projeto de incluso do tratamento do h

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MACEIÓ
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE MACEIÓ
DIRETORIA DE ATENÇÃO À SAÚDE
COORDENAÇÃO DE FARMÁCIA E BIOQUÍMICA
INCLUSÃO DO TRATAMENTO DO HELICOBACTER
PYLORI NA REDE MUNICIPAL DE SAÚDE DE
MACEIÓ-AL
CLÁUDIA CRISTINA NÓBREGA DE FARIAS AIRES
NAIR FERNANDA GUIMARÃES CAVALCANTE
PAULO ANDERSON SILVA GOMES
ORIENTAÇÃO: VÂNIA MARIA BARROS DOS SANTOS
Assistente Social – Esp. em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde
Técnica em Planejamento/SMS
MACEIÓ/AL
2007
4
PREFEITURA MUNICIPAL DE MACEIÓ
JOSÉ CÍCERO SOARES DE ALMEIDA
Prefeito
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE MACEIÓ
THÉO FORTES SILVEIRA CAVALCANTE
Secretário
FRANCISCO CARLOS LINS DA SILVA
Secretário Adjunto
DIREÇÃO DE ATENÇÃO À SAÚDE
JOSEFA SILVANA DE ALMEIDA
Diretora
COORDENAÇÃO DE FARMÁCIA E BIOQUÍMICA
ELI CARLOS NUNES MACHADO
Coordenador
COLABORADORES:
HUMBERTO SANTOS JÚNIOR
Diretor Geral – PAM Salgadinho
ALEXANDRA AMÉLIA LUDUGERO
Diretora de Ações de Saúde – PAM Salgadinho
ALBA MARIA CALHEIROS DIAS
Diretora Administrativa – PAM Salgadinho
ALEXANDRE JOSÉ FALCÃO PEDROSA COSTA
Gastroenterologista – PAM Salgadinho
AMAURI CARVALHO VILAR
Complexo Regulador Assistencial – CORA
4
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................04
2. JUSTIFICATIVA.....................................................................................................06
3. OBJETIVOS............................................................................................................11
4. METODOLOGIA.....................................................................................................12
5. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO........................................................................14
6. RESULTADOS ESPERADOS................................................................................15
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................16
REFERÊNCIAS.............................................................................................................17
ANEXOS........................................................................................................................19
4
1. INTRODUÇÃO
O município de Maceió, segundo dados do IBGE de 2005, apresenta uma
população de aproximadamente 903.500 habitantes, os quais contam com 66 unidades de
saúde gerenciadas pela Secretaria Municipal de Saúde - SMS, atendendo grande parte dos
usuários que dependem do Sistema Único de Saúde - SUS (IBGE, 2005a).
O setor responsável pela Assistência Farmacêutica em Maceió, a Coordenação de
Farmácia e Bioquímica, com intuito de propiciar o tratamento mais apropriado e racional
de algumas enfermidades no âmbito do SUS e levando em consideração às necessidades
das especialidades clínicas do município, está realizando estudos para implantação de
novos projetos que beneficiem a população, os quais se tornaram possíveis devido à
aquisição de produtos através da modalidade de compra Registro de Preço, proporcionando
desta forma, uma economia nos recursos financeiros; assim, o primeiro projeto em
execução é o da inclusão do tratamento para a erradicação do Helicobacter pylori.
O H. pylori é um importante causador de diversas doenças gástricas e acomete
aproximadamente metade da população mundial (AGOSTINHO JR., 2003). Vários estudos
mostram que existe grande positividade para a bactéria em questão nos procedimentos
utilizados para sua identificação nos diversos serviços de saúde.
Alagoas, como a maioria dos estados do Nordeste, tem grande parte de seus
habitantes em condições precárias de vida (64,68 % da população é pobre, apenas 28,55%
dos indivíduos dispõem de serviço de esgoto) (IBGE, 2005b, 2005c). Fatores
socioeconômicos como estes influenciam na prevalência do microorganismo. A
promiscuidade, a falta de higiene e as condições sanitárias adversas também favorecem a
contaminação pela bactéria, sua perpetuação e transmissão.
Visando proporcionar o tratamento mais apropriado na erradicação do bacilo a
SMS-Maceió, a partir do mês de outubro de 2007 estará disponibilizando um dos esquemas
mais recomendados pelo II Consenso Brasileiro sobre Helicobacter pylori, de acordo com
os critérios de indicação para tratamento contidos no mesmo, pretende-se desta forma,
prevenir futuras complicações das doenças já estabelecidas, as quais acarretam, além de
maiores problemas ao paciente, mais gastos com internações hospitalares.
4
2. JUSTIFICATIVA
O Helicobacter pylori é um bacilo gram-negativo, com 4 a 6 flagelos unipolares, de
crescimento lento, microaerofílio, que possui como característica bioquímica fundamental
a síntese de grandes quantidades de urease, enzima que promove a hidrólise da uréia
(presente em condições fisiológicas no suco gástrico), levando à produção de amônia. A
bactéria tem como habitat natural a mucosa gástrica, principalmente o antro, pois possui
capacidade de criar um invólucro protetor à base de amônia, sobrevivendo à acidez e
colonizando essa região (BONAMIGO et. al., 1999; LADEIRA et. al., 2003).
A infecção pelo H. pylori, presente em cerca de 50% da população mundial, é
reconhecida como uma importante indutora da gastrite em seres humanos, como fator
essencial na patogenia da úlcera péptica (responsável por mais de 95% dos casos de úlcera
duodenal e 80% dos casos de úlcera gástrica), além de diferentes estudos indicarem que o
câncer gástrico está fortemente relacionado à presença desse agente etiológico
(BONAMIGO et. al., 1999; AGOSTINHO JR., 2003; FBG, 2003; LADEIRA et. al., 2003;
BRANDÃO, 2004; HOOGERWERF; PASRICHA, 2005; BROMBERG et. al., 2006;
JAIN et. al., 2007). Múltiplas evidências sugerem que esse microrganismo esteja também
envolvido na patogênese do linfoma MALT do estômago (BONAMIGO et. al., 1999;
AGOSTINHO JR., 2003; BRANDÃO, 2004; HOOGERWERF; PASRICHA, 2005;
BROMBERG et. al., 2006). É considerada ainda, a principal causa de úlcera péptica na
infância, pois, semelhantemente ao que ocorre com outros patógenos gastriintestinais, esta
faixa etária representa a fase de máxima suscetibilidade para a infecção (AGOSTINHO
JR., 2003; BITTENCOURT et. al., 2006).
Quanto aos fatores de risco que influenciam a prevalência e a transmissão do H.
pylori, foi relatado na literatura que a presença desse bacilo está associada à baixa
condição socioeconômica, aglomeração familiar, baixo nível educacional, baixas
condições de saneamento básico e fatores dietéticos (LADEIRA et. al., 2003;
BITTENCOURT et. al., 2006; BROMBERG et. al., 2006). Além disso, alguns autores
mencionam outras causas que podem ter participação no desenvolvimento dessa infecção
na mucosa gástrica, como sexo, idade, grupos sanguíneos, genótipos HLA e secreção ácida
4
(BONAMIGO et. al., 1999; AGOSTINHO JR., 2003; LADEIRA et. al., 2003;
BITTENCOURT et. al., 2006; BROMBERG et. al., 2006; JAIN et. al., 2007).
A transmissão do bacilo ocorre através da boca chegando até o estômago, pois a
bactéria não é invasiva, e, portanto, não pode chegar à mucosa gástrica por outra via
(BONAMIGO et. al., 1999; AGOSTINHO JR., 2003; LADEIRA et. al., 2003;
BITTENCOURT et. al., 2006). A água contaminada por matéria fecal constitui importante
fonte de infecção (LADEIRA et. al., 2003). Outra característica relevante é que não existe
participação de animais na cadeia de transmissão (BONAMIGO et. al., 1999).
A presença da bactéria é detectada através de várias técnicas de diagnóstico que
podem ser não-invasivas (teste respiratório da uréia e sorologia) e invasivas (através de
endoscopia digestiva alta pode ser realizado o histopatológico, a cultura, o teste rápido da
urease e a reação em cadeia da polimerase). O método invasivo de biopsia endoscópica é o
mais difundido na prática diária já que permite a obtenção de fragmentos de mucosa
gástrica para o diagnóstico direto da infecção e estudo histológico, além de servir como
parâmetro para indicação de tratamento do H. pylori (BONAMIGO et. al., 1999;
BITTENCOURT et. al., 2006).
Apesar dos estudos sobre as taxas de prevalência sorológica do H. pylori não
abrangerem faixa representativa, por terem sido elaborados em poucos estados brasileiros,
alguns autores enfatizam que em países em desenvolvimento como o Brasil, cerca de 70%
a 90% da população está infectada pela bactéria; já em países desenvolvidos a prevalência
é menor, situando-se entre 25% e 50% (BONAMIGO et. al., 1999; AGOSTINHO JR.,
2003;
LADEIRA
et.
al.,
2003;
BRANDÃO,
2004;
WANNMACHER,
2004;
BITTENCOURT et. al., 2006; BROMBERG et. al., 2006).
Com relação à incidência e à prevalência no estado de Alagoas não foram
encontrados nas fontes pesquisadas, dados estatísticos. No entanto, em documento enviado
a Direção de Ações de Saúde do Posto de Assistência Médica (PAM) Salgadinho, o
médico, gastroenterologista, Alexandre José Falcão Pedrosa Costa relatou um estudo
realizado no Setor de Endoscopia Digestiva do Hospital Universitário – UFAL, neste, dos
800 pacientes encaminhados para endoscopia, foi verificado que 512 pacientes (64%)
foram positivos para o H. pylori. Do total de infectados, 20% estavam dentro das
indicações formais para iniciar a farmacoterapia.
Para as úlceras associadas ao H. pylori, existem dois objetivos terapêuticos: a
cicatrização da úlcera e a erradicação do microorganismo (MCQUAID, 2005).
4
Antigamente um único fármaco era utilizado no tratamento contra o bacilo, com o
passar do tempo, vários esquemas foram montados a fim de proporcionar o mais adequado.
Apesar de não estar estabelecida a melhor terapêutica, segundo o último Consenso
Brasileiro sobre o H. pylori, o tratamento de primeira escolha é o que inclui um inibidor de
bomba de prótons (IBP) e dois antimicrobianos, sendo o esquema contendo Amoxicilina
1g e Claritromicina 500 mg, ambos utilizados duas vezes ao dia, o de maior indicação por
ter mostrado taxa de erradicação de 90%, simplificação na administração, redução de
efeitos indesejáveis, menor custo total e aumento de adesão ao tratamento
(CARVALHÃES et. al., [200_]; SILVA et. al., 2002b; BRANDÃO, 2004; LIMA, 2004;
WANNMACHER,
2004;
COELHO;
ZATERKA,
2005;
MCQUAID,
2005;
BITTENCOURT et. al., 2006).
Um estudo multicêntrico foi realizado nas regiões sul, centro-oeste e nordeste do
Brasil, inclusive, havendo a participação do estado de Alagoas. Foram comparadas três
formas de tratamento do H. pylori, concluindo-se que o mais propício para esta região seria
o que continha IBP + Claritromicina 500 mg + Amoxicilina 1g, 2 vezes ao dia, durante 7
dias, observaram-se índices de erradicação do bacilo de 76,5%. A reação adversa mais
comum foi alteração de paladar (referida por 24,5% dos pacientes), a qual é
freqüentemente observada com o uso de Claritromicina (CARVALHÃES et. al., [200_]).
Outro estudo demonstrou taxas por intenção de tratamento de 97% com esse mesmo
esquema (BELLELIS et. al., 2004).
Os IBPs são superiores a antagonistas H2, promovendo cura e prevenindo retorno
das úlceras gástricas, pois aqueles são os últimos mediadores da secreção de ácido
clorídrico nas células parietais do estômago, podendo reduzir a produção diária desse ácido
em 95% (BRASIL, 2002; WANNMACHER, 2004; HOOGERWERF; PASRICHA, 2005;
JAIN et. al., 2007). Aparentemente todos os representantes do grupo, quando
administrados por via oral, são igualmente eficazes, além disso, os IBPs aumentam a
eficácia do esquema de tratamento que contenha antibióticos dependentes do pH, tais como
a Amoxicilina e Claritromicina (BRASIL, 2002; BRANDÃO, 2004; HOOGERWERF;
PASRICHA, 2005).
Claritromicina inibe o metabolismo de omeprazol mediado pelo citocromo P450,
isoenzima CYP3A4, o que pode resultar em benefícios da terapia combinada entre os dois
fármacos para tratamento de infecção por Helicobacter pylori (BRASIL, 2002).
Apesar de em alguns países ser possível a utilização dos nitroimidazólicos
(Metronidazol ou Tinidazol) no combate ao H. pylori, estes compostos não são apropriados
4
para uso no Brasil, pois diversos estudos demonstram a resistência do bacilo a esses
fármacos (CARVALHÃES et. al., [200_]; BELLELIS et. al., 2004; COELHO;
ZATERKA, 2005). No entanto, em pacientes com hipersensibilidade às penicilinas o uso
do Metronidazol 500 mg, 3 vezes ao dia por substituição a Amoxicilina é uma alternativa
para o tratamento (MCQUAID, 2005). Foram observadas taxas de resistência de 45,5% ao
Metronidazol (BITTENCOURT et. al., 2006).
Com relação à Furazolidona, mesmo os tratamentos apresentando alta eficácia e
baixo custo, pesquisas evidenciam que cerca de 15% dos pacientes foram acometidos por
efeitos adversos graves (SILVA et. al., 2002b).
Estudos que utilizaram esquemas de tratamento contendo Azitromicina, apesar de
proporcionarem alta adesão e poucos efeitos adversos, ofereceram taxas inaceitáveis de
erradicação (cerca de 30 %) além de poderem comprometer a eficácia de outros
macrolídeos em tratamentos para erradicação subseqüentes (CARVALHÃES et. al.,
[200_]; SILVA et. al., 2002a; FROTA et. al., 2005; BITTENCOURT et. al., 2006).
O período de tratamento recomendado com o esquema tríplice, tem sido de 7, 10 ou
14 dias, sendo o de 7 dias, escolhido nos consensos europeu, asiático, canadense e
brasileiro (CARVALHÃES et. al., [200_]).
O controle de cura da infecção deve ser realizado no mínimo um mês após o final
do tratamento, preferencialmente dois a três meses (FBG, 2003; COELHO; ZATERKA,
2005).
Promovendo a erradicação da bactéria, rapidamente se obtém a melhora da
sintomatologia dolorosa, a cicatrização da cratera ulcerosa, a prevenção das recidivas e das
complicações, as quais além de diminuírem a qualidade de vida do usuário, oneram os
serviços públicos (FBG, 2003).
Quando a úlcera não é tratada, as complicações podem ocorrer em até 30% dos
pacientes e incluem a hemorragia digestiva alta (20%), a perfuração (6%) e a obstrução
piloro-duodenal (4%) (FBG, 2003; LIMA, 2004).
De acordo com o II Consenso Brasileiro sobre H. Pylori (2005), são indicações
para tratamento, usuários com teste de H. pylori positivo e a presença de uma das situações
descritas abaixo:
Úlcera gastroduodenal ativa ou cicatrizada;
Linfoma MALT de baixo grau;
Pós-cirurgia para câncer gástrico avançado, em pacientes submetidos à
gastrectomia parcial;
4
Pós-ressecção de câncer gástrico precoce (endoscópica ou cirúrgica);
Gastrite histológica intensa.
Outras situações:
Pacientes de risco para úlcera/complicações que utilizarão antiinflamatórios nãoesteroidais (AINEs);
Pacientes com história prévia de úlcera ou hemorragia digestiva alta (HDA) que
deverão usar AINEs inibidores específicos ou não da cicloxigenase-2 (COX-2);
Indivíduos de risco para câncer gástrico;
Pacientes de risco para úlcera ou complicações que deverão usar cronicamente
derivados do Ácido Acetil Salicílico (AAS), mesmo em doses baixas.
Estudos têm comprovado que, habitualmente, não é necessário prolongamento do
uso de anti-secretores após o final do tratamento para erradicação, porém, logo após
episódio de hemorragia digestiva ou cirurgia para úlcera perfurada, condições de potencial
gravidade, o uso de anti-secretores por quatro a oito semanas depois do tratamento de
erradicação visando à obtenção de cicatrização é recomendado (FBG, 2003; BRANDÃO,
2004).
Não se recomenda a realização do teste para confirmação da erradicação em
pacientes em uso de anti-secretores, especialmente os IBPs, ou antimicrobianos na semana
precedente ao exame, para se evitar a possibilidade de falso-negativos (FBG, 2003;
COELHO; ZATERKA, 2005).
A possibilidade de reinfecção após um tratamento bem sucedido é possível, porém
pouco freqüente, sendo estimada em 2% a 3% ao ano em estudos de acompanhamento em
longo prazo (FBG, 2003).
4
3. OBJETIVOS
3.1 - Objetivo geral
Implantar o tratamento contra o microorganismo Helicobacter pylori na Rede de
Saúde Pública do município de Maceió-AL, a partir de novembro do ano de 2007.
3.2 - Objetivos específicos
Estabelecer critérios de inclusão dos pacientes no tratamento para erradicação da
bactéria;
Socializar o projeto para a Rede SUS-Maceió, envolvendo a Diretoria de Atenção
a Saúde (DAS), o Complexo Regulador Assistencial (CORA) e a Direção de Ações
de Saúde do Posto de Assistência Médica (PAM) Salgadinho;
Informar os profissionais prescritores e farmacêuticos da Rede Municipal de
Saúde de Maceió sobre a infecção por esse microorganismo e seu tratamento;
Disponibilizar o Kit de fármacos padronizado aos usuários que se enquadram nos
critérios estabelecidos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS);
Avaliar a taxa de erradicação do bacilo nos pacientes com úlcera gástrica
submetidos ao esquema terapêutico disponibilizado após um ano do projeto
implantado;
4
4. METODOLOGIA
Os pacientes beneficiados com o tratamento serão provenientes de unidades básicas
de saúde, da Unidade PAM Salgadinho ou de unidades conveniadas ao Sistema Único de
Saúde-Maceió.
O usuário será cadastrado na Unidade PAM Salgadinho através do formulário
específico do projeto, preenchido pelo prescritor (ver anexo A), onde se destacam
indicações para erradicação da bactéria segundo o último Consenso Brasileiro sobre o
assunto, deverá também apresentar os documentos necessários * .
Depois do cadastramento, os pacientes receberão, além do tratamento, orientação
dos farmacêuticos de como utilizá-lo corretamente; e, no caso daqueles com úlcera
gástrica, será garantido ainda a requisição de exame para avaliação da cura da infecção
(sendo a nova endoscopia realizada após dois meses do término da farmacoterapia) e o
agendamento da consulta com gastroenterologista dessa unidade, o qual encaminhará a
esse serviço de farmácia e ao prescritor do tratamento, a contra-referência sobre a situação
do paciente através de documento específico (ver anexo B).
Após um ano de projeto implantado, será avaliado o índice de erradicação do H.
pylori naqueles portadores de úlcera gástrica anteriormente, o qual será calculado através
da relação entre o número de pacientes curados e o número de pacientes tratados
multiplicado por 100, obtendo-se esse valor em porcentagem. A avaliação do processo do
serviço ofertado a população será realizada continuamente.
Quando o usuário for alérgico à penilina, a Amoxicilina deverá ser substituída por
Metronidazol, disponível em nossa Relação Municipal de Medicamentos Essenciais
(REMUME).
*
Documentos necessários:
Cópia do comprovante de residência;
Cópia do cartão SUS - Maceió;
Cópia da carteira de Identidade;
Resultado do teste positivo para a presença de H. pylori;
Receituário da SMS-Maceió, com esquema terapêutico padronizado prescrito em duas vias pelos clínicos ou
gastroenterologistas das unidades de saúde do município de Maceió.
Os receituários das unidades conveniadas a SMS só serão aceitos, se preenchidos por especialista (gastroenterologista).
4
Nos outros casos em que o esquema terapêutico padronizado não puder ser
utilizado ou naqueles em que há necessidade de retratamento, essas particularidades
deverão ser encaminhadas à equipe técnica da Coordenação de Farmácia e Bioquímica
para avaliação.
4
5. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Meses
Jul/07
Ago/07
X
X
Set/07
Out/07
Nov/07
Dez/07
Jan/08
Fev/08
...
Set/08
Out/08
X
X
X
X
X
X
X
Atividade
Elaboração do Projeto
Divulgação a respeito do
Projeto
Implantação do Projeto
Avaliação do Projeto
Cálculo do índice de
erradicação do H. pylori e
avaliação do resultado
obtido
X
X
X
4
6. RESULTADOS ESPERADOS
Pretende-se com a implantação desse projeto obter índices de erradicação do H.
pylori em torno de 85 a 95%, valores satisfatórios para o esquema terapêutico que será
dispensado, atendendo grande parte da população SUS-Maceió, prevenindo assim,
complicações decorrentes da infecção por esse microorganismo.
4
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos com a implantação desse projeto, além de permitirem avaliar
se a farmacoterapia escolhida, é a mais apropriada para o município de Maceió,
disponibilizará um dos primeiros dados epidemiológicos sobre a prevalência do H. pylori
no estado de Alagoas, constituindo-se como um trabalho pioneiro no âmbito da Assistência
Farmacêutica desse estado.
4
REFERÊNCIAS
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Helicobacter pylori. Jornal de Pediatria, v.79, n.1, 2003.
BELLELIS, P. et. al. Eficácia do esquema tríplice na erradicação da Helicobacter pylori
em região urbana desenvolvida de São Paulo. São Paulo Medical Journal, São Paulo,
v.122, n.2, p. 73-75, mar./abr. 2004.
BITTENCOURT, P.F.S. et. al. Úlcera péptica gastroduodenal e infecção pelo Helicobacter
pylori na criança e adolescente. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, 82(5): 325-34, 2006.
BONAMIGO, R.R.; LEITE, C.S.M.; BAKOS, L. Estudo sobre a associação entre
Helicobacter pylori e urticária crônica idiopática. Revista Ass Med Brasil, 45 (1): 9-14,
1999.
BRANDÃO, A.B.M. Fármacos usados em úlcera péptica e doença do refluxo
gastroesofágico. In: FUCHS, F.D.; WANNMACHER, L.; FERREIRA M.B.C., eds.
Farmacologia Clínica: fundamentos da terapêutica racional. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2004. Cap. 59, p.788-800.
BRASIL. Ministério da Saúde. Fundamentos farmacológicos-clínicos dos
medicamentos de uso corrente. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública, 2002.
Disponível em: <www.opas.org.br> Acesso em: 14 mar. 2007.
BROMBERG, S.H. et. al. Infecção pelo Helicobacter pylori e sua correlação com os
sintomas dispépticos e evolução da gravidez. Revista Assoc Med Bras, 52 (5): 318-22,
2006.
CARVALHÃES, A. et. al. Comparação de três tratamentos para a erradicação do
Helicobacter pylori: Estudo Multicêntrico Brasileiro. [200_]. Disponível em:
<www.nucleohpylori.com.br>. Acesso em: 16 de jul. 2007.
COELHO, L.G.V.; ZATERKA, S. II Consenso Brasileiro sobre Helicobacter pylori. Arq.
Gastroenterol, v. 42, n. 2, p. 128-132, 2005.
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GASTROENTEROLOGIA - FBG. Projetos
Diretrizes: Úlcera Péptica. 2003, 12p.
FROTA, L.C. et. al. Erradicação de Helicobacter pylori com o uso de tetraciclina e
furazolidona versus amoxicilina e azitromicina em terapia tríplice com lansoprazol. Arq.
Gastroenterol., v. 42, n.2, p.111-115, abr./jun. 2005.
4
HOOGERWERF, W.A.; PASRICHA, P.J. Agentes usados para o controle da acidez
gástrica e no tratamento de úlceras pépticas e da doença do refluxo gastresofágico. In:
HARDMAN, J.G.; LIMBIRD, L.E. Goodman & Gilman – As Bases Farmacológicas da
Terapêutica. 10 ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2005. 1647p. Cap. 37, p.756-768.
IBGE/Censos demográficos, contagem populacional e projeções e estimativas
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<http://www.datasus.gov.br/idb>. Acesso em: 22 jul. 2007.
IBGE/Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD. % população pobre
segundo UF - Período: 2005b - Disponível em: <http://www.datasus.gov.br/idb>. Acesso
em: 22 jul. 2007.
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1991 e 2000. % serv esgoto segundo UF - Período: 2005c – Disponível em:
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JAIN, K. S. et. al. Recent advances in proton pump inhibitors and management of acidpeptic disorders. Bioorganic & Medicinal Chemistry 15 (2007) 1181–1205.
LADEIRA, M.S.P.; SALVADORI, D.M.F.; RODRIGUES, M.A.M. Biopatologia do
Helicobacter pylori. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, Rio de
Janeiro, v.39, n.4, p.335-342, 2003.
LIMA, D.R. Manual de Farmacologia Clínica, Terapêutica e Toxicologia. Rio de
Janeiro: Editora Médica e Científica Ltda., 2004. 2215p.
MCQUAID, K.R. Fármacos utilizados no Tratamento das Doenças Gastrintestinais. In:
KATZUNG, B.G. Farmacologia Básica & Clínica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
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SILVA, F.M. et. al. Baixa eficácia de um tratamento tríplice de curta duração, em dose
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Omeprazol, Azitromicina e Secnidazol. Revista do Hospital das Clínicas, v. 57, n.1, p. 914, jan./fev. 2002a.
SILVA, F.M. et. al. Omeprazol , tetraciclina e furazolidona, um tratamento para
erradicação do H. pylori resistente em pacientes ulcerosos do Brasil. Revista do Hospital
das Clínicas, v. 57, n.5, p. 205-208, set./out. 2002b.
WANNMACHER, L. Inibidores da bomba de prótons: indicações racionais. Uso racional
de medicamentos: temas selecionados, Brasília, v.2, n.1,dez.2004.
4
ANEXOS
4
ANEXO A – Formulário de cadastro
PREFEITURA MUNICIPAL DE MACEIÓ
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
DIRETORIA DE ATENÇÃO À SAÚDE
COORDENAÇÃO DE FARMÁCIA E BIOQUÍMICA
Formulário de cadastro para tratamento de erradicação do H. Pylori
Deve ser preenchido pelo prescritor do esquema terapêutico
DADOS PESSOAIS DO USUÁRIO
Nome:
End.:
Pront.- U.S. de origem:
U.S. de origem:
Nome do prescritor:
Tel.:
Cartão SUS:
Tel.:
CRM:
Pront.-PAM Salgadinho:
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO NO TRATAMENTO
Além de teste positivo para H. pylori, o usuário deve se enquadrar em uma ou mais das situações descritas abaixo-Marcar “x”
Úlcera gastroduodenal ativa ou cicatrizada
Indivíduos de risco para câncer gástrico
Linfoma MALT de baixo grau
Gastrite histológica intensa
Pós-cirurgia para câncer gástrico avançado, em pacientes
Pacientes de risco para úlcera/complicações que
submetidos à gastrectomia parcial
utilizarão AINEs
Pacientes com história prévia de úlcera ou hemorragia
Pacientes de risco para úlcera ou complicações que
digestiva alta que deverão usar AINEs inibidores
deverão usar cronicamente derivados do AAS,
específicos ou não da COX-2
mesmo em doses baixas
Pós-ressecção de câncer gástrico precoce (endoscópica ou cirúrgica)
AVALIAÇÃO FINAL DO USUÁRIO
Preenchido pelo farmacêutico da Unidade PAM Salgadinho, após resultado do exame final-Marcar “x”
Negativo para presença de H. pylori
Positivo para presença do H. pylori
Documentos que devem ser apresentados ao Serviço de Farmácia da Unidade PAM Salgadinho, juntamente
com este formulário devidamente preenchido em duas vias, para recebimento do esquema terapêutico para erradicação
do Helicobacter pylori (Omeprazol 20 mg, Amoxicilina 1 g, Claritromicina 500 mg, duas vezes ao dia por 7 dias OU ,
nos casos em que o usuário for alérgico à penicilina, Omeprazol 20 mg e Claritromicina 500 mg, duas vezes ao dia, e
Metronidazol 500 mg, três vezes ao dia, por 7 dias):
1.
2.
3.
4.
5.
Cópia do comprovante de residência;
Cópia do cartão SUS – Maceió;
Cópia da carteira de Identidade;
Resultado do teste positivo para a presença de H. pylori;
Receituário da SMS-Maceió, com esquema terapêutico padronizado prescrito em duas vias pelos
clínicos ou gastroenterologistas das unidades de saúde do município de Maceió.
OBS.: Os receituários das unidades conveniadas ao SUS-Maceió só serão aceitos, se preenchidos por
especialista (gastroenterologista).
Maceió,___/___/___
_______________________
Assinatura e carimbo do prescritor
Maceió,___/___/___
_______________________
Assinatura e carimbo do farmacêutico
4
ANEXO B – Documento para a contra-referência
PREFEITURA MUNICIPAL DE MACEIÓ
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
DIRETORIA DE ATENÇÃO À SAÚDE
COORDENAÇÃO DE FARMÁCIA E BIOQUÍMICA
Documento para a contra-referência
Dever ser preenchido pelo gastroenterologista em duas vias (usuário e farmacêutico do PAM Salgadinho)
DADOS PESSOAIS DO USUÁRIO
Nome:
End.:
Pront.- U.S. de origem:
U.S. de origem:
Nome do prescritor:
Pront.-PAM Salgadinho:
Tel.:
Cartão SUS:
Tel.:
CRM:
TRATAMENTO UTILIZADO
Marcar x no esquema terapêutico prescrito
Esquema padronizado – 7 dias
Omeprazol 20 mg – 1 cáps. 12/12 hs
Amoxicilina 500 mg – 2 cáps. 12/12 hs
Claritromicina 500 mg – 1 comp. 12/12 hs
Esquema alternativo – 7 dias
Omeprazol 20 mg – 1 cáps. 12/12 hs
Metronidazol 250 mg – 2 comp. 12/12 hs
Claritromicina 500 mg – 1 comp. 12/12 hs
EVOLUÇÃO CLÍNICA
Marcar x
Melhora da sintomatologia
Cicatrização da úlcera
AVALIAÇÃO FINAL DO USUÁRIO
Preenchido pelo gastroenterologista do PAM Salgadinho após resultado do exame final-Marcar “x”
Negativo para presença de H. pylori
Positivo para presença do H. pylori
Maceió, ___/___/___.
____________________________
Assinatura e carimbo do Gastroenterologista
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