Amanda Cassenote Ribeiro MARKETING DE GUERRILHA E LIVE MARKETING: DA TEORIA À PRÁTICA AOS OLHOS DOS PROFISSIONAIS DE SANTA MARIA, PORTO ALEGRE E SÃO PAULO Santa Maria, RS, Brasil 2015 Amanda Cassenote Ribeiro MARKETING DE GUERRILHA E LIVE MARKETING: DA TEORIA À PRÁTICA AOS OLHOS DOS PROFISSIONAIS DE SANTA MARIA, PORTO ALEGRE E SÃO PAULO Trabalho Final de Graduação II apresentado ao Curso de Publicidade e Propaganda, Área de Ciências Sociais, do Centro Universitário Franciscano, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Publicidade e Propaganda. Prof.ª Me. Caroline De Franceschi Brum Santa Maria, RS, Brasil 2015 Amanda Cassenote Ribeiro MARKETING DE GUERRILHA E LIVE MARKETING: DA TEORIA À PRÁTICA AOS OLHOS DOS PROFISSIONAIS DE SANTA MARIA, PORTO ALEGRE E SÃO PAULO Trabalho Final de Graduação II apresentado ao Curso de Publicidade e Propaganda, Área de Ciências Sociais, do Centro Universitário Franciscano, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Publicidade e Propaganda. _____________________________________________ Prof.ª Me. Caroline De Franceschi Brum – Orientadora (Unifra) ____________________________________________ Prof.ª Me. Cristina Munarski Jobim Hollerbach – Banca (Unifra) _____________________________________________ Bel. Gabriel Souza – Banca (UFSM) Aprovado em ....de...............................de....... AGRADECIMENTOS Não há outro modo de iniciar meus agradecimentos senão por agradecer aos meus pais, Marizeti e Jorge. Agradeço por tudo que já fizeram e ainda fazem, a cada dia, por mim, por seu apoio, seus esforços para que nunca me faltasse nada, por acreditarem nos meus sonhos, nas minhas escolhas, por seu amor e dedicação. Se, em algum momento, eu deixei de demonstrar a minha gratidão, quero que saibam o quanto os amo e o quanto são essenciais na minha vida. Também sou grata aos meus familiares, que sempre me apoiaram e me auxiliaram quando precisei. Isso me mostrou a sorte que eu tenho em pertencer a uma família batalhadora, unida e carinhosa. Agradeço aos meus melhores amigos, os irmãos que eu escolhi, Anna, Andriele, Camila e Matheus, por fazerem parte da minha vida, por me ajudarem quando eu precisei, pelas conversas, conselhos e afeto. Independente de distância, ideologias e personalidade, sempre seremos o apoio uns dos outros. Eu também não poderia me esquecer dos amigos que ganhei nesses quatro anos de faculdade, os quais levarei para a vida toda, Caroline, Beatriz, Eduarda, Alexandro, Guilherme, entre outras pessoas maravilhosas e talentosas que dividiram comigo muitas experiências e conquistas e a quem eu desejo todo o sucesso e felicidade. Por fim, quero agradecer à minha orientadora, Caroline Brum. Sua amizade, seus conselhos e incentivos foram muito importantes para mim. Você é uma pessoa que eu admiro por sua inteligência, bom humor, sinceridade e por tudo o que me ensinou. Sua personalidade e suas conquistas são grandes exemplos para mim. Aos demais professores e professoras do curso, que me deram a oportunidade de usufruir de seus ensinamentos, que me incentivaram em cada passo que dei até aqui, também agradeço, pois cada um transmitiu conhecimentos e conselhos que vou levar para a vida. A todos, muito obrigada. RESUMO O presente estudo tem como cenário o mercado publicitário brasileiro e o seu objetivo é questionar e encontrar o entendimento teórico de duas estratégias: Guerrilla Marketing e Live Marketing, visto que ambas possuem definições confusas e pouco organizadas teoricamente. Para compreender a diferença, foi proposta uma investigação a partir do ponto de vista de profissionais e professores da área de publicidade e propaganda e marketing que atuam nas cidades de São Paulo, Porto Alegre e Santa Maria. Para tanto, foi necessário o prévio embasamento teórico, apresentado nos seguintes capítulos: Marketing e Planejamento, Marketing de Guerrilha e Live Marketing. A construção metodológica teve natureza mista (quali-quantitativa) e caráter exploratório. Averiguou-se o ponto de vista dos respondentes e entrevistados com relação aos pontos positivos e negativos das estratégias e também exemplos de ações que já foram realizadas, buscando-se comparar e reorganizar tais conceitos e, assim, chegar a uma conclusão quanto às suas diferenças e similaridades. Com base no estudo, verificam-se as diferenciações entre as duas estratégias e também foram pontuados os objetivos, os pontos positivos e negativos e as similaridades. Palavras-chave: Comunicação. Estratégias. Live Marketing. Marketing de Guerrilha. Publicidade. ABSTRACT This study is set in the Brazilian advertising market and its goal is to question and find the understanding and implementation of two strategies: Guerrilla Marketing and Live Marketing, as both have confusing and poorly organized theoretical definitions. To understand the difference between them, it was proposed to investigate the point of view of professionals and teachers in the area of advertising and marketing that work in São Paulo, Porto Alegre and Santa Maria. Thus, a prior theoretical framework was necessary, which is presented in the following chapters: Planning and Marketing, Guerrilla Marketing and Live Marketing. The methodological construction had a mixed nature (qualitative and quantitative) and was exploratory. The view of the respondents regarding the strengths and weaknesses of strategies and also examples of actions that have already been made were investigated in seek to compare and rearrange the strategies’ concepts in order to come to a conclusion about their differences and similarities. Based on the study, the differences between the two strategies were verified as well as their goals, strengths and weaknesses, and similarities. Keywords: Communication. Live Marketing. Guerrilla Marketing. Strategies. Creativity. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Tanque inflável criado pelo unit 603 Engineers. .................................................... 17 Figura 2 – Caixas de som para propagar efeitos falsos, criadas pelo unit 603 Engineers. ....... 17 Figura 3 – Ação no estádio de futebol de Sevilla realizada pela marca Oscar Mayer. ............ 29 Figura 4 – Cena do filme publicitário. Jogadores no aeroporto, chegando ao Brasil. .............. 30 Figura 5 – Cena do filme publicitário em que o case do violão de um dos jogadores se abre e espalha garrafas da cerveja Budweiser no aeroporto................................................................ 30 Figura 6 – Embalagem personalizada para a Copa de 2014. .................................................... 31 Figura 7 – Imagem do aplicativo Man of the Match. ............................................................... 31 Figura 8 – Anúncio em 3D na página dos classificados. .......................................................... 32 Figura 9 – Fotos de participantes da promoção #Spoonselfie, ................................................. 33 Figura 10 – Imagem do entortador de colheres Uri Geller no breakfast realizado pela Kellogg's. .................................................................................................................................. 34 Figura 11 – Caipiroska da Smirnoff. ........................................................................................ 35 Figura 12 – Anúncio do residencial Recoleta. .......................................................................... 35 Figura 13 – Imagem do público na fila para participar da ação. .............................................. 37 Figura 14 – Imagem da ação dentro do globo de neve. ............................................................ 38 Figura 15 – Ativistas do Greenpeace acorrentados na entrada da empresa Vigor. .................. 39 Figura 16 – Ativistas pendurando o banner na lateral do prédio da empresa Vigor. ............... 39 Figura 17 – Gargalhômetro da felicidade da Kibon. ................................................................ 41 Figura 18 – Cena do filme publicitário da ação veiculado no meio on-line. ............................ 41 Figura 19 – Imagens da ação "Caminhão da felicidade" Coca-Cola. ....................................... 42 Figura 20 – “Onde a felicidade irá depois?”............................................................................ 43 Figura 21 – Famílias chegando ao jantar realizado pela Coca-Cola. ....................................... 44 Figura 22 – Famílias reunidas na ação "Comer juntos alimenta a felicidade". ........................ 44 Figura 23 – Imagem de ação de Guerrilha dos cartões de visita de um dentista. ..................... 46 Figura 24 – Imagem da ação na Trafalgar Square, em Londres. .............................................. 47 Figura 25 – Cantora Pink em meio ao público durante a ação. ................................................ 48 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9 2 MARKETING E PLANEJAMENTO ............................................................................... 14 3 MARKETING DE GUERRILHA ..................................................................................... 16 4 LIVE MARKETING ........................................................................................................... 20 4.1 Marketing promocional ................................................................................................... 22 5 PERCURSO METODOLÓGICO ..................................................................................... 24 5.1 Instrumentos de coleta de dados ..................................................................................... 25 6 DADOS COLETADOS ....................................................................................................... 27 6.1 Primeiro participante (respondente) .............................................................................. 27 6.2 Segundo participante (respondente) ............................................................................... 28 6.3 Terceiro participante (respondente) ............................................................................... 32 6.4 Quarto participante (respondente) ................................................................................. 34 6.5 Quinto participante (entrevistado).................................................................................. 36 6.6 Sexto participante (respondente) .................................................................................... 38 6.7 Sétimo participante (entrevistado) .................................................................................. 42 6.8 Oitavo participante (entrevistado) .................................................................................. 45 7 ANÁLISES ........................................................................................................................... 50 7.1 Rede semântica ................................................................................................................. 50 7.2 Contradições e proximidades .......................................................................................... 50 7.3 Análises dos pontos positivos e negativos ....................................................................... 51 7.4 Análises dos exemplos ...................................................................................................... 53 7.4.1 Primeiro participante (respondente) ................................................................................ 53 7.4.2 Segundo participante (respondente) ................................................................................ 54 7.4.3 Terceiro participante (respondente) ................................................................................. 55 7.4.4 Quarto participante (respondente) ................................................................................... 57 7.4.5 Quinto participante (entrevistado) ................................................................................... 58 7.4.6 Sexto participante (respondente) ..................................................................................... 60 7.4.7 Sétimo participante (entrevistado) ................................................................................... 61 7.4.8 Oitavo participante (entrevistado) ................................................................................... 63 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 65 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 69 APÊNDICE A – Questionário para a entrevista ....................................................................... 74 ANEXO A – As duzentas armas do Marketing de Guerrilha (Adaptado) ............................... 75 ANEXO B – As vinte maneiras como o Marketing de Guerrilha se diferencia do Marketing Tradicional (Adaptado) ............................................................................................................ 78 1 INTRODUÇÃO Com a comunicação, surgiram a Publicidade e o Marketing, que são formas de divulgar, convencer e informar, de forma criativa, as pessoas sobre produtos e serviços. Segundo Armando Sant’Anna (2002), a comunicação é um instrumento importante, pois as sociedades, da primitiva à moderna, baseiam-se na capacidade de transmitir informações, sentimentos e conhecimentos. Nos estudos que vêm sendo realizados, não se cuida apenas da comunicação de massa, como também da comunicação interpessoal: da palavra falada, do sinal, do gesto, da imagem, da exibição, da impressão, da radiodifusão, do cinema – de todos os signos e símbolos por meio dos quais os humanos tratam de transmitir significados e valores a outros humanos (SANT’ANNA, 2002, p. 1). Segundo o mesmo autor (2002), a criatividade é a criação de algo original, único. E, no marketing, esse algo novo vem da condição de ser benéfico à empresa, ao seu criador e à comunidade. Pode-se afirmar, portanto, que “a empresa que, nos dias de hoje, se recusa a ser criativa está fadada a ser superada muito rapidamente. Essa é a razão por que, desde o início, dissemos que o marketing é a administração da criatividade” (DUALIBI; SIMONSEN, 2000, p. 72). J. B. Pinho (2001) expõe que o termo marketing surgiu no início do século XX, nos Estados Unidos, a partir da Revolução Industrial. Na década de 1930, a produção das indústrias estava aumentando, fazendo com que também crescesse a concorrência entre os fabricantes, forçando-os a buscar novas alternativas de venda, mais eficazes. Em 1937, foi fundada a American Marketing Association (AMA), uma entidade voltada aos profissionais da área. No Brasil, o marketing chegou em meados dos anos 1950, através das multinacionais que vinham dos Estados Unidos e da Europa para instalarem-se no Brasil. Na língua portuguesa, o termo marketing teria como tradução mais aproximada a palavra mercadologia ou a expressão comercialização. Todavia, o autor escreve que essas traduções caíram em desuso por não definirem o processo total do termo original. O presente estudo apresenta duas visões do conceito de marketing: a brasileira e a americana, dando destaque aos estudos dos autores Armando Sant’Anna e Philip Kotler. Sant’Anna (2002) menciona sobre o envolvimento do marketing com todas as atividades comerciais, tendo como objetivo conhecer o consumidor, saber o que ele necessita, o que ele deseja, e como produzir e vender o subsequente produto a ele. Dessa forma, o profissional de marketing precisa estar a par de todas as etapas do processo, desde as tendências do mercado, o envolvimento do consumidor com o produto, até a distribuição. Em resumo, adota-se, na presente pesquisa, a definição de que “marketing é cada contato, por menor que seja que sua empresa tem com qualquer pessoa no mundo exterior. Cada contato, por menor que seja. Isso representa um monte de oportunidades de marketing” (LEVINSON, 2010, p. 1). Apesar de Sant’Anna, neste estudo, ser a referência para Mansano, introdutor do termo Live Marketing, e Kotler ser a base para Levinson, autor do termo Marketing de Guerrilha, não se pode ignorar o fato de que é possível encontrar semelhanças entre Levinson e Sant’Anna, assim como entre Kotler e Mansano. Kotler e Armstrong (1999, p. 9) acreditam que “marketing significa administrar mercados para chegar a trocas, com o propósito de satisfazer as necessidades e desejos do homem”, definindo-o como um processo pelo qual indivíduos e grupos conseguem o que desejam através de trocas de produtos e valores. O conceito de marketing, para os autores, sustenta que é preciso determinar as necessidades e desejos dos mercados-alvo para alcançar as metas organizacionais e proporcionar a satisfação desejada de forma mais eficiente que a de seus concorrentes. O marketing opera em um ambiente dinâmico global. Toda década exige que os gerentes de marketing pensem de novo em seus objetivos e práticas. As mudanças rápidas podem tornar as estratégias de sucesso de ontem rapidamente desatualizadas (KOTLER; ARMSTRONG, 1999, p. 13). O termo estratégia tem como origem a área militar, onde se definia como a “arte do general em comandar o exército” (LUPETTI, 2007, p. 88). Com o decorrer do tempo, essas habilidades ganharam conceitos gerenciais. O termo foi inserido no meio empresarial em meados da década de 1940, com a Teoria dos Jogos, de Von Neumann e Morgenstern. Nela, a estratégia passou a ser “um plano que especifica quais ações serão feitas em cada situação possível” (LUPETTI, 2007, p. 88). No caso específico da gestão da comunicação, o termo estratégia será entendido como ações planejadas e executadas a partir da análise ambiental interna e externa, de análise dos pontos fortes e fracos da organização, dos públicos envolvidos, dos objetivos de comunicação determinados e dos posicionamentos estratégico e específico da gestão da comunicação (LUPETTI, 2007, p. 89). Neste trabalho, propõe-se estudar especificamente dois tipos de estratégias de comunicação que atualmente causam certa confusão a partir de suas indefinições teóricas: o Live Marketing e o Marketing de Guerrilha. Essas estratégias são trabalhadas nas áreas de Publicidade e Propaganda e de Marketing, como formas de atrair o público-alvo, em alternativa aos veículos convencionais. O principal autor norte-americano sobre Marketing de Guerrilha a ser estudado é Jay Conrad Levinson, que é o publicitário responsável pela criação do conceito. Quanto ao Live Marketing, não há referência explícita a essa nomenclatura em textos teóricos presentes em literatura acadêmica ou de negócios. O introdutor ou criador do termo no mercado brasileiro foi Kito Mansano, Presidente da Associação de Marketing Promocional (AMPRO) e do Sindicato das Empresas de Live Marketing (Sindilive). Mansano explica que Live Marketing não é algo novo, mas um novo nome que busca uma melhor definição. Para compreender melhor essas estratégias, inicialmente, precisamos entender o marketing e o consumidor. O primeiro deles, o marketing, tem uma forte ligação com a psicologia. Rapp (2011) descreve que a psicologia desvenda como as pessoas agem, seus pensamentos, percepções e o motivo de suas ações. Isso tudo também gira em torno dos desejos de consumo dos consumidores, a persuasão que os atrai e os convence a escolher um produto ou serviço. Para saber como sensibilizar o público-alvo, precisa-se entender o comportamento humano, saber como atraí-lo, conquistá-lo. Isso é essencial para se planejar uma ação de marketing, mas, segundo o autor, a psicologia vem sendo ignorada nessa área. Para não tornar o marketing defasado, é necessário sempre inovar, surpreender, mas, para isso, é muito importante conhecer seu púbico. Devido ao Live Marketing e ao Marketing de Guerrilha serem estratégias que valorizam o relacionamento e a interação com o consumidor, compreender seu comportamento é essencial para o sucesso das ações realizadas. Assim, pode-se afirmar que “a empresa que realmente compreender como os consumidores respondem às diferentes características, preços e apelos de propaganda tem uma grande vantagem sobre seus concorrentes” (KOTLER; ARMSTRONG, 1999, p. 97). Os mesmos autores ainda lembram que os profissionais de marketing precisam compreender como os consumidores respondem aos esforços desse aspecto realizado pelas empresas. Eles se referem à mente dos consumidores como uma “caixa-preta”, onde são construídas as respostas das pessoas a qualquer outro estímulo, e o profissional de marketing precisa compreender como os estímulos são transformados em reações do consumidor. Hoje em dia, vivemos em um mundo que está passando por profundas transformações. A mesma afirmação é absolutamente verdadeira em relação ao marketing. Mesmo antes do surgimento de todos os atuais desafios econômicos, o marketing já estava em um processo de mudança de paradigma que foi se fortalecendo ao longo dos anos. O imenso impacto das mudanças macroeconômicas e a reestruturação do mercado aceleram essa transição, intensificando seu efeito (RAPP, 2011, p. 31). Levinson (2010) explica que o termo “ter uma noção” significa ver tudo do ponto de vista do cliente. Além disso, o autor acredita que conhecer o consumidor é uma vantagem essencial e que, ainda hoje, muitos profissionais do ramo de marketing não estão bem informados sobre o que é o marketing e todo o seu poder e limitações. Na área da comunicação, é muito importante entender as possibilidades de se fazer marketing para adequá-lo, da melhor forma, ao cliente, e saber qual estratégia tem o melhor alcance do público-alvo. O autor ainda sublinha que “tempo não é dinheiro, mas os insights de marketing são. Correr atrás do pote de ouro significa manter atualizado com as novas revelações nesse campo que muda rapidamente” (LEVINSON, 2010, p. 419). Além de se manter atualizado, é essencial valorizar o cliente, conquistar sua confiança, e isso pode ser alcançado a partir da interatividade entre a empresa e seu público, seja através de uma ação, o meio online, ou ainda no próprio atendimento pessoal. Para que se tenha um retorno positivo é necessário que o marketing e o planejamento mantenham-se sempre presentes. Com muita frequência, as empresas deixam passar a oportunidade de envolver seus clientes em um relacionamento interativo, pois elas temem espantar aqueles clientes potenciais. Entretanto, se a sua publicidade e a sua equipe de atendimento ao cliente produzirem a impressão adequada, você conquistará confiança e as pessoas lhe informarão quase tudo. Na verdade elas desejam fazer isso e, por outro lado, esperam receber valor real (RAPP, 2011, p. 75). Complementando Ogden e Crescitelli (2007, p. 1) afirmam que “o marketing é uma das atividades mais conhecidas e ao mesmo tempo uma das menos compreendidas”. Eles ainda destacam três objetivos importantes: (1) a entrega do valor em detrimento da oferta de produtos e serviços; (2) o relacionamento com os clientes; (3) a geração de benefícios não somente para a empresa e seus clientes, mas também para todos os públicos de interesse da empresa. Margolis e Garrigan (2013, p. 100) acreditam que “às vezes, o público vê iniciativas de marketing como algo insincero, fabricado e até mesmo manipulativo, o que, às vezes, é verdade. Logo faça tudo em seu poder para provar que eles estão errados”. Essa análise pode vir a ser usada no esclarecimento de dúvidas de estudantes da área de comunicação, pois há muita confusão em compreender que tipos de ações abrangem o Live Marketing e qual a diferença entre esse e o Marketing de Guerrilha. Nesse contexto, o problema de pesquisa vem a ser: quais as características, vantagens e desvantagens do Live Marketing e do Marketing de Guerrilha a partir da relação teórico- prática do mercado publicitário de Santa Maria, Porto Alegre e São Paulo? O objetivo geral busca identificar as características, vantagens e desvantagens do Live Marketing e do Marketing de Guerrilha para gerar padrão de diferenciação teórico-prático entre os termos, considerando a opinião de entrevistados. Para alcançar o objetivo geral, foram propostos quatro objetivos específicos: definir o Live Marketing, dando ênfase aos seus aspectos positivos e negativos; caracterizar o Marketing de Guerrilha, dando ênfase aos seus aspectos positivos e negativos; selecionar e analisar exemplos de execução de cada estratégia; comparar as duas estratégias e seus exemplos práticos, com base nas informações recolhidas no trabalho de campo. Os objetivos foram formulados para que se possa chagar a uma melhor compreensão das estratégias de forma que possa vir a ser útil tanto no ensino quanto em pesquisas de referencial teórico. Pelo fato de não ter sido encontrado conteúdo teórico referente ao Live Marketing, devido a sua denominação ser nova, a ideia é que este estudo seja pioneiro na explicitação de tal assunto, além de estudar um tema diferente e atrativo. Para melhor compreensão, este trabalho está dividido entre os capítulos: Marketing e Planejamento, com o intuito de criar a linha de raciocínio desde a compreensão do marketing em geral e a necessidade do planejamento; Marketing de Guerrilha, que explica o surgimento desse conceito e a sua definição, através de Levinson (2010), criador do termo, e de outros autores da área; Live Marketing, também dedicado a explicar o surgimento e a definição conceitual, com base em Mansano (2012), introdutor do termo, nos profissionais que palestraram no Primeiro Congresso de Live Marketing e na revista especializada denominada Live Marketing; Percurso Metodológico, onde se explica a metodologia usada para a realização do trabalho; Dados Coletados, que mostra o ponto de vista de profissionais da área a partir de entrevista e questionário; para finalizar, as Considerações Finais, que apresentam os resultados obtidos. 2 MARKETING E PLANEJAMENTO Faz-se necessário, nesta seção, reiterar o conceito de marketing: segundo Sant’Anna (2002), implica em conhecer o que o consumidor necessita ou deseja – além de estudar a produção dessa necessidade, produzi-la e distribuí-la ao consumidor – e também em ensiná-lo como consumir esse produto. Agregando a isso, Kotler e Keller (2012) ainda acrescentam que o valor é o conceito central do marketing, podendo ser considerado como uma combinação de qualidade, serviço e preço. O marketing pode ser visto, dessa forma, como identificação, criação. A comunicação, a entrega e o monitoramento do valor para o cliente fazem parte do conceito de marketing, que é o conjunto de atividades que são exercidas para criar e levar a mercadoria do produtor ao consumidor final. Por fim, o marketing também estuda as tendências do mercado, as preferências do consumidor e a distribuição do produto (SANT’ANNA, 2002). Sant’Anna (2002) explica que o marketing está presente nas três fases da mercadoria: “antes”, “também” e “além” – antes: encontra-se na pesquisa de mercado, na busca pela motivação que antecede a criação das mercadorias segundo os desejos; também: seria o processo em que se compreende a mercadoria na sua essência, como o objeto ou instrumento de satisfação do consumidor; ele está além: compreende as atividades de transporte, financiamento, manuseio, armazenagem e outras funções, mas não necessariamente na mercadoria. Para se chegar a essa estratégia de comunicação, é necessário, antes, o planejamento, que, segundo Sant’Anna (2002), tem como objetivo proporcionar soluções práticas para problemas específicos de marketing e propaganda. O planejamento deve ser uma previsão e formação de critérios para examinar o futuro e elaborar um plano de ação. O planejamento é a base para o marketing que vende. Ao fazê-lo Levinson (2010), aconselha revisar seus objetivos, concorrentes, mercado, forças e fraquezas, além de estarem atento as tendências na economia. Após esclarecer seu posicionamento, que é imprescindível para o marketing, é necessário ter certeza quanto ao benefício do serviço ou produto a ser oferecido, se este se destaca da concorrência, e ainda se é único ou difícil de ser imitado. Cada detalhe é um risco a menos que a marca possa vir a enfrentar no mercado, é importante prezar pela qualidade e organização, prevenindo assim, que suas ações venham trazer prejuízo, ou repercussão negativa. Devido à abrangência, à complexidade e à riqueza do marketing, Kotler e Keller (2012, p. 24) afirmam que os 4P’s tradicionais classificados por McCarthy não representam mais todo o cenário do marketing. Os autores afirmam que “se os atualizarmos para que reflitam o conceito de marketing holístico, obteremos um conjunto mais representativo que envolverá as realidades do marketing moderno: pessoas, processos, programas e performance”. Assim, os 4P’s da moderna administração de marketing são classificados como: (1) pessoas: que refletem, em parte, o endomarketing e o fato de que os funcionários são fundamentais para o sucesso; (2) processo: que se refere à criatividade, à disciplina e à estrutura incorporada à administração de marketing; (3) programas: que são todas as atividades da empresa direcionadas aos consumidores; (4) performance: que captura o leque de possíveis indicadores de resultado que tenham implicações financeiras e não financeiras e outras que transcendem a própria empresa. Complementando os 4P’s, Pinho (2001, p. 30) explica os 4A’s que foram criados para descrever a interação do mix de marketing com o meio ambiente, resultando no Sistema Integrado de Marketing (SIM). Assim, os 4A’s seriam: (1) análise: para compreender as forças vigentes do mercado em que a empresa opera ou pretende operar; (2) adaptação: que tem o intuito de adaptar a empresa com base nos resultados da análise; (3) ativação: sendo o conjunto de medidas destinadas a fazer com que o produto atinja os mercados pré-definidos e seja adquirido pelo consumidor; para completar, (4) avaliação: que se propõe a exercer controle sobre os processos de comercialização e de interpretação de seus resultados a fim de racionalizar os futuros processos de marketing. 3 MARKETING DE GUERRILHA A expressão Marketing de Guerrilha surgiu em 1982, inspirada na guerrilha bélica. Os autores Margolis e Garrigam (2013, p. 10) complementam, explicando que as “táticas de guerrilha foram criadas por exércitos que não tinham recursos para atingir seus objetivos políticos e militares através dos métodos usuais. Por isso, eles tiveram que usar os recursos disponíveis e serem criativos na maneira de como se aproximar e entrar em combate”. Para uma melhor compreensão sobre o surgimento desse conceito, cita-se um exemplo de criatividade na guerra, relatado no documentário The Ghost Army, produzido pela PBS, em 2013. O documentário relata a história que foi revelada, em 1996, sobre o exército americano fantasma unit 603 Engineers, na Segunda Guerra Mundial. Esse exército tinha como objetivo criar ilusões, para confundir o inimigo, posicionando-se perto das linhas inimigas, usando de efeitos multimídia para criar a impressão de que havia um número muito maior de soldados e artilharia do que realmente havia. Para isso, os soldados artistas americanos usaram de criatividade, planejamento e pouca verba, para alcançar seu objetivo, o de distrair o exército alemão. O exército fantasma criou uma frota de infláveis, como tanques, caminhões e até aviões, para que, vista de cima, o inimigo acreditasse que aquela unidade era muito maior do que realmente era. Os soldados também captavam sons variados, como ruídos de veículos de guerra em movimento e martelos batendo, dando a impressão de que estavam sendo realizadas grandes construções. Segundo Lima (2013, p. 8), “após a captação destes sons, eles eram mixados em múltiplas pistas de diferentes maneiras com o objetivo de sugerir uma imagem mental dos mais variados cenários”. Além de criatividade, alguns soldados eram enviados a cafés franceses para disseminar informações falsas para os espiões alemães. A seguir, as figuras 1 e 2 (página 16), ilustram algumas das ideias realizadas pelo unit 603 Engineers. Figura 1 – Tanque inflável criado pelo unit 603 Engineers. Fonte: PBS Video. Disponível em: <http://video.pbs.org/video/2365010175/>. Acesso em: 07 jun. 2015. Figura 2 – Caixas de som para propagar efeitos falsos, criadas pelo unit 603 Engineers. Fonte: PBS Video. Disponível em: <http://video.pbs.org/video/2365010175/>. Acesso em: 07 jun. 2015. O termo Marketing de Guerrilha foi criado pelo publicitário norte-americano Jay Conrad Levinson como uma estratégia que defende as pequenas e médias empresas podem e devem competir, no mercado, com as grandes companhias. Levinson (2010, p. 30) esclarece que “o coração do Marketing de Guerrilha é a utilização adequada das armas que você escolhe usar”. O autor apresenta duzentas armas do Marketing de Guerrilha, como por exemplo: anúncios no cinema, placas exteriores, vitrines, outdoors, mala direta, ação meme, e testemunhos (ver o Anexo A deste trabalho). Além disso, essa estratégia exige que o profissional responsável pela comunicação conheça todas as suas opções e, se necessário, teste muitas delas para, assim, saber quais são as táticas mais eficientes para alcançar seu objetivo. Segundo o autor (2010, p. 30-32), “o Marketing de Guerrilha costuma ser praticamente desconhecido pelas grandes empresas, embora algumas já estejam diminuindo essa lacuna” e complementa ao afirmar que: Marketing de Guerrilha não é: caro, fácil, comum, dispendioso, ensinado nos cursos de marketing, encontrado nos livros de marketing comuns, praticado pelas agências de publicidade ou conhecido pela maioria de seus concorrentes. Agradeça por ele não ser nenhuma dessas coisas. Porque, se fosse, todos os donos de negócios seriam guerrilheiros e seu caminho para o sucesso seria uma estrada asfaltada, em vez de uma trilha secreta até o fim do arco-íris com um pote de ouro bem maior do que você imagina (LEVINSON, 2010, p. 38). Levinson (2010) explica melhor o diferencial do Marketing de Guerrilha através de uma comparação. O autor acredita que as mudanças do marketing no século XX podem ser explicadas por meio de vinte maneiras que o Marketing de Guerrilha se diferencia do Marketing Tradicional (ver o Anexo B deste trabalho). Podemos destacar, dentre as vinte diferenças, que o Marketing de Guerrilha tem como alma os pequenos negócios, ao contrário do Marketing Tradicional, que foca em grandes empresas. Por isso, o Marketing Tradicional não pode arriscar fazer opções arriscadas, utilizando o máximo possível de psicologia, nas leis do comportamento humano. O autor também lembra que o número mais importante é o lucro, pois é o único que diz a verdade sobre o foco que se deve tomar. O Marketing de Guerrilha pratica o “marketing do você”, por meio do qual cada palavra e ideia se referem ao cliente, e ainda argumenta que 68% de todos os negócios perdidos devem-se à apatia após a venda. O marketing pode ser mesmo assim tão simples? Pode, se você não complicar as coisas. Os guerrilheiros adaptam o marketing, a mensagem criativa e toda a filosofia à realidade dos tempos. Em vez de se insurgir contra as mudanças, eles se adaptam a ela. E a lucratividade atesta a sabedoria desse tipo de atitude. O objetivo da mensagem criativa não é o marketing que leva a pessoa a dizer “Isso é de uma criatividade incrível!”, mas o marketing que leva a pessoa a dizer “Eu quero esse produto!” (LEVINSON, 2010, p. 102). Levinson (2010, p. 105), “o contato pessoal toma mais tempo do que qualquer outro meio de marketing, mas é extremamente eficiente, entretanto esse contato pessoal deve ser apoiado em métodos de mídia de massa”. Além disso, afirma que o marketing on-line, para os guerrilheiros, é um meio dos sonhos, onde a oportunidade de ouro é a interatividade misturada com ação, conectividade, comunidade, capacidade de atingir o alvo pela economia, tudo isso se for feito de maneira apropriada. O autor acredita que existam dezesseis segredos do Marketing de Guerrilha e que, sem conhecê-los e colocá-los em prática, é impossível divulgar um produto ou serviço com sucesso. Portanto, podem-se resumir os segredos em dezesseis palavras: compromisso, investimento, consistência, confiança, paciência, diversidade, consequência, conveniência, surpresa, medida, envolvimento, dependência, arsenal, consentimento, conteúdo e crescimento. Pode-se observar que os autores Margolis e Garrigan (2013) apresentam uma opinião semelhante à de Levinson (2010) ao explicar que um dos principais diferenciais do Marketing de Guerrilha é que ele não trabalha dentro de um conjunto estabelecido de parâmetros como o Marketing Tradicional. Também explicam que, sob vários aspectos, os princípios do Marketing de Guerrilha iniciam por identificar o público-alvo para que, em seguida, criem-se estratégias para saber onde eles estão, como se pode causar a impressão mais efetiva e, para finalizar, saber como sensibilizá-los de uma maneira completamente inesperada e impactante. Os autores acreditam que a Guerrilha se concentra em sensibilizar os consumidores por meio da criação de uma experiência exclusiva para o público alvo, de maneira criativa, podendo chegar à imprensa, para que esta o ajude a espalhar a mensagem, pois [...] a mídia precisa compartilhar algo excitante com os espectadores ou leitores; algo que eles nunca tenham ouvido falar antes. A essência da nova mídia é produzir maneiras eficazes e interessantes de aumentar a exposição de sua marca aos consumidores (MARGOLIS; GARRIGAN, 2013, p. 144). Pode-se entender, então, que, a partir de uma ação voltada para um pequeno público, a Guerrilha, considerada criativa, ainda pode alcançar uma grande massa, de forma gratuita, através daquilo que se refere no campo da comunicação, como mídia espontânea. Pode-se definir que a mídia espontânea, segundo Kotler e Keller (2012, p. 587), “consiste em todos os benefícios de relações públicas que uma empresa recebe sem ter pago diretamente por eles”. 4 LIVE MARKETING O estudo sobre Live Marketing é construído, aqui, a partir de três bases: Kito Mansano, introdutor do termo no mercado brasileiro, representantes do mercado publicitário e de marketing que palestraram no 1º Congresso Brasileiro de Live Marketing no ano de 2013 e artigos da revista Live Marketing, especializada no assunto. Assim, entende-se que: O Live Marketing está sintonizado com a diversidade e complexidade da sociedade atual, pois envolve e emociona as pessoas, em contatos diretos e relevantes, ativando suas redes de influência naturalmente, aproveitando assim o impulso de compartilhar (STEIN, p.1 2013). Stein1 (2013) comenta que o Live Marketing é a união entre ferramentas do marketing mix e o digital. Nada mais é do que a união do marketing promocional com a interatividade. A razão da mudança da terminologia é devido ao fato de que as empresas relacionavam marketing promocional diretamente com promoção. A partir disso, precisa-se entender o que move o público-alvo, o que o atrai, para que seja possível mobilizá-lo e envolvê-lo em uma ação divertida ou em uma causa. Promoções, conteúdo especial, campanhas sociais, ecológicas ou de entretenimento através da cultura ou do esporte são ferramentas que compõem o Live Marketing2. A partir da localização do cliente, da compreensão de seu comportamento e anseios, atrai-se a atenção, ativa-se o interesse, promovendo a experimentação e a compra, porém não finalizando na compra. O Live Marketing ainda tem a intenção de transformar o cliente em fã da marca, busca criar um relacionamento que vá além da experiência do dia a dia, mas que tenha a ver com valores, conceitos e causas. Dentro do Live Marketing, encontram-se várias ferramentas, como está apresentado no quadro 1. Quadro 1 – Ferramentas de Live Marketing 1 Sorteios Coleções Convenções Concursos Material de apoio para vendas Patrocínios Premiações Treinamentos Festivais Lead Trend Strategist para a América Latina na empresa Trendwatching.com, responsável pela supervisão e desenvolvimento de estudos sobre as tendências de consumo da América Latina, foi uma das palestrantes no 1º Congresso de Live Marketing. 2 MANDALA PROMOÇÃO E MARKETING. Live Marketing. Maceió, [201-?]. Disponível em: <http://www.mandalapromocoes.com.br/live-marketing/>. Acesso em: 10 maio de 2015. Ofertas / descontos Degustações Desfiles / eventos Vale-brinde Demonstrações Feiras / exposições Liquidações Self liquidating Incentivo a vendas Remarcações Exibição técnica Brindes Cross merchandising Material de PDV Samplings / blitz Fonte: CONGRESSO BRASILEIRO DE LIVE MARKETING, 1., 2013, São Paulo. [Manual de Live Marketing]. São Paulo: AMPRO. Disponível em: <http://www.congressolivemarketing.com.br/manual_live.pdf>. Acesso em: 10 maio de 2015. (Os links relacionados ao 1º Congresso Brasileiro de Live Marketing podem não abrir devido a uma alteração promovida no site após a realização da segunda edição do evento). Stein (2013) afirma que os consumidores estão abraçando o imediatismo, a autenticidade, a exclusividade e a espontaneidade de tudo o que é “ao vivo”, sendo que neste trabalho entede-se como ao vivo interação entre marca e público-alvo. Também destaca que experiências e acontecimentos ligados a um lugar e tempo têm mais valor e, por isso, ela incentiva a investir em intervenções para surpreender o consumidor. Cássia3 afirma, em uma reportagem da Revista Live Marketing4, que este setor apresenta um crescimento nos últimos 10 anos no Brasil, aproximado a 6% no ano de 2015. E segundo a AMPRO, em sua coluna na Revista Live Marketing, na mesma edição da reportagem, mais de 35 Agências definidas como sendo de Live Marketing já fazem parte do grupo certificado pela entidade. Mansano5, em reportagem da Revista Live Marketing6, afirma que, para transformar o discurso em realidade, as agências de promoção começam a apostar no conceito de Live Marketing, o qual tem como objetivo “envolver o consumidor independente da mídia utilizada, com ferramentas de vivência ao vivo e resultados imediatos” (LIVE, 2012, p. 14). Segundo a reportagem, o desafio do Live Marketing é “através das várias ferramentas do marketing promocional como incentivo, ativação no ponto de venda, eventos, entre outros, alinhar com as várias possibilidades do digital” (LIVE, 2012, p. 14). Numa visão mais ampla, 3 Diretora da Agência 96, localizada na cidade de São Paulo. CONGRESSO de Live Marketing se consolida e deve surpreender em sua segunda edição. Live Marketing, São Paulo, ano 3, n. 7, p. 16-27, 2015. 5 Presidente da Associação de Marketing Promocional (AMPRO) e do Sindicato das Empresas de Live Marketing (Sindilive). 6 LIVE Marketing Explora as Tendências do Marketing Promocional. Live Marketing, São Paulo, ano 1, n. 1, p. 14-17, 2012. 4 o conceito “proporciona experiência de marca, gera maior eficiência da ação e possibilita maior assertividade e mensuração de resultados”. Com o Live Marketing como guarda chuva, teremos que passar a fazer parte do planejamento inicial, indicar as ferramentas ideais para se atingir os resultados e efetivamente, trabalhar com orçamento definido. Dessa maneira, essa pode ser considerada uma grande revolução. Não será ousadia dizer que é o futuro chegando e que a partir da utilização do Live Marketing as agências entram em um maravilhoso mundo novo (MANSANO, 2013, p. 10). Diego Senise7 informa, em trecho da revista Live Marketing8, que as abordagens como o Live Marketing geram sensações nos consumidores e a necessidade de maior criatividade, inovação e coragem, por parte das empresas, para que as estratégias de promoções ganhem as ruas, fortalecendo marcas, produtos e serviços, inclusive, com uma visão profissional externa. Silvana Torres9 afirma que o novo consumidor pede o encantamento, o vivencial, o inusitado, o agora, “quer ser despertado por uma experiência incrível, conectar-se a sentimentos e lembranças e, para isso, precisa ser impactado. Ele deixa de ser passivo para ser protagonista” (TORRES, 2013, p. 6). Ainda, ela esclarece que o consumidor carrega o desejo de compartilhamento imediato com amigos e parentes e, para isso, utiliza as redes sociais e o mobile marketing, mas o retorno imediato e o sucesso estão diretamente relacionados com a estratégia do planejamento. 4.1 MARKETING PROMOCIONAL Como apresentado anteriormente, o Live Marketing é a união do Marketing Promocional com a interatividade. A partir da Associação de Marketing Promocional (AMPRO) (2011, p. 8), pode-se compreender que o Marketing Promocional “é a promoção de marca com objetivo de incentivar vendas e divulgar imagem por meio de técnicas específicas e pontos de contato que ativem a compra, o uso ou a experiência de produtos ou serviços”. Essa estratégia tem como objetivo contribuir com o valor de marca na mente do consumidor, a partir de suas ferramentas, incentivando a compra, a fidelização de um produto ou serviço. É válido destacar que, diferente do Live Marketing, o Marketing Promocional está presente não somente em ações dirigidas aos consumidores, como também pode ser usada 7 CEO da Ilumeo (empresa focada em métodos de análise para aumentar a eficácia das decisões de comunicação e marketing), participante do 1º Congresso Brasileiro de Live Marketing. 8 SENTIDOS humanos são primordiais no Live Marketing. Live Marketing, São Paulo, ano 1, n. 6, p. 14, 2013. 9 CEO da Holding Up (agência de brand experience), participante do 1º Congresso Brasileiro de Live Marketing. para trade de funcionários. Ainda com base na AMPRO (2011), esta estratégia tem como principal finalidade a distribuição e apresentação do produto ou serviço a partir das ferramentas, divididas em cinco categorias, apresentadas no quadro 2. Quadro 2 – Ferramentas do Marketing Promocional Distribuição e apresentação do produto/serviço a partir de: Ofertas monetárias Liquidação, Reembolso, Cupons de desconto, Bonificação, Ações cooperadas, Compensações comerciais ou Concursos de vendas; Ofertas não monetárias Bônus pack, Pacote de produtos, Compre 3 pague 2 ou Embalagem promocional; (de produtos) Prêmios e Brindes Concurso, Sorteio, Vale-brinde, Premiação instantânea, Prêmio auto liquidante, Promoção de continuidade, Junte e troque, Coleção, Álbum de figurinhas ou Brinde; Incentivos Prêmios por pontos acumulados, Concursos de venda e Incentivos à produtividade ou a um determinado comportamento; Eventos Lançamento de produtos, Eventos, Feiras, Exposições, Seminários, Fóruns, Simpósios, Congressos, Cursos, Festivais, Jogos, Desfiles, Shows, Patrocínios, Blitz. Fonte: Criado pelo grupo de estudos acadêmicos da Associação de Marketing Promocional – AMPRO. Disponível em: <http://ampro.com.br/estilos/site/arquivos/definicao_do_marketing_promocional(1).pdf>. Acesso em: 06 jun. 2015. A partir dessas características pode-se perceber que a criação dessa nova nomenclatura, tem como principal característica, diferenciar as ferramentas não interativas do Marketing Promocional de sua adaptação do sensorial das ações de Live Marketing. 5 PERCURSO METODOLÓGICO O objetivo desta pesquisa é buscar conhecimento, através dos pontos de vista conceituais e práticos de profissionais da área de Marketing e Publicidade, exemplificar e (re)organizar a teoria existente em relação aos dois termos abordados: Marketing de Guerrilha e Live Marketing. Para isso, realizou-se uma pesquisa de natureza mista, com uso de técnicas de coleta de dados da pesquisa qualitativa – na fase em que foi necessáro ouvir o que as pessoas tinham a dizer – e da pesquisa quantitativa – na busca por mensurar, ou melhor, compreender o conteúdo obtido de forma objetiva. Segundo Roesch (2009), a pesquisa qualitativa busca colaborar com um determinado tema, conceito, e até construir uma posição própria sobre o determinado assunto. É apropriada para contribuir na melhora da efetividade de um programa e, no caso deste trabalho, auxiliar no estudo acadêmico da área da comunicação sobre a definição correta de Live Marketing, bem como de suas diferenças com o Marketing de Guerrilha, devido a pouca informação teórica. Para alcançar o objetivo, a pesquisa quantitativa “implica medir relações entre variáveis [...] a melhor estratégia de controlar o delineamento da pesquisa pra garantir uma boa interpretação dos resultados” (ROESCH, 2009, p. 130). Além disso, o trabalho faz uso da metodologia exploratória, a qual, ainda segundo a autora, pode ser aplicada quando se deseja explorar um tema pouco estudado. Com vistas a atingir o resultado, a entrevista em profundidade e o questionário on-line foram usados como instrumentos de coleta de dados para, então, ser elaborada uma análise do conteúdo das respostas obtidas. A entrevista em profundidade, segundo Roesch (2009 p. 159), tem como “objetivo primário entender o significado que os entrevistados atribuem a questões e situações em contextos que não foram estruturados anteriormente a partir das suposições do pesquisador”. Ainda, segundo a autora, conceituar o conteúdo pesquisado vai além de apenas resumir os dados, é necessário muita análise e embasamento teórico do pesquisador para que este não venha a concluir nenhuma informação errônea. A entrevista foi semiestruturada, pois, dessa forma, ofereceu a possibilidade de identificar as características de cada prática sob a óptica dos entrevistados, os quais responderam com suas visões e entendimentos pessoais, tornando cada resposta única. Na sequência, tais informações foram comparadas, pois, “uma vez que se deu liberdade para o respondente, respostas inesperadas normalmente surgem, e estas terão de ser categorizadas, a fim de possibilitar sua interpretação” (ROESCH, 2009, p. 169). Assim como na entrevista, o questionário foi construído a partir das mesmas perguntas. Roesch (2009) explica que, ao usar o questionário, o melhor é pensar em questões abertas mais estruturadas para evitar a colocação de ideias na mente do respondente. O roteiro usado nas entrevitas e no questionário on-line foi semiestruturado para não haver o risco de desviar do objetivo da pesquisa (ver o Apêndice A deste trabalho). A pesquisa foi realizada no período de junho a agosto de 2015. O primeiro contato com os entrevistados foi via e-mail, com a explicação da proposta do trabalho e o convite para participar. Para os entrevistados de Porto Alegre e São Paulo, optou-se pelo questionário, que foi enviado por e-mail. No caso de Santa Maria, foram realizadas as entrevistas agendadas, com exceção de um dos profissionais, que recebeu questionário. 5.1 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS Os entrevistados selecionados para a pesquisa são profissionais da área da publicidade e marketing. Para haver uma compreensão das estratégias com relação ao mercado, foram analisados pontos de vista em diferentes estruturas: São Paulo, um dos maiores polos publicitários do Brasil; Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul; Santa Maria, local em que também há um mercado muito forte, apresentando, neste estudo, a visão mercadológica de uma cidade do interior. Para os profissionais de São Paulo e Porto Alegre, usou-se, como instrumento de coleta de dados, o questionário, que: [...] não é apenas um formulário, ou um conjunto de questões listadas sem muita reflexão. O questionário é um instrumento de coleta de dados que busca mensurar alguma coisa. Para tanto, requer esforço intelectual anterior de planejamento, com base na conceituação do problema de pesquisa e do plano da pesquisa (ROESCH, 2009, p. 142). Os participantes pesquisados foram profissionais representantes de agências de publicidade, profissionais de marketing e professores da área de comunicação das cidades de São Paulo, Porto Alegre e Santa Maria. O questionário on-line criado no site Survio10 – ferramenta para pesquisas on-line, ideal para pesquisa de satisfação do cliente, avaliação de desempenho e pesquisa de mercado. 10 Mais informações estão disponíveis no link: <http://www.survio.com/br/>. Acesso em: 20 jun. 2015. Quadro 3 – Relação dos respondentes e entrevistados Participante Cidade Instrumento de coleta Data 1º São Paulo Questionário 13/07/2015 2º São Paulo Questionário 13/07/2015 3º São Paulo Questionário 21/07/2015 4º Porto Alegre Questionário 30/06/2015 5º Santa Maria Entrevistado 24/07/2015 6º Santa Maria Questionário 23/06/2015 7º Santa Maria Entrevistado 20/08/2015 8º Santa Maria Entrevistado 25/08/2015 Com base na organização explicada na tabela acima, os respondentes e entrevistados não serão citados pelos seus nomes ao longo do texto, com o intuito de não haver nenhuma insegurança dos pesquisados quanto às suas respostas. No próximo capítulo, serão apresentados os dados coletados a partir de cada contato. 6 DADOS COLETADOS O trabalho, como foi apresentado anteriormente, tem como objetivo identificar as características, vantagens e desvantagens do Live Marketing e do Marketing de Guerrilha para gerar padrão de diferenciação teórico e/ou prático entre os termos, considerando a opinião dos entrevistados. Para alcançar um esclarecimento dos seus conceitos, relacionando-os com as referências teóricas. Os principais autores estudados foram Jay Conrad Levinson, americano criador do termo Marketing de Guerrilha, e Kito Mansano, introdutor do termo Live Marketing no cenário brasileiro (apesar de não haver referência explícita em textos teóricos presentes na literatura acadêmica ou de negócios). Também foram utilizados artigos de revista especializada e depoimentos de palestrantes do mercado publicitário no Congresso de Live Marketing, realizado na cidade de São Paulo, em 2012. Vale ressaltar que essas estratégias, que são a base do presente estudo, são trabalhadas, nas áreas de Publicidade e Propaganda e Marketing, como alternativas. Com relação aos dados pesquisados, transcritos na sequência deste capítulo, esses foram coletados a partir de questionário on-line e entrevistas pessoais no período entre junho a agosto de 2015. Foram estudados três níveis de realidade do mercado publicitário brasileiro, com profissionais das cidades de São Paulo, Porto Alegre e Santa Maria. As questões abordadas nas entrevistas buscam compreender, sob o ponto de vista dos profissionais, o que eles entendem como sendo Marketing de Guerrilha e Live Marketing e os pontos positivos e negativos de cada um, se consideram que as estratégias têm, ou não, o mesmo objetivo e também conhecer exemplos realizados por eles, ou que chamaram sua atenção. 6.1 PRIMEIRO PARTICIPANTE (RESPONDENTE) O primeiro respondente é publicitário da cidade de São Paulo, que teve o questionário enviado no dia 29/06, o qual foi respondido no dia 13/07. Ele acredita que as duas estratégias têm o mesmo objetivo. Iniciando por Marketing de Guerrilha, nas suas palavras, compreende que são “ações de marketing utilizadas em campo ou de forma pontual para combater ações de concorrentes. Geralmente ações de Live marketing são as melhores opções, Marketing de Guerrilha é uma delas”. O exemplo dado com relação à Guerrilha foi “Colocar promotoras no ponto de venda fazendo experimentação de um produto para combater a redução do preço do produto concorrente”. Sobre Live Marketing, o publicitário afirma ser esta: [...] a forma mais moderna de fazer marketing. É o conceito maior que engloba eventos, campanhas de incentivos, marketing promocional, trade marketing e o digital. O consumidor mudou seu comportamento nos últimos anos e o marketing ao vivo é a forma mais moderna de atingir os sentimentos do consumidor. Além disso, o respondente conclui que: Live Marketing é um conceito que engloba várias atividades da comunicação. Não são duas estratégias, Marketing de Guerrilha é apenas uma ferramenta do Live Marketing, assim como promoções, ativações, entre outros. A estratégia é usar Live Marketing, porém com a ferramenta Marketing de Guerrilha. Poderia ser promoção, evento, incentivo à equipe de vendas, uma ação digital. A partir de sua compreensão, argumentou como pontos positivos e negativos que usar ações de Marketing de Guerrilha é também fazer Live Marketing. Toda ação ao vivo que gere interação sensorial com o consumidor é uma ação de Live Marketing. Para ser claro, se estiver fazendo uma ação de Guerrilha usando promotoras no ponto de venda, por exemplo, está fazendo uma ação de Live Marketing. Nesse caso, o entrevistado refere-se ao mesmo exemplo dado em Marketing de Guerrilha para Live Marketing. 6.2 SEGUNDO PARTICIPANTE (RESPONDENTE) O segundo profissional é da cidade de São Paulo, um administrador da empresa NIELSEN (voltada a pesquisas de mercado e consumidor) que também respondeu via questionário (enviado no dia 29/06 e retornado no dia 13/07). No seu ponto de vista, o Marketing de Guerrilha representa “ações de marketing de alto impacto e geralmente sem alto custo”. O exemplo exposto quanto a Marketing de Guerrilha foi realizado em um estádio de futebol do time Sevilla, na Espanha, durante o Campeonato Espanhol, em 2012, onde o banco dos jogadores reserva foi transformado em um cachorro-quente gigante (figura 3) com o intuito de divulgar a marca de salsicha Oscar Mayer. Figura 3 – Ação no estádio de futebol de Sevilla realizada pela marca Oscar Mayer. Fonte: Reportagem disponível no link: <http://uolesporte.blogosfera.uol.com.br/2012/03/18/sevilla-inova-nomarketing-e-guardiola-comanda-barcelona-de-dentro-de-um-cachorro-quente/>. Acesso em: 01 jul. 2015. Quanto à estratégia de Live Marketing, descreve que “são ações de marketing que buscam a aproximação e interatividade com o público alvo, reforçando experiências sensoriais no contato com a marca”. O respondente acredita que as duas estratégias têm objetivos diferentes e responde que “as ações de Marketing de Guerrilha nem sempre são interativas e/ou trazem experiências sensoriais, mas em alguns casos são comuns, ou seja, uma ação de guerrilha pode ser um Live Marketing”. Ele vê, como pontos positivos e negativos, que: [...] ambas visam à inovação, à diferenciação, à ousadia, à busca de captar a atenção através do inusitado. Não vejo pontos negativos caso sejam feitas em sua totalidade, ou seja, não fiquem apenas na “superfície”. Há que criar a comunicação, a interação com a marca, porém a mensagem deve ser mais profunda que isso. Nesse sentido, o exemplo escolhido aconteceu “durante a Copa do Mundo FIFA 2014 no Brasil tanto a Coca-Cola como a AmBev, através da marca Budweiser, criaram várias ações de Live Marketing nos estádios, através de stands, músicas, danças, proporcionando uma experiência com a marca antes e depois dos jogos”. A campanha, denominada Rise as One (figuras 4 e 5), focava nos momentos que unem os torcedores, ligando o esporte e a música, que já fazem parte da identidade da marca. Ela contava também com um filme publicitário, com astros do futebol representando uma banda, sendo esses Hulk (Brasil), Samuel Eto'o (Camarões), Gary Cahill (Inglaterra) e Maya Yoshida (Japão). Figura 4 – Cena do filme publicitário. Jogadores no aeroporto, chegando ao Brasil. Fonte: Reportagem disponível no link: <http://www.revistalivemarketing.com.br/entrevista/budweiser-promoveacoes-live-para-a-copa>. Acesso em: 02 jul. 2015. Figura 5 – Cena do filme publicitário em que o case do violão de um dos jogadores se abre e espalha garrafas da cerveja Budweiser no aeroporto. Fonte: O filme publicitário da campanha Rise as One disponível no link: <https://youtu.be/7hCZEcXM7bc>. Acesso em: 02 jul. 2015. A campanha também criou uma embalagem personalizada da cerveja inspirada na taça da Copa (figura 6). Figura 6 – Embalagem personalizada para a Copa de 2014. Fonte: Reportagem disponível no link: <http://www.revistalivemarketing.com.br/entrevista/budweiser-promoveacoes-live-para-a-copa>. Acesso em: 02 jul. 2015. Ainda, foi lançado um aplicativo de votação, denominado Man of the Match (figura 7), para os fãs escolhessem o melhor jogador de cada jogo com base no seu desempenho e suas habilidades, sendo entregue um troféu aos jogadores eleitos pelos fãs. Figura 7 – Imagem do aplicativo Man of the Match. Fonte: Reportagem disponível no link: <http://www.revistalivemarketing.com.br/entrevista/budweiser-promoveacoes-live-para-a-copa>. Acesso em: 02 jul. 2015. Além disso, foi criada uma coleção exclusiva de camisetas inspiradas nas nacionalidades dos jogadores participantes do filme publicitário e, em uma parceria com o canal de televisão Fox Sports, foi produzido um documentário de seis episódios que relatava histórias de perseverança e de como o futebol pode mudar a vida das pessoas. 6.3 TERCEIRO PARTICIPANTE (RESPONDENTE) Para o terceiro respondente da cidade de São Paulo, gerente de marketing de varejo, o questionário foi enviado no dia 18/07, sendo respondido em 21/07. Para o participante, o “Marketing de Guerrilha é uma forma de atingir metas, através de métodos não convencionais, usando da criatividade e do bom conhecimento do mercado em que atua, para conquistar novos clientes/consumidores de forma diferenciada e que surpreenda seu competidor”. Um exemplo de Marketing de Guerrilha que o respondente lembra é de uma empresa de móveis e decoração da Colômbia, denominada Corona, no ano de 2014, destacando-se dentro de um veículo tradicional, o jornal (figura 8). Na página de classificados, a empresa transformou seu anúncio em uma imagem em 3D que chamou a atenção dos leitores. Figura 8 – Anúncio em 3D na página dos classificados. Fonte: Reportagem disponível no link: <http://www.publicitariossc.com/2014/04/marketing-de-guerrilha-parapequenas-empresas/>. Acesso em: 20 jul. 2015. Sobre Live Marketing, o respondente compreende que este “é uma interlocução real/viva entre a marca e seus consumidores”. O profissional acredita que as duas estratégias não têm um mesmo objetivo, mencionando que “A Guerrilha pode usar da Live, a Guerrilha é mais uma estratégia e a Live Marketing uma ferramenta ou uma ação”. Já sobre os pontos positivos e negativos, diz que o: Marketing de Guerrilha busca surpreender e conquistar, mas o uso contínuo pode criar uma forma de não enxergar a estratégia mais clara de longo prazo da empresa. O Live Marketing tem a intenção de criar uma relação mais próxima com a marca, mas se não usado à marca pode destruir a imagem perante o consumidor que teve contato. O exemplo de Live Marketing escolhido pelo respondente trata-se de uma ação do Cereal Kellogg’s, no ano de 2015, em 32 países, convidando seus clientes a participarem da promoção #Spoonselfie. Os fãs teriam que divulgar, nas redes sociais, uma foto sua refletida em uma colher para ganhar uma colher personalizada (figura 9). Figura 9 – Fotos de participantes da promoção #Spoonselfie. Fonte: Reportagem disponível no link: <http://www.temposemovimentos.com.br/noticia/uri-geller-entortacolheres-para-a-kellogs-3932>. Acesso em: 22 jul. 2015. Além disso, essa ação ainda contou com a participação do paranormal Uri Geller, famoso por entortar colheres. A ação também foi divulgada em shoppings, com oferecimento de um breakfast (café da manhã) com cereal Kellogg’s tendo como mediador Uri Geller (figura 10). Figura 10 – Imagem do entortador de colheres Uri Geller no breakfast realizado pela Kellogg's. Fonte: Reportagem disponível no link: <http://www.temposemovimentos.com.br/noticia/uri-geller-entortacolheres-para-a-kellogs-3932>. Acesso em: 22 jul. 2015. 6.4 QUARTO PARTICIPANTE (RESPONDENTE) O quarto respondente é um publicitário residente na cidade de Porto Alegre. O seu questionário foi enviado no dia 29/06 e respondido no dia 30/06. O profissional compreende Marketing de Guerrilha como “estratégias oportunistas, criativas e com baixo custo para divulgar um produto ou serviço, ou para estimular vendas”. O respondente usa de exemplo uma ação que ele mesmo fez: “lancei a Vodka Smirnoff, que não tinha um bom orçamento de marketing, visitando com uma kombi todos os barraqueiros de praia no verão, de Santos a Tramandaí, dando duas garrafas de vodka, uma tábua e uma faca, desde que me deixassem colocar uma tabuleta na barraca, com os dizeres: “AQUI FAZEMOS CAIPIROSKA”. O nome pegou e a Vodka também”. Figura 11 – Caipiroska da Smirnoff. Fonte: https://encryptedtbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTOXiah9NRLEJK7QEdCNELrOJycqMW7RSBU FnTQ-TjQrQ209G7S9g Quanto a Live Marketing, o publicitário acredita ser “uma disciplina que envolve o consumidor, independente da ferramenta promocional utilizada, valorizando a experiência ao vivo da marca, produto ou serviço, com resultados imediatos”. O publicitário acredita que as estratégias têm objetivos diferentes e ainda acrescenta que “posso fazer Marketing de Guerrilha sem uma experiência ao vivo com o consumidor. As duas são eficientes se forem criativas e não intrusivas e as duas podem incomodar se forem mal feitas e tiver efeito contrário. As duas geram marketing viral, positivo ou negativo, ou seja, geram muito boca a boca”. Quanto ao exemplo de Live Marketing, o respondente também usa um exemplo realizado por ele: [...] lançamos um empreendimento imobiliário [Recoleta] num bairro de Porto Alegre chamado Jardim Botânico, de característica bem familiar com moradores bairristas. Percebemos que a demolição das casas onde subiria a obra estava gerando muita curiosidade dos moradores. Encaminhamos uma carta a todos os residentes num raio de 500 metros da obra, pedindo desculpas pelo transtorno, mas que este compensaria, pois o bairro seria muito valorizado depois da obra pronta. Pedimos para não demolirem uma das casas e convidamos os moradores para se identificarem como vizinhos, pois alguns colaboradores estariam lá para mostrar o que seria feito. Resultado: em 90 dias, 95% dos apartamentos foi vendido aos vizinhos. Figura 12 – Anúncio do residencial Recoleta. Fonte: enviado pelo entrevistado. A figura 12 é uma das peças de divulgação do empreendimento imobiliário mencionado como um exemplo de Live Marketing, o qual foi realizado pela Agência Up and Go, de Porto Alegre. 6.5 QUINTO PARTICIPANTE (ENTREVISTADO) O quinto participante, residente de Santa Maria e gerente de marketing, foi entrevistado pessoalmente no dia 24/07. O entrevistado respondeu que o Marketing de Guerrilha busca ser “proativo, alcançar o cliente no cotidiano, criando situações que leve a empresa até o cliente”. No caso de Marketing de Guerrilha, o profissional não falou sobre um case específico, citando, como exemplo, “Promoters na frente das lojas, distribuição de folhetos”. Quanto a Live Marketing, compreende este como “ações que convidam as pessoas a interagir com a marca, divulgando e criando uma experiência entre marca e cliente ao vivo”. O participante acredita que as estratégias não têm o mesmo objetivo e que a principal diferença entre elas seria que “Guerrilha é invasiva e Live convida e depende da pessoa querer interagir, busca criar fãs da marca”. Já com relação aos pontos positivos e negativos, o entrevistado comenta que “Guerrilha é necessário quando o público não costuma ir à empresa, visa convencê-lo a ir. Já o Live tenta criar uma paixão pela marca, mas, ao mesmo tempo em que a ideia é boa, às vezes, não é tão eficiente. As pessoas esquecem, normalmente só quem participa lembra”. Já o exemplo de Live Marketing que o entrevistado diz ter vivenciado foi uma ação da marca de chicletes Trident, que aconteceu em São Paulo no início do inverno do ano de 2015. A ação #FrenteFresh buscava promover uma nova linha mais refrescante, o Trident Fresh. Para isso, a marca criou um globo de neve gigante na Avenida Paulista (figuras 13 e 14). O público era convidado a entrar em um espaço com temperatura de 0° grau, com rajadas de vento de até 100 km/hora, para participar de brincadeiras e tirar fotos para serem compartilhadas nas redes sociais. Figura 13 – Imagem do público na fila para participar da ação. Fonte: Reportagem disponível no link: <http://www.portaldapropaganda.com.br/portal/component/content/article/16-capa/46609-trident-celebrainverno-e-traz-frio-congelante-para-sao-paulo-e-nordeste>. Acesso em: 27 jul. 2015. Figura 14 – Imagem da ação dentro do globo de neve. Fonte: Reportagem disponível no link: Filme publicitário disponível no link: <https://www.youtube.com/watch?v=7KIBQUjpsl0>. Acesso em: 28 jul. 2015. Também foi criado um filme publicitário de divulgação da ação, com o ator Sergio Hondjakoff, fazendo referência entre a emissora de televisão Globo, o globo de gelo da ação e o fato de o ator estar na “geladeira” (termo usado quando um ator não aparece em um trabalho na televisão durante muito tempo). 6.6 SEXTO PARTICIPANTE (RESPONDENTE) A sexta respondente é de Santa Maria, professora do curso de Publicidade e Propaganda do Centro Universitário Franciscano, que teve o questionário enviado no dia 23/06, sendo respondido no dia 24/06. Ela compreende que Marketing de Guerrilha se define como: [...] ações promocionais com o objetivo de chamar a atenção de maneira contundente, utilizando estratégias não convencionais que causem estranhamento por parte do público. É uma alternativa para se destacar de forma criativa, com orçamento não tão alto, com objetivo de causar impacto. Como exemplo, a professora lembrou-se de uma ação de ativistas do Greenpeace, realizada na Semana do Consumidor, em frente à empresa Vigor, de São Paulo, em 2008. A ação tinha o intuito de exigir da empresa que ela informasse aos consumidores brasileiros se usa ou não ingredientes transgênicos em seus produtos. Os ativistas se acorrentaram à entrada da empresa (figura 15). Além disso, os ativistas penduraram um banner na lateral do prédio com a frase “Vigor, vai rotular?” (figura 16). Figura 15 – Ativistas do Greenpeace acorrentados na entrada da empresa Vigor. Fonte: Reportagem disponível em: <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/greenpeace-pergunta-vigorva/>. Acesso em: 28 jun. 2015. Figura 16 – Ativistas pendurando o banner na lateral do prédio da empresa Vigor. Fonte: Reportagem disponível em: <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/greenpeace-pergunta-vigorva/>. Acesso em: 28 jun. 2015. Com relação à Live Marketing, a respondente acredita que visa “Criar uma aproximação entre a marca e o público através de ações criativas e diferenciadas. O objetivo é o engajamento de maneira experiencial, sensorial, aproximativa para conseguir envolvimento”. A entrevistada também acredita ter objetivos diferentes, explicando que: Se a análise recai nos conceitos, podemos dizer que o Marketing de Guerrilha não tem como principal propósito proporcionar o contato de experiência entre a marca e o público, e, sim, chamar a atenção, se destacar. Diferente do Live Marketing, que tem o princípio da aproximação. Ainda, a professora observa serem pontos positivos e negativos questões como: As duas estratégias são importantes e precisam ser pensadas, planejadas e efetivadas de maneira criativa. A principal convergência entre as estratégias é o caráter de obter destaque junto ao público, chamar a atenção de maneira inusitada. Se não estiverem coordenadas com as demais ações de comunicação da empresa, se não fizerem parte do planejamento de marketing ou comunicação, ou mesmo se não foram suficientemente criativas, podem prejudicar a marca e não atingir os objetivos pretendidos. O exemplo de Live Marketing referido pela respondente trata-se de uma ação realizada pela marca Kibon, o “Gargalhômetro da felicidade”, em Pirinópoles/GO (figura 17). Figura 17 – Gargalhômetro da felicidade da Kibon. Fonte: Reportagem disponível no link: <http://poracaso.com/kibon-rua-da-felicidade-gargalhometro/>. Acesso em: 28 jun. 2015. Na ação, um container e um microfone foram instalados na rua, atraindo a atenção das pessoas e convidando-as a participar da brincadeira (figura 18). Figura 18 – Cena do filme publicitário da ação veiculado no meio on-line. Fonte: Filme publicitário disponível no link: <https://www.youtube.com/watch?v=Cuj1Pp44PiA>. Acesso em: 27 jun. 2015. Se alguém conseguisse dar uma gargalhada que atingisse a meta, uma porta se abria e surgiria uma surpresa para o público. Quando os três níveis foram atingidos, a ação se transformou em uma grande festa, comemorada com muita alegria e sorvetes Kibon. 6.7 SÉTIMO PARTICIPANTE (ENTREVISTADO) A sétima entrevistada é publicitária e, atualmente, trabalha como gerente de marketing na cidade se Santa Maria. Ela foi entrevistada no dia 20/08. A publicitária compreende Marketing de Guerrilha como “ações mais agressivas, um marketing mais pesado para alcançar o público alvo”, usando de exemplo uma ação realizada pela marca Coca-Cola, denominada “Caminhão da felicidade”, realizada em 2011, na cidade do Rio de Janeiro. Um caminhão de porte pequeno da Coca-Cola com um botão escrito “aperte” atrás, tocando o jingle da empresa, atraia o público a sua volta. As pessoas se aglomeraram ao redor do caminhão parado até o mais curioso apertar o botão e começar a brincadeira. Ao apertar o botão, a pessoa ganhava um presente surpresa, como garrafas do refrigerante, óculos de sol, camisetas, até uma prancha de surfe, além de espalhar balões coloridos pelo céu quando ia embora, deixando uma lembrança feliz por onde passava (figuras 19 e 20). Figura 19 – Imagens da ação "Caminhão da felicidade" Coca-Cola. Fonte: Filme publicitário disponível no link: <https://www.youtube.com/watch?v=Cuj1Pp44PiA>. Acesso em: 27 jun. 2015. Figura 20 – “Onde a felicidade irá depois?” Fonte: Reportagem disponível no link: <http://www.b9.com.br/20296/web-video/coca-cola-e-o-caminhao-dafelicidade-no-rio-de-janeiro/>. Acesso em: 21 ago. 2015. A entrevistada compreende que o Live Marketing “busca experiência entre a campanha e o consumidor”. A entrevistada também acredita que Marketing de Guerrilha e Live Marketing possuem o mesmo objetivo, pois, no seu ponto de vista, “o objetivo das duas estratégias é sensibilizar o público deixando uma lembrança positiva da marca, mas o Live tem uma interação maior com o público”, acrescentando, ainda, que, dentre os pontos positivos: As duas proporcionam uma experiência gerada pelas ações e o contato próximo com o público. Acredito que todas as ações que fogem do tradicional trazem mais resultado, porque, hoje, as pessoas não ficam muito tempo assistindo televisão, e quando há uma interação com o produto, é mais atrativo, é importante, porque, assim, terá o consumo depois. Como ponto negativo, destaca que “se não for bem planejada, há a possibilidade de a ação acabar sendo mais agressiva, a interação pode tornar-se negativa”. Quanto ao exemplo de Live Marketing, a entrevistada fala da ação “Comer juntos alimenta a felicidade”, também promovida pela Coca-Cola, realizada em São Paulo, no ano de 2015 (figuras 21 e 22). Figura 21 – Famílias chegando ao jantar realizado pela Coca-Cola. Fonte: Reportagem disponível no link: <http://gshow.globo.com/Comer-Juntos/noticia/2015/06/que-tal-resgatarrefeicoes-em-familia.html>. Acesso em: 22 ago. 2015. Figura 22 – Famílias reunidas na ação "Comer juntos alimenta a felicidade". Filme publicitário disponível no link: <https://www.youtube.com/watch?v=36i5VJs_aMU>. Acesso em: 22 ago. 2015. A campanha tem como objetivo resgatar momentos em família, que, nos tempos atuais, são cada vez mais raros. Nesse caso, convida três famílias vizinhas para um jantar em família, incentivando a mais momentos de união e felicidade. 6.8 OITAVO PARTICIPANTE (ENTREVISTADO) O oitavo entrevistado, residente em Santa Maria, é professor na Universidade Federal de Santa Maria. Na entrevista realizada no dia 25/08, o professor comentou sobre o Marketing de Guerrilha: Não gosto dessas expressões como marketing de experiência, Marketing de Guerrilha, entendo que é uma forma de simplificar, só que a palavra marketing é um conjunto de processos, práticas metodológicas que envolvem uma instituição, como uma empresa ou pessoa, diferentes públicos, tudo que envolve o mercado. Então, para chamar algo de marketing, é um processo, gerenciar todo um mercado, entra um planejamento complexo que envolve muita coisa, o fato de você pegar um panfleto diferenciado, colocar em um carro e chamar de Marketing de Guerrilha é você simplificar muito. Por exemplo, simplificam o fato de você fazer um planejamento de comunicação interno chamando de Endomarketing, então, assim, tudo parece que pra vender melhor eles chamam de marketing. O próprio marketing tem vendido coisas muito simples, como se fosse uma coisa mais vendável, o próprio fato do marketing considerar a comunicação uma subárea do marketing. Não é, é um complemento, assim como usamos da psicologia, antropologia, só que o marketing é uma visão mais moderna da administração, com o objetivo de fazer algo valer mais do que realmente vale. Falando sobre o Marketing de Guerrilha, começaram a colocar o nome de marketing em tudo, para parecer que o marketing está envolvido em tudo, isso é uma banalização do marketing. Eu, por exemplo, chamo de Ações de Guerrilha, Técnica de Guerrilha, eu chamo assim, não quer dizer que esteja certo. Os guerrilheiros têm poucos recursos, então a gente chama ações de propaganda, marketing, ações de baixo investimento, só que a Guerrilha, como por exemplo, Chê Guevara e o Fidel fizeram, além de terem poucos recursos, eles conseguiram fazer grandes mudanças, criar impacto e até vencer grandes exércitos. A essência para considerar uma ação de Guerrilha tem que ter baixo investimento, gerar alto impacto e ter apoio da população local. O que o Chê Guevara e o Fidel fizeram, eles podiam se esconder nas casas das pessoas, guardar armas, eles conheciam tanto o terreno que eles conseguiam combater invasores que não possuíam esses recursos. Para usar a estratégia de Guerrilha, você tem que conhecer o local, como é a vitrine da loja que está ali na frente, o tempo que o semáforo fica fechado. Então, o publicitário vai ao local e entende o comportamento das pessoas daquele local e consegue o apoio delas, ele sabe que a pessoa vai fotografar compartilhar, chamar pessoas. Existem novas formas de fazer propaganda que saturam menos as pessoas, que tem menos cara de propaganda e que convida a participar do processo, e a Guerrilha é uma delas. Quanto ao questionamento se as duas estratégias teriam o mesmo objetivo, o entrevistado acredita que: Eu acho que nenhuma ferramenta tem objetivo, quem tem objetivo é a empresa. A Guerrilha não é uma ferramenta, uma estratégia ou se ela funciona melhor, ou é parecida com Live Marketing. A Guerrilha tem uma essência que eu posso aplicar de milhares de formas, posso usar com centenas de objetivos, como reposicionar minha marca, conquistar o público local, posso ter vários objetivos, e o Live Marketing, da mesma forma, vai depender do objetivo da campanha. O exemplo de Marketing de Guerrilha mencionado na entrevista foi uma ação de divulgação de um dentista que transformou um cartaz, colado em postes de rua, em algo que despertou a curiosidade que quem via, pois representava uma boca, e as pessoas podiam destacar um cartão de visita em forma de dente (figura 23). Durante este estudo, não foram encontradas mais informações sobre a ação. Figura 23 – Imagem de ação de Guerrilha dos cartões de visita de um dentista. Fonte: https://c2.staticflickr.com/8/7232/7296481536_86bd3f61c9.jpg Quanto a Live Marketing, o professor fala que: Acho que eles dão nomes novos para coisas antigas, uma expressão contemporânea para ações ao vivo. Um Live Marketing pode ser uma Guerrilha, ainda tenho essa dúvida, será que o ao vivo funciona por ser ao vivo ou na divulgação depois? Acho que muitas marcas promovem grandes experiências, usando locais como mídia, mexendo com as experiências das pessoas. A propaganda, hoje, finalmente está descobrindo que ela não é audiovisual, mas sensorial. Por isso, as pessoas gostam tanto de postar foto de comida no Instagram, porque eu acho que o sonho da publicidade hoje é ser culinária. A culinária, ela é visão, o prato tem que ser bonito, ele é cheiroso, saboroso, e ao vivo é a melhor forma de você trabalhar a propaganda com as pessoas, porque é onde elas sentem a marca, elas sentem cheiro, textura. Então, entendo o Live Marketing como ações promocionais ou publicitárias que envolvem as pessoas presencialmente, e a grande força nisso é que a experiência é tão forte que as pessoas fazem questão de compartilhar para que outras pessoas possam imaginar isso também. Acredito que, pra funcionar, tem que ter ações interligadas. Hoje, com R$50 de anúncio no Youtube, você consegue atingir 35mil pessoas em média. Acho que as empresas fazem essas ações já pensando em editar e fazer novas interfaces publicitárias. É inocência achar que Live Marketing tem uma experiência muito concreta com os que assistiram na hora e compartilharam e isso atingiu milhões de pessoas. Hoje, as agências já fazem isso para atingir milhões de pessoas, mas como uma estratégia transmidiática bem complexa e planejada. Por ser ao vivo e locativo, muitas vezes não tem o planejamento das contingências, que ocorra um acidente, que alguém atrapalhe as filmagens, intempéries, empresas que não são tão amadas e acabam sendo vaiadas e levando a ação para um lado negativo. Para complementar seu ponto de vista quanto às duas estratégias e o mercado publicitário, o entrevistado diz que: Acho que os profissionais da área não sabem o que estão fazendo e nem teorizar. As pessoas, hoje, têm dificuldade em ver o mundo além do pragmatismo, não conseguem problematizar a questão. As pessoas não sabem o que estão fazendo, elas veem uma ação legal e querem fazer parecido, sem estratégia, planejamento. Cada pessoa é muito particular, o público não se divide mais. Hoje, conseguimos descobrir que as pessoas não são mais massa, são individualizadas; hoje, as melhores ferramentas de comunicação são as que acontecem ao vivo, que se aproximam do cliente. Acredito que temos que focar na redação publicitária para vitrine, padronização do atendimento nas lojas, que saibam vender falando, mídia social onde as marcas conversem com as pessoas, porque, hoje, não dá mais para vender pensando que as pessoas pensam parecido. Por isso, Guerrilha e Live Marketing são fortes, porque conseguem o apoio local. O sucesso dessas ações vem do sensorial de quem está no local, e, para as pessoas que veem na internet, elas imaginam o que quem vivenciou sentiu, não é algo encenado como a publicidade tradicional, que as pessoas sabem que são atores, que é roteirizado. O exemplo de Live Marketing citado pelo entrevistado aconteceu no mês de abril de 2009 (figuras 24 e 25), em Londres. Figura 24 – Imagem da ação na Trafalgar Square, em Londres. Fonte: Vídeo da ação disponível no link: <https://www.youtube.com/watch?v=orukqxeWmM0>. Acesso em: 26 ago. 2015. Figura 25 – Cantora Pink em meio ao público durante a ação. Fonte: Reportagem disponível no link: <http://www.dailymail.co.uk/tvshowbiz/article-1176188/Pink-pops-lead13-000-karaoke-singers-Trafalgar-Square.html>. Acesso em: 26 ago. 2015. A ação foi realizada pela T-Mobile, empresa telefônica alemã, e aconteceu em Londres, na Trafalgar Square, com a participação da cantora Pink. A ação tinha como objetivo ser usada como anúncio da empresa posteriormente. Foi montado um telão, além de ser feita a distribuição de microfones para o público que passava no local. Às 18h, a cantora iniciou o karaokê, convidando as mais de 13 mil pessoas que estavam no local a cantarem juntas a música Hey Jude, dos Beatles. 7 ANÁLISES Nesta seção, estão as análises que discutem os dados apresentados no capítulo anterior. Para tanto, as informações foram divididas entre: rede semântica; contradições e proximidades; análise dos pontos positivos e negativos; análise dos exemplos. Desse modo, buscou-se facilitar a compreensão dos dados coletados com relação às estratégias. 7.1 REDE SEMÂNTICA A Rede semântica busca apontar palavras-chave mencionadas pelos entrevistados e respondentes quanto às duas estratégias, formando uma linha de raciocínio que possui ligação com o referencial teórico estudado: Marketing de Guerrilha – alto impacto, baixo custo, inovação, captar a atenção, não convencional, criatividade, surpreender, conquistar, oportunistas, estimular vendas, viral, proativo e impactante. Live Marketing – moderna, eventos, incentivos, ao vivo, interação, aproximação, inovação, captar a atenção, envolver, viral, interagir, fãs da marca, criatividade, sensorial e experiencial, digital. 7.2 CONTRADIÇÕES E PROXIMIDADES As principais contradições que podem ser observadas nos depoimentos quanto às duas estratégias aparecem no fato de o primeiro respondente compreender o Marketing de Guerrilha como uma ferramenta que pode ser usada pela estratégia de Live Marketing, enquanto o terceiro respondente acredita ser ao contrário. Isto é, ele percebe o Live Marketing como uma ferramenta que pode ser usada na estratégia de Marketing de Guerrilha. Além disso, o oitavo entrevistado acredita que Marketing de Guerrilha e Live Marketing podem ser tanto uma estratégia quanto uma ferramenta, dependendo do planejamento da campanha. Outra contradição que se destaca é que o quinto entrevistado considera Marketing de Guerrilha uma ferramenta invasiva, enquanto a sétima entrevistada acredita ser uma ação mais agressiva, diferente da opinião dos outros entrevistados. Quanto ao objetivo das estratégias, a maioria dos participantes (cinco deles) acreditam que elas têm objetivos diferentes, enquanto dois veem um mesmo objetivo e um acredita que não possuem objetivo, defendendo que este está na campanha. Pode-se perceber, dentre os exemplos citados, estar claro para os entrevistados e respondentes que, para ser considerada como Live Marketing, a ação precisa ser ao vivo, criar uma relação sensorial entre a marca e seu público, com a intenção de que, a partir da experiência, ele vire fã da marca. Então, é diferente do Marketing de Guerrilha, que não necessariamente usar da interação com o público de forma ao vivo, mas também pode estar inserido no contexto editorial ou na programação de um veículo tradicional, como apresentado no exemplo do terceiro respondente, em que a ação era de baixo custo, criativa e foi divulgada nos classificados do jornal. Dentre as proximidades, pode-se perceber que há um consenso entre os respondentes e entrevistados na compreensão de que o Marketing de Guerrilha tem como princípios baixo custo, alto impacto, além de buscar chamar a atenção do público, introduzindo-se no seu cotidiano. Também podemos perceber que os participantes acreditam que o maior diferencial para a ação ser eficiente está na criatividade e no planejamento. Como mencionado pelo quarto respondente, ambas estratégias geram uma divulgação posterior em forma de viral online e boca a boca. Outro fato que se pode destacar entre as respostas dos entrevistados, é ser imprescindível que uma ação, tanto de Marketing de Guerrilha quanto de Live Marketing, tenha um bom planejamento e conheça o seu público-alvo, a rotina no local em que será realizada e as necessidades e os desejos do consumidor, visando sempre inovar. É importante ressaltar o que foi afirmado pela sexta respondente: é necessário que a ação esteja coordenada com as outras táticas da campanha. Sant’Anna, Rocha e Garcia (2009, p. 22) observam que “na economia de hoje é o consumidor que se encontra no ponto central, senhor absoluto do universo comercial. São as companhas que giram em torno do consumidor e não o inverso”. Esse argumento mostra a importância do contato com o público, o que as estratégias classificadas como alternativas buscam realizar, aproximando-se do consumidor de maneira criativa para impactá-lo, seja ao vivo ou não. Assim, colocam-se como oportunidades de se destacar no mercado e chamar a atenção do ponto central, o cliente. 7.3 ANÁLISES DOS PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS Dentre os pontos positivos e negativos mencionados, observa-se que os participantes veem como positivo, tanto Marketing de Guerrilha quanto no Live Marketing: o alto impacto, por se destacar dentro do ambiente cotidiano do público; a criatividade, essencial para alcançar um resultado positivo, conquistando o interesse do público; a inovação, pois, ao realizar uma ação semelhante a outras já promovidas, corre-se o risco de não atrair as pessoas nem a mídia da forma desejada; a pesquisa e o conhecimento do público-alvo para não desperdiçar tempo e dinheiro com uma ação mal planejada, que não o sensibilizará; a aproximação e interatividade, pois, segundo Kotler e Keller (2012, p. 176) argumentam, “a reação do consumidor não é totalmente cognitiva e racional; pode, em grande parte, ser emocional e invocar diferentes tipos de sentimento”. Além disso tudo, pode-se observar também que essas estratégias se destacam por não serem convencionais, gerar mídia espontânea a partir dos veículos tradicionais, como um viral on-line de vídeos pós-ação, e conseguir o compartilhamento boca a boca, que, ainda segundo os autores, acontece de forma espontânea. Uma pessoa pode falar de dezenas de marcas todos os dias, desde produtos de mídia até entretenimento, o que se expande muito mais com as possibilidade de compartilhamento via redes sociais. Por isso, as empresas precisam se preocupar em ter presença on-line. Sant’Anna, Rocha e Garcia (2009) pontuam sobre a compreensão do público diante de uma ação publicitária ou de marketing, afirmando que essa compreensão depende de duas ordens: elementos psicofisiológicos, que ajudam na fixação da atenção, e elementos afetivos, que comovem o público. São detalhes importantes para a eficiência de uma ação para ambas as estratégias. Os pontos negativos abordados pelos participantes referem-se principalmente ao planejamento das ações, ou, no caso, a falta dele. Independente da estratégia que se escolha usar, nenhuma ideia trará o resultado esperado se não for bem planejada, analisada, estudada; cada detalhe é importante para que não haja prejuízos. Como mencionado pelo quinto entrevistado, se a ação não for eficiente, corre o risco de ser esquecida, ou gerar uma imagem negativa da empresa perante seu público-alvo. É importante cuidar para não haver maus entendidos ou duplo sentido na comunicação. Como foi dito pelo terceiro respondente, a ação não pode ser intrusiva, e deve-se ter cuidado para não usá-la de forma contínua, pois perderia o objetivo de surpreender o público. Para realizar o planejamento de qualidade, aconselha-se lembrar dos 4P’s atualizados de Kotler e Keller (2012), que são: pessoas, processo, programas e performance, pois esta é a forma mais eficiente de criar um planejamento que venha a trazer resultados positivos, formando uma linha de raciocínio. No tocante ao campo Pessoas, prioriza-se o ponto de vista dos consumidores, em toda sua amplitude, não apenas como compradores. Foca-se, portanto, no Processo, onde se analisam as possibilidades de ações, a criatividade, a experiência, a campanha em geral. Em Programas, está a definição e construção das ações que serão realizadas; por fim, chega-se à Performance, onde a empresa busca mensurar o resultado obtido. 7.4 ANÁLISES DOS EXEMPLOS Para entender melhor os exemplos escolhidos pelos respondentes e entrevistados, foi realizada uma análise comparativa dos principais pontos de diferenciação entre os exemplos expostos como de Marketing de Guerrilha e de Live Marketing, além de relacioná-los com os autores citados no referencial teórico. 7.4.1 Primeiro participante (respondente) No caso do primeiro respondente, este acredita que Marketing de Guerrilha é uma ferramenta que pode ser usada pela estratégia de Live Marketing. O publicitário usou exemplos de ferramentas para tentar explicar seu ponto de vista, afirmando que é possível uma ação de Live Marketing, como um evento, usar de Guerrilha, com base em suas características, como, por exemplo, ter baixo custo, não ser convencional e ser impactante. Quadro 4 – Exemplos do primeiro participante Marketing de Guerrilha Live Marketing Promotoras no ponto de venda fazendo Poderia ser promoção, evento, incentivo à experimentação de um produto para equipe de vendas, ação digital. combater a redução do preço do produto concorrente. O respondente não falou de nenhum exemplo específico já realizado por uma empresa em que se possa observar sua explicação quanto ao Marketing de Guerrilha como uma ferramenta. No entanto, Levinson (2010) apresenta 200 armas de Guerrilha, podendo-se deduzi-las como ferramentas do Marketing de Guerrilha, o que entra em conflito com a concepção apresentada pelo respondente. No entanto, vale lembrar que, entre as armas, se encontram: representantes, entretenimento com a marca e demonstrações gratuitas. Em outras palavras, pode-se entender como promotoras em ponto de venda oferecendo amostras do produto, como foi exemplificado pelo participante. Quanto ao exemplo de Live Marketing, Mansano (2012) explica que o desafio dessa estratégia é gerar uma aproximação da marca com o seu público-alvo, através das ferramentas utilizadas no Marketing Promocional, como o meio digital e a experiência ao vivo entre a marca e o cliente, o que vem ao encontro do exemplo do respondente. Percebe-se que o participante possui um entendimento vago da teoria do Marketing de Guerrilha, mas que, na prática, consegue identificar ferramentas de marketing que são usadas na Guerrilha. Em relação ao Live Marketing, o publicitário possui uma compreensão teórica e prática maior, mas um tanto difícil de analisar, já que ele não deu um exemplo específico. 7.4.2 Segundo participante (respondente) A principal diferença nos exemplos do segundo respondente é que, no Marketing de Guerrilha, não há a uma experiência com o público e há impacto e baixo custo. Já no Live Marketing há uma comunicação integrada de grande investimento. Quadro 5 – Exemplos do segundo participante Marketing de Guerrilha Live Marketing Estádio de futebol do time Sevilla na Durante a Copa do Mundo FIFA 2014, no Espanha, durante o Campeonato Espanhol, Brasil, tanto a Coca-Cola como a AmBev, em 2012, onde o banco dos jogadores através da marca Budweiser, criaram várias reserva foi transformado em um cachorro- ações de Live Marketing nos estádios através quente gigante com o intuito de divulgar a de stands, músicas e danças, proporcionando marca de salsicha Oscar Mayer. uma experiência com a marca antes e depois dos jogos. Uma das principais diferenciações do Marketing de Guerrilha, segundo Levinson (2010), é que esta estratégia defende as pequenas empresas, acreditando que, a partir de uma ação bem planejada e criativa, chame a atenção, tanto dos participantes quanto da cobertura da mídia, chegando a alcançar visibilidade semelhante à de grandes empresas, porém com um investimento inferior. É isso que se pode verificar no exemplo do segundo respondente, sendo uma ação de baixo custo e inesperada em um local que gera muita atenção do público presencial e da mídia, principalmente por ser durante um campeonato que é transmitido por canais de televisão em vários países. Além disso, a marca aproveitou-se de uma crise que o estádio estava sofrendo, provando que não houve um custo exacerbado, e, ainda, há o fato de que a imagem de um cachorro-quente gigante fixa-se na mente dos espectadores do jogo, fazendo com que sintam vontade de comer. Acredita-se que esse é um exemplo positivo de uma ação de Guerrilha. Já o exemplo de Live Marketing trata-se de uma campanha com várias ações integradas, que buscam uma interação da marca com o público através da música e do futebol. A primeira diferença que se pode observar é que, nesse caso, não havia barreiras quanto à verba utilizada, devido à campanha ser de uma grande marca. Como Stein (2013) explica, pode-se perceber que há uma tentativa de criar ligação com o público, principalmente nos stands do estádio e através do aplicativo Man of the Match. Segundo Kotler e Keller (2012), os telefones celulares superam em duas vezes o número de computadores pessoais, sendo a interatividade uma grande oportunidade de alcançar o público de modo mais atrativo, como no exemplo do aplicativo. Quanto às outras ferramentas usadas, ainda que façam parte do Live Marketing, não usam necessariamente da interação ao vivo com seu público, como, por exemplo, o filme publicitário da campanha, que, apesar de mostrar uma ação interativa em um aeroporto, percebe-se que é apenas uma propaganda. Acredita-se que o alcance das ações realizadas foi positiva, mas não se soube aproveitar todo o seu potencial para transformar o cliente em fã da marca, pois, apesar de as ações serem interessantes, não podem ser consideradas inusitadas, mostrando o que Levinson (2010) também postula: o fato de nem sempre a disponibilidade de verba representar o melhor resultado. 7.4.3 Terceiro participante (respondente) O exemplo de Marketing de Guerrilha diferencia-se dos outros exemplos apresentados, pois foi realizado dentro de um veículo tradicional, o jornal, mas destacando-se com um layout diferenciado, que chamava a atenção do leitor pela criatividade. Já o exemplo de Live Marketing tem a interação ao vivo, com a participação de uma pessoa famosa como mediadora. Quadro 6 – Exemplos do terceiro participante Marketing de Guerrilha Live Marketing Uma empresa de móveis e decoração da Ação do Cereal Kellogg’s, no ano de 2015, Colômbia, denominada Corona, no ano de em 32 países, com a participação de Uri 2014, destacou-se com um anúncio nos Geller classificados no jornal. convidando seus clientes a participarem da promoção #Spoonselfie. Os fãs teriam que divulgar nas redes sociais uma foto sua refletida em uma colher para ganhar uma colher personalizada, além de um breakfast (café da manhã) oferecido para o público em um shopping. Margolis e Garrigan (2013) esclarecem que um dos princípios da Guerrilha é ser inesperada, o que, nesse caso, mostra-se em um anúncio em 3D na página dos classificados, no formato de uma cozinha, remetendo aos serviços de decoração de ambiente realizado pela empresa. Dentre as 200 armas de Levinson (2010), o anúncio no jornal encontra-se como uma das opções de maximídia. O exemplo citado enquadra-se na teoria de Levinson, unindo baixo custo, criatividade e impacto. Isso mostra que o respondente compreende o que é Marketing de Guerrilha, na teoria e na prática. Dentre os pontos positivos do jornal, segundo Kotler e Keller (2012), estão a flexibilidade, a boa cobertura de mercado local, a ampla aceitação e a alta credibilidade, que, unidas à criatividade, tornam a campanha eficiente, atingindo os objetivos. Já em relação ao Live Marketing, destaca-se a participação de Uri Geller como anfitrião de um breakfast oferecido para os clientes do shopping, além da promoção incentivando o público a compartilhar fotos on-line, ambas as ações interagindo com os consumidores. O Live Marketing também pode ser chamado de Marketing ao vivo, pois essa é a sua principal característica, a qual está presente no exemplo. A ação ainda conta com premiação e interação on-line através de compartilhamento de fotografias, que são ferramentas encontradas na tabela da AMPRO (ver p. 15). O texto publicado na revista Live Marketing, “Sentidos humanos são primordiais no Live Marketing” (2013), defende que o consumidor pede por experiências que mexem com os sentidos, ou seja, o encantamento, o vivencial. Nessa ação, isso acontece através do breakfast que convida o público a um café da manhã e é complementada com a campanha on-line de compartilhamento para concorrer a uma colher personalizada. Tais ações geram uma participação espontânea do público, sendo uma busca de transformá-lo em fã da marca. Acredita-se que esse exemplo também enquadrase com o que foi apresentado no referencial teórico, mostrando que o terceiro participante compreende o conceito. 7.4.4 Quarto participante (respondente) Neste caso, também se pode perceber que o exemplo de Marketing de Guerrilha foca no baixo custo da ação e na criatividade, enquanto o de Live Marketing foca no envolvimento da empresa com o seu público-alvo. Quadro 7 – Exemplos do quarto participante Marketing de Guerrilha Live Marketing Lançamento da Vodka Smirnoff, que não Percebeu-se que a demolição das casas onde tinha um bom orçamento de marketing, seria erguido um novo residencial estava através de visita, com uma Kombi, a todos os gerando muita curiosidade dos moradores. barraqueiros de praia no verão, de Santos a Por isso, foi encaminhada uma carta a todos Tramandaí, presenteando-os com duas os residentes num raio de 500 metros da garrafas de vodka, uma tábua e uma faca, obra pedindo desculpas pelo transtorno, mas desde que deixassem colocar uma tabuleta na dizendo que este compensaria, pois o bairro barraca com os dizeres: “Aqui fazemos seria muito valorizado depois da obra Caipiroska”. pronta. Foi solicitada a não demolição de uma das casas, e os moradores foram convidados para se identificarem como vizinhos, pois alguns colaboradores estariam lá para mostrar o que seria feito. Com relação ao exemplo de Guerrilha, dentre as 200 armas ditas por Levinson (2010), podemos encontrar, como minimídia, placas exteriores e sem mídia ou o boca a boca, o que se observa na ação feita pelo respondente. O nome Caipiroska ficou conhecido não apenas por quem viu este nome estampado em placas nas barraquinhas de praia, mas a partir de comentários que se espalharam, remetendo ao que foi dito por Margolis e Garrigam (2013), que argumentam sobre a necessidade de ir além, de tornar sua marca conhecida, mas fazer com que o público fale sobre ela também. Apesar de esta meta ter sido alcançada com sucesso, Levinson (2010) traz a ideia de que a Guerrilha tem apoio na mídia espontânea para alcançar um público de massa. Porém, a ação desse exemplo não teve uma ligação com a imprensa, e nem na internet se encontra fotos ou qualquer reportagem sobre a origem do nome Caipiroska. Apenas quem vivenciou ou ouviu a história de alguém que participou sabe como a campanha aconteceu. Stein (2013) pontua que o Live Marketing busca criar um relacionamento entre a marca e o público. Na ação citada pelo participante, o objetivo foi inserir a empresa em um novo ambiente, tentando agradar os moradores que ali residem. Nesse caso, podemos considerá-la como um evento, que, segundo Kotler e Keller (2012), busca criar identificação com o mercado-alvo, acontecendo quando se segmenta o público, destacando o produto ou serviço que se está interessado em vender, sendo, o qual, no exemplo, não se trata apenas dos apartamentos, mas da ideia de revitalização do bairro. O exemplo do participante foi um evento simples, especialmente para os moradores da região, sem a necessidade de gerar mídia espontânea, já que seu público-alvo era bem específico. E apesar de considerada uma estratégia de Live Marketing, não se pode entendê-la como criativa e inovadora. 7.4.5 Quinto participante (entrevistado) Percebe-se que o quinto entrevistado não possui experiência com Marketing de Guerrilha, pois tem uma visão mais vaga das possibilidades de ações que podem ser realizadas e a considera uma estratégia invasiva. Quanto a Live Marketing, o gerente de marketing comenta sobre uma ação que lhe chamou a atenção pela estrutura, criatividade e o interesse do público em participar. Quadro 8 – Exemplos do quinto participante Marketing de Guerrilha Live Marketing Promoters na frente das lojas, distribuição de A ação #FrenteFresh buscava promover uma folhetos. nova linha de chicletes, o Trident Fresh. Para isso, a marca criou um globo de neve gigante na Avenida Paulista. O público era convidado a entrar em um espaço com temperatura de 0° grau, com rajadas de vento de até 100 km/hora, para participar de brincadeiras e tirar fotos para serem compartilhadas nas redes sociais. O participante usa como exemplo de Marketing de Guerrilha promoters e folhetos, os quais se encontram entre as 200 armas de Guerrilha, mas o conceito vai muito além disso. Levinson (2010) esclarece que o “coração” do Marketing de Guerrilha é saber adequar os recursos disponíveis com criatividade para alcançar seu público-alvo de uma maneira que não apenas chame sua atenção, mas o conquiste. Pode-se perceber que a intenção da ação de Live Marketing é, através da interatividade, transformar o público em fã da marca, gerando uma experiência completamente fora de seu cotidiano, inusitada. Sant’Anna, Rocha e Garcia (2009) afirmam que é necessário conhecer o consumidor para saber o que ele deseja. No caso, a ação citada pelo participante foi realizada em uma época de extremo calor na cidade de São Paulo, tornando a ideia de passar por uma experiência no frio de 0º C tentadora, gerando a sensação refrescante que a marca buscava. A partir disso e da possibilidade de tirar fotos e postá-las usando o marcador #FrenteFresh, o público pôde compartilhar fotos participando da ação, gerando mídia espontânea através dos participantes e também pela mídia, devido à movimentação no local e à estrutura montada, tornando-a um case de sucesso. Kotler e Keller (2012) acreditam que o marketing experiencial não apenas comunica atributos e benefícios, mas conecta a marca com o público através de uma experiência positiva. Em uma pesquisa com consumidores, quatro entre cinco acreditam que participar de um evento ao vivo atrai mais a atenção que qualquer outra forma de comunicação. Ainda segundo os autores, o valor da empresa vem dos clientes, pois, sem eles, não há negócio; o sucesso está em obter, manter e expandir a clientela. 7.4.6 Sexto participante (respondente) No caso do exemplo mencionado pela professora, é possível perceber que, apesar de a ação de Guerrilha ser com pessoas, ela não busca uma interação, mas chamar a atenção para um problema, atrair a curiosidade e a mídia espontânea, utilizando-se de pouca verba. O exemplo de Live Marketing tem como objetivo despertar a curiosidade do consumidor e proporcionar uma experiência positiva e comemorativa com a marca Kibon. Quadro 9 – Exemplos do sexto participante Marketing de Guerrilha Live Marketing Ação realizada por ativistas do Greenpeace Ação “Gargalhômetro da felicidade”, em frente à empresa Vigor, de São Paulo, em realizada pela marca Kibon. Um container e 2008. A ação tinha o intuito de exigir que a um microfone foram instalados na rua, empresa informasse aos consumidores atraindo a atenção e convidando as pessoas a brasileiros se usa, ou não, ingredientes participar transgênicos em seus produtos. da brincadeira. Se alguém conseguisse dar uma gargalhada que atingisse a meta, uma porta se abria e surgia uma surpresa para o público. O caso apresentado pela participante traz outro lado do Marketing de Guerrilha, o que não busca vender um produto ou serviço, mas uma ideia. O Greenpeace é uma organização global cuja missão é proteger o meio ambiente, promover a paz e inspirar mudanças de atitudes. Nesse caso, visualiza-se o conceito do Marketing de Guerrilha através do baixo custo, de chamar a atenção e gerar mídia espontânea, porém com o objetivo de atingir outra marca. Ou seja, chamou-se a atenção para a empresa Vigor, de forma negativa, com o intuito de fazer com ela melhorasse de certa forma, sendo honesta com seus consumidores. No exemplo de Live Marketing, a ação aparentemente tem um público-alvo bem reduzido, sendo apenas formado pelos moradores daquele bairro, com grande maioria, como se pode observar no filme publicitário, de crianças e idosos, dando a entender que o objetivo não seria o compartilhamento imediato. O principal objetivo foi promover a sensação de carinho, do humor, para transformar a ação em uma propaganda. Assim, quem assistisse se sentiria como quem participou, encantando-se com o gesto proposto pela marca. Isso geraria compartilhamento on-line de forma espontânea dos espectadores. Segundo Pinho (2001), a publicidade é uma das atividades-chave e não pode ser entendida isolada do marketing. Margolis e Garrigan (2013) informam que, às vezes, o público vê iniciativas de marketing como algo insincero, fabricado. Portanto, fazer uma ação com um público real, levando algo inesperado ao seu dia, pode ser um modo de fugir do clichê das propagandas, do que já não encanta o público que assiste. Apesar da possibilidade de parecer uma ideia manipuladora, é uma forma de unir a ação ao vivo, que gere uma experiência positiva a um determinado público, com a oportunidade de divulgar a marca. Complementando essa questão, Kotler e Keller (2012, p.172) informam que: “os valores centrais estão em um nível mais profundo do que o comportamento ou a atitude, e determinam fundamentalmente, as escolhas e desejos das pessoas a longo prazo”. Pode-se perceber que, através do incentivo a rir e festejar, a presentear todos da vizinhança, a ação busca alcançar os valores, o emocional de quem assiste. 7.4.7 Sétimo participante (entrevistado) A entrevistada apresenta exemplos da Coca-Cola, uma empresa que possui experiência em ações alternativas e criativas. É uma visão interessante de como uma empresa consegue adequar as duas estratégias em suas campanhas. Quadro 10 – Exemplos do sétimo participante Marketing de Guerrilha Live Marketing Ação “Caminhão da felicidade”, realizada Ação “Comer juntos alimenta a felicidade”, pela Coca-Cola, no Rio de Janeiro. Um também promovida pela Coca-Cola, realizada caminhão com um botão escrito “aperte” em São Paulo, com objetivo de resgatar tocava o jingle da empresa e atraía o público. momentos em família. Nesse caso, três As pessoas se uniam ao redor do caminhão famílias vizinhas foram convidadas para um até que o mais curioso apertasse o botão para jantar, incentivando mais momentos de união começar a brincadeira. Ao participar, a e felicidade. pessoa ganhava um presente surpresa. No caso de Marketing de Guerrilha, Sant’Anna, Rocha e Garcia (2009) acreditam que não se cuida apenas da comunicação em massa, como também a interpessoal, da palavra falada, do gesto, da imagem, de todos os signos por meio dos quais as pessoas transmitem significados e valores. A ação da Coca-Cola é um exemplo da teoria do autor: o caminhão chega de forma inesperada, despertando a curiosidade, fazendo com que as pessoas tomem a iniciativa de participar. Além disso, ainda ganham presentes que remetem à marca, o que fará com que a lembrança da experiência esteja sempre presente, além do jingle que toca durante o trajeto do caminhão, reforçando a marca. Para Kotler e Keller (2012), a propaganda alternativa pode estar em qualquer lugar, chamando a atenção rapidamente, sendo eficaz para reforçar a imagem de marca de maneira econômica. O slogan da Coca-Cola é “Abra a felicidade”. E apesar de ser uma empresa já consagrada no mercado, não deixa de reforçar sua presença na mídia usando de ações alternativas para transmitir algo que remeta a um momento de felicidade aos seus consumidores. O exemplo de Live Marketing também se encaixa na teoria de Sant’Anna, quando busca conhecer o que o consumidor necessita para, depois, saber como agir. Nesse caso, a campanha fala dos momentos em família que acabam se perdendo devido à falta de tempo das pessoas. Essa questão atinge o emocional do público, que, a partir de uma ação que o envolva, faz com que a marca seja vista positivamente. Stein (2013) destaca que acontecimentos ligados a um lugar e tempo têm mais valor, que o consumidor atual abraça o ao vivo. No exemplo da Coca-Cola, são convidadas duas famílias para um jantar especial preparado pela empresa, como forma de relembrar como é bom a família se reunir, seja no almoço, seja no jantar. Porém, a ação aparentemente não busca envolver um grande público ao vivo, mas, sim, fazer com que, posteriormente, quem assistir o vídeo da campanha recorde de suas lembranças em família e sinta-se como os participantes. Percebe-se que esse caso assemelhase ao exemplo de Live Marketing mencionado pelo sexto respondente, por convidar um grupo específico de participantes para a ação e por ter como objetivo alcançar o público de massa através da transformação da ação em um vídeo publicitário. A campanha da Coca-Cola também contava com outros vídeos, semelhantes à ação, porém claramente roteirizadas, o que faz com que essa iniciativa de Live Marketing perca um pouco da criatividade, espontaneidade e do valor que as ações ao vivo buscam transmitir. 7.4.8 Oitavo participante (entrevistado) O exemplo de Marketing de Guerrilha comentado pelo entrevistado destaca a simplicidade e criatividade. Já em Live Marketing, há a utilização de flashmob na ação, além da transformação desta em um vídeo publicitário, uma propaganda tradicional. Quadro 11 – Exemplos do oitavo participante Marketing de Guerrilha Live Marketing Um dentista transformou um cartaz, colado Ação realizada pela T-Mobile, em Londres, em postes de rua, em algo que despertou a que tinha o objetivo de ser usada como curiosidade que quem via, pois representava anúncio da empresa posteriormente. Foi uma boca, sendo que as pessoas podiam montado um telão, além da distribuição de ser destacar um cartão de visita em forma de feita a microfones para o público que passava dente. no local, convidando para participar de um karaokê, onde cantaram juntos a música Hey Jude dos Beatles. O exemplo de Marketing de Guerrilha trata-se de um simples cartaz em postes de rua, com o objetivo de chamar a atenção do público daquela região, mas que gerou mídia espontânea positiva maior do que a esperada. Como Levinson (2010) defende, a Guerrilha tem como alma as pequenas empresas, além da falta de recursos e do saber usar as ferramentas que se têm de forma criativa. O caso do dentista é a prova de que pouca verba pode, sim, ser criativa e gerar mídia espontânea. Apesar de se não conseguir encontrar mais informações sobre a ação, esta é referência em criatividade em sites de publicidade e marketing. Kotler e Keller (2012) ainda complementam afirmando que, nos tempos atuais, os meios tradicionais já não possuem a eficácia de antigamente, aumentando a oportunidade para os meios alternativos e sensibilizando as pessoas nos ambientes a que costumam ir em seu cotidiano. Quanto ao exemplo de Live Marketing é interessante a ideia de usar uma experiência com o público e, posteriormente, transformá-la em um anúncio tradicional, porém criativo, passando uma sensação diferente do que a da propaganda tradicional, como comentado na entrevista do oitavo participante. O caráter ao vivo é a principal característica do Live Marketing. Stein (2013) explica que o Live Marketing envolve e emociona as pessoas, em contatos diretos e relevantes, ativando suas redes de influência naturalmente. A empresa T-Mobile é conhecida por realizar flashmob e, dias antes, convocou seu público-alvo a participar da ação que aconteceria na Trafalgar Square, em Londres, porém o que aconteceria era uma surpresa a todos, o que despertou mais a curiosidade. Esta ação convidava as pessoas a cantarem juntas, em um karaokê montado no local, mudando o cotidiano de quem ali passava, além de contar com a participação de cantora Pink como mediadora (que remete à cor da logo da empresa, rosa), atraindo a atenção do público e motivando-o mais a participar. A ação buscava unir as pessoas em um momento de diversão, proporcionado pela T-mobile, assim como o exemplo da Coca-Cola, reforçando o slogan da marca, “Life’s For Sharing” (“A vida é para ser compartilhada”), não apenas compartilhando a experiência, mas compartilhando-a on-line. Essa ação também tinha o intuito de se transformar em propaganda tradicional, mas, diferente do que foi percebido na ação de Live Marketing do sétimo participante, esta não escolheu o pequeno público, mas, sim, atraiu o seu público-alvo, a mídia e quem passava pelo local, criando uma grande festa e gerando também mídia espontânea. Esse exemplo consegue aproveitar todas as oportunidades que o Live Marketing proporciona, que são: a aproximação da marca com seu público, gerando uma experiência que possa vir a transformar o cliente em fã, a mídia espontânea, tanto pelo boca a boca dos participantes quanto pela mídia, e o uso de uma experiência positiva, uma propaganda mais humanizada, mais real. 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS A intenção deste trabalho foi buscar conhecimento, através dos pontos de vista conceituais e práticos de profissionais da área de Marketing e Publicidade, exemplificar e (re)organizar a teoria existente em relação aos dois termos abordados: Marketing de Guerrilha e Live Marketing. Com o intuito de auxiliar os acadêmicos de comunicação e outros interessados da área, esta pesquisa é uma forma de trazer informações quanto a essas estratégias de mídia alternativa, a partir do objetivo geral, sendo a busca da identificação das características, vantagens e desvantagens do Live Marketing e do Marketing de Guerrilha para gerar padrão de diferenciação teórico-prático entre os termos, considerando a opinião de entrevistados. Assim como, dos objetivos específicos: definir o Live Marketing, dando ênfase aos seus aspectos positivos e negativos; caracterizar o Marketing de Guerrilha, dando ênfase aos seus aspectos positivos e negativos; selecionar e analisar exemplos de execução de cada estratégia; comparar as duas estratégias e seus exemplos práticos, com base nas informações recolhidas no trabalho de campo. Com relação aos objetivos deste trabalho, a partir da pesquisa realizada, alguns participantes tiveram respostas controversas, como, por exemplo, participantes que não consideram Live Marketing ou Marketing de Guerrilha como estratégias. Porém, neste estudo, pode-se concluir que elas são, sim, estratégias, pois possuem suas próprias ferramentas, além de objetivos diferentes. Nesse contexto, Kotler e Keller (2012) ainda complementam que a satisfação dos clientes é, ao mesmo tempo, uma meta e uma ferramenta. É importante que as empresas valorizem a satisfação dos clientes, pois a internet possibilita que os consumidores insatisfeitos compartilhem suas reclamações com o mundo, podendo prejudicar a marca, pois o boca a boca é uma das formas mais eficientes de divulgação, tanto positiva quanto negativa, já que as pessoas confiam e buscam saber a opinião de quem já comprou ou usou o serviço de uma determinada empresa. Observou-se que os exemplos citados pelos participantes estão todos corretos, ou seja, encaixan-se nas categorias de Live Marketing e Marketing de Guerrilha. Contudo, nem todos aproveitaram sua capacidade, deixando de aproveitar algumas possibilidades, como mídia espontânea, inovação ou comunicação integrada, com o intuito de agregar a ação. Além disso, também foram apresentados exemplos de Marketing de Guerrilha realizados por grandes empresas, mostrando que, apesar de a estratégia ser direcionada aos pequenos negócios, como uma forma de comunicação adaptada às condições financeiras das pequenas empresas, está sendo usada, cada vez mais, por grandes marcas que querem se diferenciar e se destacar no mercado. Iniciando por caracterizar o Live Marketing, dando ênfase aos seus aspectos positivos e negativos, pode-se compreender que esta é uma estratégia voltada à captação de fãs para uma determinada marca, sensibilizando o público através de experiências ao vivo, com base nas ferramentas do marketing promocional, sendo elas de baixo custo, ou não, sempre explorando a criatividade. A estratégia tem como principal diferença, com relação ao Marketing de Guerrilha, a possibilidade de comunicação integrada, como, por exemplo, através de promoção on-line, aplicativos para smartphones, ou, ainda, transformando a ação em uma propaganda tradicional para ser veiculada na televisão e nas redes sociais. Sant’Anna, Rocha e Garcia (2009, p. 85) pontuam que “quando outras pessoas ao redor de nós manifestam certos sentimentos, parece natural que sintamos da mesma maneira. Esse sentir com os outros constitui simpatia”. É com esse intuito que as empresas estão usando o Live Mareting, como forma de filme publicitário, para que quem assiste gere esta simpatia perante o sentimento de quem vivenciou. Dentre os pontos positivos e negativos do Live Marketing, como foi exposto na análise, encontra-se a possibilidade de alto impacto e inovação e a aproximação com o público através de uma experiência positiva e interativa, focando em suas emoções e fazendo com que estas se liguem à marca responsável pela ação. A estratégia de Live Marketing normalmente costuma convidar seu público-alvo a participar da ação, não necessariamente contando do que se trata, mas gerando curiosidade suficiente para que as pessoas queiram se envolver. Leaman citou, em encontro da AMPRO, em 201511, uma frase da autora Maya Angelou sobre Live Marketing, explicando que “pessoas podem esquecer o que você diz. Pessoas podem até esquecer o que você fez. Mas as pessoas nunca vão esquecer como você as fez sentir”. Este é quesito mais forte dessa estratégia: envolver seu público de maneira sensorial, oferecendo, às pessoas, momentos que trarão sentimentos especiais. Além disso, depende do objetivo da campanha a necessidade de avisar a imprensa ou não, pois se a intenção da ação for se transformar em propaganda tradicional, não há a necessidade de mídia espontânea. Quanto ao lado negativo, é necessário muita atenção aos detalhes no planejamento de uma ação desse tipo, justamente por gerar a interação da empresa pessoalmente. O planejamento não pode correr o risco de imprevistos, como de intenpéries, principalmente se acontecer ao ar livre, da falta de público, de problemas técnicos ou de possíveis ambiguidades nas informações divulgadas. 11 EDWARD Leaman fala para profissionais de Live Marketing em São Paulo. Live Marketing, São Paulo, ano 3, n. 17, p. 56. 2015. Quanto às características e os pontos positivos e negativos de Marketing de Guerrilha, esta, por ser uma estratégia mais antiga, já consolidou uma definição menos confusa, caracterizando-se por defender as pequenas empresas através de ideias criativas e com baixo custo, apesar de também ser explorada por algumas grandes marcas, buscando gerar impacto dentro do cotidiano das pessoas. Diferente de Live Marketing, a Guerrilha não é necessariamente ao vivo, podendo ser um objeto inusitado que atraia a curiosidade e gere interação, como a distribuição de brindes da marca que gera uma experiência positiva, ou um simples cartaz criativo, como foi mostrado nos exemplos anteriores. Além disso, ela pode ser usada inserida no espaço editorial ou na programação dos veículos tradicionais, ou, ainda, com uma das outras duzentas ferramentes citadas por Levinson (2010), que estão divididas em: Minimídia, Maximídia, Mídia Eletrônica, Infomídia, Mídia Humana, Marketing sem Mídia, Características da Empresa e Comportamento da Empresa. A estratégia de Guerrilha tem como objetivo, destacar a empresa perante o mercado, conquistando novos clientes e gerando a empatia de seus clientes atuais. Dentre os pontos positivos, além do baixo custo, destaca-se a atratividade, a possibilidade de gerar curiosidade e mídia espontânea, pois nem sempre grandes investimentos geram tanta repercussão e resultados positivos quanto uma ação criativa e inovadora realizada com poucos recursos. Quanto aos pontos negativos, estes são semelhantes aos de Live Marketing e de qualquer outro tipo de estratégia, pois em todas é necessário prezar por um bom planejamento. Para conseguiur alcançar seu objetivo, a ação tem que acontecer no local e na data certos e a empresa precisa conhecer o cotidiano do local onde a ação pretende ser realizada. Assim, evita-se correr riscos de interferência ou desaprovação. Levinson (2010, p. 143) acrescenta que a pesquisa “deve servir para estabelecer uma ligação com seus prospects ou consumidores, que pode levá-lo aonde você quer, mais rápido e com mais lucro”. Por isso, é preciso conhecer seu público-alvo e sua rotina, conciliando com sua ação, para que haja um envolvimento positivo entre o público e a marca. Também é importante lembrar que não adianta criar uma ação de sucesso, seja ela Marketing de Guerrilha, seja de Live Marketing, se a dedicação e o bom relacionamento com o cliente não estiverem presentes fora da campanha. Ou seja, a publicidade e o marketing são apenas uma parte. A empresa também deve comprometer-se em ter um bom relacionamento interno e externo e cuidado com o atendimento de seus clientes, o gerenciamento da empresa e a qualidade de seu produto ou serviço, pois de nada adianta conquistar o cliente sem valorizá-lo. É para eles que a empresa existe, é graças a eles que se consegue manter a produtividade do negócio. Além disso, se os funcionários não estiverem satisfeitos com o trabalho, podem dificultar a relação com os consumidores, dependendo, assim, de a gerência saber manter um bom relacionamento tanto interno quanto externo. Cada parte desse processo é o que gera uma empresa criativa, eficiente e admirada pelos consumidores. Levinson (2010 p. 518) complementa ao afirmar que “para se colocar no mercado no nível mais puro, é importante agir como se fosse criança. E não estou dizendo que você deva ter um problema de comportamento, mas ser um mestre do comportamento”. Com isso, o autor refere-se à persistência das crianças, ao seu costume de fazerem perguntas, à imaginação fértil, à natureza de serem curiosas, a não aceitarem não como resposta, a gostarem de aprender, contar as novidades e tornar o dia-a-dia divertido e a falarem até que sejam compreendidas. Ter um espírito de criança é o que faz o verdadeiro profissional de marketing, principalmente quando se fala de mídias alternativas. Os resultados obtidos nesta pesquisa podem contribuir no meio acadêmico como fonte de estudo tanto para o curso de Publicidade e Propaganda quanto para a área de Marketing. Além disso, também pode tornar-se uma referência de pesquisa no mercado publicitário a fim de esclarecer dúvidas, pois, até o dado momento, não há outros artigos que se referem especificamente à diferenciação das duas estratégias discutidas aqui. Com relação a projeções futuras, este trabalho pode servir como base para a especialização em planejamento ou marketing estratégico e a qualificação da área de mídia alternativa e da ação de agências especializadas em Marketing de Guerrilha ou Live Marketing, que estão ganhando mais destaque no mercado atualmente. REFERÊNCIAS AMPRO dá entrada na criação do Sindilive. Live Marketing, São Paulo, ano 1, n. 6, p. 26, 2013. AMPRO. Definição de Marketing Promocional. São Paulo, 2011. p. 8. Disponível em: <http://ampro.com.br/estilos/site/arquivos/definicao_do_marketing_promocional(1).pdf>. Acesso em: 06 jun. 2015. ______. Manual de Live Marketing. São Paulo, 2012. Disponível em: <http://ampro.com.br/estilos/site/arquivos/manual_live.pdf>Acesso em: 15 mar. 2015. BUDWEISER BRASIL. Budweiser: O maior show da Terra #BudweiserBrasil. 2014a. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=7hCZEcXM7bc&feature=youtu.be>. Acesso em: 02 jun. 2015. BUDWEISER promove ações Live para a Copa. 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A intenção deste trabalho é analisar as características, vantagens e desvantagens do Marketing de Guerrilha e do Live Marketing, para chegar a um melhor esclarecimento de suas definições e posteriormente auxiliar os acadêmicos da área de comunicação. É importante destacar que não será divulgado o nome do entrevistado. Att. Amanda C. Ribeiro Orientadora: Prof.ª Me. Caroline De Franceschi Brum Publicidade e Propaganda do Centro Universitário Franciscano - Santa Maria RS 1. Qual seu nome e sua profissão? 2. O que você compreende como sendo Marketing de Guerrilha? 3. O que você compreende como Live Marketing? 4. Você acredita que estas duas estratégias tem objetivos diferentes? 5. Se você acredita que são diferentes, o que vê como maior diferença entre estas duas estratégias? 6. Na sua opinião, quais os pontos positivos das 2 estratégias? 7. Na sua opinião, quais os pontos negativos das 2 estratégias? 8. De um exemplo de Marketing de Guerrilha que você lembre ou tenha realizado. 9. De um exemplo de Live Marketing que você lembre ou tenha realizado. 12 Link do questionário on-line: <http://www.survio.com/survey/d/O7W9L2F8M3T1V6E3R>. ANEXO A – As duzentas armas do Marketing de Guerrilha (Adaptado)13 MINIMÍDIA Plano de marketing Agenda de marketing Identidade Cartões de visita Papelaria Cartas pessoais Marketing por telefone Telefone gratuito Número pessoal Páginas amarelas Cartões-postais Anúncios classificados Propaganda por pedido/informação Propaganda gratuita nos clientes Mural de avisos de comunidades Folhetos Anúncios no cinema Placas exteriores Faixas de rua Vitrines Cartazes exteriores Pôsteres Contato pessoal Cartazes nas portas Discurso de elevador História de valor Vendas posteriores Cartas de recomendação Participação em feiras Maços de cartões postais Propaganda MAXIMÍDIA Mala direta Anúncios em jornal Spots de rádio Anúncios em revistas Outdoors Comerciais de televisão MÍDIA ELETRÔNICA 13 Computador Impressoras/Fax Salas de bate-papo Fóruns de debates Murais de aviso na internet Construção de listas E-mail personalizado Assinatura de e-mail E-mail enlatado E-mail de massa Cartões postais em áudio ou vídeo Nome de domínio Site na internet Página inicial Conta mercantil Carrinho de compras Autoresponders Ranking nos sites de busca Informativos eletrônicos Feeds de RSS Revista eletrônica própria Propaganda por click de mouse Taxa de conversão da internet Anúncios em outras revistas on-line E-books Conteúdo para outros sites Webinários Joint ventures Marketing viral Podcasting Tabela criada a partir de LEVINSON (2010, p. 521-528). Sites de leilão Análise de cliques Anúncios pagos por clique Palavras-chave de busca Adwords no Google Link patrocinado Trocas recíprocas de links Trocas de banners Blogs Aprendizagem constante INFOMÍDIA Conhecimento do mercado Anúncios em serviços públicos Informações específicas dos consumidores Estudos de caso Compartilhamento Brochuras/livretos Catálago Diretório de empresas Estudos de pesquisas Newsletter Um discurso Consultas grátis Demonstrações gratuitas Seminários gratuitos Artigo Coluna Livro Publicação sob demanda Palestras em clubes Teleseminários Infomerciais MÍDIA HUMANA Você Seu próprio círculo de influência Representantes e funcionários Guerrilheiro destacado Roupa dos funcionários Comportamento social Cumprimento na chegada e na partida Utilização das horas de baixo movimento Tempo de contato com os clientes Histórias Capacidade de ensinar Público-alvo Treinamento de vendas Insight de marketing Networking Título profissional Marketing por afiliação Contatos na mídia Clientes de primeiro time História central Sensação de urgência Oferta por tempo limitado Chamada à ação Clientes satisfeitos Marketing subliminar MARKETING SEM MÍDIA Benefícios Vantagens Brindes Serviço Relações públicas Marketing de fusão Permuta Propaganda boca a boca Bochicho Envolvimento na comunidade Membro de clubes e associações Listagens gratuitas em diretórios Estandes em feiras Separatas e imagens ampliadas Cartões e etiquetas em eventos Caixa de luxo nos eventos Vale-presente Auxílios audiovisuais Flipcharts Cupons Eventos especiais Período de teste grátis Garantia Concursos e sorteios Talento artístico ou culinário Marketing enquanto se espera ao telefone Entretenimento com marca Plano de monitoramento Follow-up Primeira compra Merchandising Convidado para entrevista no rádio Convidado em talk show de televisão CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA Nome Conhecimento de marca Posicionamento Capacidade de escrever Título do texto Slogan Entendimento adequado de marketing Talento para escrever textos de propaganda Disponibilidade de financiamento Localização Horário de funcionamento Dias de funcionamento Aceita cartão de crédito Credibilidade Meme Reputação Eficiência Qualidade Serviço Variedade Preço Espionagem Testemunhos Valor extra Causa nobre Oportunidade de se fazer upgrade Programa de recomendações COMPORTAMENTO DA EMPRESA Fácil de fazer negócio Interesse genuíno pelas pessoas Comportamento ao telefone Paixão e entusiasmo Sensibilidade Paciência Flexibilidade Generosidade Autoconfiança Limpeza e asseio Agressividade Competitividade Alta energia Rapidez Foco Atenção aos detalhes Ação ANEXO B – As vinte maneiras como o Marketing de Guerrilha se diferencia do Marketing Tradicional (Adaptado) 14 Marketing Tradicional Marketing de Guerrilha O Tradicional prega que, para colocar um A Guerrilha defende que não é necessário produto adequadamente no mercado, é dinheiro se estiver disposto a investir tempo, necessário investir dinheiro. energia, imaginação e informação. É envolto de mística que intimida os donos de Foge dessa mística, apresentando o marketing negócios, o que os deixa com receio de errar e como realmente é, um processo que se pode acabam desistindo. controlar, e não o contrário. Voltado ao big business. Tem como alma os pequenos negócios, mas com grandes sonhos. Mede a performance pelas vendas e pelas Lembra que o número mais importante é o respostas a uma oferta, hits num website ou tamanho do lucro, pois é o único que diz a tráfego nas lojas. verdade sobre o que se deveria estar procurando e se esforçando. Baseia-se em experiência e julgamento. Não pode se dar ao luxo de fazer opções erradas. Por isso, tem base no máximo possível de psicologia, nas leis do comportamento humano. Sugere que a empresa cresça e depois Sugere que a empresa cresça, se o crescimento diversifique. for algo desejado, mas sem perder o foco. Afirma que se deve expandir o negócio linearmente, acrescentando um cliente novo de cada vez. É uma maneira lenta e cara de se expandir. 14 Afirma que a maneira de crescer é geométrica, aumentando o tamanho de cada transação, realizando mais transações a cada ciclo de vendas com um cliente, aproveitando o enorme poder de recomendações de cada um deles. Ao mesmo tempo, cresce de maneira tradicional. Se fizer crescer em quatro direções distintas ao mesmo tempo, é difícil não mostrar um belo lucro. Tabela comparativa criada com base em LEVINSON (2010, p. 22-30). Concentra o esforço na consumação das Lembra que 68% de todos os negócios vendas. perdidos se devem à apatia após a venda. Prega um follow-up febril – manter contato permanente com os clientes e ouvir o que eles têm a dizer. Recomenda que estude o horizonte para saber Recomenda estudar o mesmo horizonte para quais concorrentes a empresa deve ultrapassar. estabelecer que negócios tem os mesmos prospectos, de modo que possa cooperar com eles em esforços conjuntos de marketing e dividindo custos (fusion marketing). Insiste que se tenha um logotipo que Tem um meme que representa a empresa, um represente a empresa. Aquilo que o símbolo verbal ou visual que comunica uma consumidor vê tem uma taxa de lembrança ideia inteira. 78% maior do que aquilo que ouve. É considerado o “marketing do eu”. Visite A Guerrilha pratica o “marketing do você”, qualquer site de empresa e verá “Quem por meio do qual cada palavra e ideia se somos”, “Nossa história”. referem ao cliente, ao visitante do website. Sempre pensou no quanto poderia “arrancar” Tem plena compreensão do valor do tempo e de um cliente. da vida do cliente, mas também se preocupa com o que pode dar ao cliente. Quer que se acredite que a publicidade, com Acredita que isso não faz sentido, o que um site, malas diretas e e-mails, é o que funciona são as combinações de marketing. funciona. Os Marqueteiros tradicionais contam dinheiro. Os de Guerrilha relacionamentos. contam novos Raramente enfatiza a tecnologia, Requer que aprecie a tecnologia. principalmente porque, antigamente, era muito cara, limitada e complicada. No entanto, hoje, isso já mudou. Sempre direcionou sua mensagem a grupo: Direciona a mensagem para a pessoa e, se tiver quanto maior o grupo, melhor. de ser a um grupo, quanto menor, melhor. É, em sua maior parte, não intencional. A Guerrilha sempre é intencional, prestando Embora ele abrace grandes canhões do atenção aos detalhes. marketing – rádio, televisão, jornais, revistas e sites –, tende a ignorar os pequenos detalhes. Acredita que se pode fechar uma venda só com Chama a atenção para a realidade de que o marketing. marketing de hoje só pode ajudar a ganhar o consentimento das pessoas para receber mais material. É um monólogo. Uma pessoa fala ou escreve Uma pessoa fala ou escreve. Alguém responde tudo. As demais ouvem ou leem. Uma péssima e, então, dá-se início a uma interatividade. base para um relacionamento. Identifica as grandes armas do marketing: Identifica duzentas armas de marketing, muitas rádio, televisão, jornais, revistas, mala direta e delas gratuitas (Anexo A). internet.