Participação política como ferramenta de empoderamento feminino: a experiência de estágio no município de Areia Branca/ Sergipe Suziany Vieira da Silva Graduanda em Serviço Social, Universidade Federal de Sergipe [email protected] Catarina Nascimento de Oliveira Mestre, Universidade Federal de Sergipe [email protected] Forma de Apresentação: Relato de Experiência Grupo de Trabalho 8: Gênero, Feminismos e Política Participação política como ferramenta de empoderamento feminino: a experiência de estágio no município de Areia Branca/ Sergipe Suziany Vieira da Silva* Catarina Nascimento de Oliveira** Resumo O presente trabalho objetiva relatar a experiência de estágio curricular obrigatório do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Sergipe - UFS, junto a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SEPM), com ações específicas no município de Areia Branca em Sergipe. Por meio do projeto de intervenção denominado “Participação política como ferramenta de empoderamento feminino”, pretende-se fortalecer pela via da informação a participação das mulheres na formulação e implementação das Políticas Públicas locais de gênero, proporcionando uma maior visibilidade as demandas existentes no município de Areia Branca. A metodologia a ser adotada estará apoiada em levantamento e visita junto às secretarias de políticas públicas e organismos não governamentais que desenvolvem ações voltadas para as mulheres daquele município. Posteriormente, pretende-se estabelecer parcerias com representantes de equipamentos sociais que atuam com famílias beneficiárias de programas sócioassistenciais e representantes dos organismos governamentais, para realização de seminários e palestras informativas dirigidos a estes e ao público feminino, sobre temas relativos aos direitos civis, políticos e sociais, além de outros referentes às relações de gênero. Para dar visibilidade sobre as demandas existentes no município e sensibilizar os gestores, será elaborado, dentro do rigor ético, documentário para veiculação nos diferentes espaços de atendimento e prestação de serviços às mulheres, como também junto ao poder público, de modo a contribuir para um maior engajamento destes na implantação de organismos importantes como os conselhos de direitos e as coordenadorias de políticas públicas, em especial para as mulheres. Palavras-chave: Política Pública. Gênero. Participação Democrática 1 Introdução O trabalho em voga é resultado preliminar de observações e desenvolvimento de atividades realizadas durante o Estagio Supervisionado em Serviço Social I e II da Graduanda em Serviço Social pela Universidade Federal de Sergipe – UFS. E-mail: [email protected] ** Mestre em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, professora assistente do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Sergipe – UFS, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares sobre a Mulher e Relações de Gênero – NEPIMG. E-mail: [email protected]. * Universidade Federal de Sergipe, na Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPM) Aracaju/SE. O estágio constitui momento impar para a formação profissional, pois possibilita a/ao estagiária/o estabelecer a relação entre os conteúdos teóricos apreendidos e aqueles vivenciados na prática. Esse exercício permite ainda compreender sobre a instituição, o público atendido e o fazer profissional, de modo a articular os fundamentos teórico-metodológico, ético-politico e técnico operativo vislumbrado na academia, pois possibilita ao estudante uma aproximação com a realidade concreta. Conforme a Lei Nº 11.788, de 25 de setembro de 2008 (Brasil, 2008), que dispõe sobre o estágio de estudantes, em seu art. 1º define o seguinte: O estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental. Nessa perspectiva e seguindo as normas acadêmicas específicas, o Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Sergipe, estabelece o Estágio Supervisionado, dividido em três momentos: Estágio Supervisionado em Serviço Social I, no qual é realizado o conhecimento e análise da instituição baseada em leituras documentais, revisões bibliográficas, além de observações das atividades realizadas, para alcançar a identificação das demandas existentes. Estágio Supervisionado em Serviço Social II ocorre a elaboração do projeto de intervenção originado a partir de levantamento das demandas atendidas pela instituição e identificadas na etapa inicial. Essa fase compreende a elaboração de um projeto de intervenção, capaz de contribuir com os trabalhos dos profissionais e/ou dos usuários envolvidos. Estágio Supervisionado em Serviço Social III, corresponde a implementação das atividades referentes ao momento anterior, com a operacionalização do projeto de intervenção e sua execução. Na atualidade, o profissional de serviço social deve apresentar uma formação capaz de perceber as demandas, na dinâmica do real, ao lançar um olhar para a análise de conjuntura em meio ao contexto, refletir não apenas sobre as partes dissociadas, mais o todo e as particularidades, para desta forma ser crítico, criativo e propositivo em suas ações. Face à abordagem deste trabalho, o foco de discussão será direcionado as políticas públicas para as mulheres como forma de empoderamento destas. Para isso, faz-se necessário um breve apanhado sobre a questão social, o objeto de estudo do Serviço Social, e as políticas públicas, particularmente direcionadas as mulheres. Na sequência, serão tratadas as ações políticas operacionalizadas pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e Organismos Municipais de Políticas para as Mulheres, no qual o Serviço Social dentro da Instituição desenvolve de forma transversal tais políticas públicas. A questão social surge no modo de produção capitalista na primeira metade do século XIX, fruto da contradição capital x trabalho. Como afirma Pereira (2001, p.59), a “questão social”. indica, [...], a existência de relações conflituosas entre portadores de interesses opostos e antagônicos [...], na qual os atores dominados conseguem impor-se como forças políticas estratégicas e problematizar efetivamente necessidades e demandas, obtendo ganhos sociais relativos. Foi com essa caracterização que a questão social surgiu na Europa no século XIX. [...] Por isso, a questão social é, de fato, particular e histórica. Desta forma é possível afirmar que não dá para falar da questão social de maneira fragmentada sem recorrer aos aspectos históricos e a principal característica do sistema capitalista que é a precarização. Historicamente o capitalismo, se utiliza de ferramentas legais através do Estado, para não perder o domínio do poder, desmobilizando os movimentos sociais organizados e a classe trabalhadora. Como forma de reestruturar, o capital se utiliza das políticas sociais as quais servirão para criar condições necessárias ao desenvolvimento da economia ligado à exclusão social e ampliação da miséria, o que significa uma ampliação das expressões da questão social. Nessa perspectiva, é claramente perceptível que as novas configurações da pobreza são percebidas, por exemplo, pelo aumento de famílias chefiadas por mulheres, as quais estão na base da pirâmide daqueles que sofrem a precarização e as desigualdades sociais, refletidas nas suas diversas expressões. O sistema capitalista trabalha num circulo vicioso de concessões e conquistas, retiradas e ganhos, dos direitos historicamente conquistados, no qual tudo funciona conforme os interesses da classe dominante detentora das forças produtivas. 2 Desenvolvimento A relação de exploração nos países de terceiro mundo ocorre de forma brutal, o que significa dizer que a mulher dentro deste patamar fica vulnerável, excluída, o que configura historicamente, baixos salários, menores índices de escolaridades e oportunidades, dependência financeira, exploração em todos os níveis, enquanto a emblemática soberania masculina, retrocede em meio aos avanços. Esse impacto tem um reflexo ainda maior nas famílias gerenciadas por mulheres, o que incide a pensar como tem ocorrido e mais precisamente como tem sido a vivência destas mulheres frente às expressões da questão social e os mecanismos de enfrentamento. As políticas públicas passam a existir à medida que a sociedade toma consciência das suas necessidades em vários aspectos e se organizam para cobrar ações por parte do Estado, que respondam as suas reivindicações, e isso ocorre por meio de um processo construído historicamente, no qual é possível, dentro dos propósitos desse trabalho, conhecer um pouco a trajetória da luta das mulheres (especificamente as brasileiras) na conquista dos seus direitos. De acordo com Faleiros (2006, p. 70): As lutas pelas políticas sociais são complexas, pois a própria organização das instituições sociais em vários setores fragmentam e separam os pobres dos trabalhadores e dos cidadãos, dividindo-os ainda em categorias especiais de velhos, doentes ou acidentados. Como a maior parte, se não todas as conquistas alcançadas por qualquer cidadão, são fruto de muita luta, não foi diferente com as mulheres que lutaram para terem o direito de serem reconhecidas como sujeitos políticos e sociais. De acordo com as leituras realizadas sobre o assunto, as políticas públicas para as mulheres são todas as políticas e mais especificamente, aquelas que estão voltadas para promover a igualdade de gênero. Sobre a categoria gênero, Santos e Buarque (2005, p. 25) declaram ser um conceito útil para entender a sociedade em que vivemos, porque nos permite compreender melhor o que representam homens e mulheres nas diferentes sociedades. Com isso pode-se destacar que gênero não se resume apenas a diferenças biológicas, mas aos papéis sociais que são assumidos por homens e mulheres dentro das diversas sociedades existentes, de acordo com a cultura de cada um. Se ainda vivemos numa sociedade que há séculos imprime uma cultura machista e patriarcal, por outro lado, a consciência crítica e os movimentos feministas de emancipação seguem em direção oposta e se constituem como fenômenos recentes. Sob esse viés as políticas públicas para as mulheres devem ser capazes de reparar a disparidade vivenciada por essa população, devido aos longos anos de violação de seus direitos políticos, econômicos e sociais, bem como proteger da violência doméstica e sexista, além de atender de forma adequada as especificidades físicas e biológicas da população feminina. Somente em meados dos anos 70 que iniciaram oficialmente as primeiras ações voltadas para a defesa dos Direitos Humanos da Mulher sendo marcado pela I Conferência Mundial sobre a Mulher em 1975. As ações aconteciam através de debates com trocas de experiências, reuniões de grupos de mulheres, campanhas de combate a violência contra a mulher, entre outras ações. De acordo com Teles (1999, p. 85), (...) é em 1975 que as ideias feministas, de exigir a igualdade de direitos e questionar o papel de submissão da mulher, vão começar a ter ressonância junto à opinião pública Os avanços conseguidos com as políticas públicas são significativos e inegáveis, as mulheres através dos movimentos feministas conquistaram junto ao Estado muitas leis e normativas que viessem a contribuir na elaboração e implementação de políticas públicas a favor de seus interesses. Exemplo emblemático corresponde a criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, com recorte em gênero e status de Ministério, que desenvolve suas atividades de forma transversal junto aos diversos órgãos governamentais e suas ações perpassam pelas áreas da saúde, assistência, segurança, trabalho, entre outras. Além disso, o marco legal consolidado com a lei nº 11.340 de 07 de agosto de 2006 – Lei Maria da Penha, representou importante instrumento para coibir e prevenir as diversas formas de violência doméstica, é uma das conquistas históricas do nosso país. O Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, que em 2007 foi implantado pelo Governo Federal, por meio de um acordo entre as três instancias federativas, Federal, Estadual e Municipal, representou outro avanço para garantir e consolidar a Política Nacional de Enfrentamento a Violência contra a Mulher, principalmente no que diz respeito aos direitos das mulheres rurais, negras e indígenas. Já o II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, aprovado na II Conferência Nacional de Políticas para Mulheres em 2007, deu continuidade aos trabalhos realizados pelo plano anterior, que assim como o atual plano objetiva responder as demandas relacionadas à promoção da igualdade, perspectivas de gênero, raça/etnia além da valorização das diversidades. Para sua consolidação foram realizadas em todo país, várias Conferências estaduais e municipais, com a participação do governo e da sociedade civil. É importante ressaltar que essas conquistas são apenas o início de um longo caminho a ser trilhado no que diz respeito à criação, implementação e execução das políticas públicas. No Estado de Sergipe, de acordo com Lamenha e Silva (2011), as políticas públicas para as mulheres tiveram o seu marco inicial com a criação da Coordenação de Políticas Publicas da para as Mulheres- CPPM, criada em 13 de março de 2007 através de decreto nº 24.277, vinculada a Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social (SEIDES). A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SEPM) no estado de Sergipe foi criada pelo Governador Marcelo Déda através da Lei nº 7.116 de 25 de março de 2011. As atividades iniciaram em 1º de abril de 2011, com a posse da Secretária Maria Teles dos Santos, responsável legal pela referida entidade. Conforme o Planejamento Estratégico a Secretaria tem por finalidade “promover a erradicação da miséria e o desenvolvimento sustentável em todo o território sergipano, por meio da valorização da diversidade cultural, da equidade de gênero, raça e etnia, da gestão pública de excelência e da consolidação da democracia participativa”. Os atendimentos realizados pelos profissionais da SEPM ocorrem pela via da articulação em rede com as instâncias que realizam trabalho frente à população usuária, o que significa dizer que a população atendida pela instituição está constituída por gestoras municipais de políticas para as mulheres, técnicos de diversas secretarias do Estado e dos municípios, mulheres dos diversos movimentos sociais, entre outros. Além disso, recebem acessoria da Secretaria, que apresenta a gestão dos seus trabalhos por meio das coordenadorias de Articulação Institucional e Ações Temáticas, Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e a de Planejamento e Gestão Interna, todas estão voltadas para a garantia da implementação de políticas para as mulheres. Por certo, a SEPM representa um avanço e uma conquista institucional recente, com ações gradativas capazes de cobrir o território sergipano. Em relação à implementação da política, o estado conta atualmente com 28 Coordenadorias do Direito da Mulher que estão localizadas na Capital e no Interior e seis Conselhos Municipais de Direito da Mulher, com ações voltadas para a ampliação deste número e maior alcance do público alvo. Todavia, para os propósitos deste estudo, diante dos estudos bibliográficos, análise documental entre outros levantamentos realizados, foi observada que dentre os municípios sergipanos contemplados por organismos de Políticas para as Mulheres como Coordenadorias, Departamentos, Secretarias de Políticas para as Mulheres e Conselhos Municipais de Direitos da Mulher - CMDM, não constava o Município de Areia Branca/SE. Para uma breve ilustração, destaca-se que o município de Areia Branca localizado há 36 km da capital, situa-se na região agreste do Estado. Sua emancipação data de 11 de novembro de 1963, sendo um dos municípios mais novos. Sua área territorial de 146,68 km2, e uma população de 17.014, contando com 13 povoados. Economicamente há uma forte dependência da geração de emprego e renda em relação ao setor público; na agricultura predominam as culturas de cana-de-açúcar, de legumes, verduras; a avicultura e piscicultura também têm adquirido um forte potencial na criação de emprego e renda da cidade. Por meio dos observações e estudos acerca do cenário instituído na referida localidade, surgiu o interesse em elaborar o projeto de intervenção denominado “Participação política como ferramenta de empoderamento feminino”, no qual pretendese fortalecer pela via da informação a participação das mulheres na formulação e implementação das Políticas Públicas locais de gênero, proporcionando uma maior visibilidade as demandas existentes no município de Areia Branca. A metodologia a ser adotada estará apoiada em levantamento de informações e visita técnicas junto às secretarias de políticas públicas e organismos não governamentais que desenvolvem ações voltadas para as mulheres daquele município. Posteriormente, pretende-se estabelecer parcerias com representantes de equipamentos sociais que atuam com famílias beneficiárias de programas sócioassistenciais e representantes dos organismos governamentais, para realização de seminários e palestras informativas dirigidos a estes e ao público feminino, sobre temas relativos aos direitos civis, políticos e sociais, além de outros referentes às relações de gênero. Para dar visibilidade sobre as demandas existentes no município e sensibilizar os gestores, será elaborado, dentro do rigor ético, documentário para veiculação nos diferentes espaços de atendimento e prestação de serviços às mulheres, como também junto ao poder público, de modo a contribuir para um maior engajamento destes na implantação de organismos importantes como os conselhos de direitos e as coordenadorias de políticas públicas, em especial para as mulheres. A possibilidade de empoderamento da mulher nos diversos seguimentos da sociedade é uma questão recorrente. Para isso faz-se necessário a implantação de coordenadorias, conselhos e outros organismos ligados diretamente ao publico feminino em todos os municípios, como forma de combater a desigualdade de gênero. Essa realidade não é diferenciada no município de Areia Branca/SE, e nesse sentido o projeto de intervenção visa promover e estimular nas mulheres uma visão crítica sobre a as políticas públicas existentes e seus impactos para a efetivação da política para as mulheres no município. Assim pretende-se com esta atividade exibir um panorama sobre como vem se dando a implantação das políticas publicas para as mulheres na localidade. A partir da aplicação de instrumentais junto ao público feminino, em sua maioria beneficiárias do Programa Bolsa Família, será feito um levantamento sobre as percepções acerca da materialização das políticas publica de gênero na contextualização da realidade do município. Com isso, há uma intenção de realizar um apanhado da atual situação do município de Areia Branca/SE em consonância com as políticas publicas de gênero, objetivando assim dar maior visibilidade ao papel da mulher na sociedade a importância desta na sociedade como um todo. Em relação à produção de um documentário, este será utilizado como um instrumento necessário à divulgação com o objetivo de fortalecer, pela via da informação, a participação das mulheres na formulação e implementação das políticas públicas locais de gênero, proporcionando uma maior visibilidade as demandas existentes no município de Areia Branca/SE a qual será a ferramenta utilizada para alcançar tais pretensões. 3 Conclusão O estágio supervisionado em Serviço Social constitui-se uma atividade indispensável para a formação profissional de graduandas/os, pois se trata de um momento onde se aplica a possibilidade real do primeiro contato do discente com a dualidade da teoria e pratica. De acordo com Iamamoto (2000), inicialmente deve-se perceber que a prática profissional não tem o poder de revelar a si mesma, pois seu corpo se forma na história da sociedade, da qual é parte e expressão. Pois ela adquire formas históricas de acordo com o contexto vivido na sociedade. Ela se insere nas relações sociais entre as classes e o Estado, funcionando como mediadora nesta relação deve-se ainda se considerar a produção social, que tem no trabalho a atividade fundante. Desta forma é possível afirmar que historicamente a profissão manteve o seu olhar de atuação voltado para as intervenções do Estado via políticas sociais públicas que as materializam como forma de dar respostas as demandas que surgem, e para isso o profissional precisa ter compreensão sobre as políticas sociais que irá utilizar na sua ação profissional. O estágio se caracteriza como o espaço que permite ao aluno a ampliação dos seus conhecimentos, técnicas e habilidades que possibilitarão um exercício profissional em consonância com as atribuições regidas pela lei de regulamentação da profissão de Serviço Social, as diretrizes curriculares para os cursos de Serviço Social e o Código de Ética Profissional do Assistente Social. Além de estimular o senso crítico-reflexivo e a capacidade de conhecer a realidade para poder tomar decisões concernentes as diferentes expressões da questão social, o estágio supervisionado em Serviço Social proporciona também conhecimentos fundamentais para a formação profissional, ao tempo que desenvolve as competências teórico-metodológica, ético-política e técnicooperativa, indispensáveis ao exercício profissional, qualificado e comprometido com a população usuária do Serviço Social. Durante o estágio supervisionado em Serviço Social I e II foi possível participar de ações relativas ao controle social como Conferências nas esferas Municipal e Estadual de políticas públicas como a da Mulher e da Assistência Social, acompanhar o processo de gestão e orientação na criação de Coordenadorias Municipais, assim como Conselhos Municipais de Políticas para as Mulheres. A participação nesses espaços possibilitou um conhecimento amplo em relação às políticas com recorte de gênero, além de estabelecer uma aproximação ao público alvo. Por certo, foi possível perceber quão fundamental é esse espaço para a atuação do assistente social, pois visa ampliar a participação da população feminina no gerenciamento das políticas públicas. Embora esteja em processo de execução, estima-se com essa proposta de intervenção incentivar a participação das mulheres no âmbito das políticas públicas oferecidas pelo município, estimulando o empoderamento das mesmas pela via do envolvimento, acompanhamento, monitoração e execução das políticas locais, o que implica em validar a sua participação e papel na sociedade, além de sensibilizar os gestores municipais e a sociedade civil local em relação à participação da mulher nos espaços de poder e decisão. Political participation as a tool of female empowerment: the internship experience in Areia Branca / Sergipe. Abstract The present paper reports the experience of mandatory curricular course of Social Service of the Federal University of Sergipe - UFS, along with the Special Secretariat of Policies for Women (SEPM), with specific actions in Areia Branca in Sergipe. Through the intervention project called "Political Participation as a tool of female empowerment," we intend to strengthen the information via the participation of women in the formulation and implementation of public policies of local genre, providing greater visibility demands existing in the municipality of Areia Branca. The methodology to be adopted will be supported by survey and visit with departments of public policy and non-governmental bodies that develop actions for women in that county. Subsequently, we intend to establish partnerships with representatives of social facilities that work with families receiving sócioassistenciais programs and representatives of government agencies, to seminars and informative lectures directed at these women and the public on issues concerning civil, political and social, and other related to gender relations. To give visibility to the demands of the municipality and sensitize managers will be prepared within the ethical rigor, documentary for placement in different areas of care and services to women, but also with the government in order to contribute to a greater engagement in the implementation of these important bodies such as councils of rights and coordinating public policies, especially for women. Keywords: Public Policy. Gender. Democratic Participation Data de entrega: 30 de outubro de 2012 Referências BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 11.788, de 25 de Setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. 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