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Crescimento e competitividade da
economia moçambicana
2001-2010
João Mosca
Lisboa, ISEG/UTL, 22 de Março 2012
Que padrão de crescimento
Factores do crescimento e da competitividade
(com enfoque macro ex post)
Elementos de continuidade e descontinuidade
de médio prazo
Crescimento e competitividade da economia moçambicana (2001-2010)
Sumário
1.
CARACTERÍSTICAS DA ESTRUTURA ECONÓMICA COLOCIAL
2.
CRESCIMENTO ECONÓMICO
Crescimento e:
a) Crescimento sectorial e sustentabilidade
b) Pobreza e equidade
c) Financiamento do crescimento
d) Estabilidade económica
Crescimento e competitividade da economia moçambicana (2001-2010)
Sumário
3. COMPETITIVIDADE
3.1 Índices de competitividade e outros índices internacionais
4. FACTORES MACRO DO CRESCIENTO E DA COMPETITIVIDADE
5. RESUMO
6. CONTINUIDADES E DESCONTINUIDADES DO CRESCIMENTO
Características da
estrutura económica colonial
Características da estrutura económica colonial
Economia de serviços
Extraversão da economia - padrão acumulação no exterior (Portugal,
RAS e Índia eixo do “Indico”)
Transferência de recursos da agricultura e do meio rural para o
exterior e para as cidades
Economia dual (vários “dualismos”)
Pacto colonial (externo) e estabilidade interna das contas nacionais
Emergência de um capital de acumulação local e primeiros conflitos
(substituição de importações – industrialização)
Economia não competitiva (protegida e nacionalismo económico)
Produção com base em trabalho intensivo
Crescimento sectorial e sustentabilidade
Crescimento sectorial e sustentabilidade
Taxa de crescimento da economia, preços de 2003
Fonte: INE.
Crescimento sectorial entre 2000 e 2010, preços de 2003
Fonte: INE.
Crescimento sectorial e sustentabilidade
Evolução da participação sectorial no PIB, em %
Poupanças liquidas ajustadas
25
20
15
10
5
0
2000
2001
Sector agrário
Electricidade e água
Sector financeiro
Fonte: INE.
2002 2003
2004
Pescas
Construção
Outros serviços (1)
2005
2006
Ind. extractiva
Comércio
2007
2008
2009
2010
Ind. manufactureira
Transportes e comunicações
Fonte: AFD, 2009.
Crescimento sectorial e sustentabilidade
RESUMO: TERCIARIZAÇÃO E NÃO SUSTENTABILIDADE
A economia experimenta um prolongado período de crescimento
acelerado impulsionado pelo serviços (terciarização da economia) e
pela industria extractiva.
Verifica-se a perda de peso dos sectores produtivos de bens
(agricultura, pescas e industria transformadora “tradicional” de
bens para o mercado interno.
Há sinais de um crescimento não sustentável (recursos naturais,
ambiente) que questiona o crescimento liquido da economia .
Crescimento, pobreza e equidade social
Crescimento, pobreza e equidade social
Evolução percentual da pobreza, em percentagem da população
Fontes: Inquérito aos orçamentos familiares - IOF (MPD, 2010) para as percentagens de pobreza
e Francisco (2011a) para a pobreza rural
Evolução da população pobre, 1997 – 2003 – 2009 (milhares)
Fontes: IOF - MPD, (2010) para as percentagens de pobreza e INE (2010) para a população.
Crescimento, pobreza e equidade social
Índice de Gini
Fonte: PNUD.
Distribuição da riqueza, em percentagem
80
70
60
50
40
30
20
10
0
69
71
5
7
2002
2008
40% mais
Fonte: PNUD para o 1º gráfico e António Francisco para o 2º gráfico (lado direito).
40% mais ricos
Crescimento, pobreza e equidade social
RESUMO: CRESCIMENTO COM MAIS POBREZA E
MAIORES DESIGUALDADES SOCIAIS
Há mais pobres em 2008 que em 2003 e 1997
No meio rural há mais pobreza e é mais profunda
As dinâmicas económicas provocam o aumento das desigualdades sociais (ver
FMI, Regional Outlook, Outubro de 2011, pp. 31)
Financiamento do crescimento
Financiamento do crescimento
Balança de Acumulação
25
21
19
20
18
16
16
15
9
10
6
6
5
2
2
0
2005
2006
2007
Poupança interna (bruta)/PIB
2008
2009
Investimento total/PIB
Fonte: Banco Mundial.
Fonte: Banco de Moçambique.
Fonte: Banco de Moçambique.
Financiamento do crescimento
Evolução do Investimento
Fonte: CPI, recolha directa de informação.
Distribuição sectorial do total do investimento (2001 e 2010)
Concentração do volume de investimento por projectos
Fonte: CPI, recolha directa de informação.
Financiamento do crescimento
Evolução do crédito por sector a preços constantes
25
20
15
10
5
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Sector agrário
Construção
Comércio
Outros sectores
2007
2008
Indústria
Turismo
Transportes e comunicações
Fonte: Banco de Moçambique.
Distribuição sectorial do crédito, 2000-2010
9,4
33,7
16,7
5,4
3,4
9,4
22,0
Sector agrário
Construção
Comércio
Outros sectores
Fonte: Banco de Moçambique.
Indústria
Turismo
Transportes e comunicações
2009
2010
Financiamento do crescimento
Volume de recursos da cooperação (milhões de US$)
Distribuição dos recursos da cooperação por sector (2005-2011)
2000
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
2005
2006
2007
Fonte: ODAmoz, 2008.
2008
2009
2010
2011
Fonte: ODAmoz, 2008.
Financiamento do crescimento
Financiamento por recursos externos das principais contas nacionais
160
139,0
140
115,5
111,9
120
100
77,9
80
60
40
35,0
44,7
49,2
54,2
56
17,5
16,5
52,6
44,1
20
17,2
17,3
18,9
14,4
0
2005
2006
2007
2008
2009
Financiamento do orçamento por recursos externos
Taxa de cobertura do total da c.corrente e de capitais pelo IDE
2010
Volume da cooperação/PIB
Fonte: ODAmoz (2008) – cooperação; BdeM – BoP; Direcção Nacional do Orçamento – para orçamento do Estado.
Financiamento do crescimento
RESUMO: CRESCIMENTO FINANCIADO
POR RECUSOS EXTERNOS
A economia não gera recursos para o crescimento económico: a
poupança interna representa menos de 5% do PIB e a FBCF é de entre
16 a 20% do PIB.
O financiamento externo (IDE e cooperação) suportam, em média, mais
de 95% do investimento, público e privado.
O crédito interno concentra-se nos sectores de serviços
A agricultura recebe menos de 10% dos fundos da cooperação e do
crédito interno (neste caso exceptuam-se os últimos anos).
Estabilidade macroeconómica
Estabilidade macroeconómica
35
30
25
20
15
10
5
0
-5
2005
2006
2007
Taxa de inflação
Taxa de juros de investimento
Défice público/PIB sem recursos externos
Fonte: Banco de Moçambique.
2008
2009
Câmbio médio anual (MZM/US$)
Défice público/PIB com recusos externos (%)
Défice comercial/PIB (%)
2010
Estabilidade macroeconómica
RESUMO: ESTABILIDADE MACROECONÓMICA
Grande variabilidade inter anual das principais variáveis
Alguma rigidez na gestão macroeconómica
Politização na gestão macroeconómica (taxas de câmbio e de juro,
orçamento público, cooperação)
Competitividade
Competitividade
Índice e ranking do ICG e ranking do DB
120.00
7.00
6.00
5.00
4.00
3.00
2.00
1.00
-
100.00
80.00
60.00
40.00
20.00
0.00
2004
2005
2006
ICG (Ranking/No de paises avaliados %)
2007
2008
2009
2010
DB (Ranking/No de paises avaliados %)
2011
ICG
ICG (World Economic Forum): Índice de Competitividade Global, de 0 a 7. Zero representa uma economia nada competitiva.
DB (WB-IFC): Doing Business (ranking). Não tem índice.
Competitividade
Índice e ranking do ILE e do IDH
100
1.00
80
0.80
60
0.60
40
0.40
20
0.20
0
0.00
2004
ILE
2005
2006
2007
ILE(Ranking/No de paises avaliados %)
2008
2009
2010
2011
IDH (Ranking/No de paises avaliados %)
IDH
ILE (The Heritage Foundation): Índice de Liberdade Económica, de 0 a 100. Quanto mais próximo de 100 maior liberdade
económica existe.
IDH (UNDP): Índice de Desenvolvimento Humano, de 0 a 1. Quanto mais próximo de zero menos desenvolvimento humano
Competitividade
Índice de Percepção da Corrupção e Ranking/nº países avaliados
100.00
2.9
90.00
2.8
2.7
80.00
2.6
70.00
2.5
60.00
2.4
50.00
2.3
2004
2005
2006
2007
Ranking
IPC, de 0 a 7. Nada corrupto=7; Muito corrupto=0
Fonte: Transparency International.
2008
IPC
2009
2010
2011
Competitividade
RESUMO: A ECONOMIA MOÇAMBICANA NÃO É
COMPETITIVA
Embora o ICG tenha uma ligeira tendência positiva, não existem
alterações significativas no ranking
O Doing Business nos últimos anos, com excepção de 2011, tem
evoluído positivamente como resultado de reformas administrativas
Factores macro do
crescimento e da competitividade
Factores macro do crescimento e da competitividade
Economia de Moçambique: Estrutura e dinâmicas (2000-2010)
2.4 Alianças do poder
Alianças económicas do poder colonial
PODER
Burocracia
CAPITAL
NACIONAL
CITADINOS
CAPITAL
EXTERNO
Economia de Moçambique: Estrutura e dinâmicas (2000-2010)
2.4 Alianças do poder
Alianças económicas do poder independente
PODER
Burocracia
CITADINOS
CAPITAL
EXTERNO
COOPERAÇÃO
Economia de Moçambique: Estrutura e dinâmicas (2000-2010)
2.4 Alianças do poder
Alianças económicas do poder:
De uma tripla+1 aliança para a aliança pentagonal
PODER
Burocracia
CAPITAL
NACIONAL
CAPONESES
CITADINOS
CAPITAL
EXTERNO
COOPERAÇÃO
CONTINUIDADES E DESCONTINUIDADES DO
CRESCIMENTO
CONTINUIDADES E DESCONTINUIDADES DO CRESCIMENTO
ECONOMIA DE SERVIÇOS, COM MUDANÇAS SECTORIAIS
Dos sectores de transportes, mão-de-obra e comércio, para os transportes,
comércio, energia, finanças e serviços públicos.
ECONOMIA DE EXTRACÇAO DE RECURSOS
Mantém-se a extracção de recursos da agricultura e do meio rural, para o exterior e
para as cidades.
Aumento da extracção de recursos naturais.
CONTINUIDADES E DESCONTINUIDADES DO CRESCIMENTO
EXTRAVERSÃO DA ECONOMIA (estratégia de promoção de exportações?)
Do pacto colonial para:
Um crescimento gerador de mais défice comercial (dependência das
importações);
Aumento da dependência externa: 50% do orçamento público e 95% da FBCF;
Crescimento assente nas exportações (recursos naturais, energia e
agricultura), secundarizando o mercado interno.
PADRÃO DE ACUMULAÇÃO EXTERNO
De Portugal e África do Sul e Índia para África do Sul diversos países Ásia
Da agricultura e mão-de-obra para a industria extractiva, energia e agricultura
CONTINUIDADES E DESCONTINUIDADES DO CRESCIMENTO
Resumo
Economia de serviços
√
√, com algumas mudanças
Extraversão da economia - padrão
acumulação externa
√
√
Transferência de recursos da agricultura
e do meio rural para o exterior e para as
cidades
√
√
Economia dual
√
√
Pacto colonial (externo) e estabilidade
interna das contas nacionais
√
Pacto externo estabilidade
suportada por recursos externos
Emergência de capital de acumulação
local
√
Emergência de endinheirados
de acumulação de rendas
Economia não competitiva (protegida e
nacionalismo económico
√
√, sem nacionalismo económico
Resumo
Crescimento com terciarização da economia
Crescimento não sustentável (recursos naturais e ambiente)
Crescimento gerador de pobreza e de desigualdades sociais
Crescimento sustentado por recursos externos
Financiamento sem estabilidade macroeconómica
Crescimento não gerador de competitividade
Há continuidades com algumas possíveis descontinuidades de
longo prazo
Futuro
Crescimento acelerado muito provável
Que futuro com o actual padrão de crescimento e de
acumulação?
A “benção” ou a “maldição” dos recursos”
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