44ª JORNADA MARANHENSE DE ENFERMAGEM E 74ª SEMANA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM SEÇÃO MARANHÃO 15 a 16 de Maio, 2013 – auditório do Hospital Universitário Presidente Dutra e dia 17 auditório do Instituto Florence de Ensino Superior FORMULÁRIO DE SUBMISSÃO DE RESUMO ESCOLHA SUA OPÇÃO DE APRESENTAÇÃO: Título: Relator: Autores: Instituição: ESCALA DE TORRINGTON E HENDERSON: Avaliando complicações pulmonares no pós-operatório. Myrla da Luz Sousa1 Myrla da Luz Sousa1 Andressa Arraes Silva1 Natália Rayza Rozal Alexandre1 Robson Mariano Oliveira Silva1 Simony Fabíola Lopes Nunes2 Universidade Federal do Maranhão – Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia- UFMA/CCSST Resumo: Introdução: A escala de Torrington e Henderson é capaz de estimar a probabilidade de ocorrência de complicações pulmonares e mortalidade nas três categorias de risco: alto, moderado e baixo. Sendo que risco operatório é a soma de anormalidades que podem ocorrer em todos os sistemas orgânicos e suas interações. A ocorrência está diretamente ligada à existência de fatores de risco pré-operatório, sendo estes: idade avançada, presença de doença pulmonar prévia ou outras doenças clínicas, tabagismo/intensidade, obesidade, valores espirométricos anormais, capacidade diminuída ao exercício e tempo de internação pré-operatório prolongado. As Complicações Pulmonares no Pós-operatório - CPP podem ocorrer após qualquer cirurgia, porém sua incidência é maior nas torácicas e abdominais, incisão acima da cicatriz umbilical têm incidência maior que incisão abaixo desta. Tendo como resultante de uma cirurgia a somatória entre fatores de agressão e de defesa. Fatores de agressão incluem trauma cirúrgico (anestesia e o procedimento operatório), infecção, doença de base e necessidade de tratamento coadjuvante (radioterapia e quimioterapia). Os fatores de defesa dependem do sistema imunológico, estado nutricional e a função adequada dos principais órgãos. Principais complicações pósoperatórias (CPPs): Infecção respiratória aguda; Atelectasia; Insuficiência respiratória aguda; Entubação orotraqueal/ventilação mecânica por mais de 48 horas na insuficiência respiratória aguda ou aspiração de secreção traqueobrônquica; e Broncoespasmo. Assim, acredita-se que estudos sobre essa temática são necessários para a avaliação do paciente, por predispor a ocorrência de complicações no pós-operatório e permitir estratificar o risco do paciente desenvolvê-los, reduzindo custos hospitalares oriundos do prolongamento da internação pelas complicações. Visto que Complicações pulmonares pós-operatória são comuns e constituem importante causa de morbidade perioperatória. Em algumas situações têm, inclusive, maior capacidade de prever mortalidade em longo prazo após a cirurgia, especialmente nos pacientes idosos. Objetivo: classificar os riscos de complicações pulmonares no pós-operatório de cirurgias gerais nas três categorias de risco: baixo, moderado e alto, utilizando a escala de Torrington e Henderson (1988). Métodos: Estudo descritivo de abordagem quantitativa, realizado no Hospital Municipal de Imperatriz – HMI. A coleta de dados foi realizada entre agosto a outubro de 2012. A amostra foi de conveniência consecutiva, constituída de 40 pacientes provenientes do setor de clínica cirúrgica, 241 local onde são desenvolvidas as atividades educacionais de um projeto de extensão da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, sobre exercícios respiratórios. Participaram do estudo 37 pacientes, ocorrendo o descarte de 3 (três) instrumentos por erros ou dados inconclusivos. Como critério de inclusão utilizou-se: ser maior de 18 anos, de ambos os gêneros, em pós-operatório de cirurgia torácica e abdominal alta, e que concordasse participar da pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias. Os participantes foram avaliados durante a internação pós-operatória de cirurgias torácicas e abdominais altas. Os dados foram coletados por meio do prontuário, exame físico realizado pelos pesquisadores e com auxilio de instrumento semiestruturado contendo a escala de avaliação de risco de Torrington e Henderson e as variáveis referentes ao paciente foram: Sexo, Idade, Tabagismo, Etilismo, História e avaliação pulmonar, Obesidade (IMC). As variáveis relacionadas ao procedimento cirúrgico: Local da cirurgia, complicações e tempo de internação. Para analise e tabulação dos dados realizou-se a análise descritiva das variáveis do estudo pelo cálculo das médias, medianas e desvios-padrão. Atendendo à Resolução 196/96 do Conselho nacional de Saúde, os participantes foram convidados a participar do estudo, e, após assinatura em duas vias do TCLE, foi garantindo-lhes o anonimato e a confidencialidade dos dados coletados. Resultados e Discussão: Avaliados 37 pacientes, sendo 70,3% do sexo masculino e idade entre 16 a 78 anos. Dos fatores de risco apresentados pelo paciente constatou-se que o tabagismo foi o principal risco para desenvolvimento de complicações com 35,14%, seguido do etilismo (27,03%), doença cardiovascular (18,92%), endócrinas (5,41%) e outras (10,81%). Apenas 2,70% não apresentaram fatores de risco. Constatou-se que da amostra, 94,6% estão classificados em risco baixo, 6,1% de chances de complicações e 1,7% de risco de óbito; 5,4% estão classificados em risco moderado, 23,3% de chances de complicações e 6,3% de risco de óbito. A escala aborda avaliação pulmonar no pré e pós-operatório. Anteriormente, dava-se ênfase ao pré-operatório diretamente relacionado à espiromertria, não dando o devido valor a fatores de riscos importantes como: comprometimento no sistema imunológico, estado nutricional do paciente, local e porte da cirurgia, presença de pneumopatia crônica, sintomas respiratórios e hábitos tabágicos. As principais complicações no pós-operatório encontradas nesse estudo estiveram relacionadas com a dor e o receio no pós-operatório, associadas a alterações na mecânica pulmonar advindas do procedimento cirúrgico prejudicando a realização de inspirações profundas periódicas e de tosse efetiva, propiciando o acúmulo de secreção, colapso alveolar e alterações nas trocas gasosas. Conclusão:O objetivo primordial da avaliação pulmonar pré-operatória é, exatamente, o de identificar, quantificar e reduzir o risco de tais complicações tanto no pós-operatório imediato quanto no tardio. O resultado de uma cirurgia depende da interação entre fatores agressores e de defesa. Parte disto a importância de identificálos. Prever risco é objetivo de interesse clínico crescente e as publicações nesta área influenciarão significativamente nas condutas médicas, como benefício pelo hábito da aplicabilidade rotineira. A ocorrência de anormalidades, doenças ou disfunções clinicamente significativas, relacionadas ao sistema respiratório, e que alterem negativamente o curso clínico do paciente após um procedimento cirúrgico, define o conceito de complicação pulmonar pós-operatória (CPPO). Além disso, mediante a classificação adquirida com auxílio do instrumento, identificando quais pacientes necessitarão de intervenções como exercícios respiratórios com intuito de reverter a disfunção pulmonar, evitando, assim, o desenvolvimento de complicações pulmonares. Neste contexto os exercícios de respiração profunda não necessitam de nenhum recurso mecânico e visam à expansão pulmonar por meio de inspiração nasal lenta e uniforme, seguida de expiração oral relaxada. Contudo não foi realizada espirometria por falta de recurso material. Entretanto, os dados espirométricos (CVF e VEF/CVF) demonstram que o nível de disfunção ventilatória é mais efetivo no momento da cirurgia, visto que o principal objetivo é classificar os riscos de complicações pulmonares no pós-operatório e enfatizar a importância das outras variáveis. Ocorre, portanto, que a escala de Torrington e Henderson por ser facilmente aplicável e tornando-se dispensável a realização da espirometria em todos os pacientes, nos parece um instrumento capaz de nortear os profissionais que rotineiramente trabalham com a avaliação de risco para ocorrência de complicações no pósoperatório. São recomendadas medidas profiláticas como interrupção do tabagismo; exercícios respiratórios periódicos com inspirações sustentadas; deambulação precoce no pós-operatório. Complicações pós-operatórias. Cirurgia. Espirometria Palavras-chave: Identificação profissional: 1 Graduando em enfermagem do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão – Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia – UFMA/CCSST. 242 2 Enfermeira Especialista na Modalidade Residência Multiprofissional em Serviços de Saúde. Professora Auxiliar do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão – Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia – UFMA/CCSST. E-mail: [email protected] E-mail do relator: [email protected] 243