* [1] Médica pós-graduanda do serviço de Dermatologia do Hospital Mário Kroeff. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. [2] Médico Staff Ambulatorio Souza Araújo, Laboratorio de Hanseniase, Instituto Oswaldo Cruz-Fiocruz. Rio de Janeiro, Brasil. [3] Médico Patologista clínico. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. INTRODUÇÃO Conhecida desde antigas civilizações, até então chamada lepra, o termo designativo para a doença passou a ser “hanseníase” no Brasil em homenagem a Gerhard Armauer Hansen (1841-1912), médico norueguês que descobriu, em 1873, o micróbio causador da infecção. A hanseniase é uma doença crônica, infecto-contagiosa de evolução lenta, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, bacilo álcool-acido resistente de alta infecciosidade e baixa patogenicidade. Nas áreas endêmicas, pode acometer qualquer pessoa, em qualquer faixa etária. A transmissão ocorre pelo contato íntimo e prolongado de indivíduo suscetível com paciente bacilífero, através da inalação dos bacilos. É necessário, entretanto, um longo período de exposição ao agente. O aparecimento da doença na pessoa infectada depende da relação parasitahospedeiro. No entanto, a cadeia de transmissão é interrompida quando o doente inicia o tratamento quimioterápico, deixando de ser transmissor, pois as primeiras doses da medicação reduzem os bacilos a um número que impede a infecção de outras pessoas. OBJETIVO DISCUSSÃO E CONCLUSÃO As formas clínicas da Hanseniase são muito variáveis, o que dificulta o diagnostico, e estão em correlação com o grau de imunidade específica do paciente. A imunidade celular está preservada nas formas paucibacilares (indeterminada e tuberculoide) e encontra-se deprimida, com exaltação da imunidade humoral, nas formas multibacilares (dimorfa e virchowiana). Manifesta-se principalmente por meio de sinais e sintomas dermatoneurológicos. As alterações dermatológicas que podem aparecer são variadas como: manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, pápulas, infiltrações, tubérculos ou nódulos podendo ser confundida com diversas entidades, como tuberculose cutânea, sarcoidose entre outras. É importante que o dermatologista mantenha um elevado grau de suspeição principalmente em países endêmicos. Histopatología Apresentar um relato de caso clínico de uma criança com Hanseníase tuberculoide simulando sarcoidose em região malar direita. RELATO DE CASO M.E.A.C, gênero feminino, 5 anos, natural e procedente de Rio de Janeiro, procurou avaliação por surgimento de mácula hipocrômica que evoluiu para placa eritematosa com bordas definidas, centro hipocrômico, algo descamativa, de aproximadamente 2,5cm em região malar direita há 1 ano. Relatava dores abdominais esporádicas. Foi tratada com diversas pomadas sem melhora nenhuma. Exames laboratoriais normais. A biópsia da lesão foi compatível com sarcoidose e Hanseniase tuberculoide. Foi encaminhada ao ambulatório de hanseníase da Fiocruz, tendo sido iniciado esquema poliquimioterápia paucibacilar (PQT TB) com melhora do quadro clínico. Histiócitos formando vários granulomas circundados por linfócitos na derme, (HE). Imagens da Clínica Imagens antes do tratamento Imagens depois do tratamento Referências: 1. Azulay RD, Azulay DR, Azulay-Abulafia, L. Dermatologia.6. ed., rev. e atual. _ [Reimpr.]_ Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 2. Belda JW, Chiacchio DI, Criado PR, Tratado de Dermatologia.2.ed. rev. e atual. _ [Reimpr.]_ São Paulo: Atheneu, 2014. 3. Scollard D, Stryjewska, Epidemiology, microbiology, clinical manifestations, and diagnosis of leprosy. Uptodate Literature review current through: Feb 2015. 4. Scollard D, Stryjewska, Treatment and prevention of leprosy. Uptodate Literature review current through: Feb 2015. 5. Unterstell N, Machado PV, Obadia DL, Alves MF, Daxbache EL, Relato De Caso De Hanseníase Tuberculoide: Discussão Dos Achados Clínicos Semióticos. 6. Fortuño Y, Gallego I, Marcoval J, Sarcoidosis Cutánea, Actas Dermosifiliogr 2004;95(3):137-53. 7. . Eichelmann K, González G, Salas-Alanis JC, Ocampo-Candiani J, Lepra: puesta al día. Definición, patogénesis, clasificación, diagnóstico y tratamiento, Actas Dermosifiliogr. 2013;104(7):554---563.