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Ação integradora do PIBID nas escolas públicas de Viçosa
Programa de Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
Carolina Alvarenga de Carvalho
UFV, [email protected]
Fernando Antônio de Carvalho Filho
PALAVRAS CHAVE: Docência, Qualidade de vida, Aprendizado.
INTRODUÇÃO
Este trabalho relata as atividades realizadas na Escola Municipal Padre Francisco
José da Silva, localizada no município de Viçosa, Minas Gerais, no bairro Nova Viçosa que é
um bairro periférico. Este projeto é mantido pela CAPES, a fim de aperfeiçoar e estimular a
formação de docentes, bem como aproximar o ensino básico da Universidade Federal de
Viçosa. As atividades são realizadas com alunos de sétima e oitava série do ensino
fundamental.
A aproximação da universidade ao ensino básico proporciona aos estudantes
universitários a oportunidade de colocar em prática o aprendizado teórico, acrescentando
muito para a formação profissional. Na escola Padre Francisco José da Silva o projeto conta
com a participação de seis estudantes da graduação em geografia, orientados pela professora
Janete Regina Oliveira e coordenados pelo professor de geografia da escola, Fernando
Antônio de Carvalho Filho.
A escola funciona nos três turnos, o matutino e vespertino funciona escola de
ensino básico e noturno EJA - Educação de Jovens e Adultos. Atende os moradoras de
bairros periféricos e rurais da cidade. Devido a sua localização a escola enfrenta vários
problemas infra-estruturais e financeiros. Tendo sérios problemas com a prefeitura.
O período ao qual desenvolvemos as atividades é o matutino, que começa às sete
horas da manhã e termina às onze horas e trinta minutos. O ano letivo conta com duzentos
dias, divididos em quatro bimestres.
Alguns problemas infra-estruturais identificados foram: a escola não possui muro,o
que permite a invasão da escola e facilita roubos de materiais; faltam salas de aula para
atenderem aos alunos, a biblioteca tem que ser usada como sala de aula; há problemas quanto
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
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ao lixo e ao mato presente no entorno da escola. Alguns outros problemas como falta de
materiais, falta de livros, problemas quanto a pedidos não atendidos pela prefeitura.
(Frente da escola)
Este último problema afetou diretamente ao projeto, visto que o ônibus que foi
pedido à prefeitura para transportar os alunos durante o trabalho foi confirmado, no entanto
no dia da atividade não compareceu. Roubos de mapas e materiais, depredação dos cartazes
e murais criados nas aulas.
Algumas questões foram parcialmente resolvidas, a prefeitura começou a
construção do muro na escola, no entanto a obra esta paralisada. Alguns materiais essenciais
para as aulas foram comprados. Uma campanha sobre o lixo esta se iniciando na escola.
A campanha sobre o lixo é tratada de uma forma ampla, englobando as questões
de consumo, poluição, reciclagem, reaproveitamento. O trabalho é realizado a partir da
perspectiva geográfica, trouxemos os conceitos de espaço, lugar, regiões. Através de
atividades que identificam a localização da produção e consumo, as áreas que sofrem maior
impacto com a poluição, quais são as regiões que mais consomem e poluem. E a questão da
preservação do ambiente em que vivem visando à melhoria na qualidade de vida.
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Todas as atividades propõem a reflexão dos alunos quanto ao seu papel dentro
dos diversos ambientes que vivem. Inserindo os como sujeitos capazes de alterar o espaço
geográfico, e a possibilidade de melhoria na qualidade de vida a partir de medidas simples.
(Lixo na escola)
OBJETIVOS
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As atividades desenvolvidas na escola objetivam o conhecimento por parte dos
estagiários do espaço ao qual a escola esta inserida. É fundamental entender em qual o
ambiente a escola se situa, quais são os aspectos culturais e sociais.
“Analisar a escola como espaço sócio-cultural significa compreende-la na
ótica da cultura, sob um olhar mais denso, que leva em conta a dimensão
do dinamismo, do fazer-se cotidiano, levado a efeito por homens e
mulheres, trabalhadores e trabalhadoras, negros e brancos, adultos e
adolescentes, enfim, alunos e professores, seres humanos concretos, sujeitos
sociais e históricos, presentes na história, atores na história. Falar da
escola como espaço sócio-cultural implica, assim resgatar o papel dos
sujeitos na trama social que a constitui, enquanto instituição.”(DAYRELL,
2001, p.137)
A população, embora não se dê conta do seu papel, deixa muitas marcas no
ambiente escolar, pois os alunos trazem consigo os seus hábitos cotidianos e agem com os
demais alunos, com os professores e demais funcionários de acordo com os hábitos trazidos
da comunidade. Portanto para que o trabalho tenha aplicabilidade é preciso compreender
quais são as especificidades da comunidade, quais as demandas e qual a opinião desta quanto
à escola.
Entender qual a realidade dos alunos, descobrir seus sonhos, dificuldades, a
relação com a geografia. Temos como principio de trabalho o bem estar e melhoria na
qualidade de vida, portanto identificar os anseios dos alunos, acreditar neles e proporcionar
espaços para que estes sonhos se desenvolvam é uma forma de trazer a auto-estima para os
alunos.
Apresentar os conceitos geográficos, fugindo do senso comum, que estes estão
acostumados a ouvir, é uma maneira de afirmar a ciência geográfica. Mostrar ao aluno sua
importância para a construção do espaço e, portanto a sua importância na geografia, como
agente capaz de modificar o meio.
Conhecer o ambiente escolar, vivenciar o funcionamento da escola, descobrir
quais os desafios e gratificações da carreira do professor. São oportunidades especiais para
nos prepararmos para o trabalho. Durante o tempo de convívio na escola temos a
oportunidade de compreender as relações que acontecem fora da sala de aula, que são à
base da organização. Identificar a importância de uma boa administração para o
funcionamento da escola é uma meta do estágio.
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Descobrir qual a opinião dos professores sobre a docência, é uma oportunidade
de refletirmos e decidirmos se há certeza quanto à escolha da docência como profissão,
diante do cotidiano dos professores, seus depoimentos, relações presenciadas entre
professores e alunos, professores e os demais funcionários.
METODOLOGIAS
Para realizarmos as atividades citadas, primeiramente conversamos com os
funcionários da escola, através de entrevistas identificamos as questões que foram abordadas
no trabalho.
Textos foram usados como embasamento teórico, direcionando - nos para
como realizar as abordagens, tanto dos professores quanto dos alunos.
Entrevista com professores, abordando temas sobre sua relação com os alunos,
com os professores, o tempo de magistério, qual foi a sua formação, como consideram a
valorização profissional, qual a importância que suas disciplinas podem ter na formação dos
alunos.
Entrevista com alunos sobre a visão que possuem sobre a escola, é um espaço
ou um lugar? Os alunos foram questionados sobre seu sentimento em relação à escola, se
gostavam ou não do ambiente, qual o objetivo deles em irem à escola, como consideravam a
relação com os professores.
Aplicamos atividades com os alunos para identificar características do ambiente
em que vivem, aproximação dos alunos com a geografia, estimulo à leitura através de
reportagens que despertassem a curiosidade, produção de textos críticos, conscientização da
importância do aluno para a construção do meio. Aconteceram aulas que estimulavam a
reflexão dos alunos, quando colocados na situação de consumidores, informações sobre o
lixo que produzem, questionados sobre qual a importância que eles dão a reciclagem.
Uma atividade que despertou muito interesse foi a realizada com embalagens.
Pedimos aos alunos que levassem embalagens de produtos que costumavam usar, para
identificarmos as cidades que estas eram produzidas. A partir da identificação trabalhamos
com a questão dos circuitos de produção, a circulação de mercadorias, e regionalização.
Para fecharmos o trabalho pedimos aos alunos que fizessem trabalhos para uma
pequena exposição na escola, sobre o conteúdo aprendido, os temas que mais lhes chamou
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atenção. E ainda que escrevessem qual foi a avaliação que eles fizeram a respeito da aula, se
gostaram, quais temas gostariam que fosse trabalhado, se havia ainda alguma dúvida ou
reclamação.
RESULTADOS PRELIMINARES
Os alunos se mostram mais interessados ao conteúdo, a presença de novos
indivíduos na escola despertou a curiosidade e interesse nos alunos. Sentiram se valorizados
quando são perguntados sobre suas opiniões e propostas de aulas.
As atividades propostas foram bem aceitas pela maioria dos alunos, aulas fora
das salas de aula geraram muita empolgação e maior interesse sobre o conteúdo.
Problemas como o lixo foram minimizados no ambiente escolar, a partir da
conscientização feita nas aulas sobre poluição. O s próprios alunos se fiscalizam, para manter
salas e pátio limpos, separar o lixo orgânico do lixo reciclável, não desperdiçar a merenda
escolar e também o próprio material, como folhas de caderno, lápis, caneta. Identificamos a
compreensão do conteúdo e o alcance da nossa meta. Os alunos se colocaram no papel de
modificadores do ambiente, capazes de alcançar melhorias na qualidade de vida.
Porém alguns alunos se mostram indiferentes às aulas, pois segundo eles vão à
aula somente porque é necessário, ir para a escola é um ato cotidiano que não traz nenhum
benefício. As atividades propostas só se mostram interessantes quando corresponde algum
valor numérico nas notas bimestrais.
Com estes alunos que se mostravam unicamente mecânicos quanto aos
conteúdos, descobrimos que a escola pode ser um lugar ou um espaço. Para estes alunos a
escola é um espaço institucional que precisam ir exclusivamente por obrigação, mas para
outros a escola é um lugar. Um lugar de encontro com os amigos, com professores, de
aprendizado e também de diversão. Esse sentimento sobre a escola torna as aulas mais leves,
os conteúdos mais interessantes, o ato de ir à escola deixa de ser um peso.
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BIBLIOGRAFIA
DAIRELL,Juarez. Múltiplos olhares sobre a educação e cultura. 2 edicao. Belo Horizonte.
UFMG, 2001.196 p.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. São
Paulo. Papirus, 1998.
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e
aprendizagem. Trabalho apresentado no XXII Reunião Anual da ANPEd, Caxambu,
setembro de 1999.
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