Área Temática: Marketing O Impacto do Usuário Não-correntista sobre a Avaliação da Qualidade dos Serviços de Auto-atendimento Bancário AUTORES RONALDO CARDOSO DE CARVALHO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL [email protected] DALTON DE SOUSA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL [email protected] CAIO SILVA GALBIATI UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL [email protected] RESUMO Este trabalho foi desenvolvido junto aos usuários dos serviços de auto-atendimento em agências bancárias de dois bancos públicos na cidade de Paranaíba, Mato Grosso do Sul, e propõe-se a compreender a avaliação da qualidade dos serviços de auto-atendimento nas duas agências e também compreender o impacto do cliente não-correntista sobre a avaliação da qualidade dos serviços dos bancos. Como referencial teórico abordou-se temas relacionados ao marketing de serviços e às estratégias mais apropriadas ao relacionamento das organizações com os consumidores de serviços. Aplicou-se um questionário estruturado, de uma adaptação do modelo Servqual, a 200 usuários dos serviços de auto-atendimento dos bancos, neste trabalho denominados de K e Z. Verificou-se que, em agência bancária onde há a possibilidade de usuários do auto-atendimento serem, em grande parte, não-correntistas do banco, a avaliação geral da qualidade dos serviços de auto-atendimento tende a obter desempenho inferior. Assim, apesar dos serviços de auto-atendimento representarem parcela significativa do movimento das agências bancárias tradicionais, em tempos atuais, e apesar de todo o desenvolvimento tecnológico à disposição dos bancos e de seus clientes, verifica-se que ainda existem problemas relacionados à necessidade de funcionários de contato para atender aos clientes e educá-los para uso dos serviços de auto-atendimento. Palavras-chave: Serviços, Bancos, Servqual ABSTRACT This work was developed with the service users self-service banking offices in the two public banks in the city of Paranaiba, Mato Grosso do Sul, and aims to understand the assessment of the quality of self-service in both agencies and also understand the impact of non-account holders on the evaluation of the quality of banking services. How we dealt with theoretical issues related to marketing services and strategies that are appropriate to the relationship of organizations with service consumers. We applied a structured questionnaire, an adaptation of SERVQUAL model, the 200 service users self-service banks, called this work and Z. K It was found that in the bank branch where there is the possibility of self-service users are largely non-bank depositors, the general assessment of the quality of self-service tends to get worse performance. Thus, despite self-care services represent a significant portion of the movement of traditional bank branches in recent times, and despite all the technological development available to banks and their customers, it appears that there are still problems related to the need for contact employees to serve customers and educate them to use the services of selfservice. Keywords: Services, Banks, Servqual 1 INTRODUÇÃO Há algumas décadas, o setor de serviços tem ocupado lugar de destaque na economia de países desenvolvidos e mesmo nos países em desenvolvimento. Segundo Grönroos (2003, p.11) que “o mundo ocidental vem experimentando uma economia pós-industrial baseada em serviços por mais de duas décadas”. De acordo com Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005), o percentual de empregos no setor de serviços em nações industrializadas cresce ao longo dos anos e nos Estados Unidos o setor de serviços é responsável por mais de 80% da totalidade dos empregos. Para Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005), a economia americana deixou de ser considerada uma sociedade industrial e passou para uma sociedade pós-industrial ou de serviços. A crescente importância do setor de serviços na economia, ao menos no Brasil, não tem sido acompanhada, necessariamente, da melhoria da qualidade dos serviços prestados aos consumidores. Apesar do grande número de trabalhos desenvolvidos sobre a qualidade dos serviços, verifica-se que ainda há espaço para investigações que procurem compreender adequadamente os elementos que norteiam essa avaliação. Assim, este trabalho foi desenvolvido junto aos clientes/usuários dos serviços de autoatendimento em agências bancárias de dois bancos públicos instalados na cidade de Paranaíba, interior do Estado de Mato Grosso do Sul. Como proposta de investigação, este trabalho propõe-se a compreender a avaliação geral da qualidade dos serviços nas duas agências bancárias e também compreender o impacto do cliente não-correntista sobre a avaliação da qualidade dos serviços. De modo geral, as dimensões empatia e sensibilidade sofreram as avaliações mais negativas, evidenciando problemas quanto à localização dos postos de auto-atendimento e à necessidade de funcionários para auxiliarem os clientes com dificuldades de uso dos serviços de auto-atendimento. Por fim, o trabalho apresenta o impacto do cliente não-correntista sobre a avaliação da qualidade do serviço de auto-atendimento de um dos bancos estudados. 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Qualidade de serviços A crescente importância do setor de serviços não impede que o mesmo ainda seja tratado sem o devido cuidado, sendo muitas vezes incompreendido em suas características essenciais. Assim, uma definição de serviços faz-se necessária. De acordo com Grönroos apud Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005, p.30), temos que Serviço é uma atividade ou uma série de atividades de natureza mais ou menos intangível que normalmente, mas não necessariamente, ocorre em interações entre consumidores e empregados de serviços e/ou recursos físicos ou bens e/ou sistemas do fornecedor do serviço, que são oferecidos como soluções para os problemas do consumidor. Por sua vez Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) corroboram e complementam, afirmando que os serviços são criados e consumidos ao mesmo tempo, o que impede sua estocagem e por isso são mercadorias perecíveis, são idéias e conceitos, ou seja, são intangíveis, e a prestação de serviço a cada cliente é diferenciada. Nesse contexto, a preocupação e o desenvolvimento da qualidade em serviços torna-se fator central nas economias. Segundo Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005), nos dias atuais as pessoas estão em busca de qualidade no serviço e praticidade. De acordo com Lovelock; Wright (2002) a qualidade do serviço prestado está vinculada à satisfação do cliente. Para esses autores, a satisfação é definida como a relação entre Serviço Percebido e Serviço Esperado. Já Bateson; Hoffman (2001) buscam estabelecer uma diferença entre qualidade do serviço e satisfação, afirmando que satisfação é uma medida de curto prazo e relacionada a uma transação específica e, por outro lado, a qualidade do serviço é uma atitude formada por uma avaliação geral da performance no longo prazo. Para estes autores os dois conceitos estão interligados e não está clara a sua relação. Segundo Hoffman; Bateson; Ikeda; Campomar (2009, p. 374) “uma explicação plausível é que a satisfação atualiza nos clientes suas percepções da qualidade do serviço”, o que se explica pelos seguintes pontos: 1. O cliente percebe a qualidade do serviço de uma empresa, com a qual ele não tem experiência anterior, com base nas próprias expectativas; 2. Nos encontros subsequentes com a empresa, por meio do processo de desconfirmação de expectativas, o cliente atualiza as percepções da qualidade do serviço; 3. Cada encontro adicional revisa ou reforça as percepções da qualidade de serviço; 4. Percepções revisadas da qualidade do serviço modificam as intenções futuras de compra (HOFFMAN et al 2009, p. 374). Lovelock; Wright (2002) consideram a satisfação do cliente com a qualidade do serviço um indiscutível passo para a conquista da lealdade, mas ressaltam que a mera satisfação é insuficiente. Eles afirmam que quando a entrega do serviço é avaliada pelo cliente como superior a sua expectativa, a satisfação do cliente é alcançada. Para eles, um cliente marginalmente satisfeito pode ser facilmente atraído pela concorrência, ao passo que o cliente completamente satisfeito apresentaria maior disposição à lealdade. Os Benefícios da Satisfação do Cliente e da Qualidade do Serviço são apresentados por Lovelock; Wright (2002) nos seguintes pontos: • Isola os clientes da concorrência; • Cria vantagem competitiva sustentável; • Reduz os custos de falhas; • Reduz os custos de atração de novos clientes; • Promove o boca-a-boca positivo; • Encoraja a clientela à lealdade. Dessa forma, o marketing de relacionamento apresenta-se como estratégia capaz de conferir às organizações de serviços o direcionamento necessário às suas atividades para que elementos como a satisfação e a qualidade dos serviços sejam tratados de forma a lhes conferir alguma vantagem competitiva. Ao diferenciar as estratégias de marketing como, marketing de relacionamento e marketing de transação específica, Mattila (2001) apresenta-nos forte motivação para investimentos nos relacionamentos. Segundo a autora, o marketing de transação específica objetiva atrair novos consumidores, já os investimentos realizados por uma empresa em marketing de relacionamento visa reter os clientes mais lucrativos através da satisfação de suas necessidades individuais. Recorrendo a Dwyer; Schur; Oh (1987) verifica-se que os fundamentos do marketing tiveram por base as trocas transacionais, cuja lógica era construída considerando a dualidade: dinheiro de um lado e commodities de outro. Morgan; Hunt (1994) alertam que para entender-se o marketing de relacionamento precisam-se entender os conceitos de trocas relacionais e trocas transacionais, “entendendo-se que essa distinção constitui um ponto crítico para a compreensão da natureza e da conseqüente relevância do marketing de relacionamento” (CORTIMIGLIA, 2003). As trocas transacionais são marcadas por um caráter momentâneo, de curta duração e possivelmente sem repetição, não envolvendo elementos de natureza relacional e apresentam comunicação e conteúdo limitados (DWYER; SCHURR; OH, 1987; MORGAN; HUNT, 1994). Por outro lado, as trocas relacionais abrangem mais do que a simples compra e venda de um produto, envolvem planejamento, confiança e suposições. Mais que isso, preocupações constantes nesse tipo de troca envolvem noções de continuidade, solidariedade, cooperação e satisfação de ambas as partes, com benefícios econômicos e não-econômicos (Macneil apud DWYER; SCHURR; OH, 1987, p.12). Corroborando com esses autores, Morgan e Hunt (1994) definem que as trocas relacionais são caracterizadas por longa duração e por um processo de continuidade e repetição na ação. Alguns autores ressaltam a importância dos relacionamentos com outros atores do marketing que se encontram envolvidos com a criação de valor para o cliente, tais como fornecedores, concorrentes, distribuidores e funcionários (GANESAN, 1994; SHETH; PARVATIYAR, 1995). Nesse contexto, para Gronröos (2003) o marketing de relacionamento é um processo de identificação de clientes potenciais a fim de se estabelecer e manter um relacionamento, proporcionando um aumento dos negócios realizados e da propaganda boca-a-boca. Morgan; Hunt (1994, p.22) o definem como “o conjunto de atividades de marketing direcionadas ao estabelecimento, desenvolvimento e manutenção de trocas relacionais bem sucedidas”. Henning; Thurau; Gwinner; Gremler (2002) propõem que marketing de relacionamento é uma estratégia que busca, ao invés da aquisição de novos clientes, a manutenção e melhoria do relacionamento com os clientes já existentes. Acredita-se que uma vantagem competitiva sustentável pode ser criada através de relacionamentos de longo prazo com parceiros e clientes. Tal vantagem competitiva decorre, possivelmente, da criação de barreiras à mudança, por afastar a empresa da competição por preços, tornando os clientes, por conseqüência, fiéis aos seus produtos e serviços (DWYER; SCHURR; OH, 1987). Vale ressaltar, entretanto, que o marketing de relacionamento não é considerado apropriado a todo o universo empresarial, nem para todos os clientes. A organização, que optar pelo marketing de relacionamento deverá identificar os clientes certos para investir em trocas relacionais, sendo estes aqueles capazes de proporcionar maior rentabilidade à empresa a médio e longo prazo (REICHHELD, 1996). Lembrando que, nesses casos, como ressalta Grönroos (2003), os clientes demandam uma oferta muito mais holística, não observando somente produtos e serviços, valendo, de fato, a habilidade da empresa em gerenciar os elementos adicionais da oferta melhor do que seus concorrentes. Para Grönroos (1994), a estratégia de marketing adequada a cada empresa pode ser definida de acordo com o tipo de produto ou serviço que ela oferece ao consumidor final, sendo que para determinados casos e perfis de consumidores o marketing transacional será mais adequado. O desenvolvimento de relacionamentos sólidos com os clientes é especialmente importante para o setor de serviços, dado o foco interpessoal característico do setor, afirmam Gwinner; Gremler; Bitner (1998). Segundo Reichheld (1996), três características básicas devem ser apresentadas na identificação desse tipo de cliente: clientes previsíveis e leais, que têm preferência a relacionamentos estáveis e duradouros; clientes mais rentáveis, que gastam mais, pagam as contas e demandam menos serviços; e clientes com percepção de valor ampliada dos seus produtos e serviços em relação à concorrência. O foco deve estar em “obter o cliente certo, e não apenas um grande número de clientes” (REICHHELD, 1996, p.74). Grönroos (1993) afirma que o consumidor, durante a compra, avalia a capacidade da empresa de satisfazer suas necessidades e cuidar de seus problemas com qualidade adequada ou desejada e, baseado nesta avaliação, o cliente definirá o tipo de relacionamento que estabelecerá com a empresa em questão. Entretanto, nem sempre o consumidor tem interesse em manter relacionamentos duradouros. Em muitas situações, os consumidores querem apenas realizar as chamadas trocas discretas, adquirindo um produto ou serviço sem manutenção de relacionamentos, a preços competitivos e com sua liberdade de optar por trocar de fornecedor quando lhe convier (REICHHELD, 1996). Assim, as empresas devem valer-se de ambas as estratégias de relacionamento com os clientes, ou seja, o Marketing Relacional e Transacional. Isto é o que propõem Garbarino e Johnson (1999), pois acreditam que nem todos os consumidores estão direcionados à manutenção de relacionamentos duradouros. 2.2 Medindo a Qualidade do Serviço De acordo com Hoffman et al (2009) as medições da satisfação do cliente e da qualidade do serviço são conceitos com diferenças sutis, apesar dos seus resultados serem frutos da comparação entre percepções e expectativas. Segundo Hoffman et al (2009, p.383) “a satisfação compara as percepções do cliente ao que ele normalmente esperaria, a qualidade do serviço compara as percepções ao que o cliente deveria esperar de uma empresa que presta serviços de alta qualidade”. Na conjectura apresentada por Berry; Parasuraman (1995), as expectativas do cliente relacionadas à qualidade do serviço variam entre os níveis adequado e desejado. Para os autores, a percepção da qualidade é a lacuna existente entre esses níveis e propõem: a Medida de Adequação de Serviço (MAS) – a lacuna entre serviço percebido e adequado e a Medida de Superioridade de Serviço (MSS) – a lacuna entre serviço percebido e desejado. As medidas propostas determinarão a posição competitiva de uma organização, a vantagem ou desvantagem competitiva, em relação à qualidade do serviço, em função das expectativas do cliente (BERRY; PARASURAMAN, 1995). Para os autores, a desvantagem competitiva surge quando o desempenho do serviço cai abaixo do nível adequado, considerado o nível mínimo para a oferta de um serviço. Dessa forma, Berry; Parasuraman (1995) concluem que a qualidade do serviço só servirá de vantagem competitiva quando o desempenho estiver acima do nível adequado. Os autores vão além e afirmam que somente superando os níveis de serviço adequado e desejado é que as organizações conquistarão a verdadeira lealdade do cliente, situação em que os clientes não estarão vulneráveis às ofertas da concorrência. Biscola; Lima Filho (2006), ao citarem Parasuraman; Zeithaml; Berry (1985), afirmam que há uma série de fatores capaz de comprometer o nível de serviços de uma empresa, que resulta da diferença entre o que as empresas oferecem e o que seus consumidores têm como expectativas, resultando em lacunas ou gaps, assim classificados: Gap 1: Lacuna entre a expectativa do cliente e a percepção da gerência sobre essas expectativas. Gap 2: Lacuna entre as percepções da gerência e os padrões de qualidade. Gap 3: Lacuna entre os padrões de qualidade e os serviços efetivamente prestados. Gap 4: Lacuna entre promessas anunciadas e o que realmente é oferecido. Gap 5: Resulta das outras quatro lacunas e é a diferença entre as expectativas dos consumidores e a percepção da qualidade dos serviços oferecidos. (BISCOLA; LIMA FILHO, 2006, p.51). A escala referente ao GAP5, apresentada por Parasuraman; Berry; Zeithaml (1990) apud Biscola; Lima Filho (2006), é composta por cinco dimensões: a) tangíveis; b) confiabilidade; c) sensibilidade; d) segurança; e) empatia. Assim, para atingir aos objetivos deste trabalho, esta lacuna será utilizada para avaliar a qualidade dos serviços de autoatendimento em agências bancárias de dois bancos públicos instalados na cidade Paranaíba (MS). 3 METODOLOGIA Com vistas a atingirem-se os objetivos definidos para a pesquisa, realizou-se uma pesquisa do tipo descritiva. De acordo com Malhotra (2001, p.108) “o principal objetivo da pesquisa descritiva é descrever alguma coisa – normalmente características ou funções de mercado”. Para esse mesmo autor, esse tipo de pesquisa é realizado pelas seguintes razões, 1. descrever as características de grupos relevantes[...]; 2. estimar a porcentagem de unidades numa população específica que exibe um determinado comportamento [...]; 3. determinar as percepções de características de produtos [...]; 4. determinar o grau até o qual as variáveis de marketing estão associadas [...]; e, 5. fazer previsões específicas (Malhotra, 2011 p. 108). Para Malhotra (2001), a pesquisa descritiva é formal e estruturada e a análise dos dados resultantes é feita quantitativamente. Antes da fase descritiva, houve a etapa de preparação, na qual foi realizada a adaptação do instrumento da pesquisa, tendo como base o trabalho de Biscola; Lima Filho (2006). Feita a adaptação, ainda na etapa de preparação, aplicou-se um pré-teste. Na fase descritiva, foi realizado um levantamento de corte transversal único (MALHOTRA, 2001), com clientes de dois bancos distintos, de duas agências bancárias da cidade de Paranaíba (MS), bem como a preparação e tabulação dos dados para análise. Assim como o trabalho de Biscola; Lima Filho (2006), este trabalho limitou-se a avaliar a qualidade dos serviços de auto-atendimento nas agências bancárias em que o levantamento de dados foi realizado. Para tal, foi utilizado o modelo Servqual proposto por Parasuramam; Zeithaml; Berry (1988) apud Biscola; Lima Filho (2006). Assim, O modelo final adaptado ficou composto por dez questões (variáveis) agrupadas em cinco dimensões, mensuradas por meio da escala Lickert de intervalos, variando de 1 (serviço sem importância) a 5 (serviço extremamente importante), para expectativas, e de 1 (serviço péssimo) a 5 (serviço excelente) para percepção. Essa escala informa a posição e quanto as pessoas, objetos ou fatos estão distantes entre si, em relação a determinada característica (BISCOLA; LIMA FILHO, 2006, p. 52). Na análise dos dados foram utilizadas estatísticas descritivas para descrever as características da amostra. Foram calculadas as diferenças entre Expectativas e Percepções dos clientes em relação às variáveis da pesquisa e calculadas as médias para cada dimensão do Servqual. Na sequência, foram identificados os perfis dos clientes de cada banco separadamente. Por fim, foi realizado teste qui-quadrado para verificar a associação entre variáveis categóricas, com o objetivo de verificar a relação, para cada banco separadamente, entre Tipo de Ciente (correntista e não-correntista) e o Uso (pessoal ou empresarial) que ele faz do banco. 4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 4.1 Caracterização da Amostra Nesta seção, serão apresentados e analisados os resultados do levantamento de dados feitos por meio de um questionário estruturado, aplicado a 200 pessoas que utilizaram os serviços de auto-atendimento de dois bancos, de controle público, instalados na cidade de Paranaíba (MS). A Tabela 1 apresenta a caracterização da amostra. Verifica-se que o Gênero Feminino corresponde a 53% da amostra. Foram entrevistados, para cada banco, 100 pessoas. Em relação à faixa etária, verifica-se que a maior parte dos entrevistados encontra-se na faixa etária de 16 a 25 anos de idade. Se consideradas as duas primeiras faixas etárias, verifica-se que 65% dos entrevistados têm idade de até 35 anos. Ainda de acordo com a Tabela 1, verifica-se que 54% dos clientes que utilizaram o serviço de auto-atendimento dos bancos eram correntistas e 46% dos clientes eram nãocorrentistas dos bancos em que a pesquisa foi aplicada. Em relação ao serviço procurado, verifica-se que 59% dos entrevistados utilizaram o auto-atendimento dos bancos para uso pessoal e 41% utilizaram o serviço para fins empresariais. Tabela 1 - Caracterização da Amostra Gênero dos entrevistados Gênero Frequência Percentual Masculino 94 47% Feminino 106 53% Total 200 100% Faixa etária dos entrevistados Faixa Etária Frequência Percentual 16 a 25 anos 81 40,50% 26 a 35 anos 49 24,50% 36 a 45 anos 36 18% 46 a 55 anos 19 9,50% 56 a 65 anos 13 6,50% 66 anos ou mais 2 1% Total 200 100 Banco Banco K Banco Z Total Banco dos entrevistados Frequência Percentual 100 50% 100 50% 200 100% Relação com o banco Tipo de Cliente Frequência Percentual Correntista 108 54% Não Correntista 92 46% Total 200 100% Característica do serviço procurado Uso Frequência Percentual Pessoal 118 59% Empresarial 82 41% Total 200 100 Fonte: Elaborado pelos autores 4.2 Avaliação da qualidade dos serviços de auto-atendimento bancário Por meio da Tabela 2, são apresentados os resultados da avaliação da qualidade dos serviços de auto-atendimento prestados pelos Bancos X e Z, na visão dos seus usuários. Os resultados médios da Expectativa e da Percepção de cada variável são apresentados ao lado do respectivo desvio padrão. Além disso, a Diferença entre Percepção e Expectativa de cada variável é apresentada. Também são descritos os valores médios de cada dimensão e sua diferença entre as médias de Percepção e Expectativa. Verifica-se, por meio da Tabela 2, que a Dimensão dos Tangíveis, comparada às outras dimensões, apresentou a menor diferença media (-0,97) entre percepção e expectativa dos clientes em relação às variáveis que a compõem. Assim, parece, na avaliação geral da qualidade dos serviços, os clientes têm Expectativas mais baixas em relação aos aspectos tangíveis que compuseram o instrumento da pesquisa, o que resultou numa falha de serviço mais baixa nessa dimensão. Por outro lado, a Dimensão da Empatia apresentou a maior diferença média entre Percepção e Expectativa dos clientes (-1,785) em relação às variáveis que a compõem. Além de uma alta Expectativa média (4,34), a maior dentre todas as dimensões do modelo, em relação às variáveis que compõem a dimensão Empatia, a Percepção média foi a mais baixa (2,555) dentre todas as dimensões do modelo. Tabela 2 - Resultados das Dimensões e suas variáveis do Modelo SERVQUAL Percepção (P) Confiabilidade Tangíveis Dimensões e suas variáveis Q1 - Funcionários devem ter crachá de identificação, uniformes limpos e padronizados Q2 - Bancos devem disponibilizar folders e menus explicativos nos caixas automáticos Média da Dimensão Tangíveis Q3 - Os caixas automáticos devem estar sempre em funcionamento nos horários prometidos Q4 - As operações realizadas no caixa automático devem oferecer a mesma confiança das realizadas no caixa padrão Média Sensibilidade Segurança Desvio Média Desvio Padrão Padrão -(E – P) -(E-P)/E Diferença Diferença % 2,72 1,08 3,51 1,31 -0,79 -22,40% 2,73 1,1 2,725 3,88 1,14 3,695 -1,16 -29,77% -0,97 2,77 1,14 3,97 1,02 -1,2 -30,14% 2,90 1,19 4,02 1,09 -1,12 -27,90% Média da Dimensão Confiabilidade 2,835 3,995 -1,16 Q5 - Funcionários devem estar dispostos e disponíveis para atender prontamente aos clientes e suas reclamações 2,76 Média da Dimensão Sensibilidade Q6 - O comportamento dos funcionários deve inspirar confiança nos clientes Q7 - Funcionários devem ter conhecimento para solucionar todos os problemas dos clientes Q8 - Funcionários devem ser agradáveis, simpáticos, gentis e educados com os clientes Média da Dimensão Segurança Q9 - Os horários de atendimento dos caixas eletrônicos devem ser convenientes para os clientes Q10 - Os caixas automáticos devem estar presentes em locais que facilitem o acesso para os clientes (shopping, postos de combustível, supermercados) Média da Dimensão Empatia Fonte: Elaborado pelos autores Empatia Expectativa (E) 1,18 4,17 2,76 1,04 -1,41 4,17 -33,85% -1,41 2,66 1,14 4,17 0,99 -1,51 -36,21% 2,75 1,05 4,22 1,11 -1,47 -34,76% 2,93 1,21 4,15 1,08 -1,22 -29,43% 2,78 4,18 -1,4 2,8 1,09 4,22 1,04 -1,43 -33,77% 2,31 1,14 2,555 4,46 0,91 4,34 -2,16 -48,32% -1,785 Dessa forma, não apenas a Expectativa dos clientes em relação à conveniência do horário de atendimento, localização e facilidade do acesso aos serviços de auto-atendimento é elevada como a Percepção em relação a esses aspectos é muito baixa, representando a maior lacuna da qualidade dos serviços no contexto desta pesquisa. De acordo com Mathe; Dagi (1996) apud Biscola; Lima Filho (2006), a tecnologia, em si, não oferece a solução. O que ficou evidente quanto à avaliação da dimensão Empatia. O segundo pior resultado foi verificado na Dimensão Sensibilidade, cuja diferença entre Percepção e Expectativa médias foi de -1,41, demonstrando que há problemas quanto à disposição e disponibilidade dos funcionários para atender aos clientes do auto-atendimento em suas reclamações. Com isso, apesar do auto-atendimento ser caracterizado como um serviço de baixo contato com o prestador de serviços, o cliente bancário avalia de forma negativa a indisponibilidade ou indisposição dos funcionários de contato para auxílio em suas reclamações. Outra possível causa dessa avaliação negativa pode estar relacionada à fragilidade do treinamento oferecido pelos bancos aos clientes para o uso dos serviços do auto-atendimento. Segundo Biscola; Lima Filho (2006), a dimensão sensibilidade não tem recebido a importância que deve, uma vez que está demonstrado que os clientes percebem não terem suas reclamações bem atendidas. 4.3 Características distintivas entre o perfil dos clientes de cada banco Visando identificar características que possam evidenciar diferenças relevantes no perfil dos clientes de cada banco, serão apresentados, nas Tabelas 3 e 4, algumas das características das amostras separadas por banco. Tabela 3 - Relação com o Banco Banco K Tipo de Cliente Frequência Percentual Correntista 67,00 67,00% Não Correntista 33,00 33,00% 100,00% Total 100,00 Fonte: Elaborado pelos autores Banco Z Frequência Percentual 41,00 41,00% 59,00 59,00% 100,00% 100,00 A Tabela 3 apresenta características diferentes entre o perfil dos clientes de cada um dos dois bancos. O Banco K apresentou 67% dos clientes que utilizaram o auto-atendimento como sendo correntistas do banco. Por sua vez, no Banco Z, esse percentual foi de apenas 41% dos usuários do serviço de auto-atendimento, sendo que a maioria dos usuários do autoatendimento (59%) foi composta por não-correntistas. Em relação às características do serviço procurado em cada um dos bancos, verificase, por meio da Tabela 4, que para o Banco K a maioria dos clientes (54%) utilizou o autoatendimento para fins pessoais, enquanto 46% utilizaram para fins empresariais. Por sua vez, 64% dos usuários do auto-atendimento do Banco Z utilizaram o serviço para fins pessoais, enquanto a minoria, 36%, utilizou para fins empresariais. Tabela 4 - Característica do serviço procurado Banco K Uso Frequência Percentual Pessoal 54,00 54,00% Empresarial 46,00 46,00% 100,00% Total 100,00 Fonte: Elaborado pelos autores Banco Z Frequência Percentual 64,00 64,00% 36,00 36,00% 100,00 100,00% Diante desse cenário, em que aparentemente há uma diferença quantos aos fins de utilização do auto-atendimento dentre os bancos, realizou-se um teste Qui-quadrado para verificar a existência ou não da relação entre as variáveis Tipo de Cliente e Uso que ele faz do serviço de auto atendimento do banco. O teste Qui-quadrado foi realizado separadamente para cada banco. 4.4 Análise do Teste Qui-quadrado e as Implicações sobre a Qualidade dos Serviços Segundo Field (2009, p.614), o “teste qui-quadrado de Pearson examina se existe uma associação entre variáveis categóricas. [...]A estatística qui-quadrado testa se as duas variáveis são dependentes. Se o valor de significância é pequeno o suficiente (<0,05), [...]aceitamos a hipótese de que elas estão[...] relacionadas.” Tabela 5 - Cruzamento de Dados (Tipo de Cliente e Uso que ele faz do Banco K) Tipo de Cliente Correntista Não Correntista Observado Esperado Observado Esperado Total Fonte: Elaborado pelos autores Uso Pessoal Empresarial 52,00 15,00 36,18 30,82 2,00 31,00 17,82 15,18 54,00 46,00 Total 67,00 67,00 33,00 33,00 100,00 Tabela 6 - Teste Qui-Quadrado (Cliente versus Uso) do Banco K Testes Qui-quadradoc Valor Graus de Liberdade Significância Assintótica b Qui-Quadrado de Pearson 45,57 1,00 0,00 Correção de continuidadea 42,73 1,00 0,00 Razão de verossimilhança 51,64 1,00 0,00 Linear-by-Linear Association 45,11 1,00 0,00 N Casos Válidos 100,00 Fonte: Elaborado pelos autores a. Calculado somente para tabelas 2x2 b. 0 células (,0%) tem dados esperados menores que 5. O menor valor esperado é 15,18. c. BANCO = Banco K O teste Qui-quadrado de Pearson para o Banco K (Tabela 6) apresentou valor de 45,57, sendo sua significância altamente relevante (p<0,001). Assim, verifica-se que existe uma relação entre as variáveis Uso (pessoal ou empresarial) e o Tipo de Cliente que utilizou o serviço de auto-atendimento do banco (correntista e não-correntista). Pode-se dizer, desta maneira, que o usuário do Banco K não-correntista, em geral, é aquele que está a serviço de uma empresa. Por outro lado, o correntista utiliza o auto-atendimento para fins pessoais. Conforme por ser observado na Tabela 5, de 67 correntistas que utilizaram o autoatendimento do Banco K, apenas 15 o fizeram com fins empresariais. Por sua vez, os Nãocorrentistas, de um total de 33 usuários, apenas 2 utilizaram o auto-atendimento para fins pessoais e 31 para fins empresariais. Dessa forma, para o Banco K, o cliente não-correntista utiliza o auto-atendimento do banco a serviço de alguma empresa. O teste Qui-quadrado de Pearson para o Banco Z (Tabela 8) apresentou valor de 0,56, sendo sua significância irrelevante (p>0,05). Dessa forma, verifica-se que não existe uma relação entre as variáveis Uso (pessoal ou empresarial) e o Tipo de Cliente que utilizou o serviço de auto-atendimento do banco (correntista e não-correntista). Pode-se dizer, desta maneira, que o Banco Z é utilizado por usuários não-correntistas tanto para fins pessoais, quanto para fins empresariais, diferentemente do que ocorre com o Banco K. Verifica-se, por meio da Tabela 7, que do total de 59 usuários do auto-atendimento caracterizados como nãocorrentistas do Banco Z, a maioria (36 clientes) utilizou o serviço para fins pessoais e a minoria (23 clientes) utilizou a serviço de alguma empresa. Todavia, ressalta-se que o teste não indicou qualquer relação entre as variáveis. Dessa forma, por meio da Tabela 7, verifica-se que a maioria dos clientes nãocorrentistas do Banco K utilizaram o auto-atendimento quando estavam a serviço de alguma empresa. Por outro lado, os clientes não-correntistas do Banco Z utilizaram o autoatendimento para fins pessoais. Tabela 7 - Cruzamento de Dados (Tipo de Cliente e Uso que ele faz do Banco Z) Tipo de Cliente Correntista Não Correntista Observado Esperado Observado Esperado Total Fonte: Elaborado pelos autores Pessoal 28,00 26,24 36,00 37,76 64,00 Uso Empresarial 13,00 14,76 23,00 21,24 36,00 Total 41,00 41,00 59,00 59,00 100,00 Tabela 8 - Teste Qui-Quadrado (Cliente versus Uso) do Banco Z Testes Qui-quadradoc Valor Graus de Liberdade Significância Assintótica Qui-Quadrado de Pearson 0,56 1,00 0,46 a Correção de continuidade 0,28 1,00 0,59 Razão de verossimilhança 0,56 1,00 0,45 Linear-by-Linear Association 0,55 1,00 0,46 N Casos Válidos 100,00 Nota. Fonte: Elaborado pelos autores a. Calculado somente para tabelas 2x2 b. 0 células (,0%) tem dados esperados menores que 5. O menor valor esperado é 14,76. c. BANCO = Banco Z Diante dos resultados do teste Qui-quadrado, foi elaborado um gráfico (Figura 1) no qual são apresentadas as diferenças percentuais entre a Percepção e Expectativa dos clientes, separados por banco, para cada uma das dez variáveis que compuseram o instrumento da pesquisa. Como pode ser observado na Figura 1, em todas as variáveis da pesquisa, o Banco Z sofreu avaliação inferior às avaliações feitas para o Banco K. Sugere-se que o número maior de clientes não-correntistas utilizando o serviço de auto-atendimento do Banco Z tenha implicações negativas na avaliação geral da qualidade do serviço de auto-atendimento da agência bancária. Tanto é possível que o cliente nãocorrentista esteja menos treinado a utilizar o auto-atendimento, reduzindo assim seu nível geral de avaliação da qualidade dos serviços, como é possível que esse fato prejudique, de alguma forma, a avaliação da qualidade do serviço realizada por parte do cliente correntista. Todavia, estas são apenas conjecturas que não fazem parte dos objetivos deste trabalho, mas que podem sinalizar para a realização de trabalhos futuros. Resultados Gerais por Banco -70,00% -60,00% -50,00% -40,00% -30,00% -20,00% -10,00% 0,00% Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Banco K Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 Banco Z Figura 1 – Diferença Percentuais entre Expectativas e Percepções dos Clientes Fonte: Elaborado pelos autores. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Acredita-se que contribuição acadêmica tenha sido apresentada por este trabalho por considerar as diferenças na avaliação da qualidade de serviços na avaliação de usuários correntistas e não-correntistas de serviços de auto-atendimento em agências bancárias. Foi verificado que a maioria dos clientes não-correntistas do Banco K utilizaram o auto-atendimento quando estavam a serviço de alguma empresa. Por outro lado, os clientes não-correntistas do Banco Z utilizaram o auto-atendimento para fins pessoais. Verificou-se que, em agência bancária onde há a possibilidade de usuários do autoatendimento serem, em grande parte, não-correntistas do banco utilizando o serviço para fins pessoais, a avaliação geral da qualidade dos serviços de auto-atendimento tende a obter desempenho inferior. Diante disso, acredita-se que tanto é possível que o cliente não-correntista esteja menos treinado a utilizar o auto-atendimento, reduzindo assim seu nível geral de avaliação da qualidade dos serviços, como é possível que esse fato prejudique, de alguma forma, a avaliação da qualidade do serviço realizada por parte do cliente correntista. Todavia, estas são apenas conjecturas que não fazem parte dos objetivos deste trabalho, mas que podem sinalizar para a realização de trabalhos futuros. Em relação à avaliação da qualidade de serviços do auto-atendimento, considerada a amostra total, verificou-se que a Dimensão dos Tangíveis foi a que apresentou melhor resultado, não apenas em função de uma boa avaliação do serviço percebido, mas, principalmente, por apresentar uma baixa expectativa dos clientes quanto às variáveis que compõem a dimensão. Já a Dimensão Empatia apresentou a pior avaliação da qualidade dos serviços de auto-atendimento, demonstrando que não apenas a expectativa dos clientes em relação à conveniência do horário de atendimento, localização e facilidade do acesso aos serviços de auto-atendimento é elevada, como a percepção em relação a esses aspectos é muito baixa. Esses resultados são muito similares aos encontrados por Biscola; Lima Filho (2006) e apontam que, apesar de toda a tecnologia utilizada pelos bancos, os clientes bancários sentem dificuldade, em especial, quanto aos locais em que estão instalados os postos de autoatendimento. O segundo pior resultado foi verificado na Dimensão Sensibilidade, demonstrando que há problemas quanto à disposição e disponibilidade dos funcionários para atender aos clientes do auto-atendimento em suas reclamações. Com isso, apesar do auto-atendimento ser caracterizado como um serviço de baixo contato com o prestador de serviços, o cliente bancário avalia de forma negativa a indisponibilidade ou indisposição dos funcionários de contato para auxílio em suas reclamações. Esse resultado corrobora a afirmação de Biscola; Lima Filho (2006) de que a dimensão sensibilidade não tem sido tratada com importância pelos bancos. Assim, apesar dos serviços de auto-atendimento representarem parcela significativa do movimento das agências bancárias tradicionais em tempos atuais e apesar de todo o desenvolvimento tecnológico à disposição dos bancos e de seus clientes, verifica-se que ainda existem problemas relacionados à necessidade de funcionários de contato para atender aos clientes e educá-los para uso dos serviços de auto-atendimento. Para trabalhos futuros, sugere-se a realização de estudos longitudinais que avaliem a evolução da qualidade dos serviços de auto-atendimento ao longo do tempo, uma vez que, como limitação, este trabalho realizou apenas um levantamento de corte transversal. 6 REFERÊNCIAS BATESON, J., HOFFMAN, D. Marketing de serviços. Porto Alegre: Editora Bookman, 2001. 495 p. BERRY, L., PARASURAMAN, A. Serviços de marketing : competindo através da qualidade. São Paulo: Editora Maltese, 1995. 238 p. BISCOLA, P.H.N., LIMA FILHO, D.O. 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