ANDREA CRISTINA DE LIMA
Co-Autor(es)
MARCO VINÍCIUS CHAUD
1. Introdução
A observação experimental do aumento da solubilidade de substâncias químicas com o aumento simultâneo da pressão e da
temperatura, feita por Hannay e Hogard, em 1879, conduziu a um importante avanço científico e tecnológico: o uso de fluidos
supercríticos.
Na prática, o estado supercrítico é obtido elevando-se a pressão e a temperatura de um gás ou de um líquido de forma que se altere o
estado de agregação e, como consequência, modifique as propriedades da substância de interesse. Esta alteração do estado de
agregação em função de mudanças na pressão e na temperatura de um gás ou líquido conduz a uma mudança na densidade e no poder
de solvatação, o que
modifica o comportamento químico da substância. É importante ressaltar que nenhuma substância é um fluido supercrítico, mas sim
que pode ser levada ao estado supercrítico pelo uso de calor e pressão até superar o seu ponto crítico.
O projeto e fabricação de sistemas particulados farmacêuticos está ainda, na sua maior parte, como um desafio na ciência. Entretanto,
um sistemático projeto e manipulação de sistemas particulados incluindo nanopartículas está sendo permitido pela aplicação da
tecnologia dos fluidos supercríticos.
O interesse pelos sistemas envolvendo fluidos supercríticos na área farmacêutica cresceu muito nos últimos anos impulsionado pelas
suas aplicações na geração de produtos para uso alimentício, cosmético, terapêutico e analítico. Sem dúvida nenhuma, a área de maior
crescimento em aplicações dos fluidos supercríticos foi a indústria farmacêutica. Como exemplo podemos citar a análise de
antibióticos, antifúngicos, benzodiazepínicos, sulfonamidas, tocoferóis e esteróides (CARRILHO et al., 2006). O uso do fluido
supercrítico na área farmacêutica para melhorar a solubilidade de fármacos lipofílicos pode favorecer a comercialização de vários
produtos farmacêuticos, alguns deles já no mercado, como por exemplo, Rapamune® (solução oral para profilaxia de rejeição em
pacientes transplantados renais), Emend® (prevenção de náuseas e vômitos), Elyzol® (antibiótico) e Carbatrol® (anticonvulsivante). De
fato, as aplicações farmacêuticas da tecnologia dos fluidos supercríticos têm sido extensamente publicadas em excelentes artigos e
revisões da literatura (PERRUT, 2000; CARRILHO et al., 2006; YASUJI et al., 2008). Uma vez que a tecnologia dos fluidos
supercríticos pode ser usada na produção de partículas com adequados tamanhos e diâmetro, é fácil compreender que sua aplicação
em processos farmacêuticos é vantajosa. Por esta razão a aplicação comercial vem gradualmente crescendo, sendo usada também na
fabricação de pós para liberação pulmonar. Além disso, vacinas, proteínas, peptídeos e DNA também são fabricados com o emprego
desta tecnologia (BOUNACEUER et al. 2007; YASUJI et al., 2008). Duas das maiores vantagens dos fluidos supercríticos são que
eles requerem pouco ou nenhum solvente orgânico e pouco ou nenhum aquecimento na produção das partículas.
2. Objetivos
Obtenção de partículas utilizando fluido supercrítico.
3. Desenvolvimento
O
equipamento era primeiramente ligado até que a câmara de refrigeração chegasse à -5 ºC. Após este tempo, as
válvulas de controle de vazão eram reguladas até que as condições críticas do CO2 fossem alcançadas (60-140
bars e 37-80 ºC). O praziquantel e polivinilpirroidona K30 eram dissolvidos separadamente em etanol, e
imediatamente misturados. Uma câmara de precipitação com capacidade nominal para 500 mL era carregada
com a solução praziquantel e polivinilpirroidona (1:2). Esta solução,praziquantel e polivinilpirroidona, era bombeada para
o interior da câmara de precipitação, mantendo-se as condições supercríticas, concomitantemente, com o CO2,
com fluxo de 1 mL/min. O estado supercrítico era mantido pelo aquecimento do sistema e bombeamento
contínuo de CO2 pelas bombas de pistão. Quando a fase líquida do gás expandia (despressurização), as
partículas sólidas formadas eram coletadas na câmara de precipitação.
As partículas foram obtidas utilizando praziquantel e polivinilpirroidona (carreador farmacêutico) nas proporções de 1:2.
4. Resultado e Discussão
O processo de obtenção das partículas promoveu a recristalização do fármaco em
cristais de diferentes tamanhos, alguns mais ou menos finos que os cristais do fármaco não submetidas ao processo tecnológico, mas
mantendo a característica típica das partículas do praziquantel.
5. Considerações Finais
As partículas de praziquantel em polivinilpirrolidona obtidas pela técnica do fluido
supercrítico são úteis quando se deseja melhorar a solubilidade de fármacos, como o
praziquantel.
Referências Bibliográficas
AYMONIER, C.; SERANI, A.L.; REVERÓN, H.; GARRABOS, Y.; CANSELL, F. Review of supercritical fluids in inorganic
materials science. J. Supercrit. Fluids., v. 38, p. 242-251, 2006.
BOUNACEUR, A.; RODIER, E.; FAGES, J. Maturation of a ketoprofen/ ? cyclodextrin mixture with
supercritical carbon dioxide. J. Supercrit. Fluids., v. 41, p. 429-439, 2007.
CARRILHO, E.; TAVARES, M. C. H.; LANÇAS, F. M. Fluidos supercríticos em química analítica. III. Cromatografia com Fluido
supercrítico: aplicações. Quim. Nova, v. 29, n. 4, p. 790-795, 2006.
PERRUT, M. Supercritical fluid applications: industrial development and economic issues. Ind. Eng. Chem. Res.., v. 39, p. 4531- 4
535, 2000.
YASUJI, T., TAKEUCHI, H., KAWASHIMA, Y. Particle design of poorly water- soluble drug substances using supercritical fluid
technologies. Adv. Drug Deliv. Rev., v. 60, p. 388-398, 2008.
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