MESTRADO-CIÊNCIAS DA SAÚDE-Teresinha Celia de

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MESTRADO
CIÊNCIAS DA SAÚDE
REDUÇÃO DOS NÍVEIS DE HDL-COLESTEROL NA MALÁRIA AGUDA POR PLASMODIUM VIVAX E SUA
RÁPIDA ELEVAÇÃO NA CONVALESCENÇA
TERESINHA CELIA DE MESQUITA
Em 2011, 99,7% da transmissão de malária concentrou-se na Região Amazônica. As infecções causadas
por P. vivax predominam no Brasil (85% dos casos). O P. vivax, tradicionalmente causador de doença
benigna, têm sido associado à desfechos graves e óbitos, sendo que, essas complicações são pouco
estudados ou negligenciados. Marcadores inflamatórios, bioquímicos, moleculares de gravidade
produzidos ou aumentados no sangue do paciente alertam para a gravidade da doença. Todavia, os
estudos desses marcadores na infecção pelo P. vivax continua incipiente. Lipídios e lipoproteínas séricas
são alterados na fase aguda da malária. Em estudos, os níveis de colesterol , HDL e LDL são
significantemente menores em pacientes com malária relacionados aos grupos controles. Por essa
razão, o objetivo deste trabalho foi avaliar os níveis de HDL-colesterol em pacientes com malária
causada pelo P. vivax, antes e após o tratamento. Foram incluídos no estudo todos os pacientes com
malária causada pelo P. vivax que demandaram o HUJM no período de dezembro de 2011 a abril de
2014. O diagnóstico da malária consistiu no exame microscópico do esfregaço espesso de sangue. Após
a confirmação diagnóstica da malária, uma amostra de sangue foi obtida, para a realização do
hemograma e provas bioquímicas. Avaliação clínica dos pacientes executada por médico, preenchendo
o formulário padrão de atendimento ao paciente, contemplando a obtenção de dados demográficos,
clínicos e epidemiológicos. A dosagem de HDL-colesterol foi automatizada (Sysmex – UF100, Roche). A
análise comparativa dos níveis de HDL-colesterol na fase aguda e na convalescença, foi realizada pelo
teste de Wilcoxon para grupos pareados, considerando erro alfa de 5%. Foram estudados 143 pacientes
com malária aguda não complicada por P. vivax, com idade variando de 5 a 78 anos (média: 36,8 anos) e
maioria (78,3%) do sexo masculino. Estavam com menos de sete dias de sintomas (73%) e apenas 17,7%
encontravam-se na primoinfecção malárica. A média (DP) do peso foi de 76,3 (19,3) kg. Dosagem de HDL
-colesterol foi realizada em todos os pacientes no dia 0 (fase aguda) e variou de 1 a 49 mg/dL, com
média (DP) de 17,7 (11,1) mg/dL. Reavaliação do HDL-colesterol na convalescença (7 a 30 dias após
tratamento) foi possível em 71 pacientes e mostrou elevação significativa dos níveis pré-tratamento
(média de 28,6 mg/dL e DP de 9,0 mg/dL; p < 0,001). No presente estudo, a análise dos níveis de HDL
-colesterol de 143 pacientes com malária causada por P. vivax revelou níveis baixos na fase aguda, os
quais se recuperaram aos níveis normais após 7 a 15 dias de convalescença. Os mecanismos associados
a essa redução não são conhecidos. Sabe-se, que esse fenômeno está presente também em pacientes
com sepsis e relaciona-se à maior gravidade e letalidade. Os níveis de HDL-colesterol encontram-se
baixos na fase aguda da malária causada pelo P. vivax e recuperam-se na convalescença. A mensuração
sistemática dos níveis séricos de HDL-colesterol pode representar uma ferramenta útil na avaliação
prognóstica de pacientes com malária causada pelo P. vivax. Estudos futuros, com metodologia
apropriada e número maior de pacientes são necessários para confirmar essa hipótese.
PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO
VI MOSTRA DA PÓS-GRADUAÇÃO/2014
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