1 Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - Pós-Graduação em Estudos de Linguagens Disciplina: Ambientes Sociotécnicos para Ensino e Aprendizagem de Línguas Profa. Dra. Maria Raquel de Andrade Bambirra Aluna: Priscila da Eira Peixoto Temponi Resenha do texto: PAIVA, V. L. M. O. Como se aprende uma língua estrangeira? In: ANASTÁCIO, E. B. A.; MALHEIROS, M. R. T. L.; FIGLIOLINI, M. C. R. (Orgs). Tendências contemporâneas em Letras. Campo Grande: Editora da UNIDERP, 2005. p. 127-140. Paiva descreve sobre como que os métodos de ensino de uma língua sofreram poucas mudanças ao longo dos anos. Menciona que normalmente a língua não é enfatizada como um meio de comunicação, mas sim, como um sistema de regras. Vários métodos de ensino foram surgindo, como o método “Gramática e Tradução” no século 18. E com a necessidade do ensino das habilidades orais, surgiu o “Método Direto” no século 20 (COOK, 2003), no qual a gramática deveria ser aprendida através por meio do uso da língua. Esse método tinha o propósito de desenvolver as habilidades orais, mas não correspondia com a realidade, com o dia a dia do aprendiz. Mesmo sendo, o “Método Direto”, muito popular na Europa, muitas pessoas não quiseram adotá-lo. Dessa forma, surgiu o método “Áudio-oral” (RICHARDS; RODGERS, 1993), pelo qual define que a aprendizagem é um comportamento observável, que é um produto de estimulação e resposta; descrevendo a língua como um conjunto de hábitos que precisam ser automatizados e não a memorização de um conjunto de regras. O mérito deste método foi o de possibilitar que os aprendizes tivessem mais fluência, pois as habilidades orais eram trabalhadas desde o início. Mas, por se almejar o automatismo, oferecia-se pouco estímulo às atividades mentais e os aprendizes adultos se cansavam com a prática de repetições e com isso a criação de hábitos automáticos. A partir da década de 60, apesar da importância de acreditar na capacidade inata de habilidade para gerar enunciados, surgiram estudos que abordavam a “Competência Comunicativa”, na qual se acreditava que era necessário saber como a língua é usada 2 pelos membros de uma comunidade de fala e não bastava apenas dominar as estruturas lingüísticas. (caiu o trema) Outros estudos abordavam que o conceito de “Competência Comunicativa” possui quatro dimensões, sendo elas: a gramatical, a sociolinguística, a discursiva e a estratégica. Também teve influência o estudo que postulava que a linguagem tem uma força ilocucionária (AUSTIN, 1962), e outro estudo que defende a investigação de como a língua é usada, explicando a linguagem em relação ao seu funcionamento (HALLIDAY, 1973). Wilkins (1976) propôs que o material didático fosse organizado em torno dos significados e pelos atos comunicativos, inovando assim o ensino de línguas. A área da psicologia também tem muita influência na abordagem comunicativa, com o conceito do construtivismo de Piaget (1954, 1970), o sócio-interacionismo de Vygotsky (1984, 1987) e a psicologia humanista de Carl Roger (1969). Por fim, a autora cita sobre a aprendizagem baseada em tarefas, sendo ela outra abordagem que engloba vários passos, como por exemplo, compartilhar e processar informação. O ensino baseado em tarefas possibilita que o aluno desenvolva a competência comunicativa, com a possibilidade de facilitar o uso da língua e torná-la mais efetiva em um treino semelhante às situações de vida diária, ou seja, mais condizente com a realidade. Recomendo a leitura deste texto, por relatar alguns métodos de ensino, pelo fato de ter abordado e questionado sobre como a abordagem comunicativa poderia ter possibilitado muitas mudanças em relação ao ensino de línguas. Portanto, nota-se que é elevado o número de educadores que mantém métodos que não focam o sentido, mas sim o estudo da gramática associado a métodos; materiais didáticos que visam um conceito de um conteúdo artificial, que não condizem com a realidade dos aprendizes; porém, considero relevante o relato de estudos recentes que começam a mudar este contexto, visando formas e materiais de ensino que privilegiam o sentido e a comunicação, ou seja, quando a língua faz sentido para o aprendiz, é que ele realmente aprende uma língua estrangeira. 3 Belo Horizonte, 03 de outubro de 2016.