Determinação de uma Constante de Equilíbrio de Complexação Prof. Érico Teixeira Neto 12/08/2011 Sumário: - Complexos Metálicos: Química de Coordenação - A Cor dos Complexos: Teoria do Campo Cristalino - Formação dos Complexos: Equilíbrio Químico - Determinação da Concentração: Colorimetria - Cálculo da Constante de Equilíbrio Bibliografia: - P. Atkins e L. Jones, Princípios de Química, 3ª ed., Porto Alegre: Bookman, 2003, cap. 16. - GEEQuim: Experiências sobre Equilíbrio Químico, São Paulo: IQUSP, 1985, pág. 128. - P. Atkins e J. Paula, Físico-Química, 8ª ed., Rio de Janeiro: LTC, 2008, caps. 13 e 14. A Química de Coordenação envolve o estudo de íons metálicos (como os metais do bloco d) que formam “complexos” por meio de ligações covalentes com moléculas, chamadas de ligantes. átomo metálico central → ácido de Lewis (aceptor de pares de elétrons) ligantes → bases de Lewis (doadores de pares de elétrons) – ex. H2O complexo [Cu(H2O)6]2+ Ligantes podem ter naturezas diversas (qualquer molécula que contenha um par eletrônico pode atuar como ligante) e são comumente estáveis como moléculas livres. Podem ter carga ou ser neutros. Ligante mais simples: Hidreto (H-) Ligantes mais complexos: Proteínas e ácidos nucleicos Desenvolvimento Histórico O estudo da Química de Coordenação é bastante antigo, porém em seus primórdios era mais alquimia que ciência. O Azul da Prússia (1706) era um pigmento importante: [Fe(CN)6]3-. Participam de muitas reações biológicas: Hemoglobina Fe3+ Vitamina B12 Co3+ Clorofila Mg2+ Roger Hiorns, Seizure, 2008 Alfred Werner (1866 – 1919) Estudos Fundamentais da Química de Coordenação Complexos de Co3+ com ligantes amônia: CoCl3.6NH3 Embora as estruturas não fossem conhecidas, esses compostos eram identificados por suas cores. Werner propôs que esses complexos possuem seis ligantes ligados ao íon Co3+. Com essa relação ele usou os termos: “esfera interna de coordenação” e, “esfera externa de coordenação”. composto de coordenação Estruturas dos complexos de coordenação Números de coordenação (o número de interações metal-ligante) e isomeria são características importantes de complexos de coordenação. Complexos de esfera interna são aqueles em que os ligantes estão diretamente ligados ao átomo central, a 1ª esfera de coordenação. Complexos de esfera externa possuem pares iônicos e uma esfera secundária de coordenação. Três fatores determinam o número de coordenação (N.C.): i) o tamanho do átomo ou íon central; ii) interações estéricas entre os ligantes; iii) interações eletrônicas. Complexos podem exibir N.C. de 1 a 12, ou maiores. N.C. mais comum para metais de transição é 6 (complexos octaédricos) e depois 4 (complexos tetraédricos ou quadrado planares). N.C. = 6 • arranjo mais comum, compostos de coordenação s, p, d e f. • quase todos têm simetria octaédrica; • distorções da simetria octaédrica são comuns; • complexos octaédricos podem apresentar dois tipos de isomeria: cis/trans e facial/meridional (fac/mer). N.C. = 4 • muito comuns; • favorecidos para metais de transição pequenos, especialmente 3d, e com ligantes grandes. • geometria tetraédrica ideal (Td) ocorre para complexos com 4 ligantes iguais. Teoria do Campo Cristalino • Par eletrônico do ligante = ponto de carga negativa • Efeitos eletrostáticos: – elétrons do ligante são atraídos pelo cátion metálico – elétrons d do metal são repelidos pelos elétrons do ligante – desdobramento • Modelo simples, mas melhorado pela Teoria do Campo Ligante Complexos Octaédricos: orbitais do cátion metálico central Ex: [Ti(H2O)6]3+ (d1) Transição d-d é a origem de grande parte das cores dos complexos Casos especiais no octaedro: d0, d5 spin alto, d10. Ti: 3d24s2 Relação entre cores absorvidas e transmitidas cor absorvida cor transmitida (enxergada) [CrCl2(H2O)4]- [Cu(NH3)6]2+ [Cr(H2O)6]3+ Cr2O32CrO43- Efeito dos ligantes na cor dos complexos Do varia com a identidade do ligante - série espectroquímica: ligantes de campo fraco, D pequeno I- < Br- < S2- < SCN- < Cl- < NO3- < F- < OH- < C2O42- < H2O < NCS- < CH3CN < NH3 < en < bipy < phen < NO2< PPh3 < CN- < CO ligantes de campo forte, D grande Complexos de cobalto (III) (a) CN–, (b) NO2–, (c) phen, (d) en, (e) NH3, (f) gly, (g) H2O, (h) ox2–, (i) CO3 2–. Do varia com a identidade do centro metálico • Aumenta com o aumento do número de oxidação (Co2+ < Co3+ etc.). Íons metálicos em maiores estados de oxidação são menores, ligações metal-ligante são mais efetivas. • Aumenta ao longo de um grupo (Co3+ << Rh3+ < Ir3+). A ligação M-L é mais efetiva para orbitais maiores (4d e 5d) em relação aos orbitais 3d. Também há uma carga nuclear efetiva maior no metal. Mn2+ < Ni2+ < Co2+ < Fe2+ < V2+ < Fe3+ < Cr3+ < V3+ < Co3+ Conceito de Equilíbrio na formação de íons complexos • Considere a adição de amônia ao AgCl (precipitado branco): AgCl(s) Ag+(aq) Ag+(aq) + Cl-(aq) + 2NH3(aq) + Ag(NH3)2(aq) • A reação global é AgCl(s) + 2NH3(aq) + Ag(NH3)2(aq) + Cl-(aq) • Efetivamente, o Ag+(aq) foi removido da solução. • Pelo princípio de Le Châtelier, a reação direta (a dissolução do AgCl) é favorecida. + + Lei de Ação das Massas • Derivada a partir da velocidade de reação Para uma reação (balanceada) no equilibrio: aA+bB↔cC+dD – Expressão da constante de equilíbrio (Keq): c d [C] [D] Kc a b [A] [B] Keq se baseia na estequiometria da reação (é independente do mecanismo). Unidades: Keq é adimensional (em unidades) Constantes de Equilíbrio Exercício 3- Calcule a concentração de Ag+ presente em solução no equilíbrio quando amônia concentrada é adicionada à solução de 0,010 mol/L de AgNO 3 para fornecer uma concentração no equilíbrio de [NH3] = 0,20 mol/L. Kf = 1,7.10-7 => 1/Kf = 5,9.10-8 (para a reação contrária - dissociação) + (aq) HA(aq) Ag(NH3+)2H 2O(l) 0 mol/L Inicial 0,010 - x mol/L Equilibrio Ag + NH3 x (0,20)2 −8 = = 5,9. 10 + 0,010 [Ag NH3 2 ] + (aq) H3O+Ag (aq) + A-(aq) 0,010 mol/L x mol/L 2NH3 (aq) 0 0,20 mol/L 2 X = 1,5.10-18 mol/L de Ag+ Colorimetry • Colorimetry: method for quantifying the concentration of a chemical constituent by analyzing change in color – Based on color change for standard solutions of known concentration – Light usually filtered to specific wavelength • Visible Light Spectrum – Red ~ 700 nm – Violet ~ 400 nm Colorimeter • Color change measured using colorimeter • Colorimeter determines amount of transmitted light absorbed by sample Transmitted Light Detector Light source Tungsten Lamp Filter Lens Sample Vial Light Paths Absorbance (A) is logarithmically related to transmittance (T) A = - log T Refracted Absorbed Transmitted Reflected Beer’s Law A = εLc Where, A = absorbance ε = absorptivity; experimentally derived constant for each substrate L = path length of light through sample c = concentration of substance in solution Beer’s Law Slope = εL Absorbance (A) A = εLc Concentration (c) “Zeroing” the Colorimeter Sample Absorbance Slope = εL (constant) Beer’s Law A = εLc A Blank Absorbance c = A / εL Concentration (c)