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AVALIAÇÃO QUALITATIVA DA PRESENÇA DE ALCALÓIDES EM
Bougainvillea glabra choisy(1)
Mariana dos S. Gallarreta(2), Maurício C. Lemos(3), Jefferson J. Soares(3), Rafael
Roehrs(3), Elton Luís Gasparotto Denardin(4)
(1) ) Trabalho
executado com recursos do Edital de Apoio a Grupo de Pesqusa, da Pró-Reitoria de Pesquisa.l
Aluna de Iniciação Cientifica (PDA) do Laboratório de Estudos Físico-Químicos e Produtos Naturais (LEFQPN);
Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana – Rio Grande do Sul ([email protected])
(3) Aluno de Iniciação Científica do Laboratório de Estudos Físico-Químicos e Produtos Naturais (LEFQPN);
Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana – Rio Grande do Sul ([email protected])
(3) Pós-graduando - Laboratório de Estudos Físico-Químicos e Produtos Naturais, Programa da Pós-Graduação em
Bioquímica, Universidade Federal do Pampa – Rio Grande do Sul.
(3) Professor, Grupo de Pesquisa em Prática de Ensino, Programa da Pós-Graduação em Bioquímica, Universidade
Federal do Pampa - Rio Grande do Sul.
(4) Orientador, Laboratório de Estudos Físico-Químicos e Produtos Naturais, Programa da Pós-Graduação em
Bioquímica, Universidade Federal do Pampa – Rio Grande do Sul.
(2)
RESUMO: A espécie Bougainvillea glabra choisy, pertencente à família Nyctaginaceae, uma planta muito utilizada na
ornamentação de jardins, por causa de suas flores que possuem coloração roxa ou vermelha sendo popularmente
conhecida como Primavera. O objetivo deste estudo é a determinação qualitativa da presença de alcaloides, com
posterior processo de separação dos alcalóides desta planta. Experimentalmente, inicialmente foi feita a secagem das
folhas e moagem em moinho de facas. Após, foram realizados os testes qualitativos com a o material pulverizado da
planta com reagentes específicos para determinação de alcalóides, sendo eles: o de Dragendorff e o de Mayer, onde
turvação ou precipitação indica possível presença de alcalóides. Posteriormente, realizou-se a extração ácido-base
conhecida como Stas-Otto, com o objetivo de extrair a fração de alcalóides da planta para posteriores análises. De
acordo com a metodologia testada, obtive-se resultados positivos para a presença de alcalóides na espécie
Bougainvillea glabra choisy, pois houve precipitação dos meios com ambos reagentes. Após a extração Stas-Otto,
testou-se a fase orgânica recolhida com o reagente de Dragendorff, observando-se a presença de alcalóides. Deste
modo, posteriores análises se tornam indispensáveis, para que estes metabólitos sejam isolados e estudados
separadamente.
Palavras-Chave: Bougainvillea glabra choisy, alcalóides, extração.
INTRODUÇÃO
Nossa região do Rio Grande do Sul se caracteriza por possuir uma flora muito diversificada, porém
quando se tenta objetivar os efeitos de seu potencial farmacológico se torna amplamente desconhecida.
Para entender os possíveis potenciais que uma espécie vegetal possui, deve-se levar em consideração um
conjunto de fatores que podem alterar o metabolismo das plantas, tais como o clima, tipo de solo, estação
do ano, período de chuvas entre outros. Estes fatores podem determinar amplamente a concentração dos
metabólitos secundários presentes no organismo vegetal e qual a sua função dentro do mesmo. Dentro do
metabolismo secundário, estão contidos entre tantos outros, os taninos, flavonóides, cumarinas, saponinas,
glicosídeos cardiotônicos e os que são de importância no nosso estudo, os alcalóides. Alcalóides são
substâncias que reajam com ácidos formando sais, à semelhança dos álcalis precipitem das soluções ou
adquiram cores características quando reagem com os denominados reagentes gerais, e apresentem ainda
propriedades toxicológicas e farmacológicas características. A designação mais aceita recentemente é a de
Pelletier (1983) que considera “Um alcalóide seria uma substância orgânica cíclica contendo um nitrogênio
em estado de oxidação negativo e cuja distribuição é limitada entre os organismos vivos. ” Geralmente com
ação biológica marcante, como a morfina, a cafeína e a nicotina. Nas plantas, é comprovada a função de
proteção dos alcalóides, por serem tóxicos. No entanto, acredita-se que atuem também como reserva de
nitrogênio, reguladores do crescimento do metabolismo interno e da reprodução, como agentes de
desintoxicação e transformação simples de outras substâncias nocivas ao vegetal e também como
protetores contra a radiação UV. No organismo humano, os alcalóides podem agir de inúmeras formas, bem
como analgésicos, antipiréticos e alucinógenos. A espécie vegetal escolhida para desenvolver este projeto
foi uma planta popularmente conhecida com Primavera e muito utilizada para a ornamentação de jardins
devido as suas flores roxas e vermelhas. Seu nome científico é Bougainvillea glabra choisy, uma trepadeira
com folhas pequenas e alongadas pertencente à família Nyctaginaceae.
O objetivo deste estudo é a determinação qualitativa da presença de alcaloides, com posterior
processo de separação dos alcaloides da espécie Bougainvillea glabra choisy.
METODOLOGIA
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
As partes da planta Bougainvillea glabra choisy utilizadas para a metodologia experimental foram as
folhas colhidas em dezembro de 2014, na cidade de Uruguaiana, Rio Grande do Sul. Sendo elas lavadas,
secas em estufa em temperatura controlada de 60º C, até total secagem. Após, foram moídas em moinho
de facas para homogeneização do tamanho das partículas com e guardadas em freezer para posterior
análise. Para a determinação qualitativa dos alcalóides, foi pesado 3g do material vegetal, que foram
inseridos em um béquer, adicionando-se 20 ml de Ácido Clorídrico 10%, em banho-maria até a fervura,
durante 10 minutos. Após resfriamento do material, filtrou-se, e o filtrado foi distribuído igualmente em tubos
de ensaio para teste com Reagente de Dragendorff e de Mayer, específicos para qualificar a presença de
alcalóides no meio. Foram adicionadas aos tubos de ensaio, algumas gotas dos reagentes, aguardando o
tempo de reação. A presença de precipitado confirma a existência de alcalóides.
A extração ácido-base está exemplificada na figura 1:
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tanto para o teste colorimétrico quanto para a extração Stas-Otto obtivemos resultados positivos.
Para a adição do reagente de Dragendorff ao tubo de ensaio que continha o filtrado do material vegetal,
houve a formação de um precipitado alaranjado, graças ao Iodo bismuto de potássio que reage com os
alcalóides presentes no meio, característico deste teste. Quanto a adição do reagente de Mayer sobre o
filtrado, houve a formação de precipitado branco, devido a reação do iodo mercurato de potássio presente
no reagente com os alcalóides do meio.
O teste de extração Stas-Otto também foi efetivo para a comprovação de alcalóides na espécie
vegetal. Segundo Oliveira (2006), a acidificação do meio torna a extração mais fácil devido ao caráter básico
dos alcalóides, formando assim sais. Após, a primeira extração com diclorometano faz com que os
interferentes do meio, capazes de proporcionar falsos negativos sejam eliminados. Sendo assim, quando há
a alcalinização com amônia e a segunda lavagem com diclorometano, os alcalóides estão prontos para
serem extraídos na fase orgânica com maior efetividade. Isso foi comprovado com o teste com o reagente
de Dragendorff na fase orgânica, que obteve resultado positivo.
CONCLUSÕES
As metodologias realizadas com a espécie vegetal Bougainvillea glabra choisy comprovaram que a
mesma possui alcalóides em seu metabolismo. Estudos posteriores tornam-se necessário com a finalidade
de isolar e identificar os alcalóides presentes na planta.
REFERÊNCIAS
HOSTETTMANN, K.; QUEIROZ, E. F.; VIEIRA, P. C. Princípios ativos de plantas superiores. São Carlos,
EDUFSCAR, 2003.
OLIVEIRA, A. C.; ALBUQUERQUE, M. M.; XAVIER, S. H.; STRATTMANN, R. R.; JÚNIOR, G. S.;
QUEIROZ; T. A.; Desenvolvimento e validação de metodologia para quantificação de alcalóides totais como
berberina em fitoterápico contendo Berberis vulgaris L. Revista Brasileira de Farmacognosia.
vol.16 no.3,2006.
SANT’ANA, C; R.; Estudo fitoquímico e avaliação da atividade anticolinesterásica de Conchocarpus
fontanesianus (A. St.-Hil.) Kallunki & Pirani (Rutaceae. São Paulo, 2011.
SIMÕES, C. M. O; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A.; PETRVICK, P.
R. Farmacognosia: da planta ao medicamento. Porto Alegre/Florianópolis, 5. ed., Editora da UFRGS/Editora
da UFSC, 2003.
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa