YARA VASQUES PEDROZA DA SILVA CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA DAS MANICURES/PEDICURES SOBRE HEPATITES B E C, NOS SALÕES DE BELEZA DA SANTA MARIA. Trabalho de conclusão de curso apresentado em Enfermagem da Universidade Católica de Brasília, como requisito para obtenção da titulação de Enfermeiro. Orientador: Dr. Maria Liz de Oliveira Cunha. Brasília – DF 2013 1 Monografia de autorias de Yara Vasques Pedroza da Silva, intitulada "CONHECIMENTO, ATITUDES E PRÁTICA DAS MANICURES/PEDICURES SOBRE HEPATITES B E C, NOS SALÕES DE BELEZA DA SANTA MARIA.", apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem da Universidade Católica de Brasília, em 15 de junho de 2013, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada: ____________________________________________________________ Prof. Dr. Maria Liz de Oliveira Cunha. Orientadora Curso de Enfermagem – UCB _____________________________________________________________ Prof. Msc. Maria Alice. B. Fortunato. Curso de Enfermagem – UCB _____________________________________________________________ Prof. Esp. Silene Barbosa Curso de Enfermagem – UCB ______________________________________________________________ Prof. Esp. Fernanda Costa Curso de Enfermagem - UCB Brasília 2013 2 RESUMO OBJETIVO: Avaliar os conhecimentos, as atitudes e as práticas das manicures/pedicures em relação à hepatite B, nos salões de beleza da cidade do Distrito Federal Santa Maria, com o intuito de identificar o perfil de conhecimento dos das manicures com relação à Hepatite B e C e a importância da vacina contra a Hepatite B. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, descritivo, seccional, do tipo inquérito epidemiológico, que visa determinar os conhecimentos, as atitudes e as práticas sobre as Hepatites Virais B e C por Manicures /Pedicures do DF. RESULTADOS: Este estudo pretende - se levantar o perfil demográfico e epidemiológico da população de manicures da cidade de Santa Maria do DF, e, ao mesmo tempo, identificar o estado vacinal, verificar a importância dada à vacinação, identificar possíveis causas para o não cumprimento do calendário vacinal contra hepatite B. Verificar se as manicures e/ou pedicures adotam normas de biossegurança na sua rotina de trabalho; Conhecer o nível de informação que as manicures e/ou pedicures possuem sobre as vias de transmissão e prevenção das hepatites B e C; Avaliar o grau de percepção de risco à exposição acidental a agentes infecciosos; Verificar se há diferença entre o conhecimento das manicures que trabalham nos salões de beleza de quadras e cidades satélites com as que trabalham em shopping centers. Estudar os resultados em função do tempo de profissão nas manicures e/ou pedicures. Palavras-chave: Hepatite B; Hepatite C; vacina; prevenção; inquérito CAP. 3 ABSTRACT OBJECTIVE: Assess the knowledge, attitudes and practices of manicures / pedicures in relation to hepatitis B, in salons of the city of Santa Maria Federal District, in order to identify the profile of the manicures knowledge regarding Hepatitis B and C and the importance of vaccination against Hepatitis B. METHODOLOGY: This is a study of qualitative and quantitative approach, descriptive, cross-sectional, epidemiological survey type, which aims to determine the knowledge, attitudes and practices on Viral Hepatitis B and C for Manicures / Pedicures DF. RESULTS: This study intends to - get up the demographic and epidemiological profile of the population of manicures city of Santa Maria DF, and at the same time, identify the vaccination status, verify the importance given to vaccination, identify possible causes for not meeting the schedule vaccination against hepatitis B. Check if the manicures and / or pedicures adopt biosafety standards in their daily work; Knowing the level of information that manicures and / or pedicures have on the means of transmission and prevention of hepatitis B and C; assess the degree of perceived risk of accidental exposure to infectious agents; Check whether there are differences between the knowledge of manicures that work in salons of blocks and satellite towns with working in shopping centers; study the results as a function of time in the profession manicures and / or pedicures. Keyword: Hepatitis B, Hepatitis C; vaccine; prevention; KAP. Introdução e Justificativa As hepatites virais são doenças causadas por diferentes agentes etiológicos, de distribuição universal, que têm em comum o hepatoprismo2. A hepatite viral B constitui um relevante problema de saúde pública, correspondendo á causa mais frequente de hepatite crônica, cirrose e carcinoma hepatocelular (CHC). Apresenta amplo espectro clínico, desde infecções assintomáticas, oligossintomáticas, até formas fulminantes. A infectividade do vírus 4 da hepatite B (VHB) é de 50 a 100 vezes maior do que o do HIV, e a susceptibilidade á infecção é universal. Suas vias de transmissão consistem em sexual, parenteral e vertical1. A infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) acomete entre 350 milhões e 500 milhões de pessoas em todo o mundo como portadores crônicos. A organização mundial da saúde estima que cerca de 2 bilhões de pessoas já se infectaram pelo vírus da hepatite B. As manifestações clínicas são pouco frequentes em recémnascidos infectados, mas podem ser observadas em 5% a 15% das crianças, com idade de um a cinco anos, respectivamente e em 33% a 55% das crianças maiores e adultos3,5. Após a infecção, o VHB concentra-se quase que totalmente nas células do fígado, nas quais haverá a replicação do seu DNA e, desta maneira, a formação de novos vírus8. No nosso país e no mundo tem sofrido grandes mudanças nos últimos anos. A melhoria das condições de higiene e de saneamento das populações, a vacinação contra a hepatite B e as novas técnicas moleculares de diagnóstico do vírus da hepatite C está entre esses avanços importantes2. Apesar da desigualdade das notificações, as taxas referentes á mortalidade por hepatites, na região amazônica, são mais altas do que no resto do Brasil 2. A partir de 1989, quando foi iniciada a vacinação em massa de crianças com menos de 10 anos, na Amazônia ocidental, foi observada uma queda significativa na mortalidade2. As vacinas de hepatite B disponíveis no Brasil são produzidas por engenharia genética por meio da inserção de um plasmídeo contendo o antígeno da superfície do vírus B em levedura4. A vacinação contra VHB é a maneira mais eficaz na prevenção da infecção aguda ou crônica e também na eliminação da transmissão do vírus em todas as faixas etárias. Após três doses intramusculares da vacina contra hepatite B, mais de 90% dos adultos jovens e mais de 95% das crianças e adolescentes desenvolvem respostas adequadas de anticorpos9. A hepatite C pertence ao gênero Hepacivirus da família flaviridae, e seu genoma são constituídos por uma fita simples de RNA. Não se conhece com precisão, a prevalência do VHC no nosso país, há relatos feitos em diversas áreas que sugerem que, em média, ela esteja entre 1% a 2% da população em geral 2. 5 A organização mundial da saúde estima que 170 milhões de pessoas no mundo estejam infectadas com o vírus da hepatite C. Este vírus tem sido considerado um problema global de saúde pública, devido á sua alta prevalência hepática e extra-hepáticas manifestações. Cerca de 85% dos indivíduos infectados evoluem cronicamente, além de evoluírem lentamente durante anos ou décadas 6. Novos determinantes e rotas de propagação são agregados ao bem estabelecidos mecanismos de transmissão das HV, fecal-oral, transfusional, sexual e vertical. Mudanças ambientais, sociocomportamentais e riscos tecnológicos contribuíram ao longo de séculos para a construção de um “caleidoscópio” de etiologias e fatores determinantes com peculiaridades que podem produzir combinações de difícil percepção e compreensão7. Uma política efetiva de prevenção ás hepatites B e C pode resultar, além da redução da morbidade e mortalidade, na diminuição da rejeição de doadores de sangue e na redução dos gastos dos sistemas de saúde. Porém, é necessário mensurar previamente o nível de conhecimento da população sobre estas doenças, de forma que seja determinada a real necessidade de uma política de educação em saúde voltada para este tema10. Este estudo pretende levantar o perfil demográfico e epidemiológico da população de manicures da Santa Maria, analisar o nível de conhecimento, atitudes e práticas das manicures, ao mesmo tempo buscar subsídios para o desenvolvimento das atividades de educação em saúde e verificar a importância dada à vacina. Objetivos 1. Verificar o conhecimento, atitudes e práticas que as manicures e/ou pedicures possuem sobre as vias de transmissão e prevenção das hepatites B e C; 2. Verificar se as manicures e/ou pedicures adotam normas de biossegurança na sua rotina de trabalho; 3. Avaliar o grau à exposição acidental no trabalho a agentes infecciosos; 4. Enfatizar a importância da vacina á profissão de risco. 6 Metodologia 3.1. Delineamento do Estudo Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, descritivo, exploratório, do tipo inquérito epidemiológico, que visa determinar os conhecimentos, as atitudes e as práticas sobre as Hepatites Virais B e C por Manicures /Pedicures da cidade de Santa Maria. Santa Maria é uma região administrativa do distrito federal, ocupando uma área de 211 km ², possuindo uma população de 123.956 habitantes, conforme o censo realizado pelo IBGE em 2010. É uma região administrativa que compreende as áreas da Marinha, Saia Velha, Pólo JK, além da própria Santa Maria, e se localiza aproximadamente 26 km de Brasília. 3.2. População alvo Profissionais manicures e/ou pedicures nos salões de beleza localizados em todas as ruas e shopping centers da Região Administrativa da Santa Maria do Distrito Federal – Brasil. 3.1.2 - Critérios de inclusão: ser manicure, trabalhar em uma salão de beleza nas áreas citadas. 3.1.3 – Critérios de exclusão: trabalhar em um salão fora da área citada.. 3.3. Amostragem Para os Salões de beleza de rua, a amostra será selecionada por meio de números telefônicos fixos contidos no catálogo telefônico tipo Listel 2012, atualizado e distribuído anualmente no Distrito Federal. Amostra probabilística sistemática, sendo retirada dos comerciais de salão de beleza contidos na lista telefônica, entre os 02 primeiros colocados da lista, para o primeiro integrante da amostra a ser contatado e, a partir deste, os demais escolhidos estavam a cada 02 posições de acordo com o intervalo calculado previamente. Amostra por conveniência de 50 salões. 3.3. Instrumento A coleta de dados se dará através de um questionário de múltipla escolha com 52 questões estruturado e padronizado com questões de verdadeiro ou falso. 7 O Questionário foi aplicado pelo pesquisador responsável a uma amostra de 10 salões de beleza que foram excluídos da amostragem geral. O total de manicures que responderam ao primeiro questionário foram 5 de cinco primeiros salões . Das dúvidas apresentadas, o questionário foi revisado e novamente aplicado a 5 manicures de outros cinco salões do total de dez excluídos os primeiros salões que responderam ao primeiro questionário. Como não apresentou mais dúvidas, consideramos como validado em seguida foi formatado dado como na versão final que segue nexo a esta proposta. Para a pesquisa realizada na Santa Maria, foi montada uma equipe com Três componentes e treinada pelo responsável da pesquisa da região estudada. 3.4. Trabalho de Campo A coleta dos dados ocorrerá nos salões de beleza, localizados nas ruas e shoppings centers de Santa Maria. Este instrumento será aplicado com as seguintes variáveis: condições socioeconômicas, demográficas, conhecimentos, atitudes e práticas das manicures/pedicures sobre a Hepatite B e C, a vacina contra Hepatite B e fatores de risco. Não será realizada uma primeira visita para informar e pegar o termo de concordância do dono do salão para evitar viés do tipo preparar as manicures sobre o tema hepatites. O entrevistador irá direto ao salão e solicitará a autorização para entrevistar a funcionária e fará de imediato à entrevista. O pesquisador responsável promoverá um treinamento para os entrevistadores e coordenadores locais do estudo, bem como supervisionarão o trabalho de coleta das informações. 3.5. Análise dos dados Os dados levantados pelo questionário serão consolidados no software Epi Info, versão 6.0 (3.5.1). 15 Além do Epi Info, será utilizado o programa Microsoft Office Excel 2007 na consolidação de dados e na elaboração de tabelas. A análise será realizada por meio de estatísticas descritivas como frequência, percentual, média, mediana e razão de prevalência. 8 O estudo pretende classificar o conhecimento das manicures/pedicures sobre as Hepatites B e C, fatores de risco e a vacina contra a Hepatite B, atribuindo-se um valor numérico às respostas sobre o conhecimento Hepatite, às formas de prevenção e de transmissão da doença, às vacinas e às suas indicações. 4. Aspectos Éticos: Este projeto foi avaliado e aprovado no CEP da FEPECS sob o número 311/2012. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Tabela 1- Características sócias demográficos da população estudada. Santa MariaDF, 2012. Características N° f(%) 1.1 - Sexo Feminino 50 100% Masculino 00 0% 15 – 20 06 12% 21 – 30 19 38% 31 – 40 13 26% 41 – 50 10 20% 1.2 - Idade (anos) 51 – 57 02 04% 1.3 - Estado Civil Casada 21 42% Solteira 17 34% União estável 10 20% Divorciada 01 02% 9 Viúva 01 02% Analfabeto 00 00% Ensino fundamental incompleto 12 Ensino fundamental completo 04 08% Ensino médio incompleto 21 42% Ensino médio completo 12 24% 1.4 - Escolaridade Educação superior 01 24% 02% 1.5 – Renda familiar: < 1sm 14 28% De 2 a 5 sm 33 66% De 6 a 9 sm 01 02% >10 sm 00 00% Não relatado 02 04% Das 50 manicures que constituíram a amostra desta investigação todas eram do sexo feminino, com idade variando de 15 a 57 anos e tempo de serviço como manicure de 1 ano á mais de 10 anos; 100% das cinquenta são mulheres. A maioria com idade dos 20 aos 40 anos, totalizando 64%, grande parte casada ou de união estável com 62% vivendo com um parceiro, tendo como renda familiar 66% na faixa de dois salários mínimos na escolaridade totalizando um percentual de 42% para o ensino médio incompleto e 2% para curso superior, ou seja, a maioria delas são de baixa renda com pouco estudo. Tabela 2- Distribuição do número e frequência das respostas referente ao conhecimento das manicures á respeito sobre hepatite B e C. Santa Maria-DF, 2012. Características N° f(%) 10 2.1 - O que é hepatite B Sabe o que é? 42 84% Não sabe o que é? 8 16% 2.2 - O que é hepatite C Sabe o que é? 34 68% Não sabe o que é? 16 32% 2.3 - Qual das 2 hepatites acham mais graves Hepatite B 01 02% Hepatite C 22 44% Não há diferença 07 14% Não sabe 20 40% 2.4 - A hepatite viral é uma doença que ataca o: Coração 00 00% Fígado 24 47,05% Intestino 00 00% Não sabe 16 31,37% Vários órgãos 11 21,56% Outros 00 00% (obs: Algumas manicures optaram por mais de duas repostas) 2.5- O que a pessoa sente quando está com hepatite? (sinais/sintomas): Cansaço 11 10,89% Perda de peso 10 9,90% Intestino 05 4,95% Dor muscular 10 9,90% Falta de apetite 11 10,89% Urina escura 09 8,91% Coloração amarela da pele e dos olhos 34 33,66% 11 Não sabe 08 7,92% Outros 03 2,97% (Obs: Algumas manicures optaram por mais de uma resposta) 2.6 – A hepatite é uma doença que com o tempo leva: Doença do coração 03 4,22% Doença de pele 00 0% Cirrose hepática 19 26,76% Transplante de rim 06 8,45% Câncer de fígado 16 22,53% Mal estar 13 18,30% Não sei 14 19,71% (obs: Algumas manicures optaram por mais de uma resposta) Das 50 manicures entrevistadas as respostas, mas frequentes obtidas foram à maioria sabe o que é hepatite B com 84%, porém superficialmente, sabendo que é uma doença, já para hepatite C 68% dizem saber o que é, ou seja, as manicures dizem conhecer mais a hepatite B do que a C. Porém, é necessário mensurar previamente o nível de conhecimento da população sobre estas doenças, de forma que seja determinada a real necessidade de uma politica de educação em saúde voltada para este tema10. Analisando a questão de qual das hepatites elas acham mais grave, com 56% mais da metade não tem nenhum conhecimento sobre qual é mais grave, sendo que, 1(2%) disse que era hepatite B, 7(14%), disse que não há diferença, 20 (40%) não sabe, ressaltando que temos ainda que levar em consideração que nas 22 (44%) manicures que optaram por responder hepatite C, foram na incerteza. Até 75% das infecções agudas pelo HCV progridem para infecção crônica em adultos, ao passo que a cura de processos agudos em crianças ocorre em aproximadamente 50% dos casos. Cerca de 20% a 50% dos portadores crônicos do HCV desenvolvem cirrose, falência hepática ou carcinoma hepatocelular10. Atualmente no Brasil, estima-se que a prevalência média seja em torno de 8% de infectados por VHB e 2% por VHC (2,3)8. 12 Percebe-se que as 50 manicures incluídas na entrevista, atribuíram mais de uma resposta a respeito do “O que a pessoa sente quando está com hepatite”, totalizando 101 respostas para nove itens, 11 (10,89%) responderam cansaço, 10 (9,90%) responderam perda de peso, 5 (4,95%) responderam instestino, 10 (9,90%) optaram por dor muscular, 11 (10,89%) falta de apetite, 9 (8,91%) disseram urina escura, 34 (33,66%) responderam coloração amarela da pele e dos olhos, foi o item mais escolhido pelas manicures, 8 (7,92%) não sabe, 3 (2,97%) optaram por outros, porém não falaram quais. Tais dados sugerem que as manicures possuem conhecimentos incompletos acerca dos sintomas da hepatite viral. Ressalta que poucas manicures optaram por sinais e sintomas tão característicos da doença. Conhecimento das manicures para qual órgão a hepatite ataca; 24 (47,05%) diz ser no fígado, um percentual de 16 (31,37%) delas não sabe, com 11 (21,56%) acham que são vários órgãos, sendo assim, 52,93% não sabe qual órgão ataca. A respeito dos sinais e sintomas 33,66% optaram pela coloração amarelada da pele e dos olhos e 8,91% para urina escura, percentual pequeno, menos da metade, para os sintomas mais característicos da doença. Os vírus causadores das hepatites determinam uma ampla variedade de apresentações clínicas, de portador assintomático ou hepatite aguda ou crônica, até cirrose e carcinoma hepatocelular 2. Baseado na pesquisa e analisando a resposta das manicures a respeito que a hepatite é uma doença que com o tempo leva a o que, acham que é cirrose hepática com 26,76% e câncer de fígado com 22,53%, totalizando 49,29% das manicures com essas duas respostas, quase a metade optou pela mesma resposta, lembrando-se que algumas manicures optaram por mais de uma resposta. Cerca de 25% daqueles que se infectaram cronicamente durante a infância morrem prematuramente de cirrose ou câncer de fígado. A infecção crônica pelo HBV aumenta o risco de desenvolvimento de cirrose, morte por falência hepática e é a maior causa mundial carcinoma hepatocelular10. Tabela 3- Distribuição do número e frequência das respostas referentes aos meios de transmissão da hepatite B e C. Santa Maria-DF, 2012. Características N° f(%) 13 3.1 – Como se pega hepatite B e C: Água 01 1,16% Comida 02 2,32% Sexual 21 24,41% Ar 01 1,16% Contato de pessoa a pessoa 03 3,48% Contato com objetos sujos de sangue 43 50% Contato com fluídos orgânicos (saliva, sêmen) 12 13,95% Não sei 03 3,48% (Obs: Algumas manicures optaram por mais de uma resposta) Percebe-se que as 50 manicures incluídas nesta investigação, atribuíram mais de uma resposta a respeito dos meios de transmissão, totalizando 88 respostas, distribuídas em 8 itens. Revelam que 43 (50%) manicures optaram por “contatos com objetos sujos de sangue”, porém para as alternativas que há forma grande de transmissão teve um percentual baixo, com 21 (24,41%) para sexual e 12 (13,95%) para contato com fluídos orgânicos. Tais dados nos fazem refletir que as manicures sabem como se pega hepatite, porém menos da metade se atentou como uma DST. A transmissão do vírus da hepatite B ocorre através de solução continuidade em pele e mucosas, relações sexuais, transfusão de sangue e hemoderivados, uso de drogas intravenosas, transmissão vertical e contatos domiciliares9. Embora o vírus C (VHC) seja transmitido por contato direto, percutâneo ou através de sangue contaminado, em percentual significativo de casos não se identifica a via de infecção2. Tabela 4- Distribuição do número e frequência das respostas das manicures sobre meios de prevenção e quem pode adquirir o vírus da hepatite B e C: Características N° f(%) 4.1 – Existe vacina para evitar pegar hepatite B: Sim 45 Não 03 90% 06% 14 Não sei 02 04% 4.2 – Existe vacina para evitar pegar Hepatite C: Sim 29 58% Não 05 10% Não sei 16 32% 4.3 – Quem deve tomar a vacina para Hepatite: Quem usa drogas 09 12,67% Profissionais de saúde 11 15,49% Quem faz sexo sem camisinha 10 14,08% Todas as pessoas 36 Portadores de doenças crônicas 01 Não sabe 04 50,70% 1,40% 5,63% (obs: Algumas manicures optaram por mais de uma resposta) 4.4 – Quem apresenta riscos para adquirir o vírus da hepatite B e C: Quem pratica sexo sem uso de preservativos 26 16,88% Recém-nascidos das mães portadoras de hepatite 22 14,28% Quem tem contato com material de uso pessoal 47 30,51% Receptores de órgãos ou tecidos transplantados 15 9,74% Profissionais de saúde 22 14,28% Usuários de drogas 21 13,6% Outros 01 0,64% A maioria das manicures pesquisadas 90% tem conhecimento da existência da vacina preventiva contra hepatite B. A distribuição das outras respostas relativas á questão sobre as formas de prevenção da hepatite B e C está descrita na tabela 4 acima. “Existe vacina contra hepatite C”, 58% responderam que sim, ou seja, mais da metade não sabe que não existe vacina para hepatite C, e apenas 10% responderam que não e 32% responderam que não sabe, ou seja, 90% não sabe que não existe vacina para hepatite C. Em setembro de 2008, o programa nacional 15 de Imunização (PNI), da secretaria de estado da saúde de São Paulo, incluiu as categorias profissionais de manicures e podólogos na população alvo para a vacinação contra hepatite B8. No que se refere à questão “Quem deve tomar a vacina para hepatite” 36 (50,70%) responderam todas as pessoas, 11 (50,70%) para o item “profissionais de saúde” e 10 (14,08%) responderam para quem faz sexo sem preservativo. A principal problemática em relação á transmissão do VHB e VHC não está somente nas práticas do dia a dia dos profissionais da saúde e de cuidados pessoais, mais sim na falta de cuidados para preveni-las. Sabe-se que quanto maior a frequência de exposição ao sangue contaminado com o vírus VHB, maior será o risco de contaminação8. Em relação às formas de prevenção e quem apresenta o risco para adquirir o vírus da hepatite B e C, as manicures atribuíram por mais de uma resposta referente á questão, 47 (30,51%) das manicures responderam “quem tem contato com material de uso pessoal” 26 (16,88%) apontaram para o item “quem pratica sexo sem uso de preservativos”, para a questão de” recém-nascidos das mães portadoras de hepatite” 22 (14,28%) das manicures e 22 (14,28%) para o item “profissionais de saúde”, para usuários de drogas 21 (13,6%) e receptores de órgãos ou tecidos transplantados 15 (9,74%) e para ”outros” apenas 1 (0,64%). De acordo com figueiredo e colaboradores, revisando a literatura, encontraram que a frequência do VHC é baixa em profissionais da área de saúde, porém esse grupo pode ser considerado como de risco para contrair hepatite C2. Tabela 5 - Distribuição do número e frequência de respostas referentes às atitudes das manicures. Santa Maria-DF, 2012. Características N° f(%) 5.1 - Como você evita pegar as hepatites B e C: Evita partilhar objetos pessoais 40 25,15% Assegurar que são usadas agulhas descartáveis. 24 15,09% Usam preservativos quando tem relações sexuais 25 15,72% Toma vacina contra hepatite B 37 23,27% 16 Nunca compartilha agulhas ou seringas 33 20,75% Não sabe 00 00,00% Outros 00 00,00% 5.2 - No seu trabalho o que você faz para prevenir a transmissão da doença para outras pessoas: Esteriliza material com água e sabão 18 20,45% Lava os materiais com água e sabão 20 22,72% Orienta a cliente para ter os seus próprios materiais 39 44,3% Joga fora o esmalte usado pela cliente que sangrou 00 00,00% Lava material com solução química esterilizante 11 12,5% Não sabe 00 00,00% (Obs: Algumas manicures optaram por mais de uma resposta) 5.3 - Como você limpa o material: Lava os materiais como o alicate, com água corrente 20 29,41% Lava os materiais como alicate com água e sabão 21 30,88% Coloca o material após uso direto na estufa 19 27,94% Coloca o material de molho na água sanitária 07 10,29% Manicure compra o material de cada cliente 01 1,47% (Obs: Uma manicure compra o material de cada cliente, para utilizá-lo, algumas manicures atribuíram por mais de uma resposta). Na tabela 5, com relação como as manicures evitam pegar hepatite B ou C mostra que 25,15% delas disseram que evita partilhar objetos pessoais; 37 (23,27%) toma vacina contra a hepatite B 37 23,27% manicures, ‘nunca compartilham agulhas ou seringas” 33 (20,75%), assegura que são usadas agulhas descartáveis 24 (15,09%), usam preservativos quando tem relações sexuais 25 (15,72%), já sobre os itens “não sabe” e ‘outros” nenhuma das manicures optaram. Desta forma, as opiniões fornecidas pelas manicures, a respeito dos meios preventivos da hepatite, 17 demonstraram que elas conhecem os meios de como evitar a síndrome. O fato das manicures/pedicures serem um grupo com maior fator de risco, pela maior exposição á infecção pelos vírus das hepatites que a população em geral, evidencia a necessidade de uma atenção especial a este grupo de profissionais, já que não há divulgação necessária no ambiente de trabalho8. Das 50 manicures entrevistadas á respeito das respostas sobre “No seu trabalho o que você faz para prevenir a transmissão da doença para outras pessoas”, 39 (44,3%) das manicures orienta a cliente para ter seus próprios materiais; 20 (22,72%) lava os materiais com água e sabão, esteriliza material com água e sabão 18 (20,45%), lava o material com solução química esterilizante 11 (12,5%), Joga fora o esmalte usado pela cliente que sangrou (0%) não teve nenhuma opção, manicures relatam ter prejuízos se jogar fora os esmaltes toda vez que sangrar uma cliente, para opção não sabe (0%). As respostas das manicures mostram que elas têm o conhecimento para prevenir a doença. Nessa questão, mostra que algumas manicures optaram por mais de uma resposta. Sobre a limpeza dos materiais, 20 (29,41%) das manicures, “lava os materiais como alicate, com água corrente”, já 21 (30,88%) “lava os materiais como alicate com água e sabão”, 19 (27,94%) “coloca o material após o uso direto na estufa”, um índice muito alto de manicures, que atribuíram por essa resposta, mostra que 19 delas não tem conhecimento de limpeza para os alicates, 7 (10,29%) “coloca o material de molho na água sanitária” e 1 (1,47%) “compra o material de cada cliente”, segundo essa manicure, ela faz curso de podológia e compra o material de cada cliente, alicate, pau de laranjeira, afastador de cutículas, lixa e cortador de unha, guardando o material de cada cliente em caixas separadas. Tabela 6- Distribuição do número e frequência das respostas referentes aos cuidados com os alicates de unha após o uso com cada cliente. Santa Maria-DF, 2012. Características N° f(%) 6.1 - Você esteriliza o material em: Ferve em panela normal 06 12% Ferve em panela de pressão 00 00% 18 Colocam na estufa 40 82% Coloca na autoclave 00 00% Coloca de molho em solução química 03 06% (Obs: Uma manicure compra o material de cada cliente, para utilizá-lo). 6.2- Quanto tempo você coloca na estufa: 15 minutos 04 9,09% 30 minutos 08 18,18% 40 minutos 11 25% 1 hora 13 29,5% Outros 08 18,18 15 minutos 00 00% 30 minutos 00 00% 40 minutos 00 00% 1 hora 00 00% Outros 00 00% 6.3 - Quanto tempo você coloca na autoclave: 6.4 - Quanto tempo você coloca na panela de pressão para ferver: 15 minutos 00 00% 30 minutos 00 00% 40 minutos 00 00% 1 hora 00 00% Outros 00 00% 6.5 - Quanto tempo você coloca na panela para ferver: 15 minutos 03 50% 30 minutos 02 33,3% 19 40 minutos 00 00% 1 hora 00 00% Outros 01 16,6% Apresenta-se as respostas referentes à forma de esterilização, as respostas mais frequentes foram: Ferve em panela normal 6 (12%), ferve em panela de pressão (0%), coloca na estufa 40 (82%), coloca na autoclave 0 (0%) e coloca de molho em solução química 3 (6%), dados mostram que mais da maioria da manicures utilizam estufas e que nenhuma delas possui auto clave em seus salões, devido ser salões localizado em uma cidade pobre de baixa renda. Segundo Melo8 em sua pesquisa, verificou-se que 26% das manicures/pedicures faziam esterilização em autoclaves, mas ninguém sabia utilizar o equipamento adequadamente. As outras 54% utilizavam estufa, mais a maioria não sabia o tempo e a temperatura correta para esterilização dos materiais. Sobre as desvantagens apresentadas por cada método destaca-se que a autoclave tornase inviável para a manicure pelo porte do equipamento11. A desinfecção por intermédio de substâncias químicas é a alternativa de escolha, quando não for viável submeter ao calor. Críticas a esse método são feitas, valendo lembrar que os produtos falham quando existem, grosseiramente, matérias orgânicas, ficando por isso obrigatória a prévia lavagem com água e sabão 11. O VHB é inativado pela exposição ao hipoclorito de sódio (500 mg/L) à temperatura ambiente por 10 minutos12. Na questão “Quanto tempo você coloca na estufa” foram atribuídas por 44 manicures, sendo que, 4 (9,09%) marcaram 15 minutos, 8 (18,18%) para 30 minutos, 11 (25%) 40 minutos, 13 (29,5%) 1 hora, 8 (18,18%) para outros. Para as manicures a opção “1 hora” foi a mais votada, acima desse valor que seria opção “outros” só atribuíram 8 delas, ou seja, um número baixo de manicures optaram por mais tempo. Na esterilização por calor seco (estufa) a penetração e distribuição do calor não se fazem de maneira uniforme, assim o processo requer um maior tempo de exposição e temperaturas mais altas. A resolução SS 374 recomenda: 1 hora a 170°C ou 2 horas a 160°C. Sendo 7 dias o prazo de validade para os artigos esterilizados por processo físico16. No soro o vírus perde a infectividade quando 20 sujeito à fervura por 2 minutos, ao calor seco (160°C por 1 hora) ou autoclavado a 121°C por 20 minutos12. Para as devidas questões de quanto tempo coloca na autoclave e na panela de pressão, nenhum item foi atribuído, dados mostram que nenhum dos salões da Santa Maria usa autoclave. Para as respostas referentes há quanto tempo elas colocam na panela para ferver, seis das 50 manicures responderam, 3 (50%) em 15 minutos, 2 (33,3%) em 30 minutos, nenhuma manicure optou pelo item 40 minutos e 1 hora e para opção “ outros” teve 1 (16,6%), dados revelam que as manicures que fazem esterilização em panela, são as manicures que atendem em casa ou de porta em porta. O vírus mantém a capacidade infectante após a exposição ao éter, ácido (pH 2,4 por 6 horas) e calor (98°C por 1 minuto, 60°C por 10 horas), pois estes agentes não destroem sua imunogenitieidade ou antigeneticidade. A inativação poderá ser incompleta sob estas condições se a concentração do vírus for excessivamente alta12. Tabela 7 – Distribuição do número e frequência das respostas referentes às práticas das manicures. Santa Maria-DF, 2012. Características N° f(%) 7.1 - No Caso de cortar a cutícula de uma cliente e ocorrer sangramento Coloca acetona no algodão e cobre o ferimento. 02 3,33% Joga pó cicatrizante sobre o ferimento. 42 70% Cobre com algodão o ferimento. 02 3,33% Coloca o seu dedo diretamente no ferimento 02 3,33% Passa uma solução para matar bactérias. 06 10% Coloca pedra ume sobre o ferimento. 06 10% (Obs: algumas manicures optaram por mais de uma resposta) 7.2- Você usa luvas para fazer as unhas de suas clientes: 21 Sempre 03 6% Às vezes 09 18% Nunca 38 76% 7.3 - Você usa o material do salão para fazer a sua própria unha: Sempre 24 48% Às vezes 09 18% Nunca 17 34% 7.4 - Você lava os instrumentos de trabalho que tem contato com sangue: Sempre 06 12% Às vezes 06 12% Nunca 38 76% 7.5 - Já sofreu algum acidente com material de trabalho? Sim 04 28% Não 36 72% 7.6 - Sofreu algum outro acidente de trabalho que levou contato com sangue Sim 13 26% Não 37 74% Na tabela 7, as manicures incluídas nesta investigação, atribuíram mais de uma resposta a respeito de cortar a cutícula de uma cliente e ocorrer sangramento, o que elas fazem; 2 (33,3%) coloca acetona no algodão e cobre o ferimento, 42 (70%) joga pó cicatrizante sobre o ferimento, 2 (33,3%) coloca seu dedo diretamente no ferimento, 6 (10%) passa solução para matar bactérias, 6 (10%) coloca pedra ume sobre o ferimento. Os cuidados com os ferimentos também merecem atenção especial, não encostar a ponta do pó cicatrizante ou outra solução no machucado e fazer na próxima cliente. O compartilhamento de materiais de manicure/pedicure e o 22 contato com o sangue da cliente, principalmente alicates de unhas, tesouras, tem sido apontadas como uma das formas de transmissão do vírus. Portanto as manicures/pedicures representam um novo grupo com fatores de risco, já que podem entrar em contato com o material contaminado pelo sangue de seus clientes8. Pesquisa mostra que 76% das manicures nunca usam luvas para fazer as unhas de suas clientes; 18% usam ás vezes, muitas delas só usam luvas para fazer os pés, quando tem sinal de micose, 6% sempre usa luvas. Dados demonstram que as manicures preferem fazer as unhas de suas clientes sem luvas, pelo fato da luva atrapalhar na hora de fazer a unha. 48% das manicures usam os materiais do salão para fazer suas próprias unhas, 18% usa ás vezes e 34% nunca usa os materiais do salão. 76% das manicures nunca lavam o pau de laranjeira, afastador de cutículas e alicate usando luvas, 12% usam sempre e 12% usam ás vezes, isso mostra que as manicures não têm conhecimento que ao lavar esses materiais podem estar correndo um grande risco de se infectar pelo vírus da hepatite. Considerando a resistência viral no meio externo, principalmente do vírus VHB, pode-se considerar que estes podem ser transmitidos pelo compartilhamento de alicates, utilizados por manicures/pedicures, não esterilizados ou esterilizados incorretamente. Além dos alicates, outros materiais como cortadores de unha, tesourinhas, navalhas, que entram em contato com o vírus VHB ou VHC, podem ser potenciais transmissores deste vírus8. No Brasil, O ministério da saúde estima que 15% da população já tenha tido contato com o vírus da hepatite B (VHB) e que cerca de 1% apresenta hepatite crônica9. No que se refere à questão: “Já sofreu algum acidente com material de trabalho”, 14 (28%) responderam que sim, 36 (72%) responderam que não, a maioria das manicures não sofreu nenhum acidente de trabalho, mostra que grandes partes delas não se ferirão, entrando em contato com o sangue. Se “Sofreu algum outro acidente de trabalho que levou contato com sangue da cliente”, 13 (26%) responderam que sim, 37 (74%) responderam que não, o percentual para acidentes de trabalho são baixos, acrescentando como benefício para as manicures. Entretanto, refere que podem ocorrer ferimentos acidentais com sangramentos e neste caso a transmissão poderia potencialmente se efetivar desde que o sangue de uma pessoa infectada penetrasse no corpo de outra pessoa através de uma porta de entrada ou por meio de equipamento contaminado11. 23 Tabela 8 - Distribuição do número e frequência das respostas referentes à vacinação das manicures. Santa Maria-DF, 2012. Características N° f(%) 8.1 - Você já tomou a vacina contra Hepatite? Sim 34 68% Não 08 16% Não lembra. 08 16% Na questão “se já tomou a vacina contra hepatite”, 34 (68%) responderam que sim, 8 (16%) que não e 8 (16%) que não sabe, ou seja, 16 dessas manicures não tomou a vacina ou não sabe, não tendo o conhecimento sobre a importância da vacina, principalmente para elas que são de uma classe de risco. A vacinação contra HBV é a maneira mais eficaz para prevenir a infecção e a transmissão do vírus. O programa de imunização incluiu a prevenção da infecção perinatal por meio da triagem materna e profilaxia de recém-nascidos; vacinação contra o HBV em todas as crianças, visando prevenir a infecção na infância e idade mais avançada; vacinação de adolescentes que não foram protegidos e vacinação de indivíduos pertencentes a grupos de risco. Uma das metas do ministério da saúde é a imunização de jovens até 19 anos10. Tabela 9 – Distribuição do número e frequência das respostas referente à exposição fatores de riscos. Santa Maria – DF, 2012. Características N° f(%) 9.1 - Alguém que mora na sua casa já teve hepatite? Sim 08 16 % Não 42 84% Não lembra 00 00% 00 00% 9.2 - Se sim, quem? Pai Marido ou companheiro 01 12,5% Crianças. 02 25% 24 Mãe 00 00% Irmão 01 12,5% Outro 04 50% 9.3 - Já recebeu transfusão? Sim 02 04% Não 48 96% Antes de 1993 02 100% Após 1994 9.5- Fez Cirurgia? 00 00% Sim 23 46% Não 27 54% Sim 16 32% Não 34 68% Sim 08 16% Não 42 84% 9.4- Sua transfusão foi: 9.6- Tem tatuagem? 9.7- Tem piercing? 9.8 - Já compartilhou material cortante de higiene pessoal? Sim 15 30% Não 35 70% 9.9 - Já teve relação sexual desprotegida? Menos de seis meses 25 58,13 Mais de seis meses 18 41,86% 9.10 - Já contraiu alguma doença sexualmente transmissível? 25 Sim 01 2,04% Não 45 91,83% Não sei 03 6,12% 9.11- Usou Injeções (seringas de vidro) com fortificantes? Sim 00 00% Não 48 96 Não sei 02 04% 9.12 - Já realizou algum reparo odontológico? Sim 41 82% Não 09 18% Na tabela 9, apresentam-se os resultados referentes aos fatores de ricos. Para a questão: “Alguém que mora na sua casa já teve hepatite”. 8(16%) responderam que sim, 42(84%) responderam que não. Na questão “Se sim, quem?” baseado em 8 respostas das manicures, 1(12,5%) para marido ou companheiro, 2(25%) responderam criança, 1 (12,5%) responderam irmão, 4 (50%) responderam outros. A maioria das crianças quando tem hepatite na infância são as hepatites A. Segundo Targa2, trata-se da infecção causada por um vírus RNA classificada como sendo da família picornavírus, transmitida por via fecal-oral e que atinge mais frequentemente crianças e adolescentes. Das 50 manicures entrevistadas, as respostas mais frequentes a respeito se já recebeu transfusão de sangue, 2 (4%) responderam que “sim”, 48 (96%) responderam que “ não”. As duas manicures que responderam ter recebido transfusão de sangue, receberam antes de 1993. Para as manicures que já fizeram cirurgia, 23 (46%) responderam que sim, sendo a maioria das cirurgias cesáreas, 27 (54%) responderam que não, Nos últimos 30 anos tem sido observado um aumento progressivo das taxas de cesárea em quase todos os países, embora não de forma homogênea. A magnitude dessa tendência foi maior nos Estados Unidos, no Canadá, em Porto Rico e no Brasil 13. Na questão: “Tem tatuagem”, 16 (32%) responderam que sim, 34 (68%) responderam que não, seguido da questão “Tem piercings” 8 (16%) responderam 26 que sim, 42 (84%) responderam que não, dados mostram que a maioria das manicures tem mais tatuagens do que piercings, mais que a maioria delas não foram expostas á riscos. Os estúdios de tatuagem e perfuração corporal devem respeitar e se adequar à legislação sanitária vigente, seguindo normas de biossegurança, para garantir a segurança dos seus clientes e a dos prestadores de serviço evitando riscos desnecessários à saúde12. A transmissão das hepatites ocorre principalmente por transfusão de sangue contaminado (incluindo preparações de imunoglubulina), uso de drogas intravenosas, tatuagens, body piercing e, secundariamente, por via sexual 10. Nas respostas sobre a questão “já compartilhou material cortante de higiene pessoal, como aparelho de barbear”, 15 (30%) responderam que sim, 35 (70%) responderam que não, os dados mostram que a maioria das manicures tem conhecimento sobre as formas de prevenção em não compartilhar materiais pessoais. No que diz respeito á questão: “Já teve relação sexual desprotegida” em menos de seis meses 25 (58,13%), em mais de seis meses 18 (41,86%), sete manicures não optaram por nenhuma das respostas. Se “Já contraiu alguma doença sexualmente transmissível”, 1 (2,04%) disse que sim, 45 (91,83%) responderam que não, um número altamente significativo, porém temos que levar em consideração que nem todas respondem adequadamente, por vergonha, 3 (6,12%) não sabe, 1 manicure não atribuiu por nenhuma resposta, dados revelam que a maioria das manicures ficam inibidas para responder sobre essa questão, não teve segurança em suas respostas, pois dst é um assunto que qualquer pessoa fica com vergonha, o estigma e o preconceito sempre se fizeram presente. O grande número de casos de transmissão por via heterossexual, aumentou a participação das mulheres no perfil epidemiológico da doença, constatada na progressiva redução da razão de sexo entre todas as categorias de exposição, de 15,1 homens para 1 mulher, em 1986, para 1,5 homens 1 mulher, em 200514. As respostas mais frequentes para o item: “Usou injeções (seringas de vidro) com fortificantes, nenhuma delas responderam que sim, 48 (96%) responderam que não, 2 (4%) responderam que não sabia, manicures mostraram que não tinham conhecimento do que era fortificantes, 2 atribuíram o item “não sei” por não terem nem idéia do que era. 27 Perguntamos se “Já realizaram algum reparo odontológico”, 41 (82%) disseram que sim, com um número bem favorável, 9 (18%) com um número significativamente menor, reparamos, que ao responder esse item, algumas dessas 9 que responderam que “não”, não sabia o que era “ odontológico”. A transmissão do VHB pode ocorrer do paciente para o dentista, do dentista para o paciente e de um paciente para o outro. Nos acidentes pérfuro-cortantes, com sangue sabidamente contaminado, o risco de transmissão do VHB varia de 6% a 30%, sendo que uma pequena quantidade de sangue contaminado (0,0001ml) é suficiente para a transmissão do vírus9. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando as informações obtidas por esse estudo, pode-se concluir que há um número significante de casos de infecção pelo vírus VHB e VHC que, provavelmente ocorreram, devido ao uso inadequado de materiais de salão de beleza. Diante dos resultados verificamos que uma parte das manicures evidenciou apresentar conhecimentos adequados sobre o que era hepatite B e C, no que se refere, se elas sabiam o que era hepatite B e C, 84% responderam saber o que era hepatite B, já para hepatite C responderam 68%, os dados mostram nitidamente que elas conhecem mais da hepatite B do que a C sendo que elas não sabem qual é a mais grave. Como citado respectivamente 56% delas responderam não saber o qual era mais grave, nem as suas diferenças, assim responderam que a hepatite B era a mais grave, porém não condiz com os 68% relatados anteriormente, dizendo que sabiam o que era hepatite C. O contágio e os sintomas das duas hepatites são os mesmos, porém pelo fato da hepatite B ser uma doença com maior índice de infectados do que a hepatite C, elas acabam sabendo da hepatite que mais ouvem falar. Atualmente no Brasil, estima-se que a prevalência média seja em torno de 8% de infectados por VHB e 2% por VHC (2,3). Em relação ao conhecimento de qual órgão a hepatite ataca, as manicures mostram um desconhecimento significativo, pois apenas 47,05 delas responderam o 28 fígado, sendo que 52,93% responderam vários órgãos ou que não sabia. As manicures de Santa Maria mostraram ter baixo conhecimento sobre qual órgão a doença ataca, dizem saber o que é a doença, mais devidos fins não mostram isso na pesquisa. Quanto à “transmissão do vírus”, 50% delas disseram que transmitia por contatos com objetos sujos de sangue, já 24,41% responderam que era “sexual”. Desta forma, as informações fornecidas pelas manicures, a respeito do meio de transmissão da hepatite, demonstraram que elas conhecem os meios de como evitar a doença. A vacinação é um dos melhores meios para prevenir-se da hepatite B, porém quando perguntamos para as manicures se tem a vacina para hepatite B, 90% responderam que sim, um número favorável. Porém elas mostraram ter pouco conhecimento sobre a hepatite C, 58% disseram que existe a vacina e 32% não sabia a resposta, dados mostraram que 90% não sabe que não existe vacina para hepatite C. Quando perguntamos “Quem deve tomar a vacina” apenas 50,70% responderam que todas as pessoas, mostrando assim que as manicures não sabem que todos nós corremos risco de se infectar com o vírus, ou seja, todos tem que ser vacinados. Para quem apresenta o risco de adquirir o vírus da hepatite B e C, 47 (30,51%) se atentaram para quem tem contato com materiais de uso pessoal, 26 (16,88%) se atentaram para quem prática sexo sem uso de preservativo, menos da metade das 50 manicures atribuíram essa resposta, mostra que mais da metade, não sabe que hepatite se pega através do sexo, 21 (13,6%) alertaram quanto aos usuários de drogas. Enfatiza-se, ainda a idéia incorreta sobre drogas em geral e hepatite, pois não é o uso de drogas ilícitas por si só, que leva a infecção, mas o compartilhamento de agulhas e seringas durante o uso endovenoso, que propicia a contaminação. Referente às atitudes das manicures, quanto á questão de no trabalho o que faz para prevenir a transmissão da doença para outras pessoas, 44,3% orienta a cliente para ter os seus próprios materiais, essa atitude das manicures mostra uma 29 preocupação com as suas clientes. Essas profissionais tem que orientar suas clientes, ter prática de boa higienização do ambiente, e esterilização da forma correta. A forma como elas limpam os materiais mostra que as manicures tem muitas dúvidas sobre a limpeza dos materiais, por acharem que passando uma água já está limpo, 30,88% lava os materiais com água e sabão, 27,94% coloca o material direto na estufa, ato incorreto de se fazer, um alicate tem que passar pela desinfecção antes de ir para estufa. Todos os 50 salões entrevistados da Santa Maria todos tinha estufas, porém nenhuma autoclave, no questionário aplicado para a pergunta de como esteriliza o material, 82% responderam estufa, 12% ferve em panela, que são as manicures que atende em casa e de porta em porta, 6% coloca de molho na solução química, 25% das manicures colocam os materiais na estufa por 40 minutos, 29,5% colocam por 1 hora. A questão é que essas manicures não sabem quanto tempo necessário tem que permanecer na estufa. Segundo a resolução SS 374 recomenda-se 1 hora á 170° ou 2 horas a 160°. Os processos de desinfecção/ esterilização que utilizam não são eficazes ou não são realizados de forma apropriada, uma vez que, o tempo de exposição dos instrumentos ao meio adotado não é pertinente ao tempo recomendado, e ainda por empregarem formas não convencionais, como éter e acetona, o que não confere proteção ás clientes. O tempo estimado á esse tipos de produtos químicos são desconhecidos. Considera-se que uma boa alternativa é estimular o uso de alicate individual das clientes e evitar exposição direta ao sangue, em casos de ferimentos, visandose assim á prevenção contra á infecção pela hepatite. As práticas das manicures á respeito de cortar a cutícula de uma cliente e ocorrer o sangramento, 70% joga pó cicatrizante sobre o ferimento, 3,33% coloca o dedo diretamente no ferimento, o que os resultados mostram é que a manicure acaba tendo contato com o ferimento no momento de colocar o pó, devido que 76% não usam luvas, um número muito elevado, para tamanho descuido. A vacina para hepatite B está disponível em qualquer unidade de saúde, para toda a população, o esquema vacinal é de três doses com intervalos de 60 dias. Os dados revelam que 68% das manicures disseram ter tomado à vacina, 16%, disseram que não e outros 16% disseram que não lembra. Muitas manicures não 30 tomaram a vacina contra hepatite e outras não sabem se já tomou. Isso demonstra descuido com a própria saúde delas e de suas clientes. A vacinação contra o HBV é a maneira mais eficaz para prevenir a infecção e a transmissão do vírus. A região administrativa da Santa Maria sofre uma carência de informações sobre o assunto abordado, como relatado por muitas manicures e concluído pela pesquisa. Não há muitas palestras e cursos oferecidos pela cidade. Como estratégia de promoção á saúde e prevenção às doenças, os enfermeiros que trabalham nas unidades básicas de saúde da Santa Maria, podem montar uma equipe de profissionais, para a realização de programas educativos relacionados á doenças de alta infectividade, especificamente dirigidos á estas profissionais. 31 32 Referências Bibliográficas: 1- TAUIL, Márcia de Cantuária et al. Mortalidade por hepatite viral B no Brasil, 20002009. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, n. , p.472-478, 28 mar. 2012. 2- FERREIRA, Cristina Targa; SILVEIRA, Themis Reverbel da. Hepatites virais: aspectos da epidemiologia e da prevenção. Rev. Bras. Epidemiol., Rio Grande do Sul, n. , p.47387, 07 abr. 2004. 3- VRANJAC, Alexandre. Vacina contra hepatite B. Rev. 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Hepatite B: Conhecimento e prática dos alunos de odontologia da UFPB. Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, v. 3, n. 7, p.211-216, dez. 2007. 10- LIVRAMENTO, Andréa do et al. Avaliação do nível de conhecimento de adolescentes a respeito da transmissão e prevenção das hepatites B e C. Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, v. 38, n. , p.155-163, 26 set. 2009. 11- GIR, Elucir; GESSOLO, Fabiana. Conhecimentos sobre AIDS e alterações nas ações profissionais das manicures de Riberão Preto. Rev. Esc.enf.usp, Ribeirão Preto, v. 32, n. , p.91-100, ago. 1998. 12- ISIHI, Clementina Michielon de Augusto. Avaliação das condições de biossegurança e percepção de risco de tatuadores e perfuradores corporais em relação á infecção pelos 33 vírus das hepatites B e C, no município de São paulo. 2010. 162 f. Tese (1) - Pós Gradcoodernadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, São Paulo, 2010. 13- BARBOSA, Gisele Peixoto et al. Parto cesáreo: quem o deseja? Em quais circustâncias? Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 6, n. 19, p.1611-1620, nov. 2003. 14- SILVA, Carla Marins; VARGENS, Octavio Muniz da Costa. A percepção das mulheres quanto á vulnerabilidade feminina para contrair DST/HIV. Rev. Esc.enf.usp, Rio de Janeiro, v. 2, n. 43, p.401-406, 03 set. 2008. 34 Anexo 01 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA À SAÚDE DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA GERÊNCIA DE DST/AIDS Você está sendo convidada a participar de uma pesquisa intitulada: “CONHECIMENTO ATITUDES E PRÁTICAS DAS MANICURES /PEDICURES SOBRE HEPATITES B E C, NOS SALÕES DE BELEZA , BRASÍLIA, DF, 2012.” Esse estudo tem como onjetivo avaliar os conhecimentos, as atitudes e as práticas das manicures/pedicures em relação à hepatite B e C, nos salões de beleza do Distrito Federal, e a importância da vacina contra a Hepatite B. Essa pesquisa deverá fornecer informações importantes para a avaliação e monitoramento das políticas de saúde para Hepatites B e C. A participação nesse estudo não acarretará nenhuma despesa a minha pessoa, pois o estudo será custeado pela SES e UCB. Tenho a total liberdade de me recusar a participar ou de retirar meu consentimento, em qualquer fase da investigação, sem penalização alguma e sem prejuízo ao meu cuidado. O meu nome e o da instituição que trabalho não aparecerá no questionário e nem na pesquisa. Declaro que fui informado e devidamente esclarecido do projeto de pesquisa, desenvolvido pelo Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira, da Gerência de DST/Aids e Hepatites Virais da SES-DF, e que concordo voluntariamente em participar desta pesquisa. A qualquer momento, se desejar informações adicionais, posso entrar em contato com o pesquisador pelo telefone (61) 33221590. Brasília ______de ____________ de 2012. Nome:_________________________________________________________________ RG: ____________________ Data de nascimento: ____/____/_____ Sexo: M( ) F( ) Endereço:______________________________________________________________ Cidade:_____________________ Telefone: _______________________________ _______________________________________ Assinatura do declarante Declaração do Pesquisador Declaro, para fins da realização da pesquisa, que cumprirei todas as exigências acima, na qual obtive, de forma apropriada e voluntária, o consentimento livre e esclarecido do declarante acima, qualificado para a realização desta pesquisa. Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira 35 Anexo 02 - Termo de concordância do estabelecimento comercial. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA À SAÚDE DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA GERÊNCIA DE DST/AIDS PROJETO DE PESQUISA: CONHECIMENTO ATITUDES E PRÁTICAS DAS MANICURES /PEDICURES SOBRE HEPATITES B E C, NOS SALÕES DE BELEZA , BRASÍLIA, DF, 2012. TERMO DE CONCORDÂNCIA A Gerência de DST/AIDS do Distrito Federal, bem como as demais coordenações de DST e aids do país, estão implantando o “CONHECIMENTO ATITUDES E PRÁTICAS DAS MANICURES /PEDICURES SOBRE HEPATITES B E C, NOS SALÕES DE BELEZA , BRASÍLIA, DF, 2012.”, conforme orientação do Programa Nacional de DST e Aids. Esse estudo visa ao monitoramento do conhecimento das manicures sobre a transmissão da Hepatite B e C . Precisaremos de informações de 850 manicures. As informações que serão coletadas estão no questionário. Esse estudo é coordenado pela pesquisadora Maria Liz Cunha de Oliveira, chefe do Núcleo de Prevenção da GEDST /AIDS do Distrito Federal e é sua responsabilidade o fornecimento de qualquer esclarecimento antes, durante e após a pesquisa. As informações resultantes serão sigilosas, os resultados para os usuários potenciais do estudo serão apresentados na forma de relatórios parciais, sumários executivos e relatório final. A instituição pode tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento por e-mail ([email protected]), por telefone (33221590) ou por meio de correspondência no seguinte endereço: Gerência de DST/AIDS, SGAN 601, Conj. P, LACEN, Setor DIVEP, sala 06 – Asa Norte, CEP: 70830-10. Se a instituição estiver de acordo com esse termo, participará da pesquisa fornecendo autorização para a revisão dos documentos citados neste termo e a realização das entrevistas às parturientes. Eu,____________________________________________, dono do estabelecimento comercial _________________________________________________________ declaro ter entendido os esclarecimentos e concordo em incluir o salão no estudo, após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal – CEP – SES/DF. Brasília, de de 2012. ________________________________ Endereço do comitê de ética em pesquisa FEPECS - Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde. SMHN Quadra 03, conjunto A, Bloco 1 Edifício Fepecs - tel: 3324956 CEP 70.710-907 Brasília/DF. 36 Anexo 3 ROTEIRO DE COLETA DE DADOS SOBRE CONHECIMENTO ATITUDES E PRÁTICAS DAS MANICURES /PEDICURES SOBRE HEPATITES B E C, NOS SALÕES DE BELEZA, BRASÍLIA, DF, 2012. ID entrevistado:_______________ FICHA Nº ______ Entrevistador: ______________________________________Data da entrevista : // I DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS: 1. Data de nascimento: ____/_____/________ 2. Sexo:[1] Feminino [2] Masculino 3. Local de nascimento: ________________________ 4. Cidade de Residência: _________________________________ 5. UF: _____________ 6. Escolaridade : [0] Analfabeto. [1]Ensino fundamental incompleto. [2] Ensino Fundamental Completo. [3] Ensino Médio incompleto . [4] Ensino Incompleto . [5] Educação Superior incompleto. [6] Educação Superior completo. [7]Pós – Graduação. [8] Ignorado. 7. Estado Civil: [1] solteiro [2] Casado [3] união estável [4] viúvo [5] separado 8. Qual a sua Cor: [1] branco [2] negro [3] mulato [4] amarelo 9. Renda Familiar (R$): [1] < 1 sm [2] 2 a 5 sm [3] 6 a 9 [4] > 10 sm 10. Qual a sua ocupação? [1] Manicure 11. Tempo de Trabalho na Profissão? [1] 1 ano [2] 2 a 5 anos [3] 6 a 9 anos [4] > 10 anos. 12. Fez algum curso formal? [1] sim [2] não. Onde?_____________ II DADOS SOBRE O LOCAL DE TRABALHO 13 . Localização do estabelecimento: [1] SALÃO DE BELEZA DE SHOPING [4] SALÃO DE BELEZA DE BAIRRO [2] Barbearia [5] Barbearia e salão de Beleza [3] Casa [6] Porta em porta III CONHECIMENTOS SOBRE HEPATITES B E C 14. Você sabe o que é hepatite B ? [1] Sim [2] não . 15. Você sabe o que é hepatite C ? [1] Sim [2] não 16. Qual dos dois você acha mais grave? 37 [1] Hepatite B. [2] Hepatite C. [3] Não há diferença. [4] Não sabe. 17. A Hepatite viral é uma doença que ataca o : [1] Coração. [2] Fígado. [3] Intestino. [4] Não sabe. [5] vários órgãos. [6] Outros. 18. Na Hepatite a maioria das pessoas não sente nada isto é : [1]Falso [2] Verdadeira 19. Algumas pessoas que se infectam com este vírus podem se curar mesmo sem tratamento. [1] Falso [2] Verdadeira 20. A pessoa que se contamina com o vírus da hepatite B ou C, mesmo sem estar doente pode transmitir a doença. [1] Falso [2] Verdadeiro 21. Somente a pessoa doente de hepatite transmite esta doença ? [1] Falso [2] Verdadeiro 22. O que a pessoa sente quando está com Hepatite? ( sinais/sintomas) [1] Cansaço. [2] Perda de peso. [3] Intestino. [4] Dor muscular. [5] Falta de apetite. [6] Outros. [7] Urina escura. [8] Coloração amarela da pele e no branco dos olhos. 23. Como você acha que se pega Hepatite B e C ? [1] Água. [2] Comida. [3] sexual. [4] Ar. [5] Contato de pessoa a pessoa. [6] Contato com objetos sujos com sangue. [7] Contato com fluídos orgânicos (saliva, sêmen ). [8] Não sei. 24. A hepatite é uma doença que com o tempo leva a : (marque quantos achar necessário ) [1] doença do coração. [2] Doença de pele. [3] Cirrose Hepática. [4] Transplante de rim. [5] Câncer de fígado. [6] mal-estar. [8] Não sei. 25. Existe vacina para evitar pegar a hepatite B? [1] Sim [2] não [3] Não sei. 26. Existe vacina para evitar pegar a hepatite C ? [1] Sim [2] não [3] Não sei. 27. Quem deve tomar vacina para Hepatite? ( marque quantos achar necessário ) [1] Quem usa drogas. [2] Profissionais de saúde . [3] quem faz sexo sem camisinha. [4] Todas as pessoas. [5] Portadores de doença crônicas. [6] Não sabe. 28. Quem apresenta riscos para adquirir o vírus da Hepatite B e C ? [1] Quem pratica sexo sem o uso de preservativos . [2] Recém-nascidos das mães portadoras de hepatite. 38 [3] Quem tem contato social ou familiar com material de uso pessoal ( barbeadores, escovas de dente, alicates de cutícula sem esterilização adequadas). [4] Receptores de órgão ou tecidos transplantados. [5] Profissionais de saúde. [6] Usuários de drogas [7] Outros _____________. IV ATITUDES 29. Como você evita pegar as Hepatites B e C ? [1] Evitar partilhar objetos pessoais, aparelhos de barbear, escovas de dente, brincos e cortadores de unha. [2] Assegurar que são usadas agulhas descartáveis para fazer tatuagens e colocar “piercing”. [3] Usa preservativo quando tem relações sexuais. [4] Tomar vacina contra Hepatite B. [5] Nunca compartilhar agulhas ou seringas. [6] Não sabe. [7] Outros _____________. 30. No seu trabalho o que você faz para prevenir a transmissão da doença para outras pessoas? [1] Esteriliza material como o pau de laranjeira, afastador de cutícula e alicate com água e sabão. [2] Lava os materiais como pau de laranjeira, afastadorde cutícula e alicate com água e sabão. [3]Orienta a cliente para que ela tenha o seu alicate, lixa, pau de laranjeira e esmalte. [4] Joga fora o esmalte usado pela cliente que sangrou . [5]Lava material com solução química esterilizante. [6] Não sabe. 31.Como você limpa o material [1] Lava os materiais como o pau de laranjeira, afastador de cutícula e alicate com água corrente [2] Lava os materiais como pau de laranjeira, afastador de cutícula e alicate com água e sabão. [3] Coloca o material após uso direto na estufa. [4] Coloca o material de molho na água sanitária. 32. Você esteriliza o material em: 39 [1] Ferve em panela normal. [2] Ferve em panela de Pressão. [3] Coloca na estufa. [4] Coloca na autoclave. [5] Coloca de molho em solução química. 33. Quanto tempo você coloca na estufa. [1]15 minutos [2] 30 minutos [3] quarenta minutos [4] uma hora. [5] outros _______________. 34.Quanto tempo você coloca no autoclave. [1]15 minutos [2] 30 minutos [3] quarenta minutos [4] uma hora. [5] outros _______________. 35. Quanto tempo você coloca na panela de pressão para ferver [1]15 minutos [2] 30 minutos [3] quarenta minutos [4] uma hora. [5] outros _______________. 36. Quanto tempo você coloca na panela para ferver. [1]15 minutos [2] 30 minutos [3] quarenta minutos [4] uma hora. [5] outros _______________. V PRÁTICAS 37. No caso de cortar a cutícula de uma cliente e ocorrer sangramento, o que você faz? [1] Coloca acetona no algodão e cobre o ferimento. [2] Joga pó cicatrizante sobre o ferimento. [3] Cobre com algodão o ferimento . [4] Coloca o seu dedo diretamente no ferimento para parar o sangramento . [5] Passa uma solução para matar bactérias. [6] Coloca pedra ume sobre o ferimento. 38. Você usa luvas para fazer as unhas de suas clientes ? [1] sempre [2] as vezes [3] nunca 39. Você usa o material do salão para fazer a sua própria unha? [1] sempre [2] as vezes [3] nunca 40. Você lavar o pau de laranjeira, afastador de cutícula e alicate usando luva ? [1] sempre [2] as vezes [3] nunca 41. Já sofreu algum acidente com material de trabalho ? [1] Sim [2] não. 40 42. Já sofreu algum outro acidente de trabalho que levou o contato com sangue de uma cliente ? [1] Sim [2] não. VI DADOS SOBRE A VACINAÇÃO 43. Você já tomou a vacina contra Hepatite ? [1] Sim [2] não. VII FATORES DE RISCO 44. Alguém que mora na sua casa já teve Hepatite ? [1] Sim [2] não. [3] Não lembra. 45. Se sim, quem? [1] Pai [2] marido ou companheiro [3] crianças. [4] Mãe [5] Irmão [6] outro______ 46. Já recebeu transfusão? [1] Sim [2] não. 47. Sua transfusão foi : ( ) antes de 1993 ( ) após 1994 48. Fez Cirurgia? [1] Sim [2] não. 49. Tem tatuagem? [1] Sim [2] não. 50. Tem piercing? [1] Sim [2] não. 51. Já compartilhou material cortante de higiene pessoal como aparelho de barbear? [1] Sim [2] não. 52. Já teve relação sexual desprotegida? [1] menos de 6 meses [2] mais de 6 meses 53. Já contraiu alguma doença sexualmente transmissível? [1] Sim [2] não.[3]não sei 54.Usou injeções (seringas de vidro) com fortificantes ? [1] Sim [2] não. [3] não sei 55. Já realizou algum reparo odontológico ? [1] Sim [2] não.[3] não sei. 41 42 43 44