OUT / NOV / DEZ 2013 • No 4 • ANO XXXVII Editorial Afinal, o que somos? C arlos Drummond de Andrade, em seu poema Definitivo, nos disse que “A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...”. Em versos que não poderiam ter sido escritos por outra pessoa, em todo o poema discorre sobre diversas situações da vida pelas quais passamos e sofremos. O desenvolvimento de novos tratamentos e tecnologias possibilitou aumento da expectativa de vida da população em que as doenças crônicas se tornaram importante causa de morbimortalidade. Tratamos justamente destes pacientes, pelos quais fomos escolhidos para acompanhá-los não apenas por toda a vida, mas também em seu fim. Em busca da cura e na luta pela vida, frequentamos os principais congressos da especialidade, discutimos com maestria os mais recentes artigos publicados e prescrevemos medicações de última geração. Entretanto, não somos deuses, nem anjos ou demônios. Nosso poder é limitado, quando, enfim, realmente percebemos que sempre se tratou de um “pseudopoder”. O paciente não deve sofrer ou morrer na busca infundada pela cura, quando, em alguns momentos, parece que estamos tratando a nós mesmos. Há situações em que um aperto de mão, um abraço ou o enxugar de uma lágrima é tão importante quanto a prescrição do remédio específico. Sabemos reconhecer os nossos limites e estamos preparados para tudo? Paliar não significa abreviar ou adiantar o processo de finitude. Faz parte deste momento aliviar a dor e diminuir o sofrimento do paciente e de todos ao seu redor. Trazemos neste boletim o “novo” conceito de medicina paliativa dentro do tratamento das doenças crônicas e da reumatologia. Em condições clínicas em fase avançada sem possibilidade de cura, o código de ética médica diz que o médico não abandonará o paciente por ser este portador de doença crônica ou incurável e continuará a assisti-lo ainda que para cuidados paliativos. Enfim, não há o que temer. Não há do que fugir. Somos iguais e mortais. Tratar do ser humano também exige que sejamos humanos. Todos passaremos pelo mesmo processo. O inevitável pode ser encarado com maturidade e devemos dignamente reconhecer os nossos limites para oferecer o melhor ao próximo. Parafraseando a jornalista Mariana Bomfim, “Viver bem não inclui não morrer. Inclui morrer bem”. Edgard Reis SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA Presidente Walber Pinto Vieira – CE Tesoureiro José Eyorand Castelo B Andrade – CE Secretário Geral Francisco José Fernandes Vieira – CE Vice-Tesoureiro José Roberto Provenza – SP 1º Secretário Lauredo Ventura Bandeira – SP Diretor Científico Mittermayer Barreto Santiago – BA 2a Secretária Rosa Maria Rodrigues Pereira – SP Presidente eleito Cesar Emile Baaklini Boletim da Sociedade Brasileira de Reumatologia Av. Brig. Luís Antônio, 2.466, conjuntos 93 e 94 01402-000 – São Paulo - SP – Tel.: (11) 3289-7165 / 3266-3986 www.reumatologia.com.br Coordenação editorial Kaline Medeiros Costa Pereira Edgard Torres dos Reis Neto Editores Tania Caroline Monteiro de Castro Frederico Augusto Gurgel Pinheiro Colaborador Plinio José do Amaral @ [email protected] Jornalista responsável Maria Teresa Marques Layout Sergio Brito Impressão Sistema Gráfico SJS Tiragem: 2.000 exemplares BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 Representante junto à Panlar Adil Muhib Samara – SP Antonio Carlos Ximenes – GO Fernando Neubarth – RS Maria Amazile Ferreira Toscano – SC Representante junto ao Ministério da Saúde Ana Patrícia de Paula – DF Mário Soares Ferreira – DF Representante junto à AMB Eduardo de Souza Meirelles – SP Gustavo de Paiva Costa – DF Morton A Scheinberg – SP 4 Notas 8 SBR.doc 9 Reumato.com 10O melhor do Brasil 11Foco em 12Profissão Reumato 14Rheuma & Ethos 17Espaço do residente 18 Hits da Reumatologia 19 Primeira fila 20 Coluna Seda 22Além da Reumatologia ÍNDICE Diretoria Executiva da SBR – Biênio 2012-2014 Índice 3 Notas Pesquisadores brasileiros no ACR 2013 D e 25 a 30 de outubro de 2013, foi realizado na cidade de San Diego, EUA, o American College of Rheumatology Annual Meeting (Congresso Americano de Reumatologia). Trata-se do maior congresso da especialidade realizado atualmente e, para muitos, também o melhor. Temas de ciência básica, novos métodos diagnósticos e tratamentos foram destaque. Mais uma vez os reumatologistas brasileiros se sobressaíram em debates de alto nível com apresentações orais e em pôster. Deliciem-se abaixo com os trabalhos apresentados! Parabéns a todos os pesquisadores brasileiros! TRABALHOS Universidade de São Paulo /USP • LONG-TERM EVALUATION OF CARDIAC FUNCTION IN JUVENILE IDIOPATHIC ARTHRITIS UNDER ANTI-TUMOR NECROSIS FACTOR THERAPY. A.C. Lianza, N.E. Aikawa, J.C.B. Moraes, G.N. Leal, S.S. Morhy, E. Bonfá, C.A. Silva. • TNF BLOCKAGE IN PSORIATIC ARTHRITIS: LONG-TERM EFFECT ON LIPID PROFILE. J.C.B. Moraes, C.G.S. Saad, A.C. Ribeiro, C. Goldenstein-Schainberg, C.R. Gonçalves, P.D. Sampaio-Barros e E. Bonfá. • LATENT TUBERCULOSIS SCREENING AND TREATMENT IN ANKYLOSING SPONDYLITIS PATIENTS ELIGIBLE FOR ANTI-TNF THERAPY IN ENDEMIC AREA. R. Miossi, K.R. Bonfiglioli, C.G.S. Saad, A.C. Ribeiro, J.C.B. Moraes e E. Bonfa. • BENEFITIAL EFFECTS OF A SIMPLE STRETCHING EXERCISE PROGRAM FOR PATIENTS WITH ANKYLOSING SPONDYLITIS: A RANDOMIZED CONTROLLED TRIAL. A.L. Gallinaro, C.G.S. Saad, C. Goldenstein-Schainberg, P.D. Sampaio-Barros, J.C.B. Moraes, H. Roschel, A.L.S. Pinto e C.R. Gonçalves. • BENEFICIAL EFFECT OF LONG-TERM USE OF LOW-COST MINIMALIST FOOTWEAR ON JOINT LOAD, CLINICAL, AND FUNCTIONAL ASPECTS OF ELDERLY WOMEN WITH KNEE OSTEOARTHRITIS. F. Trombini-Souza, A. Matias, M. Yokota, M. Butugan, I. Pereira, C. Goldenstein- Schainberg, R. Fuller, I.C.N. Sacco. • 23-VALENT POLYSACCHARIDE PNEUMOCOCAL VACCINE IN JUVENILE IDIOPATHIC ARTHRITIS PATIENTS: ANTI-TUMOR NECROSIS FACTOR THERAPY ROLE IN SHORT AND LONG-TERM IMMUNOGENICITY. N.E. Aikawa, I.L.A. França, A.C.M. Ribeiro, A.M. Sallum, E. Bonfá, C.A. Silva. • ALTERED APOPTOSIS PROFILE AND ASSOCIATED SOLUBLE FACTORS IN PATIENTS WITH JUVENILE-ONSET SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS. B. Liphaus, M.H.B. Kiss, S. Carrasco, C. Goldenstein-Schainberg. • INACTIVE SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS: CYTOKINES AND SOLUBLE TUMOR NECROSIS FACTOR RECEPTORS RESPONSE TO MODERATE/INTENSE EXERCISE. L. A. Perandini, D. Sales-de-Oliveira, S.B.V. Mello, N.O. Camara, F.R. Lima, E.F. Borba, E. Bonfá, A.L. Sá-Pinto, H. Roschel, B. Gualano. • FAT MASS AND RESISTIN: PREDICTIVE FACTORS FOR ANTI-TNF THERAPY RESPONSE IN ANKYLOSING SPONDYLITIS PATIENTS. C.G.S. Saad, A.S. Abreu, A.C.M Ribeiro, J.C.B. Moraes, L.A. Perandini, T. Dassouki, R.M. R. Pereira, E. Bonfa e A.LS. Pinto. • ACTIVE SYSTEMIC LUPUS ERUTHEMATOSUS: CYTOKINES AND SOLUBLE TUMOR NECROSIS FACTOR RECEPTORES RESPONSE TO MODERATE/INTENSE EXERCISE. L.A. Perandini, D. Sales-de-Oliveira, S.B.V. Mello, N.O. Camara, F.R. Lima, E.F. Borba, E. Bonfá, A.L. Sá-Pinto, H. Roschel, B. Gualano. • WORSE MENTAL HEALTH IN EMPLOYED ADULT PATIENTS WITH JUVENILE IDIOPATHIC ARTHRITIS (JIA): MORE THAN JUST A JOB. N.E. Aikawa, J. Gordo, R. Krieger, L. E. Paula, C. Goldenstein-Schainberg. • OVARIAN RESERVE IN WOMEN WITH PRIMARY ANTIPHOSPHOLIPID SYNDROME. L. Yamakami, P. Serafini, D.B. Araujo, E. Bonfá, E.P. Leon, E.C. Baracat, C.A. Silva. • OVARIAN DYSFUNCTION IN ADULT CHILDHOOD-ONSET SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS PATIENTS: A POSSIBLE ROLE OF METHOTREXATE? D.B. Araujo, L. Yamakami, E. Bonfá, V.S.T. Viana, S.G. Pasoto, R.M. Pereira, P.C. Serafin, E.F. Borba, C.A. Silva. Universidade Federal de São Paulo / Unifesp • HIGH PREVALENCE OF METABOLIC SYNDROME IN TAKAYASU ARTERITIS: AN INCREASED CARDIOVASCULAR RISK AND LOWER ADIPONECTIN SERUM LEVELS. T. Silva, M. Levy-Neto, R.M.R. Pereira. E. Bonfá. • BEHÇET`S DISEASE ACTIVITY: AN IMPORTANT FACTOR FOR IMMUNOGENICITY OF UNADJUVANTED INFLUENZA A/H1N1 VACCINE. L.L. Prado, C.G.S. Saad, J.C.B. Moraes, A.C.M. Ribeiro, N.E. Aikawa, C.A. Silva, C. Goldenstein- Schainberg, P.D. Sampaio-Barros, A.R. Precioso, M.A. Ishida, E. Bonfá, C. Goncalves. • ABNORMAL COLLAGEN FIBERS DEPOSITION IN THE SYNOVIAL JOINTS IS A CHARACTERISTIC OF THE TEMPORAL EVOLUTION OF THE DIABETIC RATS’ MODEL INDUCED BY STREPTOZOTOCIN. P.C. Andrade, A.P. P. Velosa, J. Morais, E. R. Parra, C. Goldeinstein-Schainberg, V.L. Capelozzi, W.R. Teodoro. • EFFICACY AND SAFETY OF LOW-INTENSITY RESISTANCE TRAINING COMBINED WITH VASCULAR OCCLUSION IN POLYMYOSITIS AND DERMATOMYOSITIS. M. Mattar, L.A. Perandini, T. Dassouki, S.K. Shinjo, B. Gualano, H. Roschel, F.R. Lima, A.L.S. Pinto. 4 • PRELIMINARY PROSPECTIVE STUDY OF ULTRASONOGRAPHY IN PATIENTS WITH JUVENILE IDIOPATHIC ARTHRITIS IN CLINICAL REMISSION: SUBCLINICAL SYNOVITIS MAY PREDICT FLARE? V.B. Miotto e Silva, S.A.V. Mitraud, R.N.V Furtado, J. Natour, M.T.Terreri. • ENTHESES ULTRASOUND IN PATIENTS WITH ANKYOSING SPONDYLITIS: A CONTROLLED STUDY WITH HEALTHY SUBJECTS. S. Narimatsu, A. Rosenfeld, G.B.Q. Estrela, J.E.P. Proglhof, R.N.V. Furtado, J. Natour. • EFFECTIVENESS OF PILATES METHOD FOR THE TREATMENT OF CHRONIC MECHANICAL NECK PAIN. L.A. Cazotti, A. Jones, D.R. Silva, L.H.C. Ribeiro, J. Natour. • BENEFITS OF PROGRESSIVE MUSCLE STRENGTHENING USING A SWISS BALL IN PATIENTS WITH ANKYLOSING SPONDYLITIS: A RANDOMIZED CONTROLLED TRIAL. M. Souza, F. Jennings, H. Morimoto, J. Natour. • GLOBAL POSTURAL REEDUCATION TO TREAT CHRONIC LOW BACK PAIN: RANDOMIZED, CONTROLLED TRIAL. P.A. Lawand, I. Lombardi Jr, C.C. Sardim, L.H.C. Ribeiro, A. Jones, J. Natour • ASSESSMENT OF GESTURE BEHAVIOR AND KNOWLEDGE ON LOW BACK PAIN. AMONG NURSES. H. Morimoto, A. Jones, J. Natour. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 • INTERPHALANGEAL INTRA-ARTICULAR INJECTION WITH TRIAMCINOLONE HEXACETONIDE: ASSESSMENT OF EFFECTIVENESS IN HAND OSTEOARTHRITIS. N.O. Spolidoro, J. Natour, R.N.V. Furtado, F.S. Machado, H.A. Oliveira. • HIP FRACTURE RISK FACTORS TO ONE YEAR AND IN-HOSPITAL MORTALITY, A PROSPECTIVE COHORT IN SOUTH BRAZIL. T. A. Ribeiro1, M. O. Premaor1, J.A. Larangeira1, M. Luft1, L.G. Brito1, LW. Guterres1, O.A. Monticielo2. • A MULTIPLE CAUSE-OF-DEATH STUDY IN RHEUMATOID ARTHRITIS. F.A.G. Pinheiro, D.C.C. Souza, E.I. Sato. 1 Universidade Federal de Santa Maria, 2Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Espírito Santo • THE EFFECT OF RAMIPRIL ON ENDOTHELIAL FUNCTION AND ENDOTHELIAL PROGENITOR CELLS IN PATIENTS WITH SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS. A.C. Machado, Luiz Samuel G. Machado, E.I. Sato. • CLINICAL PERFORMANCE OF 4 METHODS FOR DETECTING LATENT TUBERCULOSIS INFECTION (LTBI) IN PATIENTS WITH ACTIVE CHRONIC INFLAMMATORY ARTHRITIS TAKING TNF_ BLOCKERS. C.M.F. Gomes, M.T.Teresa Terreri, M.I. Pinto, K. Oseki, F. Spina, M.M. Pinheiro. • EVALUATION OF THE EFFECT OF SILDENAFIL ON THE MICROVASCULAR BLOOD FLOW AND ON THE ENDOTHELIAL PROGENITOR CELLS IN PATIENTS WITH EARLY SYSTEMIC SCLEROSIS: A RANDOMIZED, DOUBLE-BLIND, PLACEBO-CONTROLLED STUDY. F.V. Andrigueti, P.C.C. Ebbing, M.I. Arismendi, C.Kayser. • MICROVASCULAR ABNORMALITIES IN PATIENTS WITH EARLY SYSTEMIC SCLEROSIS: LESS SEVERE MORPHOLOGICAL CHANGES COMPARED TO PATIENTS WITH DEFINITE DISEASE. C. Camargo, J. Sekiyama, M. I. Arismendi, C. Kayser. • NF-_B PATHWAY IS DEPLETED IN PHAGOCYTES FROM BEHC¸ET_S DISEASE PATIENTS SECONDARILY TO CONSTITUTIVE PHOSPHORYLATION OF THE P65 SUBUNIT. S. F. Perazzio, P.V.S. Pereira, A.W.S. Souza, A. Condino-Neto, L.E.C. Andrade. • PLASMA OF ACTIVE BEHÇET_S DISEASE INCREASES OXIDATIVE METABOLISM PROFILE OF NORMAL AND PATIENTS PHAGOCYTES. S.F. Perazzio, P.V.S. Pereira, A.W.S. Souza A. Condino-Neto, L.E.C. Andrade. Universidade Estadual de Campinas / Unicamp • COGNITIVE FUNCTIONS IN CHILDHOOD-ONSET SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS. B. Bellini, C. de Souza, M. Postal, N.A. Sinicato, P.T Fernandes, R. Marini, S. Appenzeller. • COGNITIVE DYSFUNCTION IN CHILDHOOD SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS: COMPARISON OF DIFFERENT CLASSIFICATION CRITERIA. B. Bellini, C. de Souza, M. Postal, N.A. Sinicato, P.T Fernandes, R. Marini, S. Appenzeller. • SERUM S100_ IS ASSOCIATED WITH NEUROPSYCHIATRIC MANIFESTATIONS IN CHILDHOOD-ONSET SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS. A.T. Lapa, M. Postal, N.A. Sinicato, B. Bellini, P.T Fernandes, R. Marini, S. Appenzeller. • TNF-_ IS ASSOCIATED WITH COGNITIVE IMPAIRMENT IN CHILDHOOD-ONSET SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS. M. Postal, N.A. Sinicato, A.T. Lapa, K. Pelicari, B. Bellini, P.T Fernandes, R. Marini, S. Appenzeller. Rio Grande do Sul • ARTHRITIS AND NAIL INVOLVEMENT IN PATIENTS WITH PLAQUE-TYPE PSORIASIS. O.A. Monticielo1, K.R.R. Schons2, C.F. Knob, W. Neumaier2, M.O. Beck2, A.A.C. Beber2. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2Universidade Federal de Santa Maria. 1 • A SYSTEMATIC REVIEW AND META-ANALYSIS COMPARING LOW VERSUS HIGH - DOSE RITUXIMAB FOR RHEUMATOID ARTHRITIS. M. Bredemeier, F. K. de Oliveira, C. M. Rocha. • DIAGNOSTIC VALUE OF LABIAL MINOR SALIVARY GLAND BIOPSY FOR PRIMARY SJÖGREN’S SYNDROME. R. Altoe1, V. Valim1, M.C.S. Santos2, E.V. Serrano1, S.T. Miyamoto1. 1 Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2Universidade de Vila Velha. • EULAR SJÖGREN’S SYNDROME PATIENT REPORTED INDEX (ESSPRI) IS INCREASED IN SJÖGREN’S SYNDROME PATIENT WITH FIBROMYALGIA. V. Valim, S.T. Miyamoto, M. Paganotti, E. V. Serrano, R. Alto. Universidade Federal do Espírito Santo. Pernambuco • A RANDOMIZED TRIAL OF A PHYSICAL SELF-MANAGEMENT PROGRAM FOR FIBROMYALGIA SYNDROME. A. Ranzolin1, S.S. Barros1, V.M. Fernandes2, E.A.S. Pimentel2, C.D.L. Marques1, A.L.B.P. Duarte1. Universidade Federal de Pernambuco, 2Centro Universitário Maurício de Nassau. 1 Trabalhos multicêntricos com autores do Brasil (Citados apenas nome e instituição dos autores brasileiros) • THE INFLUENCE OF SOCIOECONOMIC AND RACE IN DAMAGE SCORE IN PATIENTS WITH SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS. R. Teixeira1, E.F. Borba2, G. Christopoulos3, E.I. Sato1. 1 Unifesp, 2USP, 3Santa Casa de Misericórdia de Maceió. • PULMONARY INVOLVEMENT IN MIXED CONNECTIVE TISSUE DISEASE: SLOW PROGRESSION AFTER 10 YEARS OF FOLLOW-UP. L. Kawano-Dourado1, O.M. Dias1, F.U. Kay1, T.E.H. Gripp1, P.S. Gomes2, R. Fuller1, B.G. Baldi1, R.A. Kairalla1, C.R.R. Carvalho1, M.T.C. Caleiro1. 1 Universidade de São Paulo/USP, 2Hospital do Servidor do Estado de São Paulo. • CYTOKINES, OXIDATIVE STRESS MARKERS AND BRAIN-DERIVED NEUROTROPHIC FACTOR IN FIBROMYALGIA SYNDROME. A. Ranzolin1, C. Antônio da C. Neto2, B.M. Ascoli1, B. Wollenhaupt-Aguiar1, A.L.B.P. Duarte2, M. Bredemeier3, F. Kapczinski1, R.M. Xavier1. 1 UFRS, 2UFPE, 3Hospital Nossa Senhora da Conceição. • CROSS-CULTURAL ADAPTATION, VALIDATION AND RELIABILITY OF THE BRAZILIAN VERSION OF THE PSORIATIC ARTHRITIS SCREENING EVALUATION TOOL. R. Ranza1, C.G. Schainberg2, S. Carneiro3, G. Martins4, J.J Rodrigues2, J. Carneiro4, R. Romiti2, T.B.M. Barros2, A.L. Sampaio5, A. Pedreira5, C.Z. Costa1, R.M.C Pinto1, M.E. Husni, A. A. Qureshi. 1 UFU, 2USP, 3Brazilian Registry of Spondyloarthritis, 4UNB, 5UFRJ. • POWER DOPPLER ULTRASOUND 7-JOINT SCORE VS. SIMPLIFIED DISEASE ACTIVITY INDEX IN RHEUMATOID ARTHRITIS ASSOCIATED WITH FIBROMYALGIA. R. Chakr1, M. Behar1, J.A. Mendonça2, D. Cervantes1, N. Calegaro1, N. Andrade1, I. Siqueira1, D. Zanchet1, A. Gasparin1, P.E. Palominos1, C. Kohem3, O. A. Monticielo1, C. Brenol1, R. M. Xavier1, J.C.T. Brenol1. 1 UFRS, 2PUC Campinas, 3Brazilian Registry of Spondyloarthritis. • DEVELOPING INTERNATIONAL CONSENSUS DEFINITIONS OF IMPROVEMENT FOR ADULT AND JUVENILE DERMATOMYOSITIS AND POLYMYOSITIS. S.K. Oliveira. UFRJ. Hospital Nossa Senhora da Conceição. • GOOD INTER-RATER RELIABILITY OF MYOSITIS EXPERTS IN ASSESSING CLINICAL IMPROVEMENT. S.K. Oliveira. UFRJ. • EFFECT OF RC-3095, AN ANTAGONIST OF GASTRIN-RELEASIN PEPTIDE RECEPTOR, REGULATING SYNOVIAL FIBROBLASTS IN EXPERIMENTAL ARTHRITIS. P. Oliveira, L. Filippin, M. Farinon, V. Clarimundo, G. Schwartsmann, R. M. Xavier. • INITIAL BENCHMARKING OF THE QUALITY OF MEDICAL CARE OF CHILDREN AND ADOLESCENTS WITH LUPUS. C.A. Silva1, M.F. Sliva1, S. Appenzeller2, M. Centeville2. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 1 USP, 2Unicamp. >> 5 Notas Pesquisadores brasileiros no ACR 2013 >> • PHASE 2 TRIAL ON TRIPTORELIN FOR OVARY PROTECTION IN CHILDHOOD-ONSET SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS. C.A. Silva. USP. • KEY ROLES FOR INTERFERON AND MACROPHAGE ACTIVATION IN PROGRESSIVE LUNG FIBROSIS ASSOCIATED WITH SYSTEMIC SCLEROSIS. R. Christmann1, G. Stifano1, C. Borges2, C. Carvalho3, R. Kairalla3, E. R. Parra3, A. Spira1, R. W. Simms1, P. D. Sampaio-Barros3, V. L. Capelozzi3, R. Lafyatis1. • PREVALENCE OF CARDIOVASCULAR RISK FACTORS AND CARDIOVASCULAR DISEASE IN RHEUMATOID ARTHRITIS PATIENTS ACROSS INTERNATIONAL REGIONS: A COMPARISON OF THE CORRONA INTERNATIONAL AND CORRONA UNITED STATES REGISTRIES. S.C. Radominski1, I. Laurindo2. 1 UFPR, 2USP. 1 • VARIATIONS IN DISEASE ACTIVITY AND THERAPEUTIC MANAGEMENT OF RHEUMATOID ARTHRITIS IN DIFFERENT INTERNATIONAL REGIONS: A COMPARISON OF DATA FROM THE CORRONA INTERNATIONAL AND CORRONA UNITED STATES REGISTRIES. S.C. Radominski1, I. Laurindo2. UFPR, 2USP. 1 • GENOME WIDE ASSOCIATION META-ANALYSIS IMPLICATES HLA-DRB1, THE BTNL2/HLA-DRA REGION, AND A NOVEL SUSCEPTIBILITY LOCUS ON CHROMOSOME 1 IN SYSTEMIC JUVENILE IDIOPATHIC ARTHRITIS. C.A. Len1, S.K. Oliveira2 and on Behalf Of the International Childhood Arthritis Genetics Consortium. Unifesp, 2UFRJ. 1 • ASSESSMENT OF GLOBAL DISEASE ACTIVITY IN RHEUMATOID ARTHRITIS BY PATIENTS AND PHYSICIANS: CULTURAL DIFFERENCES AMONG COUNTRIES IN THE METEOR DATABASE. R. Wolterbeek, C. Brenol. UFRS. • ORAL SCAN: EFFECTS OF THE ORAL JAK INHIBITOR TOFACITINIB IN COMBINATION WITH METHOTREXATE ON PATIENT REPORTED OUTCOMES IN A 24-MONTH PHASE 3 TRIAL OF ACTIVE RHEUMATOID ARTHRITIS. V.C.A.F. Zerbini. Centro Paulista de Investigacão Clínica, SP. • INCIDENCE OF ADVERSE EVENTS IN PATIENTS WITH RHEUMATOID ARTHRITIS AND SPONDYLOARTHRITIS EXPOSED TO ANTI-TNF THERAPY. DATA FROM THE BRAZILIAN REGISTRY FOR MONITORING OF BIOLOGIC THERAPIES IN RHEUMATIC DISEASES (BIOBADABRASIL). R. Ranza1, D.C. Titton2, V. Vallim3, I. Silveira4, A. Ranzolin5, A. Hayata6, M.M. Abreu7, P. Louzada-Jr8, A.L.B.P. Duarte5, C. Brenol9, G.C. Pinheiro10, G.R. Castro11, H.M. Carvalho12, I. Costa13, J.C. Macieira14, J.R. Miranda15, J.C.M. Bertacini16, L.S.G. Barbosa17, M.B. Bertolo18, M.M. Pinheiro12, M.F. Sauma19, M.B. Silva20, M. Freire21, R.A. Toledo22, V. Fernandes23. Boston University School of Medicine, 2CEUMA, 3USP. • ANTI-_2GP1-DOMAIN-1 ANTIBODIES ARE A MARKER OF APS SEVERITY. L. Seguro. USP. • DEVELOPING GUIDELINE FOR POLYMYALGIA RHEUMATICA: PRIORITISATION OF OUTCOME MEASURES – PERSPECTIVE OF PATIENTS, GENERAL PRACTITIONERS AND RHEUMATOLOGISTS. A.W.S. Souza. Unifesp. • THE ASSOCIATION BETWEEN ANTIPHOSPOLIPID ANTIBODIES AND RELATED CLINICAL OUTCOMES: A CRITICAL REVIEW OF THE LITERATURE. G.R. Jesus on Behalf of APS Action. UERJ. • THE SAFETY AND EFFICACY OF TOCILIZUMAB SUBCUTANEOUS IN COMBINATION WITH TRADITIONAL DMARDS IN PATIENTS WITH MODERATE TO SEVERE RHEUMATOID ARTHRITIS UP TO 48 WEEKS (BREVACTA). S.C. Radominski. UFPR. • THE EFFICACY AND SAFETY OF TOCILIZUMAB SUBCUTANEOUS VERSUS TOCILIZUMAB INTRAVENOUS, IN COMBINATION WITH TRADITIONAL DMARDS IN PATIENTS WITH RAAT 49 WEEKS (SUMMACTA). D. Feldman. Unifesp. • ATTAINMENT OF REMISSION, FUNCTIONAL, AND QUALITY OF LIFE IMPROVEMENTS WITH GOLIMUMAB TREATMENT IN RHEUMATOID ARTHRITIS ARE ASSOCIATED WITH PATIENT EXPECTATIONS. C. Zerbini. Hospital Heliópolis. • EFFICACY OF A 6-MONTH TREATMENT WITH STRONTIUM RANELATE 2G/DAY IN THE IMPROVEMENT OF LONG BONE FRACTURES WITH DELAYED-UNION OR NON-UNION. L.A.T. Russo. CCBR Brasil, RJ. • CLINICAL AND RADIOGRAPHIC OUTCOMES AT TWO YEARS AND THE EFFECT OF TOCILIZUMAB DISCONTINUATION FOLLOWING SUSTAINED REMISSION IN THE SECOND YEAR OF THE ACT-RAY STUDY. R. M. Xavier. UFRS. UFU, 2UFPR, 3UFES, 4PUCRS, 5UFPE, 6CRO Osasco, 7UFSC, 8USP Ribeirão Preto, UFRS, 10UERJ, 11Hospital Governador Celso Ramos, 12Brazilian Registry of Spondyloarthritis, 13UFMS, 14UFS Aracaju, 15Artrocenter Clinica Medica Taubaté, 16 USP SP CDMAC, 17UFMT, 18UNICAMP, 19UFPA, 20Hospital Universitário Evangélico, 21 UFTM, 22Funfarp, 23UNIC. • A RANDOMIZED, CONTROLLED, MULTICENTER, 2-ARM, PARALLEL-GROUP, DOUBLE-BLIND STUDY TO DEMONSTRATE THE EQUIVALENCE OF CT-P10 TO INNOVATOR RITUXIMAB WITH RESPECT TO PHARMACOKINETIC PROFILE IN PATIENTS WITH RHEUMATOID ARTHRITIS. S. Radominski. CETI Centro de Estudos em Terapias Inovadoras Ltda, Curitiba. • COMBINED AXIAL AND PERIPHERAL INVOLVEMENT IS ASSOCIATED WITH MISCEGENATION IN A LARGE AND HETEROGENEOUS BRAZILIAN COHORT OF 1505 PATIENTS WITH SPONDYLOARTHRITIS. P.D. Sampaio-Barros, M. Santiago, A.B. Bortoluzzo, A.C. Ximenes, J.A.B. da Silva, M.B. Bértolo, S.L. Ribeiro, M. Keisermann, R. Menin, T.L. Skare, S. Carneiro, V.F. Azevedo, W.P. Vieira, E. Albuquerque, W.A. Bianchi, R. Bonfiglioli, C. Campanholo, H.M. Carvalho, I.P. Costa, A.L.B.P. Duarte, C. Kohem, N. Leite, S. Lima, E.S. Meirelles, I.A. Pereira, M.M. Pinheiro, E. Polito, G.G. Resende, F.A.C. Rocha, M.F.L.C. Sauma, V. Valim, C.R. Gonçalves. • EFFECTS OF CHRONIC TREATMENT WITH BLISIBIMOD, AN INHIBITOR OF B CELL ACTIVATING FACTOR, ON RENAL AND INFLAMMATION BIOMARKERS IN PATIENTS WITH SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS: OBSERVATIONS FROM THE PLACEBO- CONTROLLED PEARL-SC AND OPEN-LABEL EXTENSION STUDIES. M. A. Scheinberg. Hospital Abreu Sodré Pesquisa Clínica, SP. 1 9 Brazilian Registry of Spondyloarthritis. • EFFECTS OF BLISIBIMOD, AN INHIBITOR OF B CELL ACTIVATING FACTOR, ON SERUM IMMUNOGLOBULINS AND INFECTION RISK IN PATIENTS WITH SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS: OBSERVATIONS FROM THE PLACEBO-CONTROLLED PEARL-SC AND OPEN-LABEL EXTENSION STUDIES. M. A. Scheinberg. Hospital Abreu Sodré Pesquisa Clínica, SP. Reunião do Biobada Brasil tem destaque em site do Iats Com o tema Segurança dos agentes biológicos contra doenças reumáticas no SUS, a reunião do Biobada Brasil, realizada no final de setembro de 2013, foi destaque no site do Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (Iats). Para ler o texto na íntegra, acesse o link http://www.iats.com.br/?p=noticias&id=230 6 BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 Perdemos Wolfgang Dihlmann Dr. Achiles Cruz Filho, Belo Horizonte Em 3 de outubro de 2013, faleceu aos 85 anos em Hamburgo, Alemanha, o prof. dr. Wolfgang Dihlmann, que foi por muitos anos professor de Radiologia na Universidade de Hamburgo. Embora fosse Radiologista de formação, Dihlmann dedicou-se durante toda a vida a estudar a radiologia osteoarticular, pelo que se tornou internacionalmente conhecido dos reumatologistas. Uma de suas obras chegou a ser traduzida para o inglês e publicada nos Estados Unidos: Joint and Vertebral Connections, um tratado que ganhou notoriedade no Brasil. Wolfgang Dihlmann nasceu em Stettin, Alemanha, hoje Polônia. Teve uma adolescência difícil, pois aos 14 anos já era soldado alemão, comandando uma bateria antiaérea alemã, no final de guerra, quando ficou ferido. Como radiologista, exerceu a medicina de início no famoso Hospital Charité, de Berlim, depois se transferindo para a Clínica Reumatológica de Aachen, onde o conheci, em 1963, quando iniciei minha residência naquele hospital e me tornei amigo dele. Uma amizade, pois, de 50 anos. Da Faculdade de Medicina de Aachen, se transferiu no final dos anos 70 para a Universidade de Hamburgo, já como professor. Também ao final dos anos 70, se tornou Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Reumatologia, tendo participado de alguns congressos nossos, sempre discorrendo sobre radiologia nas doenças reumáticas. Em 1975, deu um curso de três dias em Belo Horizonte, onde retornou algumas vezes. Eu o visitava de vez em quando em Hamburgo. Pela última vez, o vi, em junho de 2012, após o Eular de Berlim. Em nome da SBR e entristecido, transmito os sentimentos a sua única filha, dra. Ariane Dihmann, médica em Munique. Trabalho de pesquisadoras do DF ganha o Panlar Prize É com grande prazer que a SBR comunica que o trabalho “Immune Response to Revaccination with the Vaccine 17 D in Patients with Autoimmune Diseases who have inadvertently vaccinated against Yellow Fever”, de Ana Cristina Vanderley Oliveira, Licia Maria Henrique da Mota e Vanessa P. Magalhães Pascoal, foi laureado com o prêmio internacional “Panlar Prize on Basic Science Research” 2013, concedido pelo Panlar Prize Selection Committee. Dra. Licia Maria durante evento em que foi laureada com o Panlar Prize Reumatologistas são destaque no 5º Bradoo D urante o 5º Bradoo – Congresso Brasileiro de Densitometria, Osteoporose e Osteometabolismo – realizado em Porto de Galinhas /PE de 24 a 26 de outubro de 2013, mais uma vez reumatologistas brasileiros foram destaque. No congresso foram premiados os melhores trabalhos nas áreas básica, clínica e de densitometria óssea com destaque para trabalhos desenvolvidos no Laboratório de Metabolismo Ósseo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Parabéns aos autores: Diogo Domiciano, Luana G. Machado, Jaqueline B. Lopes, Camille P. Figueiredo, Valéria Caparbo, Liliam Takayama, Rosa M.R. Pereira. • Segundo lugar na Área de Densitometria: Baixa densidade mineral óssea e maiores níveis de paratormônio: preditores independentes de mortalidade em indivíduos idosos da comunidade. São Paulo Ageing & Health Study (SPAH) • Segundo lugar da Área Clínica: Incidência e fatores de risco para fratura vertebral por osteoporose em idosos brasileiros da comunidade: São Paulo Ageing & Health Study (SPAH) Sua opinião sobre o nosso boletim A pesquisa sobre o nosso boletim foi um sucesso, com ampla participação dos membros da SBR. Estamos avaliando as respostas e sugestões dos leitores para aprimorar o conteúdo e a forma do boletim. Aguardem as novidades. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 7 SBR.doc Parecer da Comissão de Dor, Fibromialgia e Reumatismos de Partes Moles - SBR Avaliação da Termografia como diagnóstico para Síndrome da Fibromialgia Por questionamentos recorrentes e recentes à Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) sobre o uso de da termografia em patologias musculoesqueléticas, a Comissão de Dor, Fibromialgia e Reumatismo de Partes Moles da SBR emite parecer sobre o assunto. Após pesquisa bibliográfica, foram encontrados somente seis artigos relacionados ao tema, nenhum destes com nível de evidência A, mostrando que sua indicação em reumatologia ainda é questionável. Em 2013, Zaproudina N. e cols.1 demonstraram que a termografia para paciente com cervicalgia de qualquer natureza deve ser interpretada com cautela, uma vez que somente houve significância em indivíduos com maior sensibilidade ao frio ou hiper-resposta simpática. Em 2007, Brioschi ML e cols.2, observaram que a imagem “deve ser analisada em conjunto com o exame clínico e outros exames complementares”, além de enfatizarem a necessidade de ambiente específico para a realização do teste. Também em 2007, Brioschi ML e cols.3 avaliando a termografia em síndrome miofascial, demonstraram a validade do exame como diagnóstico complementar, uma vez que o ponto de gatilho tem aumento de temperatura local. No entanto, afirmam que “encontrar um ponto hiper-radiante na imagem infravermelha não é suficiente para identificar um ponto de gatilho abaixo dele”, sendo necessários avaliação clínica, equipamento especializado e expertise no assunto. Em 2009, Brioschi ML e cols.4, avaliando o uso da termografia no retorno ao trabalho, afirmaram que a avaliação clínica e os exames complementares foram corroborados pela termografia, mostrando sua equivalência em várias patologias relacionadas a LER/DORT, inclusive a síndrome da fibromialgia. No entanto, nesta última, “os critérios modificados de Biasi e Ammer para termografia fornecem a probabilidade (grifo nosso) de o paciente ter fibromialgia”. Em 2013, Nahm FS5 ressaltam que o uso da termografia não está aprovado para uso na síndrome da fibromialgia pelo FDA. Além disto, afirma ainda não ter sido estabelecida nenhuma padronização dos chamados ROI (region of interest). Com relação aos aspectos médico-legais na síndrome da fibromialgia, Brioschi ML. e cols.6, em 2008, levantaram argumentos contrários ao seu reconhecimento como doença, a dificuldade de reconhecer simuladores e a subjetividade dos sintomas como fatores de avaliação pericial. Para tanto, propôs um índice diagnóstico termográfico para fibromialgia, baseado em uma imagem em “manto” associada a um fenômeno de Raynaud leve. 8 Aproveitamos para reproduzir o parecer do CRM do Paraná (aprovado na Sessão Plenária nº 2679, de 22/02/2011), emitido pela Dra. Keti Stylianos Patsis: “(...) O artigo de revisão mais recente sobre a indicação do exame de termometria cutânea, encontrado por esta conselheira e veiculado na Internet, data de abril de 2006. Sua conclusão é a seguinte: ‘Não há evidências suficientes na literatura revisada que permitam concluir sobre os efeitos da termografia, em qualquer indicação. A literatura científica não é suficiente para validar o papel da termografia clínica e não existem estudos publicados que tenham demonstrado como os resultados da termografia podem ser usados para melhorar a gestão do paciente ou para melhorar os resultados de seu tratamento. Pesquisa realizada no banco de dados da Medline até 28 de fevereiro de 2006 não identificou qualquer estudo publicado que altere esta determinação.’ Em artigo de 1989, do Health Technology Assessment Report sobre a indicação do uso de termografia em outros diagnósticos, além de câncer de mama, esta conselheira encontrou a seguinte conclusão: ‘As informações obtidas a partir da literatura não conseguiram reconhecer a eficácia da termografia como uma modalidade de diagnóstico útil. Ao contrário, estes estudos sugerem que a termografia carece de sensibilidade, especificidade e de valor preditivo. Faltam dados para indicar que a termografia seja um guia útil para monitorar o efeito do tratamento de qualquer entidade ou doença. A evidência sugere que a termografia só pode confirmar a presença de uma diferença de temperatura, que outros procedimentos são necessários para chegar a um diagnóstico específico, e que a termografia pode acrescentar pouco ao que os médicos já sabem, baseados na história, no exame físico e em outros estudos.’ PARECER – Concluímos que o exame de termografia infravermelha ainda não tem sua base científica validada, consequentemente pode ensejar questionamentos quanto a sua sensibilidade e especificidade. (...)” Todo o exposto acima nos coloca em uma posição de dúvida quanto à validade da termografia para uso em reumatologia e em especial na síndrome da fibromialgia. Podemos colocar as seguintes questões: 1. Não há nenhuma evidência científica realmente válida sobre o assunto BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 Reumato.com Convidamos os reumatologistas a acessarem o portal da SBR http://www.reumatologia.com.br - , em que vários temas de interesse da área estão à disposição para consulta. VÍDEO 2. Praticamente todos os trabalhos foram feitos pelo mesmo grupo, não havendo universalização do exame – difícil comprovação? Aulas online de propedêutica articular 3. A necessidade de um ambiente extremamente controlado dificulta o exame. Poderia haver interferência grave no resultado quando feito por outro profissional? • Exame Físico do Aparelho Locomotor - Propedêutica Reumatológica: Parte II - Quadril e Membros Inferiores 4. A questão pericial, que vem sendo levantado nas questões feitas por leigos, poderia estar influenciando na “legalização” do exame como diagnóstico, quando na verdade ele é apenas complementar? • Exame Físico do Aparelho Locomotor - Propedêutica Reumatológica: Parte I - Coluna Vertebral • Exame Físico do Aparelho Locomotor - Propedêutica Reumatológica: Parte III - Membros Superiores http://www.reumatologia.com.br/index.asp?Perfil=& Menu=Ferramentas&Pagina=ferramentas/in_central_ multimidia_arquivo.asp#aulas 5. Nenhum artigo da bibliografia coloca a termografia como definitiva para diagnóstico, exceto para dor miofascial, mas não para síndrome da fibromialgia. 6. O parecer do CRM-PR corrobora estes questionamentos. Portal dá acesso a conteúdo de diversas especialidades Talvez os nossos maiores problemas sejam o fato de haver um código específico da tabela AMB para termografia (indica sua validação para o leigo) e a “venda” pela internet da ideia de um diagnóstico com valor legal para perícia. Univadis é um portal de informações médicas, gratuito, livre de propagandas de medicamentos e patrocinado pela Merck Sharp Dohme. Apesar do vínculo laboratorial, seu conteúdo é baseado em revistas renomadas como The Lancet, Jama e BMJ. O endereço permite acesso ao conteúdo de diversas especialidades, que podem ser definidas pelo usuário, possibilitando o recebimento de informações atualizadas na sua área de interesse. Na aba associada ao The Lancet, o usuário poderá ler com exclusividade os artigos recém-publicados e terá acesso ao arquivo em formato PDF após sete dias de sua publicação on line. Na aba do BMJ Learning, existem mais de 200 cursos do British Medical Journal, sendo 150 em português, e já certificados pela Associação Médica Brasileira (AMB), valendo créditos na certificação de especialidade. Na aba Imagens e Vídeos, encontram-se diversos recursos multimídia, incluindo imagens, áudio, vídeos e slides nas mais diversas especialidades, permitindo ainda que sejam realizados downloads da rede. Além disso, há acesso ao Manual Merck na íntegra, a imagens anatômicas em 2D ou 3D, imagens de tomografia computadorizada, acesso ao Pubmed, etc. Enfim, trata-se de ótima fonte para obter informações médicas seguras, conseguir imagens nas especialidades ou apenas para “passear” pelo conteúdo de revistas renomadas. CONCLUSÃO: A Comissão de Dor, Fibromialgia e Reumatismo de Partes Moles da SBR não aceita o exame complementar TERMOGRAFIA como diagnóstico definitivo para Síndrome da Fibromialgia, até que sejam demonstradas evidências científicas fortes e realmente válidas. Bibliografia Zaproudina N, Airaksinen O, Narhi M. Are the infrared termography findings skin temperature-dependent? A sudy on neck pain patients. Skin Res. And Tech 2013: 537-544. 2. Brioschi ML, Yeng TY, Pastor E, Teixeira MJ. Ver Bras. Reumat, 2007: 42-52. 3. Brioschi ML, Yeng TY, Pastor E, Colman D, Silva F, Teixeira MJ. Documentação da síndrome dolorosa miofascial por imagem infravermelha. Acta Fisiat, 2007; 14: 41-48. 4. Brioschi ML, Cherem AJ, Ruiz RC, Sradá Jr Jj, Silva F. O uso de termografia infravermelha na avaliação do retorno ao trabalho em programa de reabilitação ampliada (PRA). Acta Fisiar 2009; 16: 87-92. 5. Nahm FS. Infrared termography in pain medicine. Korean J. pain 2013; 26: 219-222. 6. Brioschi ML, Yeng TY, Kasiyama H, Pastor E, Heupa S, Silva F, Teixeira MJ. Documentação médico-legal da síndrome fibromiálgica: índica termográfico. Rev Dor 2008; 9: 1327-1344. 1. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 DICA NA WEB: Univadis Site: http://www.univadis.com.br/ Requisição: cadastro simples, rápido e gratuito. 9 O melhor do Brasil Notícias das regionais Boas-vindas às novas sociedades locais D entro dos objetivos da nova gestão da nossa sociedade de que todos os Estados brasileiros tenham uma Regional, é com prazer que a SBR comunica a criação das sociedades de reumatologia nos Estados de Rondônia e Tocantins. Damos as boas-vindas a essas entidades, que muito irão contribuir para o desenvolvimento de nossa atividade e sua divulgação para a população em geral. • Sociedade de Reumatologia de Rondônia (SRR) Criada em novembro, a entidade tem a presidência do dr. Liszt Jonney Silva dos Santos. • Sociedade de Reumatologia do Tocantins (Soreto) Criada em setembro, tem como presidente a dra. Daniela Japiassú. Alagoas Campanha para divulgar reumatologia A Sociedade Alagoana de Reumatologia promove a campanha “Atitude Reumato” para divulgar a especialidade e esclarecer a população sobre as doenças tratadas pela reumatologia e a necessidade de buscar um especialista precocemente. Campanha sempre realizada durante o mês de outubro, neste ano, contou com outdoors espalhados por diversos pontos em Maceió, Arapiraca e Penedo e com um jingle veiculado em rádios de boa penetração também nas três cidades durante horários variados do dia com o slogan “A vida pode ser muito melhor sem dor. Procure um Reumatologista”. A campanha foi muito bem aceita por todos os colegas da regional e tem trazido retornos positivos dos pacientes. Paraná III Curso de Imagenologia trouxe palestras e esclarecimentos N Participantes do curso de imagenologia realizado pela SPR os dias 13 e 14 de setembro deste ano, a Sociedade Paranaense de Reumatologia promoveu, com patrocínio dos Laboratórios Abbott, o III Curso de Imagenologia para Reumatologistas. No evento, houve palestras dos professores André Gomes, Rodrigo Aguiar e Luiz Otávio Coelho, destinadas a estimular os reumatologistas para a avaliação de imagens. 10 No comando da Abrasso A SPR congratula-se com seu sócio, ex-presidente e professor da UFPR, Sebastião Cezar Radominski, que assumiu a presidência da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso). BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 Foco em Serviço de Reumatologia de Brasília: 40 anos de trabalho Desde 1972, muito se evoluiu. Hoje a atividade concentra, além de reumatologistas, imunologistas, radiologistas, clínicos, ortopedistas, fisioterapeutas, educadores físicos e terapeutas ocupacionais. A o sobrevoar pela primeira vez “a vastidão desconcertante do vazio” onde seria construída a nova capital do país, em 1957, Juscelino Kubitschek escreveu no Livro de Ouro: “Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino”. Sensação semelhante deve ter experimentado o dr. Francisco Aires Corrêa Lima, ao chegar em Brasília, assim como outros pioneiros da Reumatologia do Distrito Federal. Eram poucos, e não havia um serviço organizado. A própria Universidade de Brasília (UnB), e o posteriormente denominado Hospital Universitário de Brasília (HUB) estavam ainda em seus primórdios quando o dr. Aires implementou, em 1972, o que seria o primeiro Serviço de Reumatologia, e posteriormente, em 1987, a primeira residência médica em Reumatologia do Distrito Federal. Hoje, o serviço, chefiado pelo dr. Rodrigo Aires Corrêa Lima, conta com outros nove preceptores: Francisco Aires Corrêa Lima, Cezar Kozak Simaan, Leopoldo Luiz dos Santos Neto (clínico), Licia Maria Henrique da Mota, Cleandro Pires de Albuquerque, Leandro Crispim, Mariana Castilho Rassi, Luciana Feitosa Muniz, e Guillermo Enrique Ortega Moncada (ortopedista), além da colaboração de imunologistas, radiologistas, clínicos, ortopedistas, fisioterapeutas, educadores físicos e terapeutas ocupacionais, que atuam conjuntamente nos Equipe que atua no Serviço de Reumatologia do HUB/UnB ambulatórios e nas diversas atividades científicas realizadas semanalmente. São oferecidas quatro vagas de residência na especialidade Reumatologia, sendo duas para residentes do primeiro ano e duas para residentes do segundo ano. O serviço recebe também residentes de Clínica Médica, Radiologia, Ortopedia, Dermatologia e Doenças Infecciosas e Parasitárias, para estágios eletivos regulares. Aos pacientes O atendimento é estruturado em ambulatórios gerais e de especialidade, com atendimentos diferenciados para as doenças do colágeno, artrite reumatoide inicial, artrite reumatoide estabelecida, espondiloartrites. São realizados, em média, 9 mil atendimentos/ano. O ser­ viço conta com oito salas para atendimento ambulatorial, sala de infiltração, sala de infusão de quimioterápicos e imunobiológicos com capacidade para dez pacientes, oito leitos fixos para internação de pacientes, laboratório de BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 reumatologia, sala de pesquisa e sala para realização de exames de capilaroscopia e ultrassonografia. Atualmente, o Serviço de Reumatologia HUB-UnB sofre com os mesmos problemas que afetam grande parte dos hospitais públicos federais do país, tendo perdido parte do seu efetivo médico e de recursos nos últimos anos. Apesar disso, o serviço mantém a atividade assistencial, de ensino e de pesquisa, com enfoque recente na última. Com a criação da Coorte Brasília de Artrite Reumatoide Inicial, e a participação no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina da UnB, onde são ofertadas semestralmente as disciplinas Prática Interdisciplinar no Manejo da Artrite Reumatoide e Estágio em Docência- Reumatologia, o serviço expandiu a sua produção científica. Prova do reconhecimento dessas atividades são a conquista dos prêmios Edgard Atra e Luiz Verztman, promovidos pela SBR e Panlar Prize in Basic Research nos dois últimos anos. 11 Profissão Reumato Cuidados paliativos em r Dra. Sara Krasilcic* Em relação aos pacientes em nossa área, podemos contribuir com nossa experiência em controle de sintomas, de que rotineiramente fazemos procura ativa e registro de intensidade diária (caso internado) ou a cada consulta * Médica clínica geral, com especialização em Cuidados Paliativos, assistente do Serviço de Cuidados do Hospital do Servidor Público Estadual - SP 12 C uidados Paliativos é área de atuação relativamente nova na medicina, surgida na década de 70. É definida desde 2002 pela OMS como: “abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento. Requer identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e de outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual”. O Código de Ética vigente atualmente desde 2009 preconiza que: “nos casos de doença incurável e terminal deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal”. Para que isso ocorra, é necessária comunicação impecável e gentil que implica uma revisão dos papéis na parceria médico-paciente e novas possibilidades do encontro entre seres humanos. Afinal, a palavra “paliar” vem de manto, acolhimento... Mais do que novos conhecimentos científicos específicos, essa futura especialidade médica admite que as doenças que ameaçam a vida levam inexoravelmente à terminalidade dessa vida e pretende tratar os pacientes de maneira proporcional ao seu prognóstico. Dessa maneira, não falamos em “investir em casos”, termo mais apropriado ao mercado de ações, mas falamos em cuidar, ainda que não tenhamos como objetivo a cura. Incluímos conceitos bioéticos em cada discussão de conduta à beira do leito e consideramos beneficência, não-maleficência, justiça e autonomia do indivíduo. Nesse rol de valores humanos a serem considerados, após priorizar a biografia, os valores e o contexto social daquele doente, acabamos por rever o bom uso da medicina. Assim, cada procedimento, exame, sonda, antibiótico, analgésico e sedativo deve ser prescrito e indicado com parcimônia. Conforme fala da dra. Maria Goretti Salles Ma- ciel, referência na área, “não utilizamos protocolos, mas princípios e repertório de possibilidades terapêuticas”. Propõe-se discutir e rever comportamentos que causam prolongamento do processo de morrer e que inclui: intransigência e futilidade terapêutica, quando não o pior, a distanásia. Interessante colaboração tem ocorrido entre as mais diversas especialidades e os Cuidados Paliativos (CP). Recente editorial do New England Journal of Medicine (março, 2013) sugere que alguns dos objetivos primordiais dos CP deveriam fazer parte da rotina de quem trata, como controle de sintomas e melhor alinhamento entre objetivos do tratamento e do paciente. Mas que essa nova especialidade, ainda em número de profissionais insuficiente até nos Estados BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 m reumatologia “ Mais do que novos conhecimentos científicos específicos, essa futura especialidade médica admite que as doenças que ameaçam a vida levam inexoravelmente à terminalidade dessa vida e pretende tratar os pacientes de maneira proporcional ao seu prognóstico.” Unidos, deve ser convocada em casos de sintomas refratários, reuniões familiares complexas e quando se identifica grande sofrimento existencial. Penso que a interface entre Cuidados Paliativos/especialidades médicas pode ir além do sugerido nesse periódico: auxílio na comunicação, experiência em manejo de opioides, identificação e quantificação de sintomas não relatados espontaneamente e na interface com outras disciplinas/categorias profissionais. A avaliação cuidadosa de um paliativista pode ajudar esse especialista a avaliar um prognóstico reservado e a rever planejamentos desproporcionais, tão difíceis para um profissional que estiver temporal e/ou emocionalmente envolvido em um caso. Alguns critérios gerais, bem identificados na literatura médica, tais como, perda de capacidade funcional e necessidade progressiva de assistência para as atividades da vida diária; escaras; perda de peso não intencional; sarcopenia; reinternações frequentes; e hiponatremia reincidente colaboram para melhor diagnóstico da situação de terminalidade. Associadas a esses critérios, algumas especialidades identificam claramente seus pacientes em situação de terminalidade: a insuficiência cardíaca classe funcional IV; o hepatopata através do Meld; o doente pulmonar retentor de gás carbônico e que não satura mais com oxigenioterapia; os demenciados acamados e com escaras que pioram a despeito de cuidados adequados; os doentes com câncer em que a doença progride em vigência de tratamento. Não encontrei, em diversas revisões literárias, esses parâmetros específicos para os pacientes reumatológicos. Questiono se devem ser BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 caracterizados e se haveria benefícios em sua prática diária e deixo essa pergunta como desafio aos especialistas da área. Em relação aos pacientes da reumatologia podemos contribuir com nossa experiência em controle de sintomas, que rotineiramente fazemos procura ativa e registro de intensidade diária (caso internado) ou a cada consulta. Dentre os mais frequentes, considero dor, fadiga e dispneia como previsíveis em pacientes reumatológicos: • Para a dor, além da escada da OMS para seu controle, sugiro um profundo conhecimento dos coadjuvantes e antidepressivos para dores crônicas; • Para a fadiga, usamos medidas de contenção de energia, corticoides e estimulantes como o metilfenidato; • Para dispneia, lembramos do tratamento de causas reversíveis (broncopneumonias, derrames pleural, tromboembolismos, insuficiência cardíaca) e o uso contínuo de opiáceos naturais como a codeína (15 a 30 mg, via oral, comprimidos ou xarope a cada quatro horas), a morfina (também via oral a partir de 5mg a cada quatro oras) e a hidromorfona. Nossos pacientes por vezes ficam muito doentes e optamos por estar ao lado dessas pessoas no momento de sua maior vulnerabilidade. Devemos nos empenhar ao máximo curando-os ou aliviando seu sofrimento. Não raro, eles acabam por morrer. Desejo que possamos contribuir para identificar quando estão partindo e cuidar também desse momento, com a melhor qualidade de vida possível, preferencialmente sem dor e sintomas intoleráveis. Enquanto a vida for possível. 13 Rheuma & Ethos Medicina paliativa: campo n Temas sobre terminalidade da vida estão na agenda dos eventos de bioética e ganham José Marques Filho Membro da Comissao de Ética da Sociedade Brasileira de Reumatologia e da Sociedade Paulista de Reumatologia. “A filosofia trazida aqui nos ensina, página a página, que a ‘guerra’ contra a dor e a morte jamais pode ser considerada ‘perdida’: em todos os estágios da vida humana há, sim, o que ser feito, para garantir que a trajetória dos nossos acompanhados mantenha-se digna e amparada. Do início ao fim da vida”. E ssa frase do dr. Henrique Carlos Gonçalves, então presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), encerra o texto de apresentação de uma importante obra técnica e ética: Cuidado Paliativo. Esse livro, considerado pioneiro em nosso país, publicado em 2008, foi fruto do trabalho intensivo de um grupo de profissionais que, em sua maior parte, participou ativamente das reuniões iniciadas por volta de 2005, sobre terminalidade da vida, que resultou na Resolução CFM 1805/ 2006. Essa norma, um indiscutível avanço no campo bioético relativo aos cuidados com nossos pacientes, regulamenta o comportamento ético do médico na seguinte condição: “Na fase terminal de enfermidade grave e incurável, é permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente, garantindo-lhe os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, na perspectiva de uma assistência integral, respeitada a vontade do paciente ou de seu representante legal”. 14 Neste cenário, sai de cena o conceito de “cura” e entra o conceito de “cuidar”. A Organizaçao Mundial da Saúde (OMS) em 2002, definiu cuidado paliativo como: “a abordagem que promove qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, através de prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento impecável da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual”. Temas sobre terminalidade da vida estão na agenda dos eventos de bioética e cada vez mais ganham importância devido ao cenário atual e às perspectivas demográficas de nossa população e, consequentemente, de nossos pacientes. A expectativa atual de vida dos brasileiros é de 71,3 anos para os homens e de 78,5 anos para as mulheres. Considerando-se o aumento da expectativa de vida atual associado à diminuição da taxa de fecundidade, o cenário que se vislumbra no futuro é um aumento progressivo da população acima de 65 anos. Atualmente a taxa de idosos na BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 imp o novo e desafiador ham importância devido ao cenário atual e às perspectivas demográficas de nossa população população é de 7,4%, com previsão de aumento para 26,7% em 2060. Na área da reumatologia o cenário não é diferente, pelo contrário, caminha no mesmo sentido. Maiores desafios Os extraordinários avanços no diagnóstico e na terapêutica de nossas principais doenças, prolongando a vida de nossos pacientes de forma bastante significativa, nos traz outros desafios ainda maiores do que cuidar exclusivamente de pacientes com doenças reumáticas. As co-morbidades e a qualidade de vida de nossos pacientes, principalmente aqueles com idades avançadas, passaram a ser uma preocupação adicional às que tínhamos há décadas. A Medicina Paliativa, desde 2011, é uma área de atuação reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Sabemos que é praticamente impossível hoje em dia que um médico reumatologista, isoladamente, possa cuidar de um paciente com determinada doença reumatológica. Necessitamos, obrigatoria- mente, do apoio de uma equipe multidisciplinar, integrada por diversas profissões da área da saúde e por algumas especialidades médicas. Nesse sentido, a presença de um médico especialista em Medicina Paliativa na equipe passa a ter, hoje em dia, enorme importância, melhorando sobremaneira a qualidade da atenção médica aos nossos pacientes reumatológicos. Mas a massa crítica desses profissionais ainda está muito abaixo do desejável. A situação acima descrita nos obriga, enquanto “clínico das doenças osteoarticulares”, a nos manter atualizados em relação aos avanços conceituais que têm ocorrido na área da Medicina Paliativa, relativamente nova dentro da medicina e já com publicações qualificadas em nossas revistas indexadas. A professora Maria Goretti Sales Maciel, uma das pioneiras da Medicina Paliativa no Brasil, define claramente a fundamental importância da abordagem paliativa em áreas como a reumatologia: “A concomitância da abordagem paliativa com o tratamento curativo é perfeitamente viável. Da mesma forma, ações paliativas desenvolvidas na fase do diagnóstico e do tratamento de uma doença não exigem a presença de uma equipe especializada e podem ser desenvolvidas por qualquer profissional na área da saúde. À medida que a doença progride e o tratamento curativo perde o poder de oferecer um controle razoável da mesma, os cuidados paliativos crescem em significado, surgindo como uma necessidade absoluta na fase em que a incurabilidade se torna uma realidade”. Nesse contexto, não poderíamos deixar de enfatizar a importância da adequada relação médico-paciente. A ausência dessa fundamental relação coloca em risco todas as ações paliativas, frustrando qualquer expectativa da equipe de saúde de assistir ao paciente com o que há de melhor nos avanços tecnológicos e de preservar a dignidade do ser humano, proporcionando-lhe apoio físico, psicossocial e espiritual. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 “ A presença de um médico especialista em Medicina Paliativa na equipe passa a ter, hoje em dia, enorme importância, melhorando sobremaneira a qualidade da atenção médica aos nossos pacientes reumatológicos.” 15 Rheuma & Ethos É preciso considerar o que o paciente tem a dizer Clarissa Carvalho Fongaro Nars e Daniela Lara Di Ribeiro Psicólogas O conceito de cuidados paliativos apresentado pela Organização Mundial de Saúde propõe que, frente ao aparecimento de uma doença que ameace a vida, seja realizado desde o princípio do tratamento médico um suporte multiprofissional, dentre eles a assistência psicológica. Deparar-se com o adoecimento do corpo e as limitações que a doença impõe pode suscitar angústia, que acarreta sofrimento. No entanto, não se trata somente da doença em si, pois antes do aparecimento desta já existe alguém com uma história de vida. Um sujeito, atravessado por inúmeras questões emocionais, desejos, fantasias. É preciso, então, considerar o que o paciente tem a dizer, pois, independentemente dos acontecimentos decorrentes de um tratamento médico, é possível escolher falar de outros aspectos da vida que não a doença. Para que a fala apareça, é necessário ofertar um espaço de escuta ao paciente. O trabalho do psicólogo se inicia aí. Todavia, consiste em ofertar escuta não só para as implicações da doença e do adoecer, mas também para a dimensão subjetiva, para a singularidade de cada paciente: suas dificuldades, seus anseios e desejos. Assim, ficam quase imperceptíveis os limites entre um trabalho direcionado para a escuta do fenômeno da doença e outras problemáticas que envolvem o cotidiano do paciente. “Hoje eu não quero falar, tenho muita dor, estou pior... Por que, o que aconteceu? 16 “ O sujeito surpreendido com a irrupção de uma doença, seja ela crônica ou aguda, na medida em que consegue falar sobre si, tem a possibilidade de elaborar angústias e diminuir seu sofrimento.” Nada, está tudo igual. Só as dores aumentaram! E o coração, ainda dói? É, ele já não me liga mais e isso dói muito... E tudo fica muito pior!” O sujeito surpreendido com a irrupção de uma doença, seja ela crônica ou aguda, na medida em que consegue falar sobre si, tem a possibilidade de elaborar angústias e diminuir seu sofrimento. A partir disso, pode se posicionar e encarar certos acontecimentos de outra maneira, implicado com seu tratamento e de uma forma mais ativa. Portanto, pensamos que mudanças advindas com o acompanhamento psicológico incidem na forma como o paciente encara seu tratamento. Por exemplo, para além de um quadro de dor, que muitas vezes parece limitador, há de se pensar o que o sujeito pode fazer com sua queixa e como transformá-la. Cabe dizer que, assim como a ampliação do conceito de cuidados paliativos proposto atualmente – não só pensado em relação a pacientes terminais, mas para melhoria da qualidade de vida do paciente a partir do início de seu tratamento –, o acompanhamento psicológico também pode ser pensado de forma ampliada, na medida em que não difere da atuação do psicólogo em outros contextos. Independentemente do diagnóstico, o que importa é a história que o sujeito tem a contar e como isso pode influenciar em seu tratamento. Por fim, pensamos que as mudanças que um acompanhamento psicológico visa estão para além da cura da doença. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 espaço do Residente Seja residente, mas também um ser humano Em um cotidiano intenso e estressante, é importante desenvolver a mente em atividades paralelas para atingir o equilíbrio *Henrique Pereira Sampaio S erá possível, manter um equilíbrio entre a residência médica e a vida pessoal, sem detrimento de nenhum dos aspectos? Acredito sim nessa possibilidade. Não é fácil, mas possível. Porém, por que muitos de nós abrimos mão de aspectos importantes em nossas vidas privadas, mesmo às vezes sem percebermos? Nós, que escolhemos a reumatologia, passamos pela residência de clínica médica (CM) durante dois anos como pré-requisito. Acredito ser período de extrema importância, visto que necessitamos de um conhecimento plural para diagnósticos diferenciais de nossas enfermidades. Vide aquele velho jargão: “Não sabe o que é, manda para o reumato”. Após, vem a terceira prova para a entrada na residência de reumatologia. Talvez a mais difícil de todas, pois o número de vagas é limitado e houve aumento na procura em nossa especialidade. Sabemos que a residência em reumatologia requer bastante dedicação tanto nos estudos quanto nas atividades ambulatoriais e de enfermaria. Devemos desenvolver domínios não só na área clínica, mas também na interpretação de resultados e métodos de exames laboratoriais, imagenologia, procedimentos (infiltrações), farmacologia, imunologia e ainda há a possibilidade de nos especializarmos em exames complementares, como ultrassonografia. Há também muitas atividades acadêmicas como aulas, discussões de artigos e reuniões anatomoclínicas, que também somos responsáveis por elaborar. Temos que nos empenhar a cada dia para podermos alcançar uma boa formação nesta especialidade que, para mim, é uma das mais abrangentes e bonitas, visto seu extenso repertório de manifestações clínicas, diagnósticos diferenciais e possibilidades terapêuticas. Pois bem, e o que nós residentes em reumatologia devemos estar pensando e vivenciando em pleno mês de novembro, “ Podemos juntar o útil ao agradável e realizar atividades que também acrescentam em nossa formação profissional, tais como leitura, cursos de idiomas e computação.” BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 principalmente os do segundo ano? Fim do ano está chegando = fim da residência está próximo = prova de título está muito próxima = tensão + ansiedade + necessidade de estudo, estudo, estudo... Além disso, ainda existe a insegurança em relação ao término da residência e ao início da carreira profissional como reumatologista. Será que seremos bons especialistas? Para onde iremos? Área de atuação: consultório, carreira universitária, pesquisa? Filiar-se à saúde suplementar? Como montar um consultório? Afinal, diante de tantas obrigações, cobranças e incertezas, o que então podemos fazer para buscar esse equilíbrio e vivenciar a residência de uma forma saudável? Outras atividades Podemos juntar o útil ao agradável e realizar atividades que também acrescentam em nossa formação profissional, tais como leitura, cursos de idiomas e computação. Atividades como tocar um instrumento musical ou apreciar uma boa música, além de serem um verdadeiro hobby, são muito prazerosas e estimulam outras áreas do cérebro, ajudando-nos a desenvolver novas habilidades, como melhora da percepção sensitiva, memória, concentração e de comunicação, habilidades estas essenciais para uma boa relação médico-paciente. Segundo Howard Gardner, psicólogo cognitivo e educacional ligado à universidade de Harvard, a inteligência musical é uma das sete em sua “teoria das múltiplas inteligências”. A prática de uma atividade física regular, além das caminhadas no parque aos domingos, também leva ao bem estar biopsicossocial. Cinema, teatro e, por que não, um barzinho de vez em quando, também fazem parte do repertório que podemos e devemos usufruir para alcançarmos o tão desejado equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Enfim, não podemos esquecer que nossa vida não se baseia apenas em trabalho, reconhecimento profissional e financeiro. Sem dúvida isso é muito importante e deve fazer parte de nossos objetivos, estimulando-nos a sermos melhores especialistas. Devemos cuidar também de nossa vida pessoal, da saúde física, mental e emocional para, assim, alcançarmos o equilíbrio. Com isso, tornamo-nos melhores profissionais e, o mais importante, melhores seres humanos. *Residente do 2º ano em Reumatologia Hospital do Servidor Público Estadual/FMO-SP 17 Hits da Reumatologia ............. ............. The Impact of TNF-inhibitors on radiographic progression in Ankylosing Spondylitis. Multimodal imaging in systemic lupus erythematosus patients with diffuse neuropsychiatric involvement. Haroon N, Inman RD, Learch TJ, Weisman MH, Lee M, Rahbar MH, Ward MM, Reveille JD, Gensler LS. Arthritis Rheum. 2013 Jul 1. doi: 10.1002/art.38070. [Epub ahead of print] A introdução dos medicamentos inibidores do TNF alfa (anti-TNF) melhorou acentuadamente os sintomas dos pacientes com espondilite anquilosante (EA), entretanto não se demonstrou uma redução da progressão do dano radiográfico. É sob esse prisma que os autores organizaram uma coorte prospectiva de pacientes com EA, em uso de terapia padrão (anti-TNF ou anti-inflamatórios não esteroidais - AINES), e investigaram a evolução do dano radiográfico por meio do uso do modified Stokes Ankylosing Spondylitis Spine Score (mSASSS), por um período mínimo de 1,5 ano entre as radiografias. Observou-se que o uso de anti-TNF estava associado a uma redução na progressão radiográfica, especialmente naqueles com início precoce da medicação e uso por período prolongado. Outros aspectos importantes foram a associação do tabagismo com a progressão radiográfica e a ausência de demonstração de benefício dos AINES como modificador de doença. Em suma, esse é um estudo que abre novas discussões no “mundo espondilítico”. ............. Therapies for Active Rheumatoid Arthritis after Methotrexate Failure O’Dell JR, Mikuls TR, Taylor TH, Ahluwalia V, Brophy M, Warren SR, Lew RA, Cannella AC, Kunkel G, Phibbs CS, Anis AH, Leatherman S, Keystone E; CSP 551 RACAT Investigators. N Engl J Med. 2013 Jul 25; 369(4):307-18. Poucos estudos clínicos cegos têm comparado a terapia combinada de DMARDs sintéticos com os medicamentos biológicos. Esse foi um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, conduzido por 48 semanas em 353 pacientes, cujo objetivo era avaliar a não inferioridade da tripla terapia de DMARDs sintéticos (metotrexato, sulfassalazina e hidroxicloroquina) em comparação ao uso de etanercepte e metotrexato. O estudo demonstrou que o uso da terapia tripla não foi inferior ao esquema com uso de combinação com medicamento biológico. Esse dado permite o retorno de uma possibilidade já utilizada na prática clínica do passado; o uso do esquema tríplice de DMARDs sintéticos antes do acréscimo de biológicos, que pode ser uma terapia mais custo-efetiva, principalmente no contexto do Sistema Único de Saúde. 18 Zivadinov R, Shucard JL, Hussein S, Durfee J, Cox JL, Bergsland N, Dwyer MG, Benedict RHB, Ambrus J, Shucard DW. Lupus 2013: 22; 675–683. O sistema nervoso central pode ser acometido no lúpus eritematoso sistêmico (LES), mas pouco se sabe sobre a patogênese das manifestações neuropsiquiátricas. Neste estudo, 26 pacientes com LES e comprometimento neuropsiquiátrico difuso foram avaliados através de técnicas de ressonância magnética (RM) cerebral, convencionais e não convencionais, e os achados foram comparados com os de 36 controles normais pareados por sexo e idade. Em conclusão, o estudo demonstrou que o uso de uma abordagem multimodal de RM foi capaz de detectar anormalidades neste grupo de pacientes como atrofia central e cortical e danos teciduais microscópicos na substância branca aparentemente normal que podem indicar redução da densidade axonal. ............. Antineutrophil cytoplasmic antibody-associated vasculitides: is it time to split up the group? Millet A, Pederzoli-Ribeil M, Guillevin L, Witko-Sarsat V, Mouthon L. Ann Rheum Dis 2013;72:1273–1279. Existem três entidades clínicas associadas aos anticorpos anticitoplasma de neutrófilos (ANCA): granulomatose com poliangiíte (GP), granulomatose eosinofílica (GE) e poliangiíte microscópica (PM). O padrão c-ANCA se deve a anticorpos contra a proteinase-3 (PR3) e são considerados marcadores da GP, enquanto o padrão p-ANCA, a anticorpos contra a mieloperoxidase (MPO) e estão presentes na GE e na PM. Estudos recentes confirmam uma contribuição genética na patogênese dessas vasculites com significante associação do ANCA-PR3 com o HLA-DP e com genes que codificam a α1-antitripsina e PR3 e do ANCA-MPO com o HLA-DQ. Nesse artigo de revisão os autores discutem aspectos clínicos, epidemiológicos e genéticos, concluindo que essas podem ser entidades distintas e que as estratégias para o tratamento devem ser estudadas separadamente. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 Primeira fila Baixa densidade mineral óssea e maiores níveis de paratormônio: preditores independentes de mortalidade em indivíduos idosos da comunidade. São Paulo Ageing & Health Study (SPAH) Diogo Domiciano, Luana G Machado, Jaqueline B Lopes, Camille P Figueiredo, Valéria Caparbo, Liliam Takayama, Rosa MR Pereira Estudos prévios apontaram uma relação entre osteoporose e mortalidade. Além disso, hiperparatiroidismo secundário tem sido associado à maior risco de morte em idosos com fragilidade e fratura de quadril. Trabalho prospectivo de base populacional com idosos da comunidade, desenvolvido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), investigou a associação entre parâmetros do metabolismo ósseo, incluindo níveis de paratormônio (PTH), cálcio, 25-OH Vitamina D e densidade mineral óssea (DMO), e mortalidade. Foram avaliados 839 indivíduos da comunidade (516 mulheres e 323 homens), com idade acima de 65 anos. Foi realizada pesquisa através de questionário com avaliação de dados clínicos (incluindo entecedente de fraturas e eventos cardiovasculares), exames laboratoriais (25-OH Vitamina D, PTH intacto, cálcio total, fósforo e creatinina) e medida da DMO (DXA coluna lombar e fêmur proximal). Após uma média 4,3 anos de acompanhamento, houve 132 (15,7%) óbitos, dos quais 57 (43,2%) tiveram causas cardiovasculares. A análise de Cox demonstrou que idade (HR: 1,32 IC 95%: 1,13-1,55, P=0,001, para cada aumento de 5 anos), sexo masculino (HR: 1,90 IC 95%: 1,30-2,79, P=0,001), quedas recorrentes (≥2) no último ano (HR: 1,65 IC 95%: 1,06-2,56, P=0,026), diabetes mellitus (HR: 2,17 IC 95%: 1,46-3,21, P<0,001), baixo grau de atividade física (HR: 1,78 IC 95%: 1,14-2,79, P=0,011), evento cardiovascular prévio (HR: 1,76 IC 95%: 1,18-2,63, P=0,006), DMO fêmur total (HR: 1,41 IC 95%: 1,15-1,72, P =0,001, para cada redução 1DP) e PTH (HR: 1,06 IC 95% 1,041,08, P<0,001, para cada aumento de 10pg/ml) foram independentemente associados à mortalidade por qualquer causa. Indivíduos no quartil mais elevado de PTH (>49pg/ mL) apresentaram maior risco de morte cardiovascular (HR 3,09, IC 95%: 1,36-6,99, P=0,007) em comparação com indivíduos no quartil mais baixo (<26pg/mL). Os autores concluem que baixa DMO e maiores níveis de PTH foram preditores de mortalidade em idosos brasileiros da comunidade. Estes resultados reforçam a importância da avaliação desses parâmetros para o adequado manejo dessa população na prática clínica. Disciplina de Reumatologia, Laboratório de Metabolismo Ósseo, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 19 Coluna Seda Aspectos reumatológicos na arte brasileira - III Hilton Seda A Dedicado à dra. Francinne Machado Ribeiro lém das alterações observadas nas mãos, também foi possível identificá-las nos pés em algumas obras de arte brasileira. Na tela de Albert Eckout, “Tipo brasileiro”, há nítidas deformidades nos pés da figura representada: pé plano, arco anterior achatado e hallux varus(1) (fig. 1). Albert Eckout nasceu em Gronigen, Holanda, possivelmente em 1610 e faleceu em 1665. Veio para o Brasil em 1637, aqui permanecendo até 1644, a convite de Maurício de Nassau, conde de Nassau (1604-1679), que governou a colônia holandesa no nordeste do Brasil exatamente por todo esse período. Ao voltar para a Europa, Eckout fixou-se em Dresden, na Alemanha. Sua obra prima – “Dança Tapuia” – está no Museu Nacional da Dinamarca, assim como os oito grandes retratos, de corpo inteiro, de habitantes brasileiros e as 12 naturezas mortas com frutas tropicais. Esses quadros foram presenteados ao soberano da Dinamarca Frederico III pelo Conde de Nassau(2). Em uma das obras-primas de Manuel Inácio da Costa, intitulada “Senhor da Coluna”(1) (fig. 2), observa-se nitidamente pé plano e dedos em martelo. Manuel Inácio da Costa nasceu em Salvador, na Bahia, mas há dúvidas quanto ao ano, possivelmente 1763. Morreu nessa mesma cidade em 1857. Foi um escultor muito ativo em seu estado, sendo considerado o mais notável de seu tempo. Documentação a seu respeito é muito escassa. Outra obra de sua autoria muito significativa é “Imagem do Senhor da Pedra Fria”. Jean Baptiste Debret nasceu em Paris em 1768 e faleceu em 1848. Veio para o Brasil com a Missão Francesa que chegou ao Rio de Janeiro em 26 de março de 1816, chefiada por Joaquim Lebreton. Essa missão foi oficializada pela Carta Régia de D. João VI, datada de 12 de agosto desse mesmo ano. Debret era primo do grande pintor francês Jacques Louis David (1748-1825). Em 1785 matriculou-se na Academia de Belas Artes de Paris. Em 1791 conquistou o segundo Prêmio de Roma com a tela “Régulo voltando a Cartago”. Viveu no Brasil até 1831, quando retornou à França. Organizou a primeira exposição pública de artes no Brasil, em dezembro de 1829 na Imperial Academia. Não foi considerado um grande pintor, mas suas quase 350 litografias coloridas que ilustram sua obra “Viagem Pitoresca e Histórica do Brasil”, e formam um retrato da Fig. 3 Fig. 1 Fig. 2 20 BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 Fig. 4 Fig. 3 sociedade brasileira à época, deram-lhe grande prestígio(2,3). Entre essas litografias, há algumas, como “Pobres tropeiros de Minas” (fig. 3), “Lojas de Sapateiro” (fig.4) e “Costumes do Brasil” (fig.5), nas quais se observam deformidades dos pés como pé plano, arco transverso plano, hallux varus, dedos em martelo, tanto em homens como mulheres. Cifose em um velho pode ser observada no óleo “Óbolo de Viúva” de João Zeferino da Costa, que está no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. João Zeferino nasceu no Rio de Janeiro em 1840, onde faleceu em 1916. Matriculou-se aos 17 anos na Academia Imperial de Belas Artes, onde permane- ceu por 11 anos. Conquistou sucessivas menções e medalhas, inclusive de ouro, e o Prêmio Viagem à Europa. Estudou em Roma, na Academia São Lucas. Regressou ao Brasil em 1877 para lecionar. Foi discípulo de Vitor Meireles. Dedicou-se mais à pintura histórica. Tem importantes painéis na Igreja da Candelária do Rio de Janeiro(2). Referências Arte no Brasil, 2 volumes, Abril Cultural, São Paulo, 1979. 2 Wikipédia, a Enciclopédia livre. 3 Bandeira J, Xexéo PMC, Conduru R: A Missão Francesa, Editora Sextante Artes, Rio de Janeiro, 2003. 4 Museus Castro Maya, Agir, Rio de Janeiro, 1994. 1 2 Fig. 5 BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 21 Além da Reumatologia Estudo da mente para enriquecer trabalho médico A reumatologista Adriana enveredou também pela psicanálise em prol dos pacientes Reumatologia e psicanálise juntaram-se em especialização dupla para beneficiar pacientes U m mestrado, feito de 1998 a 2001, encaminhou a reumatologista Adriana Bezerra d’Amorim a um novo, e paralelo, campo de atuação em sua vida profissional: o estudo da mente. Médica desde 1994, pela Universidade Federal de Pernambuco, Adriana concluiu residência no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo em 1998, e foi justamente nesse ano que decide fazer o mestrado envolvendo o tema da qualidade de vida em pacientes com doenças reumáticas. Para o trabalho, Adriana lidou com análise de saúde mental, o que a atraiu profundamente para o campo. Tanto que, em 2004, ela começou os estudos em Psicanálise: “Frequentei vários cursos e o principal durou quatro anos. Foi realizado em uma instituição de referência em São Paulo”, conta Adriana. Essa formação, diz ela, foi aliada a um longo tempo de análise pessoal, “que é necessária para a formação de um analista”. Tais esforços culminaram, em 2008, com a atuação paralela que ela leva até hoje, em seu consultório médico em Reumatologia e Psicanálise, em São Paulo, capital. Adriana explica que há uma clara conexão entre essas duas áreas: “Ainda em 2008, propus que o atendimento a grupos de pacientes com fibromialgia incluísse o método da Psicanálise”, lembra, explicando que esse trabalho incluía encontros semanais, chamados “Porta de Entrada”, com atendimento de um enfermeiro ou psicólogo. Posteriormente, o grupo era encaminhado para uma psicoterapia. “Um grupo terapêutico que inclui o método da psicanálise é um 22 processo raro para tratar a fibromialgia”, diz Adriana. Além do comportamento Segundo Adriana, o sofrimento vem com os processos do inconsciente e da defesa alavancada pelo paciente. Ou seja, não é avaliar o seu comportamento, pois este é influenciado pelo que está por trás, as tendências inconscientes. Trata-se de revelar um enigma que vem do interior do paciente, diz Adriana. “Os processos de tratamento pela reumatologia e pela psicanálise são distintos, mas ambos têm seus efeitos”, acrescenta. Adriana acha interessante observar que essa busca de aproximar-se do que está por detrás do discurso do paciente seria bom para qualquer especialização médica: “É um processo possível para qualquer médico e traz muito benefícios à sua prática”, enfatiza, ressaltando que não é necessário virar psicanalista, “mas estudar os fenômenos do inconsciente humano pode ajudar o médico a compreender melhor os processos de saúde e doença de seus pacientes.” Adriana é casada, tem um filho de 9 anos, e um dia a dia bastante atarefado. Nunca dorme antes da meia-noite. Para espairecer, gosta de sair com os amigos. “Costumo fazer caminhadas também e é do que mais gosto: andar pela cidade com a família e os amigos”. “Os processos de tratamento pela reumatologia e pela psicanálise são distintos, mas ambos têm seus efeitos.” H ou ta ca (d la ad do co az de he tra de o m é e gl re ór he ne an po po vi A c a Re Fin BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013 A C 0 w Anu 21x29 HUMIRA, 10 6 1-3 ANOS DE DADOS DE EFICÁCI EFICÁCIA1-3 12 INDICAÇÕES APROVADAS NO BRASI BRASIL 1-3 23.000 MAIS DE PACIENTES EM ESTUDOS CLÍNICOS GLOBAIS 1-3 71 ANOS DE EXPERIÊNCIA EM ENSAIOS CLÍNICOS1-3 ENSAIOS CLÍNICOS PUBLICADOS NA MAIOR BASE DE DADOS SOBRE INDICAÇÃO-CRUZADA EM SEGURANÇA DE UM ANTI-TNF 1-3 1 HUMIRA® (adalimumabe) – MS: 1.0553.0294. Indicações: Artrite reumatóide, Artrite psoriásica, Espondilite Anquilosante, Doença de Crohn, Psoríase em placas, Artrite Idiopática Juvenil Poliarticular. Contraindicações: pacientes com conhecida hipersensibilidade ao adalimumabe ou quaisquer componentes da fórmula do produto. Advertências e Precauções: Infecções: foram relatadas infecções graves devido a bactérias, micobactérias, fungos, vírus, parasitas ou outras infecções oportunistas. Pacientes que desenvolvem uma infecção fúngica grave são também advertidos a interromper o uso de bloqueadores de TNF até que a infecção seja controlada. O tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) não deve ser iniciado ou continuado em pacientes com infecções ativas, até que as infecções estejam controladas. Recomenda-se cautela ao uso em pacientes com histórico de infecções de repetição ou com doença de base que possa predispor o paciente a infecções. Tuberculose: foram relatados casos de tuberculose incluindo reativação e nova manifestação de tuberculose pulmonar e extrapulmonar (disseminada). . Antes de iniciar o tratamento todos os pacientes devem ser avaliados quanto à presença de tuberculose ativa ou inativa (latente).Se a tuberculose ativa for diagnosticada, o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) não deve ser iniciado. Se for diagnosticada tuberculose latente, o tratamento apropriado deve ser iniciado com profilaxia antituberculose. Reativação da Hepatite B: o uso de inibidores de TNF foi associado à reativação do vírus da hepatite B (HBV) em pacientes portadores crônicos deste vírus podendo ser fatal. Deve-se ter cautela ao administrar inibidores de TNF em pacientes portadores do vírus da hepatite B. Eventos neurológicos: com exacerbação de sintomas e/ou evidência radiológica de doença desmielinizante, Deve-se ter cautela ao considerar o uso de HUMIRA® (adalimumabe) em pacientes com doenças desmielinizantes do sistema nervoso periférico ou central. Malignidades: foi observado maior número de casos de linfoma entre os pacientes que receberam antagonistas de TNF. Malignidades, algumas fatais, foram relatadas entre crianças e adolescentes que foram tratados com agentes bloqueadores de TNF. A maioria dos pacientes estava tomando concomitantemente imunossupressores. Casos muito raros de linfoma hepatoesplênico de células T, foram identificados em pacientes recebendo adalimumabe. O risco potencial com a combinação de azatioprina ou 6-mercaptopurina e HUMIRA® (adalimumabe) deve ser cuidadosamente considerado. Alergia: durante estudos clínicos, reações alérgicas graves foram relatadas incluindo reação anafilática. Se uma reação anafilática ou outra reação alérgica grave ocorrer, a administração de HUMIRA® (adalimumabe) deve ser interrompida imediatamente e deve-se iniciar o tratamento apropriado. Eventos hematológicos: raros relatos de pancitopenia, incluindo anemia aplástica. A descontinuação da terapia deve ser considerada em pacientes com anormalidades hematológicas significativas confirmadas. Insuficiência cardíaca congestiva: Casos de piora da ICC também foram relatados Processos autoimunes: pode ocorrer a formação de anticorpos autoimunes. Se um paciente desenvolver sintomas que sugiram síndrome Lúpus símile, o tratamento deve ser descontinuado. Uso em idosos: a frequência de infecções graves entre pacientes com mais de 65 anos de idade tratados com HUMIRA® (adalimumabe) foi maior do que para os sujeitos com menos de 65 anos de idade. Deve-se ter cautela quando do tratamento de pacientes idosos. Uso na gravidez: este medicamento só deve ser usado durante a gravidez quando, na opinião do médico, os benefícios potenciais claramente justificarem os possíveis riscos ao feto. Mulheres em idade reprodutiva devem ser advertidas a não engravidar durante o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe). A administração de vacinas vivas em recém-nascidos expostos ao adalimumabe no útero não é recomendada por 05 meses após a última injeção de adalimumabe da mãe durante a gravidez. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Uso na lactação: recomenda-se decidir entre descontinuar o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) ou interromper o aleitamento, levando em conta a importância do medicamento para a mãe. O aleitamento não é recomendado por pelo menos 05 meses após a última administração de HUMIRA® (adalimumabe). Interações Medicamentosas: Metotrexato: não há necessidade de ajuste de doses de nenhum dos dois medicamentos. Outras: o uso concomitante de HUMIRA® (adalimumabe) e outros DMARDs (por exemplo, anacinra e abatacepte) não é recomendado. Vacinas vivas não devem ser administradas concomitantemente a HUMIRA® (adalimumabe). Não foram observadas interações com DMARDs (sulfassalazina, hidroxicloroquina, leflunomida e ouro parenteral), glicocorticóides, salicilatos, antiinflamatórios não esteroidais ou analgésicos. Reações Adversas: infecções no trato respiratório, leucopenia, anemia, aumento de lipídeos, dor de cabeça, dor abdominal, náusea, vômito, elevação de enzimas hepáticas, rash, dor músculo-esquelética, reação no local da injeção, infecções, neoplasia benigna , câncer de pele não melanoma, trombocitopenia, leucocitose, hipersensibilidade e alergia, urticária, insuficiência renal, alterações da coagulação e distúrbios hemorrágicos, teste para autoanticorpos positivo, linfoma, neoplasia de órgãos sólidos, melanoma, púrpura trombocitopênica idiopática, arritmia, insuficiência cardíaca congestiva, oclusão arterial vascular, tromboflebite, aneurisma aórtico, doença pulmonar obstrutiva crônica, pneumopatia intersticial, pneumonite, pancreatite, aumento da bilirrubina, esteatose hepática, rabdomiólise, lúpus eritematoso sistêmico, pancitopenia, esclerose múltipla, parada cardíaca, cicatrização prejudicada. Reações adversas de pós comercialização: diverticulite, linfoma hepatoesplênico de células T, leucemia, carcinoma de células de Merkel (carcinoma neuroendócrino cutâneo), anafilaxia, sarcoidose, doenças desmielinizantes, acidente vascular cerebral, embolismo pulmonar, derrame pleural, fibrose pulmonar, perfuração intestinal, reativação da hepatite B, insuficiência hepática, vasculite cutânea, síndrome de Stevens-Johnson, angioedema, novo aparecimento ou piora da psoríase; eritema multiforme, alopecia, síndrome lúpus símile, infarto do miocárdio, febre. Posologia: Artrite Reumatóide, Artrite Psoriásica, Espondilite Anquilosante: a dose para pacientes adultos é de 40 mg, administrados em dose única por via subcutânea, a cada 14 dias. Doença de Crohn: início do tratamento – Semana 0: 160 mg por via subcutânea ; Semana 2: 80 mg; Manutenção do tratamento: a partir da Semana 4, 40 mg a cada 14 dias. Psoríase: para pacientes adultos é de uma dose inicial de 80 mg por via subcutânea, seguida de doses de 40 mg administradas em semanas alternadas, começando na semana seguinte à dose inicial. Artrite idiopática juvenil poliarticular: para pacientes com idade superior a 13 anos é de 40 mg solução injetável, administrados em dose única por via subcutânea, a cada 14 dias. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Registrado por: Abbott Laboratórios do Brasil Ltda.- Rua Michigan, 735 – São Paulo – SP - CNPJ: 56.998.701/0001-16. ABBOTT CENTER: 0800 703 1050. Assim como observado com outros antagonistas de TNF, foram relatados casos de tuberculose associados ao Humira® (adalimumabe). A administração concomitante de antagonistas de TNF e abatacept tem sido associada a aumento do risco de infecções, incluindo infecções sérias, quando comparada a antagonistas de TNF isolado. Referências: 1. Burmester GR et al. Ann Rheum Dis 2012. doi:10.1136/annrheumdis-2011-201244. 2. Bula do produto HUMIRA® (adalimumabe). 3. Keystone E, Van der Heijde D, Kavanaugh A, et al. Effective Disease Control Following Up to 10 Years of Treatment with Adalimumab in Patients with Long-Standing Rheumatoid Arthritis and an Inadequate Response to Methotrexate: Final 10 -Year Results of the DE019 Trial. Ann Rhe um Dis 2012;71(Suppl3):513. Abbott Center Central de Relacionamento com o Cliente 0800 703 1050 www.abbottbrasil.com.br Anu 21x297 - 10 anos 4947.indd 2 Material destinado a profissionais da saúde prescritores. Reprodução proibida. Produzido em Setembro/13. 17/09/2013 16:12:03 www.reumatologia.com.br