Avaliação do teor de matéria seca do Capim Vaquero (Cynodon dactylon L.) Miguel Walter Carvalho de Paulo¹, Raissa Marcelle Bitencourt², Duarte Carvalho Minighin2, Renata Vitarele Gimenes Pereira³, Wellyngton Tadeu Carvalho Vilela³, ¹ Estudante do Técnico em Agropecuária pelo Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais – Campus Barbacena ² Graduando em Agronomia pelo Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais – Campus Barbacena ³ Professor de Ensino Técnico e Tecnológico no Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais Campus Barbacena 1. Introdução Tanto as leguminosas como as gramíneas tem seu uso indiscutível como forrageiras, porém, a sazonalidade da produção e tratos culturais intensos pode causar o aumento do custo de produção, tornando o cultivo inviável para pequenos produtores (REID et al., 2010). Uma saída para estes problemas é a utilização de novas fontes de volumosos para alimentação de ruminantes. Na busca por novas fontes de alimentos algumas plantas têm despertado o interesse por sua alta capacidade de adaptação aos mais variados tipos de solo e clima, pela resistência aos estresses ambientais, e principalmente devido à grande produção de biomassa. Tais características tem despertado o interesse de pesquisadores para que essas espécies sejam utilizadas como alternativas na alimentação animal, no entanto são necessários estudos aprofundados para que se desenvolva o melhor manejo dessas forrageiras. Uma espécie com alto potencial para ser uma alternativa desse impasse é o Capim Vaqueiro (Cynodon dactylon L.), além de apresentar tolerância ao frio e ao déficit hídrico, proporciona a produção de forragem de qualidade no período seco, onde há baixas temperaturas e escassez de água (EVERS, 2015). porém são necessários maiores esclarecimentos sobre a forma correta de sua utilização. Palavras-chave: forragem, volumoso, gramínea Categoria: BIC Jr. Área: Ciências Agrárias e Ciências Ambientais. 2. Objetivo O presente trabalho teve como objetivo determinar o teor de matéria seca do Capim Vaquero aos 14 dias de rebrota. 3. Metodologia O experimento foi conduzido no município de Barbacena, no Núcleo de Agricultura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus Barbacena. Uma amostra de solo proveniente de uma área de pastagem de braquiária foi coletada à profundidade de 0-20 cm de profundidade, depois destorroada e peneirada. Os atributos químicos do solo foram analisados pelo Laboratório de Análises de Fertilidade de Solos do IFSUDESTEMG – Campus Barbacena. Foram utilizados para o experimento vasos plásticos com furo, com capacidade para oito decímetros cúbicos de solo. A correção do pH do solo foi realizada 30 dias antes do plantio, visando elevar a saturação por bases; após a incorporação do calcário o solo foi mantido umedecido de modo a potencializar a reação do calcário no solo. O plantio foi realizado no dia 02 de junho de 2015, semeando 20 sementes de Capim Vaquero por vaso. No dia 02 de julho de 2015 foi realizado o desbaste das plantas deixando 10 plantas por vaso e aplicado 10 mg.dm-3 de nitrogênio, aplicado na forma de nitrato de cálcio (15,5% N). No dia 25 de agosto de 2015 foi realizado o corte de uniformização a 10 cm de altura com posterior aplicação de 100 mg.dm-3 de nitrogênio na forma de ureia (46%). No dia 09 de setembro de 2015 foi realizado o corte da parte área da planta, a uma altura de 10 cm da superfície do solo, para determinação da produção da de matéria verde e teor de matéria seca. Após o corte do material de cada vaso, foi pesado e levado à estufa de ventilação forçada a 55°C por 72 horas, obtendo-se a matéria seca (A.O.A.C., 1990). Depois de secas as amostras foram moídas em moinho tipo Willey com peneira de 1 mm e utilizadas para a determinação da matéria seca definitiva (105°C) e da composição mineral. Para determinação da matéria seca definitiva e o teor de matéria seca, dois grama do material moído foi acondicionado em um recipiente e levados à estufa a 105° C por 10 horas, para que haja a retirada de toda umidade do material, após este período o material foi pesado novamente, para determinação do teor de matéria seca (GOES; LIMA, 2010). 4. Resultados e Discussão A produção de matéria verde do Capim Vaquero aos 14 dias após o corte de uniformização foi de 10,37 gramas com um teor de matéria seca de 12,98 % (Tabela 1). Klaus et al. (2013) avaliando a produtividade de Tifton 85 (Cynodon spp.) em áreas de pastejo rotacionado, obsevou que o Tifton 85 em 15 dias após o pastejo apresentou teor de matéria seca de 28,95%; sendo este valor superior ao encontrado neste trabalho. Oliveira et al. (2013) também observou valores superiores quando avaliando a degradação ruminal do Capim Vaquero, o teor de matéria de seca observada foi de 54,52% aos 28 dias de rebrota, este valor esta relacionado com a idade de corte mais avançada, visto que com o desenvolvimento da planta ocorre o acumulo de carboidratos estruturais diminuindo a presença de água na planta. Tabela 1 – Produção e teor de matéria seca do Capim Vaquero aos 14 dias de rebrota. Idade de Rebrota 14 dias Produção de Matéria Verde (grama) 10,37 Teor de Matéria Seca (%) 12,98 5. Conclusão O Capim Vaquero apresentou um baixo teor de matéria seca, sendo necessário para uma melhor avaliação do Capim Vaquero um maior período de observação, além da realização da avaliação de outras características do capim. 6. Referências Bibliográficas 1. ASSOCIATION OF OFFICIAL AGRICULTURAL CHEMISTS (A.O.A.C.). Official methods of analysis. 15 ed. A.O.A.C., Virgínia, 1990, 684p. 2. EVERS, GERALD W. Seeded Bermudagrasses. Disponível em: <http://overton.tamu.edu/evers/Seeded%20Bermudagrasses.pdf>. Acesso em 14 set. 2015. 3. GOES, R.H.T.B.; LIMA, H.L. Técnicas laboratoriais na análise de alimentos. Editora UFGD, Dourados, 2010. 52 p. (Cadernos Acadêmicos UFGD. Ciências Agrárias). 4. KLAUS, O.; et al. Produtividade de Cynodon spp. (Tifton 85) em áreas de pastejo rotacional biofertirrigados com dejetos de suínos. Acta Iguazu, Cascavel, v.2, n.2, p. 73-82, 2013. 5. OLIVEIRA, E.R.; et al. Degradação ruminal da fibra em detergente neutro de gramíneas do gênero Cynodon spp em quatro idades de corte. Revista Agrarian, Dourados, v.6, n.20, p.205-214, 2013.