64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 FENOLOGIA DE Laguncularia racemosa (COMBRETACEAE) EM MANGUEZAIS DA RESEX CAETÉ-TAPERAÇU. , 4 Marlana C. S. Queiroz¹ *, Dávison C. Q. Miranda², Ângela C. A. Reis³, Ulf Mehlig , Moirah P. M. Menezes 1 5 2,3 Bolsista de Iniciação Científica do Programa PIBIC-CNPq; Universidade Federal do Pára - UFPA, Curso de Ciências 4,5 Biológicas, Laboratório de Biologia Vegetal; Instituto de Estudos Costeiros UFPA; *[email protected]. Introdução Laguncularia racemosa (L.) C. F. Gaertn. é uma espécie importante no ecossistema manguezal, por ter hábito pioneiro, além de ter importância antrópica. Por isso estudos fenológicos auxiliam na compreensão da produtividade da espécie e de suas fenofases, além de contribuir no planejamento de possíveis projetos de recuperação de áreas degradadas. Metodologia O estudo foi realizado em duas áreas de manguezal com diferentes regimes de salinidade dentro da Península de Ajuruteua, Bragança, Pará. A fenologia foi realizada através da coleta de serapilheira e observação direta. Para a coleta de serrapilheira, pares de cestas coletoras, com abertura de 0,5 m², foram fixadas em seis árvores de L. racemosa com diferentes diâmetros, distantes ≈ 10m uma da outra. As coletas foram realizadas quinzenalmente com auxílio de peconha. O material coletado foi separado, identificado e seco até atingir peso constante. Logo após pesados em balança de precisão. Para a observação direta, foram selecionadas as árvores com cesta e três árvores mais próximas a estas. As observações foram feitas quinzenalmente com auxilio de um binóculo e foi considerada a presença de frutos e flores, contando como “estrutura flor ou fruto” um galho contendo inflorescências ou frutos. Resultados e Discussão Foram realizadas 37 coletas de serapilheira no período de abril de 2011 a maio de 2012. Destas, 24 coletas foram no mangue salino e 13 coletas no mangue salobro. O numero restrito de coletas no mangue salobro ocorreu devido o roubo das cestas. Durante o ano todo, as folhas estiveram presentes na serapilheira em ambas as áreas. No mangue salobro os maiores valores, de queda de folhas, são encontrados entre os meses de novembro (2011) e janeiro (2012), o que corresponde ao final do período de estiagem. Já no mangue salino há um aumento na queda de folhas que vai de agosto a outubro de 2011, coincidindo com o período seco do ano. A queda de flores do mangue salino percorre o ano todo, contudo nos meses de fevereiro e abril de 2012, houve leves picos indicando uma possível relação com o período chuvoso. Os frutos apresentam maiores valores na serapilheira de janeiro a maio de 2012. No mangue salobro, a queda de flores ocorreu em todos os meses estudados, porém com uma pequena diferença entre novembro de 2011 e fevereiro de 2012. A quantidade de frutos aumentou em outubro de 2011, mantendo-se alta até março de 2012. Na Observação Direta as análises das fenofases de L. racemosa mostraram sazonalidade bem definida ao longo do ano, contudo assim como ocorreu na análise da serapilheira, são melhores marcadas nas árvores do mangue salino. Nesta área é verificada a floração iniciando em dezembro e estendendo-se até abril. No mangue salobro a floração inicia ainda em novembro e perdura até fevereiro. É provável que a floração no mangue salino inicie apenas com as chuvas, enquanto no mangue salobro a influência de chuvas parece ser menor. O período de floração desta espécie para ambas as áreas de estudo é diferente dos períodos descritos para outras espécies de manguezal [1]. Os frutos foram observados no mangue salino de fevereiro a abril (período chuvoso). No mangue salobro os frutos iniciam no mês de outubro (período seco). Conclusões Folhas são produzidas o ano todo em ambas as áreas de estudos. Flores foram encontradas em vários meses ao longo do ano, contudo a produção se intensifica entre janeiro e abril no mangue salino e entre janeiro e fevereiro no mangue salobro. Frutos são produzidos sazonalmente, sendo que no mangue salino a frutificação inicia em fevereiro (período chuvoso), enquanto no mangue salobro a frutificação corre em outubro (período seco). O regime de chuvas e a salinidade parecem influenciar na sazonalidade da produção das fenofases. Agradecimentos Os autores agradecem ao PIBIC-UFPA e à FAPESPA pelo financiamento do projeto. Referências Bibliográficas [1] Fernandes, M.E.B. 1999. Phenologial patterns of Rhizophora L., Avicennia L. and Laguncularia Gaertn. in Amazonia mangrove swamps. Hydrobiologia 413: 53-62.