Transgênicos e educação ambiental

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50º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 50º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2004
Costão do Santinho • Florianópolis • Santa Catarina • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 85-98109-04-6
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Palavras chave: Transgênicos, Educação Ambiental, OGMs
Picinini-Teixeira, ML
Faculdade de Educação, Núcleo de Educação em Ciências, Matemática e Tecnologia, Universidade Federal de Juiz de Fora
Transgênicos e educação ambiental
Novas tecnologias, resultantes dos processos biotecnológicos de intervenção do homem sobre a natureza,
chegam a nossa mesa através dos alimentos transgênicos. Um debate público a propósito dos transgênicos
vem transformando a ciência, os governos e os cenários de futuro em objetos de questionamento. No Brasil,
o cultivo e a comercialização de alimentos transgênicos estão proibidos, apesar disso, existem vários produtos
nacionais e importados disponíveis nos supermercados que apresentam ingredientes do gênero na sua composição.
Este trabalho procurou investigar a posição que os alunos têm sobre o consumo de alimentos transgênicos
após uma análise teórica e reflexiva das questões científicas, econômicas, sociais e ambientais envolvidas. O
estudo foi realizado nos meses de setembro e outubro de 2003, com 30 alunos do Curso de Especialização em
Educação Ambiental da UFJF, na disciplina Tópicos Especiais: Transgênia e Meio Ambiente. Durante as 16
horas destinadas à disciplina, foram apresentados aos alunos, a tecnologia do DNA recombinante, o panorama
mundial e nacional da aceitação dos alimentos transgênicos, além das discussões sobre seus riscos e benefícios
para a saúde e o para o meio ambiente. A coleta, o registro e a análise dos dados foram realizados, tendo
como orientação metodológica os pressupostos da abordagem qualitativa, utilizando-se como instrumentos
de pesquisa as gravações realizadas nas aulas-debates, textos, atividades de simulação e questionários,
sendo o processo redimensionado pela participação dos alunos. Os resultados desta investigação levaram à
constatação de que, os alunos não têm a devida clareza quanto a sua posição frente a decisão de consumir ou
não alimentos transgênicos, apesar de declararem que não consumiriam tais alimentos se estes apresentassem
rotulagem específica, demonstrando forte rejeição decorrente da falta de informações sobre esses produtos.
No entanto, apoiaram o desenvolvimento de pesquisas biotecnológicas e a utilização de OGMs na produção
de vacinas, remédios e na terapia gênica. Com relação aos experimentos com plantas transgênicas no meio
ambiente, reconhecem a necessidade da implantação de normas de biossegurança para os processos e produtos
transgênicos. Essa é também a perspectiva em que se encontra a sociedade brasileira, que precisa e deseja saber
se os alimentos transgênicos oferecem ou não segurança à saúde, se causam ou não prejuízos ao ambiente e
quais são as oportunidades econômicas que esses produtos podem trazer ao país. Para isso, é necessário uma
política de biossegurança consistente que recuperasse a credibilidade das instâncias que tratam da segurança dos
transgênicos, sendo oportuno, a inserção de conceitos de biossegurança nos programas de Educação Ambiental,
em todos os níveis de ensino, para o entendimento dos potenciais benefícios da engenharia genética.
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