A EDUCAÇÃO NO CAMPO E A INADEQUAÇÃO DESTA À

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A EDUCAÇÃO NO CAMPO E A INADEQUAÇÃO DESTA À
REALIDADE DA AGRICULTURA FAMILIAR.
SILVA1,2, L. M. R.. [email protected]
CARVALHO1, C. A.. [email protected]
SANTOS 1, E. E.. [email protected]
RESUMO
O Brasil, que é um país eminentemente agrário pouco tem se preocupado com sua
população rural. Apesar de existirem programas de auxílio e distribuição de renda, ainda
assim a população do meio rural vem sofrendo há muito tempo com as condições de vida que
possuem.No que tange a problemática da educação no campo, trabalhos são realizados na
perspectiva do reconhecimento das dificuldades e potencialidades que acompanham este
meio. Escolas multisseriadas, que é uma política freqüente na realidade das escolas em zonas
rurais acoplam alunos de diferentes faixas etárias e diferentes níveis de alfabetização com
professores insatisfeitos e que às vezes não estão preparados para essa prática, escolas com
difícil acesso aos estudantes, com ausência de transporte, além da carência das famílias que
obrigam os filhos muitas vezes a abandonarem os estudos para se dedicar a trabalhos para
ajudarem no sustento . Qual seria a alternativa para diminuir a evasão escolar no campo? E
ainda concomitantemente, melhorar a qualidade do ensino? Como a educação diferenciada
poderia estimular e ainda ajudar a família rural? Algumas teses serão tratadas na perspectiva
de esclarecimento sobre o tema.
Palavras-chave
Educação no campo, agricultura familiar, escolas multisseriadas, zona rural, agroecologia.
INTRODUÇÃO
O meio rural há muito tempo é visto como sinônimo de atraso, considerando uma
escala evolutiva entre cidade-campo. A desvalorização do campo e concomitantemente de
sua população não é algo tão recente.
Desde o golpe militar de 1964, com as políticas de mecanização do campo e
capitalista, o aumento da produção agrícola e a forte concentração de renda, há a
revalorização do latifúndio, e o descaso com os trabalhadores do campo, como os pequenos
proprietários rurais. Nesse período, o intenso êxodo rural parecia indicar que a população
rural estava condenada a desaparecer, e assim também, as preocupações com a educação no
campo. Contudo, após o fim da ditadura militar, houve uma retomada intensa de movimentos
sociais ligados às causas do campo, como movimentos ligados a questão agrária e referentes
¹Acadêmicas do Curso de Geografia pela Universidade Federal de Viçosa.
² Bolsista de Iniciação Científica- CNPq-2009/2010.
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às condições dos trabalhadores rurais. É nesse momento que a educação rural entra em cena,
como medida estratégica para revalorização do campo,reivindicado por estes movimentos.
O rural deve ser entendido por suas especificidades, como ressalta Araújo et al
(2009), e que o reconhecimento do rural deve basear-se na concepção, ao qual ele não
pode ser definido por oposição, mas em sua relação com as cidades, devendo-se atentar
sempre para a manutenção de suas especificidades. Um dos meios possíveis de mostrar e se
utilizar dessas especificidades, é a partir da educação. Uma educação aplicada ao cotidiano
dessas pessoas, atendendo suas particularidades.
Em 2003, o Ministério da Educação criou um Grupo Permanente de Trabalho, para
cuidar da causa da educação. A missão principal deste é reunir a educação no campo aos
movimentos sociais. As diferenças de riqueza e da cultura que estas pessoas trazem, devem
ser consideradas na educação, para desenvolvimento em cada região do país.
Uma das metas do Grupo Permanente de Trabalho é a proposta de uma educação
que valorize as qualidades do professor e ainda as especificidades dos alunos, atendendo as
suas demandas e de sua família.
Seguindo a tendência citada Biazzo (2008)apud Rua (2005) de urbanização do rural
-continuum rural-urbano- muitas vezes as crianças e jovens de zona rural são transportados
para receber educação na zona urbana, ao invés do próprio rural. Considerando o processo
de desenvolvimento rural como processo de urbanização do campo.
Atualmente no Brasil, o modelo de agricultura familiar moderna é dominante, “onde
um em cada dois estabelecimentos adere a esse modelo”. (LAMARCHE, 1998). O autor em
sua pesquisa confirma o caráter fundiário brasileiro, com predomínio, em número, de
pequenas propriedades, nas quais, a agricultura familiar moderna é o modelo dominante.
O aumento da produtividade agrícola, pressionado pelo crescente aumento da
população, tem valorizado os grandes latifundiários em detrimento dos pequenos produtores.
O processo de empobrecimento e expropriação das famílias trabalhadoras rurais tem como
causa principal a sujeição da renda da terra ao capital. (FERNANDES, 2001).
Porém, o estabelecimento rural não pode ser visto exclusivamente no âmbito
capitalista. Segundo Lamarche (1998), podemos observar uma diferenciação em relação aos
tipos de agricultura praticados. O estabelecimento agrícola é um objeto social que não pode
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ser compreendido apenas pela economia, pela agronomia ou pela sociologia. (LAMARCHE,
1998).
OBJETIVOS
-Geral:
O artigo tem como objetivo apresentar e discutir a educação no campo no Brasil, a
suas dificuldades e potencialidades, tanto para o estudante como para a família agrícola.
Apontar possíveis soluções práticas para melhorar a vida no campo e desenvolve-lo.
-Específico:
Encontrar opções de melhoramento da educação no campo, de modo que se possa
fixar o estudante na escola, diminuindo a evasão a partir de conhecimentos que ele possa
levar para a casa e com estes ajudar sua família na organização e produção do trabalho,
podendo melhorar os rendimentos e melhor aproveitamento da área. Levar ao estudante
educação de qualidade.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a elaboração deste trabalho, foi necessário uma pesquisa teórica sobre o tema
educação e família agrícola. Textos abordados durante as disciplinas de Geografia Agrária e
Estrutura e desenvolvimento no ensino fundamental e médio, discussões, além de trabalho de
campo realizado em São Miguel do Anta e Araponga.
DESENVOLVIMENTO
A situação da família no campo
Atualmente, passamos por uma fase de redefinição do meio rural. Com o retorno dos
movimentos sociais ligados ao campo após o final da ditadura militar e ainda o destaque que o
campo vem ganhando com a mecanização, este passou a ser visto de uma nova forma. Não
havia preocupação com educação no campo, já que com o êxodo rural existente na época,
pensava-se que em poucos anos, a população seria praticamente toda urbana:
Os processos de concentração fundiária e o êxodo rural, foram sempre
marcantes na história brasileira. O golpe militar de 1964 e o desenvolvimento de
um modelo econômico de base capitalista concentrador de renda, fizeram com
que os problemas relacionados à vida no campo e entre eles a Educação do
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Campo, fossem algo já resolvido. Parecia indicar que esses problemas não
existiam porque o próprio conceito de população rural estava fadado a
desaparecer. Contudo, o que aconteceu na realidade, é que, com o fim da
ditadura militar e com o retorno dos movimentos sociais que lutam pela reforma
agrária, as questões referentes às condições de vida e trabalho de quem vive ou
trabalha no campo voltaram ao centro das atenções com ímpeto redobrado.
(Extraído de: Referencia para uma política nacional de educação no campo:
caderno
de
subsídios,
disponível
em
www.inep.gov.br/download/.../Miolo_Seminario_Ed_Campo.pdf).
A vida no meio rural possui uma rotina árdua. Trabalhos pesados, diários,
praticamente sem férias, e sem demais direitos que o trabalhador urbano possui, são normais
neste tipo de relação. Existem quatro tipos de modelos para a produção no campo propostos
por Hugues Lamarche, sendo os dois mais relevantes para o nosso caso o de “agricultura
camponesa de subsistência” e o de “agricultura familiar moderna”. É importante ressaltar que
nenhum modelo proposto é absoluto.
Lamarche (1998) propõe quatro tipos de modelos de produção agrícola. São eles:
empresa, com característica das relações de produção serem “pouco ou não familiares”; o de
empresa familiar, que se distingue pela importância primordial da mão-de-obra familiar; a
agricultura camponesa e de subsistência, possuindo este uma forte predominância das lógicas
familiares e uma fraca dependência do exterior; e o modelo de agricultura familiar moderna,
que possui uma dupla dinâmica, sendo uma a busca pela diminuição constante do papel da
família nas relações de produção, ao mesmo tempo que busca também a maior autonomia
possível.
O modelo de agricultura camponesa ou de subsistência está vinculada a produção em
pequenas áreas, e está destinada à alimentação familiar e somente o excedente é
comercializado. Eles se sentem muito próximos da profissão de operário e estimam que seus
filhos devam, antes de mais nada, estudar e depois encontrar trabalho o mais rapidamente
possível. (LAMARCHE, 1998).
Segundo o Censo Demográfico 2000, divulgado pelo IBGE, cerca de um quinto da
população brasileira ainda se encontra no campo. Estes cerca de 32 milhões de brasileiros
encontram-se em franca desvantagem, tanto no que diz respeito à educação, cultura, e
distribuição de renda, em relação aos habitantes de zona urbana.
Com respeito à educação, na zona rural se encontram os maiores níveis de
analfabetismo, com uma taxa quase três vezes maior que a cidade, com 29,8% , sendo a zona
urbana 10,3%.
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Não é somente na zona rural que existe trabalho infantil. Este é associado à pobreza e
esta, por sua vez, a um processo histórico de crescimento econômico, não sendo decorrente
das características individuais ou morais dos indivíduos. (LEITE et al, 2002).
Como coloca Marques, (2002), apesar do espaço agrário do Brasil apresentar um
alto potencial agrícola, ele apresenta proporcionalmente, maiores índices de pobreza em
relação à cidade, atingindo cerca de 39% da população rural em 1990 (IPEA 1996). Assim,
sendo a população rural mais carente, a evasão escolar em função da necessidade de se
trabalhar, ajudando suas famílias ocorre com mais freqüência. Existem outras razões também
contribuindo para o aumento do trabalho infantil e diminuição das taxas de matrículas nas
escolas, como a dificuldade de se chegar às escolas aliados a um modelo de agricultura onde
a família contribui com a maior parte, senão com toda mão-de-obra.
Outro ponto a ser colocado, é em função do nível de escolaridade dos alunos na zona
rural. Segundo dados do IBGE- PNAD em 2001, pessoas da zona rural com 15 anos ou
mais possuem em média 3,4 anos de estudo, enquanto na cidade esta taxa alcança 7 anos.
Um fator que pode influir a achar que a situação não é tão discrepante como é na
realidade, é o fato da taxa da matrícula. Ainda utilizando dados o IBGE-PNAD, (2001),
encontramos taxas de matrícula de 95% de alunos da zona rural, entre 10 a 14 anos, não
sendo inferior que a dos centros urbanos, em torno de 97%. Porém há o problema do atraso
escolar no campo, que chega a 72%.
A situação da educação no campo
A educação no campo é um tema recentemente debatido, pesquisado e
questionado. Culturalmente em nosso país a zona rural é conceituada de maneira
preconceituosa como região de atraso, seus habitantes são vistos como ignorantes e menos
capacitados que os habitantes da zona urbana. Em vista desta analise sem fundamentos o
campo ficou muitos anos excluído de discussões importantes para a elaboração de políticas
publicas.
Recentemente, há aproximadamente uma década a questão rural é discutida com
maior representatividade. Tal representatividade alcançada pela união dos camponeses em
organizações que lutam pelas questões sociais e direitos garantidos por lei.
Para compreender a origem deste conceito é necessário salientar que a
Educação do Campo nasceu das demandas dos movimentos camponeses na
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construção de uma política educacional para os assentamentos de reforma
agrária. Este é um fato extremamente relevante na compreensão da história da
Educação do Campo. Dessa demanda também nasceu o Programa Nacional
de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) e a Coordenação Geral de
Educação do Campo. As expressões Educação na Reforma Agrária e
Educação do Campo nasceram simultaneamente, são distintas e se
complementam. A Educação na Reforma Agrária refere-se às políticas
educacionais voltadas para o desenvolvimento dos assentamentos rurais.
Neste sentido, a Educação na Reforma Agrária é parte da Educação do
Campo, compreendida como um processo em construção que contempla em
sua lógica a política que pensa a Educação como parte essencial para o
desenvolvimento do Campo.( FERNANDES, P. 1e2.)
O sistema educacional brasileiro prioriza a formação de profissionais destinados a
ocupar as vagas das empresas. Exercendo funções de operariado nas indústrias, moldados
para receberem ordens e cumpri-las com eficiência. A demanda por mão-de-obra é
crescente, devido ao crescimento do consumo, estimulado pelo sistema capitalista. Em vista
desta situação o governo se encontra pressionado pelas empresas a incentivar o crescimento
educacional. Porém esse crescimento na maioria dos casos acontece de forma meramente
quantitativa. O governo não faz investimentos direcionados às necessidades regionais. Existe
no país a padronização da educação.
Evidências práticas desta padronização, são os livros didáticos, usados em nível
nacional, e a formação de professores, que raramente são capacitados para atender as
especificidades locais.
A educação foi um dos principais pilares do processo de industrialização e
modernização do mundo ocidental, a despeito da sua possível capacidade de
gerar homens críticos. A partir dos anos 50, gestou- se no Ocidente uma
concepção educacional de massas, muito mais apoiada na memorização de
conceitos e rotinas que propriamente numa visão heterogênea e crítica da
realidade. (RICCI, 1999, p.143)
Essa unificação do ensino baseada nas necessidades urbanas e industriais, não
considera as necessidades do campo. Geralmente as escolas rurais ministram os mesmos
temas abordados nas cidades.
O conteúdo ensinado de forma sistemática e precária culmina no desinteresse do
aluno pelo estudo. Muitos desistem de freqüentar a escola, tantos outros querem apenas
concluir as series obrigatórias, por pensarem que o diploma lhes trará garantia de uma vida
melhor e alguns outros estudam para terem a oportunidade de saírem do campo para
continuarem a estudar.
Alem da inadequação didática, o ensino rural enfrenta graves problemas de
infra-estrutura. Muitas regiões não possuem escolas na área rural, portanto os alunos são
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destinados a freqüentar escolas da zona urbana. Porém o transporte destes alunos é
deficiente, ou em tantos outros casos não há disponibilidade de transporte escolar.
Há também a deficiência da formação dos professores, e a escassez de
profissionais que se interessem em atuar na zona rural. Além das dificuldades de transporte,
existem os problemas da baixa remuneração e da falta de incentivo. Novamente a cultura
centralizadora do urbano, segrega a área rural. Dificultando o desenvolvimento educacional
nestas regiões.
As EFA’s, uma educação destinada ao campo
As Escolas Família Agrícolas- EFA’s são um exemplo de modelo educacional eficiente
e destinado ao campo. Nestas escolas as crianças e os jovens tem a oportunidade de
cursarem o ensino médio regular, e aprenderem práticas agrícolas. Ao término do curso o
aluno se torna técnico agrícola. Geralmente as EFA’s são implantadas a partir da mobilização
da comunidade, que percebem a necessidade de instruir os estudantes.
É característica dos estudantes das zonas rurais o sonho de saírem do campo, por
julgarem que o rural é atrasado, e na cidade eles encontraram mais oportunidades de melhoria
de vida.
As escolas famílias agrícolas surgiram na França com o objetivo de solucionar os
problemas da educação rural, utilizando também o método da alternância. Que consiste na
divisão de períodos de internato na escola e aplicação do aprendizado nas propriedades
familiares.
No Brasil as EFA`s se implantaram no Espírito Santo, em 1969, trazido pelo padre
Humberto Pietogrande, pertencente à Companhia de Jesus.
As EFA`s são uma solução para a educação no campo, pois está preocupada em
ensinar o jovem sobre sua realidade, e uma escola diferente das escolas padronizadas da
educação brasileira, pois objetiva as especificidades regionais, e respeita as limitações de
cada região e valoriza as potencialidades.
Esta forma de ensinar é estimulante, pois os alunos percebem que não e apenas na
cidade que existe desenvolvimento, ou oportunidades de crescimento econômico. O seu
dia-a-dia pode ser modificado, as plantações podem ser mais produtivas, a qualidade de vida
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pode ser melhor. Desmistifica o rural como um ambiente hostil, os indivíduos passam a
compreender que aquele espaço e o seu lugar e deve ser valorizado.
CONCLUSÃO
A discussão tomada a partir de modelos de educação em massa, não colocando em
evidencia características dos alunos tem sido praticada no Brasil a certo tempo. Tanto as
escolas de educação básica do meio urbano quanto do rural, possuem os mesmos
cronogramas e temas a serem abordados. Porém como percebemos com a elaboração deste
artigo, em diversos pontos podemos perceber objetivos diferentes entre população rural e
urbana. É necessário uma educação adequada à realidade de cada um. Este tipo de educação
poderia ajudar a resolver diversos problemas que afligem campo-cidade. O êxodo rural, que
foi um dos responsáveis pelo inchaço das cidades, chegando a se tornar um problema,
poderia ser amenizado com uma política de educação que valorize o trabalhador rural e seu
trabalho.
Uma educação baseada nas necessidades e potencialidades do trabalhador do
campo, de modo que quebre a idéia de subdesenvolvimento do espaço rural quando
comparado ao urbano, tem sido buscada. As EFA’s são uma alternativa viável a esta
realidade. Desde o início que se deu a implantação, no Brasil, desse modelo educacional
destinado ao campo, resultados positivos foram alcançados. Com a mobilização de toda a
família desde a implantação da escola até na aplicação dos conhecimentos obtidos no período
que o aluno permanece na escola, a família sai ganhando, tanto pelo estreitamento das
relações familiares quanto pelo aprendizado do filho que será repassado a todos.
Assim, além de fixar o trabalhador ao campo, tal modelo educacional forma
profissionais.
Concluindo, após os estudos realizados, chegamos a conclusão de que a implantação
das Escolas Família Agrícola, além de viável é a mais adequada à realidade vivida por estes
cidadãos e suas famílias.
Referências
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