QM06. Estudo da liberação controlada de paracetamol microencapsulado em acetato de celulose Primo JO, Silva LO, Neves MC, Romero AL, Romero RB Introdução: As nano e micropartículas são sistemas transportadores de fármacos que podem melhorar a farmacocinética e o direcionamento a sítios de ação específicos no organismo, além de diminuírem a toxicidade e tempo de permanência dos fármacos na circulação. A fim de melhores resultados sistemas poliméricos são utilizados, destacando o acetato de celulose (AC), um polímero biocompatível e biodegradável amplamente utilizado em nanopartículas poliméricas, que possui baixa toxicidade, alta estabilidade térmica, elevada rigidez. Micropartículas biodegradáveis podem ser produzidas através de diferentes métodos, como por exemplo, evaporação/extração de solvente, spray-drying, fluídos supercríticos e polimerização em emulsão. Objetivo: Estudar a liberação de paracetamol microencapsulado em AC em fluído de simulação intestinal (pH 7,4). Metodologia: As micropartículas de AC foram preparadas pela técnica de miniemulsificação/evaporação do solvente, utilizando AC da Sigma-Aldrich (grau de substituição de 2,5). A fase orgânica (FO) foi preparada em solução de 300 mg de AC em 20 mL de diclorometano e 30 mg de paracetamol solubilizado em 2 mL de água, sob agitação magnética por 30 minutos, à temperatura ambiente. A fase aquosa (FA) utilizada foi preparada pela dissolução de 1 g do surfactante Tween 80 em 50 mL de água sob agitação magnética por 1 h. Após 30 minutos nessas condições, a FO foi adicionada à FA e a agitação foi mantida até a evaporação do solvente. Após a obtenção das microesferas carregadas com fármaco, 100 mg do material foram adicionados à 10 mL de uma solução tampão de pH 7,4. A solução foi mantida sob agitação constante com temperatura controlada de 37 ºC. Alíquotas de 3 mL foram recolhidas, em intervalos de tempo 1, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 40, 60, 1440, 2880 e 7200 minutos, e em seguida, as leituras de absorção foram realizadas em um espectrofotômetro UV-Vis (λ 307 nm). Posteriormente as alíquotas foram devolvidas para dentro do frasco. A concentração de paracetamol liberado a partir das microesferas foi determinada a partir de uma curva analítica, correlacionando a absorção versus concentração do fármaco utilizado. O tamanho médio das micropartículas foi analisado por microscopia eletrônica de transmissão. Resultados e discussão: As amostras apresentaram morfologia esférica com diâmetro variando de 0,1 a 800 m. Após uma hora de contato com o fluído de simulação intestinal observou-se liberação de 14% de paracetamol e para 24 horas liberação de aproximadamente 50%. A liberação máxima do fármaco foi observada em 120 horas. Estes resultados indicam que a liberação do paracetamol, microencapsulado no sistema avaliado, em condições reais (in vivo), poderá apresentar um maior tempo de ação e eficiência em uma única dose. O perfil de liberação de paracetamol sugere que a cinética passa por um período de indução, que se refere ao tempo que as moléculas que estão incorporadas mais superficialmente se difundem na solução. Após esse período o fármaco do interior da matriz é liberado. Estes resultados demonstram a potencialidade de aplicação das microesferas de acetato de celulose como sistema para liberação controlada de fármaco. Palavras-chave: Micropartículas, acetato de celulose, liberação controlada. Apoio financeiro: Fundação Araucária, MEC/SESu, CNPq.