1 ARTIGO PDE 2010 Autora: Carla Jesus Chagas Wansaucheki Orientadora: Juslaine de Fátima Abreu Nogueira Resumo Neste estudo pretende-se analisar o contexto de trabalho dos professores de língua portuguesa que atendem a alunos reclusos a seus domicílios por longos períodos, devido a doenças graves ou à convalescença dessas doenças. A reflexão sobre este tema ampara-se tanto no aspecto legal, que garante ao aluno o direito de dar continuidade à sua vida acadêmica através de atividades domiciliares, mesmo não frequentando regularmente a escola, quanto nas discussões teórico-metodológicas que orientam os estudos formais da língua portuguesa. Busca-se verificar o encaminhamento didático e metodológico aplicado na elaboração das atividades domiciliares que são enviadas aos alunos afastados da escola. Objetiva-se dar a conhecer aos professores/as as especificidades de aprendizagem do aluno, desenvolver metodologia adequada ao trabalho de elaboração dos materiais enviados à residência do aluno, bem como discutir o tema humanização escolar, visando o desenvolvimento de novo posicionamento do profissional da educação diante da situação especial em que se encontra o aluno. Palavras-chave Atendimento domiciliar – ensino de português – humanização escolar – relações pedagógicas 2 1. Introdução O cotidiano da escola, pública ou privada, do ensino fundamental, médio ou superior é regulamentado pelas leis nacionais e estaduais da educação. Essas leis dispõem, entre outros aspectos, sobre as regras quanto à frequência dos alunos matriculados nos diversos cursos em andamento por todo o país. Para cada modalidade de ensino é estabelecido o cumprimento de carga-horária destinada aos estudos dos conteúdos previstos no currículo, bem como a convivência do aluno com seus pares e docentes. Apesar de essas regras atenderem com eficácia à interação dos envolvidos no processo de ensinar e aprender, há a possibilidade de imprevistos quanto à frequência do aluno estabelecida legalmente pelas instituições de ensino. Com o objetivo de incluir os alunos que necessitam faltar por motivo de doença está regulamentado no país, através da lei 1044/691, o acompanhamento dos conteúdos curriculares por meio de atividades domiciliares, que são enviadas ao aluno durante o período documentado em atestado médico encaminhado à escola. As escolas públicas do Paraná cumprem esta lei enviando a seus alunos as atividades domiciliares que são elaboradas pelos professores e, posteriormente, devolvidas à escola pela família. Porém, há casos em que o aluno passa o ano letivo todo afastado da escola, devido a problemas de saúde dos mais variados tipos, desde acidentes que impedem a locomoção, doenças graves que abalam a imunidade, a tal ponto que o convívio com muitas pessoas torna-se um risco à vida, até problemas psiquiátricos ou psicológicos que acarretam sérios transtornos quanto ao convívio social. Nesses casos, é comum o corpo docente não conhecer o aluno pessoalmente e ter com ele somente o contato pelas atividades domiciliares encaminhadas. Em vista das experiências vivenciadas quando em contato com as escolas devido à responsabilidade de orientar equipe pedagógica e corpo docente - como representante do programa Sareh2 no Núcleo Regional da Educação de Curitiba - quanto a encaminhamento das atividades domiciliares, deparei-me com a questão de que o aluno é aprovado ou promovido a série seguinte somente devido à instituição estar cumprindo a lei e não por 1 Atribuir a esses estudantes, como compensação da ausência às aulas, exercício domiciliares com acompanhamento da escola, sempre que compatíveis com o seu estado de saúde e as possibilidades do estabelecimento. 2 Sareh – Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar 3 comprovação de sua aprendizagem, já que o corpo docente envia ao aluno, afastado das aulas, atividades domiciliares que não condizem com sua condição de estudante naquele momento. Este artigo busca descrever o trabalho de análise realizado numa escola pública do Estado do Paraná, Núcleo Regional da Educação de Curitiba, junto a profissionais da disciplina de língua portuguesa quanto à elaboração de atividades domiciliares encaminhadas a alunos que se encontram afastados da escola por longos períodos devido a internamento ou tratamento de saúde. O tema de estudo foi escolhido a partir da constatação da realidade vivenciada pela equipe de professores que compõem o programa Sareh – Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar, vinculados ao Núcleo Regional da Educação de Curitiba e faz parte da pesquisa orientada pelo PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria da Educação do Estado do Paraná. Para o estudo sobre as atividades elaboradas e endereçadas aos alunos que estão fora do convívio escolar foram colhidas informações com as professoras da disciplina de Língua Portuguesa e da pedagoga da Escola Estadual Maria Pereira Martins Ensino Fundamental durante o segundo semestre de 2011. 2. Educadores, familiares, alunos afastados da escola: contextualização A experiência concreta da educação em sala de aula é um momento formador para o educador. O ambiente escolar, composto por um grupo de pessoas – sujeitos – com expectativas e opiniões próprias sobre os temas abordados em aula, leva o professor ao questionamento e ao desenvolvimento de novos conceitos sobre seus valores pessoais, seus conhecimentos adquiridos academicamente e a relação estabelecida com os sujeitos/educandos. Esse questionamento se instala principalmente porque a formação profissional se faz, além do período de graduação, também a partir do desempenho do docente, pois na prática de educar é que se forma o educador. Na reflexão sobre sua prática e sobre sua formação profissional o professor se depara, conforme afirma Tardif, com seu objeto de trabalho “O 4 objeto do trabalho do docente são seres humanos e, por conseguinte, os saberes dos professores carregam as marcas dos seres humanos” (2010, p. 266). O trabalho diário na escola implica em o professor estar em contato com alunos que, essencialmente, são diferentes e sua individualidade humana é preservada por essas diferenças. Mesmo pertencendo a grupos econômicos, sociais e familiares afins, os educandos que frequentam os bancos escolares são pessoas com histórias de vida distintas e, portanto, reagem aos ensinamentos escolares de forma também distinta. É nessas histórias de vida e nessa aprendizagem distintas que este artigo basicamente se pauta, pois analisa as relações de aprendizagem que podem ser desenvolvidas em um momento da vida do educando que marca sua existência, o enfrentamento da doença. A doença é o lado sombrio da vida, uma espécie de cidadania mais onerosa. Todas as pessoas vivas têm dupla cidadania, uma no reino da saúde e outra no reino da doença. Embora todos prefiramos usar somente o bom passaporte, mais cedo ou mais tarde cada um de nós será obrigado, pelo menos por um curto período, a identificar-se como cidadão do outro país. (SONTAG, 1984 p.07, apud ORTIZ, 2005 p.51) A rotina da escola e do trabalho dos professores, tão atribulada pela energia saudável de seus alunos, pelas inúmeras tarefas a desempenhar e pela busca de superação de metas dentro de um tempo – muitas vezes considerado curto – em algumas ocasiões é surpreendida pela necessidade de se considerar formas, estratégias de trabalho e tempo diferenciados, devido ao objeto de trabalho do professor, o aluno, não estar presente na escola. O contingente de alunos afastados da escola devido a internamento ou tratamento de saúde passou a ser mais conhecido e objeto de estudo da Educação Hospitalar, ou da Pedagogia Hospitalar, como citam alguns autores, nas escolas públicas do Paraná, a partir da atuação de educadores em Unidades de Saúde pelo programa Sareh. Este serviço, em funcionamento desde 2007, é um trabalho de escolarização desenvolvido em Unidades Conveniadas, Secretaria Estadual da Saúde e Secretaria Estadual da Educação, que objetiva oportunizar aos pacientes em idade escolar a continuidade a sua vida acadêmica mesmo estando fora da escola por muito tempo. O Sareh, que foi implementado em oito Unidades em 2007, hoje está presente em dezessete Unidades de Saúde e conta portanto, com um grupo de sessenta e oito profissionais trabalhando com alunos internados. A atuação desses 5 profissionais fora do ambiente escolar deu a conhecer a realidade desse público que se depara com a doença e precisa superá-la, muitas vezes com grande sofrimento, e se manifesta extremamente interessado em não abandonar sua vida escolar, mesmo porque, é fato comprovado nas Unidades de Saúde, que a continuidade do vínculo com a escola por meio do programa auxilia no tratamento de doenças graves, pois os alunos que estudam no hospital sentem-se mais motivados e resgatam a normalidade de suas vidas com mais facilidade. A partir da atuação dos profissionais do Sareh nas Unidades Conveniadas, porém, ficou clara a necessidade de se disponibilizar a alguns pacientes a mesma oportunidade de continuidade da vida acadêmica, contudo fora do ambiente hospitalar. São alunos que fazem seu tratamento em hospitais, internados, e, após a alta, ainda não podem voltar à escola, devido a permanecerem em uma rotina de tratamento muito intensa, ou a estarem debilitados e precisarem da reclusão domiciliar para garantir a segurança de suas vidas. Para esses casos está disponível hoje o Atendimento Pedagógico Domiciliar, trabalho também vinculado ao Sareh, o qual conta, em Curitiba, com aproximadamente trinta professores trabalhando com alunos em domicílio. Além dessas duas situações, alunos hospitalizados e alunos em domicílio, há os alunos que precisam receber as atividades domiciliares e irão desenvolvê-las sozinhos, pois seu tempo de afastamento, ou sua situação de doença não lhes proporcionará o atendimento com um professor em domicílio. O fato a ser exposto neste trabalho, portanto, está relacionado à interação entre os seguintes grupos: professores das escolas e professores do Sareh, professores das escolas e professores domiciliares e professores das escolas e alunos em tratamento de saúde em casa sozinhos. Aqui é necessário expor a rotina das escolas, inclusive da Escola Maria Pereira Martins Ensino Fundamental, sobre os encaminhamentos feitos, tanto legais quanto pedagógicos, diante da situação de afastamento do aluno devido a tratamento de saúde. O aluno afastado da escola devido a tratamento de saúde configura-se para a escola e para o professor como um trabalho a mais, ou seja, um trabalho que não era previsto, que vai além da rotina previamente determinada. É necessário, para atender a questão legal, lei 1044/69, enviar a este aluno atividades domiciliares que oportunizem ao estudante a continuidade de sua vida acadêmica e, para isso, cada professor, de cada disciplina, elabora tarefas para serem enviadas ao aluno, sendo que a equipe pedagógica combina com a família datas de retiradas e entrega dessas atividades para que sejam avaliadas e validadas ao longo 6 ano letivo. As professoras da Escola Maria Pereira Martins relataram, inclusive, que: “esse tema gera muitas dúvidas, pois não se sabe muito bem a forma ideal de se proceder com a situação de afastamento do aluno”. Se o aluno estiver hospitalizado numa Unidade de Saúde que tenha uma equipe do programa Sareh, esse material é encaminhado para os docentes do hospital, que orientarão o aluno na execução das tarefas escolares. Quando o estudante estiver em casa, poderá ter a sua disposição o professor do Atendimento Pedagógico Domiciliar para auxiliá-lo caso seu tempo de afastamento da escola seja superior a noventa dias, ou sessenta se for aluno do Ensino Médio por Blocos. Contudo, se o tempo de afastamento descrito no atestado for inferior a noventa ou sessenta dias, o estudante receberá as atividades e deverá executá-las sozinho. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação do Brasil apresenta como princípio básico a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola de todo aluno matriculado em cada nível de ensino ofertado aos cidadãos brasileiros (LDB 9396/94, art. 3º). Esse princípio deveria bastar para que os educadores pudessem transformar sua prática diária em plena garantia de aprendizagem a seus alunos, porém a realidade da escola apresenta a professores e alunos inúmeros percalços a serem superados para se alcançar um bom desempenho escolar. A escola, como instituição educacional, está organizada para atender a grupos, turmas, equipes de alunos que frequentam os ciclos da educação básica e são, na maioria dos casos, vistos pelos docentes como um conjunto. Essa organização é adequada ao trabalho com o número grande de alunos matriculados em cada turma atualmente. É preciso falar ao grupo, distribuir trabalhos em grupo, criar regras de convivência para o grupo, estabelecer normas para os grupos se manifestarem, determinar espaços de atuação para grupos, enfim, trabalhase com turmas com até 45 alunos em sala, o que limita as ações de cunho pessoal e individual. Apesar das intensas discussões sobre respeito à individualidade e, sobretudo, devido às condições de trabalho dos educadores, é comum o professor dirigir-se pessoal e didaticamente à sua turma de alunos, tendo poucas possibilidades de dedicar-se a um trabalho mais pessoal e individualizado com seus alunos. Entretanto, algumas situações quebram esse ritmo de ação, exigindo do educador uma postura que considere o aluno individualmente. Como exemplo podem ser citadas as situações de inclusão e os casos em que alguns alunos precisarão fazer parte da turma, do grupo, da equipe sem estarem fisicamente presentes às aulas. 7 O trabalho docente nos hospitais e no domicílio tem se mostrado como uma boa forma de assegurar aos alunos a menor perda possível das oportunidades de aprendizagem e contato com a rotina da escola, porém elenca-se a seguir alguns percalços na trajetória das Atividades Domiciliares, tanto daquelas encaminhadas aos professores da educação hospitalar e domiciliar quanto das que vão diretamente para o aluno. Primeiramente, e o que aparece com maior frequência como dificuldade para se alcançar o sucesso na elaboração e envio das tarefas domiciliares, é a disposição e disponibilidade dos docentes em elaborar em tempo hábil o material para o aluno que está afastado. Muitos professores demoram semanas para disponibilizar à equipe pedagógica o material a ser enviado aos alunos que apresentaram atestados com prazo longo de afastamento das aulas. Essa demora é justificada pelos docentes, quando interpelados sobre o assunto, com a descrição do contexto vivenciado hoje na maioria das escolas públicas do Estado, professores com uma carga-horária de quarenta horas-aula semanais, porém com um número excessivo de alunos por classe, principalmente se for considerado o Ensino Fundamental, período em que os estudantes necessitam muito mais da intervenção e atenção constante dos professores. É muito comum ouvir dos professores sobre sua dificuldade em atender todas as necessidades dos alunos que estão frequentando regularmente a escola, quanto mais dispor de tempo para elaborar tarefas para um aluno que nunca frequentou as aulas. Infelizmente, essa atitude dos professores, mesmo diante da justificativa válida de sua condição sofrível de trabalho, acarreta para a família e para o próprio aluno uma sensação de descaso com sua condição e abandono. Um segundo ponto é o que se relaciona à questão metodológica, pois alguns professores enviam tarefas que não podem ser compreendidas pelos estudantes sem que tenham tido acesso às aulas com o professor, o que é absolutamente inaceitável, visto que se o aluno apresentou um atestado médico é porque ele não pode frequentar as aulas, portanto essa atividade não alcançará o objetivo de aprendizagem e tampouco garantirá a reinserção do aluno à vida escolar sem perdas após sua alta médica. A questão metodológica abrange também o fato de os professores da escola desconhecerem as condições de saúde do aluno, suas limitações advindas da doença ou do tratamento a que estão submetidos. É uma realidade vivida pelos estudantes, que ainda são pacientes, receberem tarefas que solicitam resumos de capítulos dos livros didáticos, execução de listas de exercícios somente com consulta nos livros didáticos, pesquisas sobre autores ou temas sem contextualização, já que essa 8 contextualização acontece na aula em que ele não conseguiu estar presente. Alguns alunos deixam de realizar as tarefas não porque não sejam capazes de executá-las, mas porque essas “não lhes dizem nada”, ou ainda porque não podem escrever devido à imobilização do braço ou da mão, ou por estarem com baixa visão ocasionada pelos medicamentos que estão tomando, ou porque seu período de concentração é interrompido pela dor ou pelo sono causado pelos remédios. Há ainda a questão de consciência de familiares e professores dos estudantes que se encontram na condição de pacientes. Alguns pais e mães ficam extremamente abalados com a doença que acomete seus filhos, o que os leva a negligenciar a escola e assumir uma postura de proteção extrema, preferindo que o aluno não se ocupe de nada além do próprio tratamento. Para os pais, o adoecimento de seu filho incorre em uma situação de extrema angústia, preocupando com a saúde e protelando questões relativas à escolaridade dos filhos. É fundamental fazê-los projetar futuro, propagando a linguagem da saúde e não do óbito, guiando, consentidamente, seus filhos para o conhecimento, para a busca de saberes, embora hospitalizados. A participação desses filhos nas atividades escolares projeta-os para a concepção de igualdade com as demais crianças. (ORTIZ, 2005. p.45) Também alguns professores, por um sentimento forte de compaixão, consideram que é preciso que o aluno esteja saudável para ir à escola, pois estudar enquanto se está doente é, para eles, inconcebível. Esse comportamento é perfeitamente compreensível, porém é de conhecimento dos profissionais da área da saúde e de educadores atuantes em educação hospitalar que o contato com a normalidade da vida, feito através da escola, funciona como auxílio no tratamento de doenças graves. Também já se ouviu de muitos alunos hospitalizados que ficar sem fazer nada na cama, seja no hospital ou em casa, é totalmente entediante, e ainda, muitas doenças causam uma limitação física, mas não intelectual, ou seja, as crianças e adolescentes continuam se desenvolvendo, crescendo, aprendendo, se relacionando e principalmente desejando vida, apesar dos episódios de dor e mal estar. Portanto, é uma responsabilidade da escola elucidar para as famílias que a doença é uma fase da vida de seus filhos, que será superada, e o contato com a escola não precisa ser interrompido, mas sim adaptado a essa fase. 9 Para que esse trabalho se efetive de maneira satisfatória, cabe à escola, na figura da equipe pedagógica e ao corpo docente, conhecer questões básicas sobre esse aluno afastado para poder auxiliá-lo, em sua trajetória diferenciada de aprendizagem, visto que diante de alguma limitação física ou emocional, será necessária adaptação das atividades que lhe serão propostas. É preciso investigação, junto à família do aluno ou ao seu médico, sobre detalhes de sua doença e tratamento como: - restrições físicas; - uso de medicamentos e como esses afetam o comportamento; - prognóstico do tratamento; - necessidade de horas de repouso; - a possibilidade de cuidados emergenciais; - uso de equipamentos protetores ou de transporte como cadeiras de rodas, coletes, muletas, fixadores ortopédicos externos; - intervenção periódica de profissionais de apoio como fisioterapeutas, psiquiatras, fonoaudiólogos; - procedimentos terapêuticos específicos como diálise, quimioterapia, radioterapia; - consultas periódicas de controle previamente agendadas; - conhecimento que o aluno tem sobre sua doença. Para que tenha êxito o percurso da nova trajetória de vida pessoal e escolar a qual o aluno, agora também paciente, está sujeito, tanto no restabelecimento da saúde como na continuidade da carreira acadêmica, os procedimentos em parceria da família – escola – profissional da saúde (quando possível) são essenciais. 3. Humanização da escola, do aluno, do docente 10 O verbo humanizar é definido como o ato de tornar humano, dar feição ou condição humana; tornar benévolo, afável, compassivo, caridoso. (FERNANDES, 1995). Tomando esta definição como parâmetro, pode-se afirmar que é possível transformar algo não humano em humano. Obviamente este termo e seu uso se aplicam às ações e atitudes dos homens e não a sua condição de existência, tanto é verdade que corriqueiramente há notícia sobre atitudes de violência das mais diversas caracterizadas como atos desumanos. A primeira vista pode parecer desnecessária uma discussão sobre a humanização da escola, dos docentes, dos alunos, porém ela é válida se tomar-se como comparação as discussões intensas ao longo dos últimos anos sobre a obrigatoriedade legal de criação de setores e Comitês de Humanização em hospitais. As unidades de saúde espalhadas pelo mundo são locais onde se se depara com um dos maiores temores humanos, a doença. Nesses locais, a fragilidade física deixa qualquer indivíduo suscetível ao cuidado do outro e a necessidade de dar ajuda e compaixão alia-se à ciência, à tecnologia e à busca implacável pelo restabelecimento da saúde. Em algum momento da trajetória da ciência médica, a doença passou a ser o centro das atenções em detrimento ao indivíduo doente. O hospital, visto como centro de referência e excelência técnico-científica no tratamento de doenças da infância reproduzia o modelo biomédico onde o olhar era para a doença, levando a uma série de iatrogenias3 por promover a dissociação corpo-mente, saúde dicotomizada, centrada no curativismo, eminentemente biologicista. (RODAKOSKI, apud MATOS, 2009, p.67) Evidentemente que restabelecer a saúde compreende cuidar do doente, tratá-lo com o objetivo de fazer sucumbir a doença. Para isso, houve a necessidade de se resgatar o olhar para o humano e isso se deu através da criação de Comitês de Humanização 4. Os setores de humanização nos hospitais trabalham para melhorar as condições de atendimento dadas ao pacientes atendidos diariamente e visam desde a diminuição de tempo de espera em filas para 3 Iatrogenia: iatro (grego: médico) genia (grego: origem) estado de doença ou complicações causadas por tratamento médico. CARVALHO.FILHO, Eurico T. Iatrogenia em pacientes idosos hospitalizados. (Disponível em http//www./rsp_usp/mensagem/pub/mensagem.php?tipo=0&id_mensagem. Acesso em14/03/11) 4 De 2000 a 2002, o Programa Nacional de Humanização da Atenção Hospitalar (PNHAH) iniciou ações em hospitais com intuito de criar comitês de humanização voltados para a melhoria na qualidade da atenção ao usuário e mais tarde ao trabalhador. (BENEVIDES e PASSOS, 2005 in PORTO, 2008) 11 atendimento até a orientação dos pacientes e de seus familiares sobre detalhes de tratamento e relacionamento com a equipe médica. O objetivo de se citar esse assunto neste estudo é tornar evidente a necessidade de se continuar a ”olhar” o paciente após a sua alta, quando este for um aluno, amparando-o quando for reinserido no ambiente escolar. O autor Ricardo Ceccim, ao escrever sobre a pedagogia hospitalar, usa a expressão escuta pedagógica para exemplificar aos docentes que atuam em hospitais como sua ação pode ir além de um contato físico com o aluno paciente. O termo escuta provém da psicanálise e diferencia-se da audição. Enquanto a audição se refere à apreensão/compreensão de vozes e sons audíveis, a escuta se refere à apreensão/compreensão de expectativas e sentidos, ouvindo através das palavras as lacunas do que é dito e os silêncios, ouvindo expressões e gestos, condutas e posturas. A escuta não se limita ao campo da fala ou do falado, [mais do que isso] busca perscrutar os mundos interpessoais que constituem nossa subjetividade para cartografar o movimento das forças de vida que engendram nossa singularidade. (CECCIM, 1997, p. 31, apud FONTES, 2055 p.123) Considerando a situação de um aluno recluso a seu domicílio, que não terá contato pessoal com seus professores, pode-se estender a compreensão sobre o termo escuta para o termo olhar e ampliar sua significação ao ponto de notar nesta palavra a intensa necessidade de se ver o outro além de sua imagem externa, mas percebê-lo como um ser em sua totalidade e em suas singularidades. Olhar o aluno que não frequenta a escola diariamente por estar submetido à condição de paciente em tratamento de doença, não significa vê-lo pessoalmente, mas compreender plenamente que ele é um aluno que estará à espera da interferência de um educador atento às suas expectativas de retorno à escola. A percepção dessa particularidade do aluno é um ato de humanização. Sob a perspectiva da humanização da escola e do educador está a atitude de agir profissionalmente em função deste aluno, desenvolvendo uma atitude docente com vistas ao desenvolvimento de mecanismos metodológicos eficazes para a aprendizagem do educando. Vê-se como urgente o reconhecimento do sujeito aluno como um ser com necessidades fundamentais que vão além daquela de um aluno não adoentado. O espaço escolar é local de “aprendizagens”, que se dão pelo convívio entre pessoas diferentes - que travam relações de amizade, de paixões, de confronto de ideias e valores – e 12 pela oportunidade de acesso ao conhecimento. Aquele que não desfruta desse espaço tem, obviamente, uma perda em sua aprendizagem. No momento em que uma família apresenta o atestado médico justificando as faltas de seu filho ou filha, fica evidenciado o direito desse aluno a um olhar diferenciado por parte da instituição escolar. Um olhar humanizado, que veja além do aspecto burocrático de registrar faltas e discorrer sobre meras reposições de conteúdos disciplinares. O documento emitido pelo profissional da saúde informa, através do Código Internacional de Doenças - CID, a doença que o acometeu e também seu tempo de afastamento escolar, o qual equivale ao tempo em tratamento, ou seja, mesmo não hospitalizada e reclusa a sua casa a criança/adolescente ainda está doente. A mobilização em prol do aluno aumenta a expectativa de superação da fase de doença e, em muitos casos, reduz o sentimento de impotência e estagnação que doenças graves acarretam ao paciente. É o retornar à normalidade da vida resgatando a rotina anterior ao trauma causado por enfermidades ou acidentes graves. A experiência em âmbito escolar, para ter significação para o aluno que esteve hospitalizado, implica em dizer da necessidade de se estabelecer relações carinhosas, consoante a adaptação, preparo de técnicas educacionais adequadas e conhecimento por parte dos docentes quanto às informações específicas sobre seqüelas do tratamento médico. (ORTIZ, 2005, p.73) O conhecimento por parte do professor das condições de saúde do aluno e a consideração de suas limitações vão nortear o trabalho docente para produção de atividades que respeitem as novas condições do aluno, constituindo-se numa atitude de humanização de todos os envolvidos com o aluno-paciente. Independentemente da forma de contato com o aluno - se pessoalmente, se a distância – a escola e sua equipe docente precisam acolhê-lo, visando sua reinserção sem perdas emocionais e, principalmente, sem perdas de aprendizagem. 4. Currículo e metodologia: adequações à aprendizagem domiciliar 13 A reflexão sobre a ação pedagógica do educador inevitavelmente se debruça sobre o ato de ensinar e a possibilidade de aprender. Porém, quando se pretende refletir sobre um aspecto mais específico do trabalho dos educadores, como no caso desse artigo que discute a condição de aprendizagem dos alunos que não frequentam regularmente a escola devido a seus problemas de saúde, o simples ato de ensinar e a possibilidade de aprender anseiam por uma reflexão mais profunda sobre currículo e método de ensino, temas que põem em debate assuntos como: o que se ensina e por que se ensina algo aos alunos matriculados nas escolas? Para o autor Tomaz Tadeu da Silva, estudioso sobre as teorias do currículo, “a questão central que serve de pano de fundo para qualquer teoria do currículo é a de saber qual conhecimento deve ser ensinado. De uma forma mais sintética a questão central é: o quê?”(2010, p.14) Em seu livro Documentos de Identidade, o autor discorre sobre as teorias do currículo fazendo uma explanação das teorias tradicionais, críticas e pós-críticas e conclui que “além de uma questão de conhecimento, o currículo é também uma questão de identidade”, o autor também defende que, neste momento histórico, presencia-se uma preocupação por parte dos teóricos da educação em refletir sobre as “conexões entre saber, identidade e poder”. Essa reflexão sobre currículo ampara este artigo quando se refere ao currículo como um conhecimento que constitui a identidade e a subjetividade do sujeito. O fato de se considerar o sujeito aluno e sua especial condição de aprendizagem (afastamento do convívio escolar) oportunizam uma resignificação das questões o que e por que ensinar os conteúdos curriculares. As Diretrizes Curriculares Estaduais em vigor no Estado do Paraná têm o objetivo de que “o currículo da Educação Básica ofereça, ao estudante, a formação necessária para o enfrentamento com vistas à transformação da realidade social, econômica e política de seu tempo”. Portanto, estão em consonância com as teorias críticas do currículo e sua consideração quanto à identidade e à subjetividade das relações entre o sujeito e o conhecimento. Sobre o ponto de vista das Diretrizes, fica explicitada a possibilidade de se aplicar as discussões teóricas em situações cotidianas da escola, que destoam do andamento que se poderia definir aqui como natural, ou seja, o fato de um aluno não poder frequentar integralmente a escola, sendo obrigado a “frequentá-la” à distância, devido a problemas de saúde. 14 Para essa situação específica se propõe uma abordagem curricular na Educação Básica na disciplina de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental que conceba o sujeito aluno a partir de sua linguagem, sem especificar se esta se fará no ambiente escolar ou domiciliar, mas considerar a interação com o outro como foco principal, pois “a língua só se atualiza a serviço da comunicação intersubjetiva, em situações de atuação social e através de práticas discursivas, materializadas em textos orais e escritos” (ANTUNES, 2003. p.42). Sobre interação fazem-se necessárias algumas considerações. As ações de comunicação estabelecidas entre professores (as) e alunos (as) nas salas de aula, onde todos estão fisicamente presentes, nem sempre representam uma atitude de reciprocidade comunicativa sobre o que se lê / fala / escreve. A interação entre os sujeitos e entre esses e o conhecimento se estabelece a partir de inúmeros fatores. Podem-se considerar as ligações afetivas, as condições sócio-econômicas, a empatia, o desenvolvimento cognitivo e mais outros tantos aspectos como fatores facilitadores da interação entre os sujeitos presentes nas escolas. Portanto a condição do aluno de não frequentar a escola diariamente não impede a interação com o professor (a) e com a escola. Evidentemente que se propõe ampliar também a concepção de escola, passando a considerá-la não somente como o espaço físico composto por salas, carteiras, quadras, corredores e pátios, mas pensar escola como o momento de interação entre o que se é e o que se pode vir a ser, ou interação entre o sujeito antes da relação com os conhecimentos e este mesmo sujeito após essa interação. Quanto à abordagem específica da Língua Portuguesa a constituição desse sujeito, aluno, acontece no momento de uso e apropriação da linguagem conforme sua necessidade. Escrever, ler, falar para a escola, para o/a professor (a), para passar de ano, para contar, para argumentar, para dizer de si são momentos, modos e motivos de escrita, fala e leitura que caracterizam a atividade linguística do aluno como pertencente a um contexto histórico que o circunda, já que as interações não se dão fora de um contexto social e histórico mais amplo; na verdade, elas se tornam possíveis enquanto acontecimentos singulares, no interior e nos limites de uma determinada formação social, sofrendo as interferências, os controles e as seleções impostas por esta. (GERALDI, 1997, p.6) 15 Portanto, interagir é uma ação que se dá independentemente do lugar onde o aluno se encontra e os atos de leitura, escrita e fala compõem a essência do ensino de Língua Portuguesa, ou seja, representam o o que e o por que ensinar dessa disciplina na escola. O trabalho na disciplina de Língua Portuguesa na escola busca “conseguir ampliar as competências comunicativas interacionais dos alunos” (ANTUNES, 2003 p.122) e para se alcançar este objetivo com o aluno caracterizado neste estudo, foi sugerido, nos encontros com as professoras da Escola Maria Pereira Martins, que se desenvolvam atividades que o habilitem a essa ampliação da competência linguística por meio, fundamentalmente, da produção de textos escritos, visto que por meio da escrita haverá a possibilidade de uma “conversa” na qual os interlocutores, mesmo à distância, poderão interagir. Essa sugestão de trabalho implica ainda em se adequar as atividades da disciplina ao direito do aluno de ter um currículo adaptado tanto no que se refere às questões de conteúdo quanto às questões de tempo e de avaliação de desempenho, ou seja, propõe-se que o docente desenvolva etapas de trabalho à distância com o aluno que o levem a conhecê-lo ao longo do ano letivo e, principalmente, que lhe deem a possibilidade de realmente ampliar sua competência linguística. Quando se sugere focar a atenção no trabalho de produzir textos escritos, a referência é a um trabalho de autoria do aluno. Para nortear esta ação pedagógica do professor de português segue-se a orientação de Irandé Antunes (2003, p. 61 – 65) sobre as características específicas do trabalho com a escrita, a saber: uma escrita de textos socialmente relevantes, funcionalmente diversificada, contextual e metodologicamente adequada, uma escrita de textos que têm leitores, adequada para a coerência global e também em sua forma de se apresentar. Colocando o aluno na posição de autor de seu texto, o professor dará a ele a possibilidade de uma expressão que a ele faz sentido, é o momento de “ouvi-lo” por meio de sua produção. Evidentemente que estando longe fisicamente da escola, sem contato direto com o/a professor(a), as orientações para esta tarefa também se darão por meio da escrita e haverá a necessidade de se cumprir algumas etapas5 de elaboração dos textos que primem pelo desenvolvimento gradual da maturidade da expressão escrita, tal e qual acontece em sala de aula. Ao organizar a orientação da produção escrita será necessário que o docente 5 Esta abordagem refere-se à orientação da autora Irandé Antunes, no livro Aula de português: encontro & interação, p. 57, onde a autora apresenta o esquema nominado Etapas distintas e intercomplementares implicadas na atividade escrita, as quais são explicitadas nas Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa. 16 “providencie uma etapa anterior e uma outra posterior à escrita propriamente dita” (ANTUNES, 2003, p. 59). Paralelamente a essas sugestões de trabalho com os alunos reclusos a seus domicílios às professoras, houve também o relato e discussão das docentes sobre o tema implementado na escola e suas experiências comprovaram que a maior necessidade, tanto do aluno, quanto das professoras é se estabelecer uma recurso de comunicação com os alunos convalescentes. Chegamos a concluir que é um ensino a distância no qual não temos o recurso tecnológico mas temos as pessoas envolvidas, portanto é necessário se estabelecer critérios novos para o ensinar, o avaliar, o aprender. 5. Conclusão A discussão desse trabalho não permeou somente as professoras de língua portuguesa, pois em muitos momentos professores de outras disciplinas ouviram as discussões e acabaram participando e contribuindo com sugestões, questionamentos e relatos de suas experiências com a situação de elaboração de atividades para alunos afastados das escolas onde atuavam. Durante o primeiro semestre de 2012, foi-me oportunizado pela função que desempenho de técnica pedagógica do Núcleo Regional de Educação de Curitiba visitar inúmeras escolas com alunos na situação de tratamento de saúde impedidos de frequentar a escola e em alguns momentos estive com grupos de professores de todas as disciplinas a quem precisei dar a conhecer as orientações6 da SEED sobre as atribuições de cada seguimento escolar, direção, equipe pedagógica e professores quanto ao atendimento dos alunos que estão em casa e precisam continuar interagindo com a escola. Esses momentos foram muito ricos para este trabalho, visto que a diversidade de opiniões e questionamentos consolidou minhas idéias sobre a necessidade de um trabalho intenso, com todos os envolvidos no ensino para a aprendizagem de alunos de nossas escolas, sobre direitos dos 6 Documentos: Compreendendo o aluno Sareh, elaborado pelas pedagogas que iniciaram no Programa quando de sua implementação, no ano 2007; Orientações para atendimento educacional domiciliar – SAREH, elaborado pelas responsáveis pelo programa no DEEIN – Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional da SEED. Ambos documentos disponibilizados às escolas e professores – hospitalares, domiciliares e das escolas – sempre que surge a situação de atendimento de alunos afastados da escola devido a tratamento de saúde. Disponível para consulta no portal www.diaadiaeducacao.pr.gov.br. 17 alunos e dos professores, condições de trabalho, educação em casa, adaptação curricular, olhar humanizado. As professoras de Língua Portuguesa que fizeram parte da implementação de meu projeto PDE, Atividades domiciliares em aulas de português: a escola vai onde o aluno está, em nossas conversas e leituras concluíram que a interação é a palavra-chave para as atividades domiciliares. Concordaram que um bilhete de saudação ao aluno já transforma uma lista de exercícios em algo menos mecânico e monótono, quanto mais um texto onde a contextualização, que acontece muitas vezes naturalmente em sala de aula, seja explicitada para o educando. Felizmente, na Escola Maria Pereira Martins não havia, durante a implementação do projeto, nenhum estudante afastado por atestado médico, salvo os de tempo ínfimo, como dois ou três dias, fato que não me permitiu desenvolver uma “tarefa mais prática” sobre a interação professor-aluno por intermédio de tarefas, no entanto, fiz com as docentes algumas reflexões sobre a possibilidade de a disciplina de português dispor da vantagem do trabalho com leitura e escrita sobre inúmeros assuntos, inclusive temas e conteúdos de outras disciplinas escolares, o que oportunizaria aos estudantes afastados da escola e a seus professores utilizar os materiais didáticos disponíveis em atividades interdisciplinares ricas em conteúdo e perfeitamente condizentes com a situação vivenciada pelos alunos impedidos de ir à escola. O tema aqui exposto é bastante novo e quando discutido nas escolas desencadeia discussões amplas sobre inclusão, trabalho docente, relações escola-família, áreas do conhecimento e tantos outros, porém quando tive oportunidade de conversar com professores sobre o assunto em eventos como Formação em Ação e Semana Pedagógica Julho2012, foi unânime o reconhecimento dos educadores e educadoras de que o aluno longe da escola quer continuar na escola, mesmo que à distância, constituindo papel dos educadores dar a ele essa oportunidade. 18 6. Referências ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação – São Paulo: Parábola Editorial, 2003. (Série Aula; 1) BRASIL, Brasília. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Resolução CNE/CBE n. 2, de 11/09/01. Diário Oficial da União n.o 177, Seção 1 E, de 14/09/01: 39-40. Brasília: Imprensa Oficial, 1991. _______, Brasília. Decreto-Lei 11.044, 21 de outubro de 1969. 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