UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ RAFAELLA MACHADO TV DIGITAL NO BRASIL: Uma análise do impacto social, comunicacional e mercadológico. Balneário Camboriú 2008 RAFAELLA MACHADO TV DIGITAL NO BRASIL: Uma análise do impacto social, comunicacional e mercadológico. Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – ênfase em Marketing, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador: Profª. MSc. Ligia Ghisi Balneário Camboriú 2008 RAFAELLA MACHADO TV DIGITAL NO BRASIL: Uma análise do impacto social, comunicacional e mercadológico. Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovada pelo Curso de Administração – ênfase em Marketing da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú. Área de Concentração: TV Digital Balneário Camboriú, 08 de julho de 2008. _________________________________ Prof. MSc. Ligia Ghisi Orientadora ___________________________________ Prof. MSc. Marilize Petkow Avaliadora ___________________________________ Prof. MSc. Jurema M. C. Ribeiro Avaliadora EQUIPE TÉCNICA Estagiário(a): Rafaella Machado Área de Estágio: Comercial Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa: Walmir Corrêa Júnior Professor(a) orientador(a): Ligia Ghisi DADOS DA EMPRESA Razão Social: TV Coligadas de Santa Catarina S/A Endereço: Rua: Brusque, nº 25 - Centro - Itajaí Setor de Desenvolvimento do Estágio: Comercial Duração do Estágio: 120 horas Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Walmir Corrêa Júnior - Coordenador Carimbo do CNPJ da Empresa: Aos meus pais... AGRADECIMENTOS Á Deus por toda força e proteção que me concede todos os dias. Aos meus pais pela educação que me deram, à minha mãe Arlete por todo o incentivo, dedicação, carinho e apoio diante às decisões que tomo em minha vida e ao meu pai João que mesmo não presente nessa etapa deixou ensinamentos valiosos. À minha família por toda base oferecida e principalmente à meus irmãos Ranielle e Radamés pelo apoio especial para a conclusão desse sonho. Ao meu namorando Alexandre por toda compreensão nas minhas horas ausentes, pelos auxílios nas minhas inúmeras dúvidas, aos sábios conselhos nos momentos difíceis, por todo o amor que me foi dado e em especial pelo desafio que ele me propôs sugerindo o tema. À minha amiga Flávia, que mesmo já tendo finalizado esse sonho que idealizamos concluir juntas, sempre torceu e me apoiou com palavras carinhosas e de incentivo. Aos meus colegas de curso Débora Ferrari e Robson Luis Monteiro, que tornaram esse semestre o melhor de todos e que demonstraram uma amizade sincera e divertida que seguirá além do termino da faculdade. Aos Professores Carlos Marcelo Ardigó e Marilize Petkow pelas contribuições dadas no decorrer do curso. E à Professora Ligia, por ter aceitado me orientar e ter ousado junto comigo num tema atual e numa metodologia ainda pouco usada pela academia. Todo seu conhecimento norteou de forma excelente o desenvolvimento desse trabalho. Agradeço a toda paciência e confiança depositadas, e sem dúvida “duas loucas de pedra” se entendem perfeitamente. RESUMO Fonte de informação e entretenimento, a TV presente em 97,1% dos lares brasileiros, passa por uma transformação de sistema. Transmitida no formato analógico, a partir da mudança que vem ocorrendo gradativa no Brasil, os sinais da TV passarão a ser transmitidos na forma digital. Algumas mudanças serão observadas no desenvolvimento dessa tecnologia, como melhoria de som e imagem, interatividade, mobilidade, portabilidade, entre outras. Em virtude das possíveis modificações observou-se a importância de desenvolver esse estudo, no qual é pesquisado o impacto da utilização da TV digital no Brasil, sobre três aspectos. O mercado e a comunicação onde se aliou aos conhecimentos acadêmicos, e o aspecto social que buscou avaliar a expectativa perante a implantação da nova tecnologia no Brasil. Como dinâmica de pesquisa, a investigação foi de acordo com os requisitos do método Delphi, recomendado para pesquisas de prospecção. Foi ouvido a opinião de 11 especialistas das áreas técnicas, mercado e comunicação, participando de duas rodadas de investigação por meio de questionários. No primeiro questionário foram elaboradas perguntas com base nos pressupostos teóricos e no segundo questionário as questões foram reformuladas a partir das informações dos pesquisados. Os resultados da pesquisa indicam mudanças nos cenários da comunicação e no mercado, pois com a interatividade (prevista para a TV digital) alterará a maneira de assistir TV, possibilitando a busca de informação pela TV de forma fácil, ampliará o canal de distribuição e de comunicação, possibilitará realizar feedback da audiência por parte das emissoras e como proverá uma forma de inclusão digital. Essas informações enfatizam uma melhoria para a sociedade, não como forma de compra/vendas pela TV e sim na maneira de assistila. Palavras-chaves: TV Digital. Inclusão Digital. Canal de distribuição e comunicação. ABSTRACT Source of information and entertainment, the TV present in 97.1% of Brazilian homes, undergoes a transformation system. Transmitted in analog form, from the gradual change that has occurred in Brazil, the signals of TV will be transmitted in digital form. Some changes are observed in the development of this technology, such as improvement of sound and image, interactivity, mobility, portability, among others. Because of possible changes noted the importance of developing that study, which is researching the impact of the use of digital TV in Brazil, on three points. The market and communication where aliou to academic achievements, and the social aspect which to evaluate the expectation before the deployment of new technology in Brazil. As dynamic search, the investigation was in accordance with the requirements of the Delphi method, recommended for searches of prospecting. It heard the views of 11 experts from the technical areas, and communication market, participating in two rounds of research through questionnaires. In the first questionnaire were prepared questions based on theoretical assumptions and the second questionnaire the questions were recast from the information searched. The survey results indicate changes in communication and in the market, because with the interactivity (scheduled for digital TV) change the way you watch TV, allowing the search for information by the TV so easy, broaden the channel of distribution and Communication, will hold the hearing feedback from broadcasters and provide a form of digital inclusion. This information emphasize better for society, not as a form of purchase / sales by the TV but in the way to watch it. Keywords: Digital TV. Digital Inclusion. Channel distribution and communication. LISTA QUADROS Quadro 1 Pressupostos teóricos ................................................................. 21 Quadro 2 Diferença entre os conceitos de vendas e marketing .................. 22 Quadro 3 Demanda TV Digital .................................................................... 43 Quadro 4 Objetivos do projeto SBTV-T ....................................................... 44 Quadro 5 18 Requisições Formais de Proposta .......................................... 45 Quadro 6 Perfil dos especialistas ................................................................ 52 Quadro 7 Constructo ................................................................................... 59 Quadro 8 Vantagens e desvantagens da TV digital .................................... 60 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Estrutura do Trabalho de Conclusão de Curso ........................... 20 Figura 2 Comunicação Humana ................................................................ 32 Figura 3 Provedores de Conteúdo ............................................................. 41 Figura 4 Módulos do Conselho Deliberativo .............................................. 46 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 13 1.1 Tema de estágio ...................................................................................... 14 1.2 Problema de pesquisa ............................................................................. 15 1.3 Objetivo Geral .......................................................................................... 15 1.3.1 Objetivo Específico .................................................................................. 15 1.4 Justificativa .............................................................................................. 16 1.5 Contexto do ambiente do estágio ............................................................ 17 1.6 Organização do trabalho 18 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................. 21 2.1 Administração Mercadológica e o Marketing ........................................... 21 2.2 Marketing e Tecnologia ........................................................................... 26 2.3 Dimensão Social e a TV digital ................................................................ 28 2.4 Dimensão Comunicacional e a TV digital................................................. 31 2.5 Dimensão Mercadológica e a TV digital .................................................. 38 2.6 História da televisão e a chegada TV digital ............................................ 39 2.7 Dimensão política-regulatória .................................................................. 47 3 METODOLOGIA CIENTÍFICA ................................................................. 49 3.1 Tipologia de pesquisa .............................................................................. 49 3.2 Sujeito do estudo ..................................................................................... 51 3.3 Instrumentos de pesquisa ........................................................................ 53 3.4 Análise e apresentação dos dados ......................................................... 53 3.5 Limitações da pesquisa ........................................................................... 54 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................... 55 4.1 Itens em destaque ................................................................................... 59 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 61 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 63 APÊNDICES ............................................................................................ 67 13 1. INTRODUÇÃO As transformações da área tecnológica estão tornando a informação fundamental em qualquer situação e é através dela que elaboramos novos conhecimentos, por isso que este cenário é chamado de sociedade da informação. Para Montez (2005, p. 20) “a sociedade não é mais baseada na mão-de-obra, nem no capital, mas na informação e no conhecimento”. Os recursos de acesso a informação são diversos, entre eles estão a televisão, o rádio, o telefone, o computador e a internet. Os recursos usados simultaneamente ou não formam importantes canais de comunicação que possibilitam a busca de informação e conhecimento movidos pela quantidade, velocidade e agilidade nas formas de acesso. Na sociedade da informação, e especificamente no âmbito brasileiro, percebe-se que grande parte da população brasileira não tem total acesso a informação por não utilizar os principais recursos: o computador e a internet. Esta exclusão digital ocorre, muitas vezes, pela inexistência do recurso ou pela falta de conhecimento em manusear um computador. Um dos recursos mais usados é a comunicação pela televisão, por ser mais acessível adquirir um aparelho receptor e a programação transmitida de forma gratuita. Atualmente a TV brasileira encontra-se envolvida em num grande programa do gorverno federal que busca uma transformação tecnológica. As TVs operam pelo sistema analógico, contudo, desde 02 de dezembro de 2007 esse sistema foi modificado para operar com sinal digital. Esta nova modalidade constitui-se como um grande feito conforme as palavras de Albert, na Cartilha da TV Digital que “a introdução da nova tecnologia no país é imprescindível para que a sociedade brasileira possa continuar tendo acesso ao seu mais importante meio de informação e entretenimento”. A TV digital oferece mudança nas imagens e no áudio produzido, que além da ausência de interferência preconiza a sua maior transformação quando propõe a interatividade. A TV digital permitirá promover a interatividade entre o telespectador e o transmissor, através da intervenção na programação que lhe será disponibilizada, no qual telespectador poderá interagir diretamente do televisor no conforto de casa. Esta mudança tecnológica provocará uma mudança 14 comportamental, no qual o usuário poderá assistir televisão em qualquer lugar por meio da mobilidade que será oferecida e um esperado aquecimento no comércio virtual, ou seja, a compra e venda de produtos e serviços pela televisão, conhecido como t-commerce. Acredita-se que esta prática será mais constante com a TV Digital, visto que poderá ser efetuada pelo controle remoto. Esta mudança tecnológica reflete o uso em outros recursos, como por exemplo, a internet que é acessada por meio de computador e uma forma de acesso, sendo necessário um provedor e a assinatura de um prestador de serviço em comunicação. Com a TV digital o acesso a transmissão digital será através de uma televisão com receptor interno ou de um conversor, conhecido como set top box, e para haver interatividade será necessário um canal de retorno até o transmissor e esse caminho deverá ser feito por telefone, fibra ótica, rede sem fio, rádio, entre outros. Portanto, o mesmo meio de acesso a Internet de um computador poderá ser acoplado a um aparelho de televisão. Este trabalho busca avaliar o impacto de tantos recursos atribuídos ao uso da TV digital em detrimento as mudanças e potencialidades nos rumos da sociedade, do mercado e da comunicação, por meio da opinião de especialistas que atuam na academia e no mercado. 1.1 Tema A televisão desde seu surgimento no Brasil, no final dos anos 50 acelerou o acesso a informação para sociedade e tornou-se um importante meio de comunicação, ela está presente em 97,1% dos lares e iniciou uma mudança no final de 2007. A convergência da televisão analógica para a digital não será apenas uma mudança de avanço de imagem e áudio, e sim uma mudança no modo de assistir televisão, com a capacidade de escolher a programação, ver o programa preferido a qualquer hora do dia e assistir a vários programas simultâneos. A TV digital modificará esse meio de comunicação, a alteração não ocorrerá somente para os telespectadores, mas também para as áreas de marketing e de comunicação. Cada área com sua característica, a TV digital originará inovações e oportunidades. Para tanto, o tema deste trabalho concentrou-se na investigação sobre o impacto do uso desta nova modalidade. 15 1.2 Problema Com a implantação da TV digital ocorrendo no Brasil de forma gradual, alguns cenários passam a ser analisados para possíveis mudanças. Na comunicação, a chegada a TV digital, poderá proporcionar o feedback instantâneo, ou seja, será possível medir se a programação agrada ao telespectador, ou avaliar a opinião da sociedade sobre determinado assunto através de pesquisas, que poderão ser respondidas através do controle remoto. Para o mercado a TV digital, como uma nova tecnologia, poderá oferecer novas oportunidades de consumo e pela interatividade poderá realizar vendas e compras pelo controle remoto, e para a sociedade a nova tecnologia poderá trazer benefícios através da sua mobilidade e portabilidade, além da melhoria de som e imagem. Porém, para o acesso maciço aos sinais digitais serão necessárias algumas ações de inclusão social, políticas públicas e ferramentas para utilização, diante deste contexto procura-se saber o que vai acontecer, para tanto se apresenta a seguinte questão: Qual o impacto social, comunicacional e mercadológico na utilização da TV Digital brasileira? 1.3 Objetivo Geral As modificações causadas pela utilização da TV digital na realidade brasileira são de grande relevância para este trabalho de pesquisa, no qual está delineado pelo seu objetivo geral que é analisar o impacto social, comunicacional e mercadológico na utilização da TV Digital no Brasil, para o entendimento de uma perspectiva global numa nova forma de acessar a informação. 1.3.1 Objetivos Específicos - Avaliar a abrangência da implantação da TV Digital no Brasil no cenário social, comunicacional e do marketing; - Identificar a expectativa da sociedade da informação na nova opção de recurso ao acesso às informações no Brasil; - Identificar pontos fortes e fracos dessa implantação. 16 1.4 Justificativa A falta de oportunidade em obter o acesso a informação através da internet, seja pela falta de recursos financeiros para manter um computador em casa, pela ausência nas escolas ou pela inexperiência em manuseá-los, é uma situação reconhecida e que preocupa a sociedade. Com a TV digital esse acesso poderá se tornar maior e mais flexível, por esse motivo a necessidade de investigar os três cenários: sociedade, mercado e comunicação são de grande valia. Acredita-se que a TV digital no Brasil trará uma revolução para as emissoras de televisão, que terão que garantir atratividade pela interatividade com os lares brasileiros e seus telespectadores. A interatividade da TV digital poderá ser empregada tanto para oferecer mais um recurso na educação a distância como para ampliar comércio de produtos e serviços. Apesar da implantação da TV digital ser gradativa aqui no Brasil, o Ministério das Comunicações apontou o dia 03 de dezembro de 2007 para o início da transmissão da TV digital, que começou pela região metropolitana de São Paulo, e posteriormente para todas as capitais brasileiras e como último passo em todos os municípios. Porém esse roteiro não é severo, visto que as cidades poderão apresentar a permissão para a transmissão da TV digital antes dos prazos estipulados pelo ministério. O sistema terá finalização prevista para 29 de junho de 2016, quando não existirá mais a transmissão analógica. Como este evento está em processo de implantação, o presente trabalho propiciará contato com método de pesquisa destinado a desenvolver resultados de prospecção, pesquisando a opinião de pessoas especializadas para versar sobre os rumos da TV digital no Brasil, sob os novos destinos da comunicação, na perspectiva da inclusão ou exclusão social e no comportamento mercadológico. Como justificativa do presente trabalho, levar-se-á em consideração o aprendizado adquirido durante a trajetória acadêmica, apoiado pelo conhecimento técnico-científico em administração e marketing. A avaliação do impacto da TV digital para o mercado, está diretamente relacionada ao marketing, estando preocupado com o cliente. Acredita-se que o tema trará inovação em relação à interatividade e o comportamento do consumidor, que terá a oportunidade de realizar compras de produtos ou serviços através do controle remoto diante a televisão. E por se tratar de um veículo de massa, as ações 17 de marketing poderão estimular e/ou controlar a compra por impulso. O consumidor, portanto tomará a decisão de compra no local e no momento em que estiver assistindo a programação, sem oportunizar a opção de pesquisa de fornecedores. Com este novo produto será possível monitorar e entender mais facilmente as atitudes do consumidor, bem como os motivos que o levaram a compra, a aceitação do produto no mercado e a pesquisa de satisfação. Na comunicação, as mudanças estão relacionadas à atratividade e, por conseguinte a audiência. Para o jornalismo a importância da TV digital está na realização do feedback, pois os profissionais poderão ter retorno quase que imediato após uma solicitação, e poderão estimar o grau de atratividade do seu programa de acordo com os feedback que receberão. Acredita-se que para a publicidade e propaganda as campanhas publicitárias serão voltadas para o merchandising, visto que o telespectador terá a opção de escolher a programação, assistir os comerciais e seus produtos, serviços ou marcas que serão apresentados durante aos programas de televisão. Para o telejornalismo a TV Digital deverá exigir mudanças na programação, assim como estabelecer a comunicação direta e dinâmica. Com programas voltados para a interatividade com o telespectador, a TV digital lançará serviços inéditos, poderão ser prestados serviços de atendimento via controle remoto, pesquisas de satisfação sobre um determinado produto ou programa. O curso de administração com ênfase em marketing, da Universidade, não apresenta trabalhos sobre o presente tema, e pretende-se desenvolver uma pesquisa pioneira e que tenha importância científica. Para a empresa RBS, onde o estágio será desenvolvido, o trabalho é de grande relevância, pois o futuro da comunicação será ressaltado no decorrer do trabalho, tornando os resultados essenciais para que toda equipe da empresa esteja consciente da mudança, e que possa preparar-se para o impacto que a TV Digital irá ocasionar no mercado o qual atuamos. 1.5 Contexto do ambiente de estágio Este estágio está sendo realizado numa empresa de comunicação, visando propiciar um ambiente favorável à proposta da pesquisa. 18 A RBS (Rede Brasil Sul de Comunicação) foi fundada em 1957, por Maurício Sirotsky Sobrinho e é uma empresa de comunicação multimídia que atua no Sul do Brasil, cobrindo 99,7% dos domicílios com TV do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A TV Coligadas de Santa Catarina S/A, RBS TV sucursal de Itajaí, está localizada na Rua: Brusque, nº 25, no centro de Itajaí/SC. Voltada para a venda de espaço publicitário na televisão atende o mercado onde está situada e cidades vizinhas, como Balneário Camboriú, Camboriú, Itapema, Penha, entre outras. Afiliada a Rede Globo, a empresa oferece seus serviços de qualidade e busca atrair novos clientes através de propostas diferenciadas das concorrências, mostrando a diferença de audiência da RBS diante as demais emissoras concorrentes. Em relação à estruturação da sucursal de Itajaí na área comercial apresenta: coordenador, executiva de contas, assistente e cerca de 8 autônomos que vendem os produtos da RBS, porém não são contratados da empresa. A área de recursos humanos tem base na cidade de Blumenau, porém supervisiona as sucursais da região. A missão da RBS é “facilitar a comunicação das pessoas com seu mundo“. Para tanto, a RBS procura investir em novas tecnologias, permanecendo aberta à participação da sociedade, atendendo as necessidades de seus 5.721 colaboradores, clientes, fornecedores, leitores, telespectadores, ouvintes e demais usuários de seus produtos e serviços. A RBS está fazendo atualizações em seus equipamentos, todos novos, comprados dentro dos últimos cinco anos são digitais. A empresa tem participado também dos debates e das discussões sobre a opção entre os modelos para a TV digital no Brasil. As emissoras de Porto Alegre e Florianópolis farão suas transmissões digitais a partir de 2008. Para as demais regiões o sinal digital será posteriormente esse período, considerando o cronograma estabelecido pela legislação. 1.6 Organização do trabalho O presente trabalho consiste em apresentar o seu desenvolvimento apontando a relação entre teoria e prática, com o espoco de desenvolver uma pesquisa científica sobre o impacto da utilização da TV Digital no Brasil, diante de três aspectos: sociedade, mercado e comunicação. 19 De forma análoga, escolheu-se um cenário de televisão para representar a organização deste trabalho, conforme a figura 1. O contorno do globo - imagem de fundo - representa a introdução do trabalho, no qual, trata da relevância da pesquisa sobre o assunto para as três áreas, assim como mostra o tema de estudo, o problema de pesquisa, os objetivos gerais e os específicos, a fim de detalhar a finalidade do trabalho, juntamente com a justificativa do tema e o ambiente em que ocorreu o estágio acadêmico. No globo são apresentados os pressupostos teóricos através da definição de cada abordagem fundamentada e foram destacados conceitos de autores renomados. Conforme abaixo: Administração mercadológica e o Marketing, destacando definições e a importância da administração mercadológica e do marketing para a sociedade; Marketing e Tecnologia apresentam a relevância que a área de marketing tomou diante a tecnologia; Dimensão social e a TV digital apontam a importância da TV digital para a sociedade como forma de inclusão digital; Dimensão comunicacional e a TV digital são apresentadas os elementos da comunicação e sua importância para a TV digital; Dimensão mercadológica e a TV digital destacam o cenário do mercado e as novas oportunidades a serem exploradas através da TV digital; História da televisão e a chegada da TV digital ressaltam a historia da televisão no Brasil e informações sobre implantação da TV Digital no Brasil, apontando vantagens e desvantagens. Dimensão política-regulatória destaca regras e obrigações para a implantação. O controle remoto da figura 1 simboliza processo da metodologia, no qual apresenta todas as funções para coordenar a aplicação da pesquisa, definindo o tipo de pesquisa, o sujeito que foi estudado e os instrumentos para aplicação da pesquisa. Pelo desenho da televisão apresentam-se os resultados que foram obtidos após aplicação da pesquisa em conjunto com análises feitas pelo pesquisador em relação ao tema e outro tópico é destinado para considerações diante os resultados obtidos. 20 Para melhor exemplificar a Estrutura do Trabalho de Conclusão de Curso, segue a figura 1: Fundamentação Teórica Resultados Considerações Finais Introdução Metodologia Figura 1: Estrutura do Trabalho de Conclusão de Curso Acredita-se que a TV no Brasil seja uma nova tecnologia que trará modificações benéficas para a população, seja na forma de assistir TV, nas possibilidades de interação, mobilidade e na melhoria de som e imagem. Este trabalho pretende fazer parte de um vasto material para promover discussões. 21 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Esse capítulo apresenta os pressupostos teóricos que fundamentaram o trabalho, subsidiando com informações científicas e afirmações de autores reconhecidos pela academia. Os pressupostos nortearam na elaboração dos dados. No quadro 01 são apresentados, os principais temas e respectivos autores. Temas Autores Administração Mercadológica e o Marketing Kotler (2000) Las Casas (1998) Cobra (1994) Zenoni (2003) Marketing e Tecnologia Castells (2003) Castro; Filho (2006) Lakatos; Marconi (1999) Dimensão Social e a TV Bittencourt (2007) digital Médola (2007) Dimensão Penteado (1997) Comunicacional e a TV Chiavegatto (1999) digital Goldsmith (2001) Dimensão Mercadológica Montez; Becker (2005) e a TV digital Tavares (2001) Ianni (2002) História da televisão e a Correria (2000) chegada da TV digital Barbosa Filho (2007) Dimensão políticaVieira (2007) regulatória Melo (2007) Quadro 1: Pressupostos Teóricos Síntese de idéias Conceitos de administração mercadológica e marketing Utilização do marketing e a tecnologia Aspectos sociais diante a implantação da TV digital Elementos da comunicação para a utilização da TV digital Novas oportunidades de mercado para a TV digital Histórico da televisão e características da TV digital Aspectos políticos para a regularização da TV digital 2.1 Administração Mercadológica e o Marketing Para Cobra (1994, p. 21) a administração de vendas “é um processo gerencial das funções organizacionais da venda pessoal”. De acordo com o autor a administração de vendas abrange outras atividades, como por exemplo: descrição das funções de venda pessoal; definição do papel estratégico da função de vendas; configuração da organização de vendas; desenvolvimento da força de vendas; direcionamento da força de vendas; determinação do modelo de avaliação de desempenho da força de vendas. Segundo Las Casas (1998, p. 13) para melhor compreender vendas é necessário entender as atividades mercadológicas e de seus relacionamentos, afirma: Entender vendas sem ter conhecimentos básicos de marketing seria o mesmo que entender as condições especiais de algum seguro sem 22 conhecer suas condições gerais. Um assunto está relacionado com o outro e o seu perfeito entendimento somente será possível com uma visão global da matéria.” Para Baker (2005) a administração mercadológica compreende ações de análise, planejamento, implementação, monitoração e controle de programas desenhados para criar, construir e manter trocas benéficas com compradores para atingir objetivos organizacionais e o marketing está inserido nos processos de gestão mercadológica, para tanto é preciso desenvolver ações estratégicas baseadas no planejamento de processo de administração do desenvolvimento e manutenção de um ajuste estratégico entre os recursos, assim como os objetivos e as oportunidades decorrentes das mudanças no mercado. Contrapondo, Futrell (2003) apresenta que o conceito de vendas e marketing tem significados adversos. Conforme quadro 2: Conceito de Vendas Conceito de Marketing 1. Ênfase no produto. 1. Ênfase nos desejos dos clientes. 2. Primeiro a empresa fabrica o produto e depois define como vendê-lo. 2. Primeiro a empresa identifica os desejos dos clientes e depois determina como fabricar e oferecer um produto que satisfaça aqueles desejos. 3. A administração é orientada para o volume de vendas. 3. A administração é orientada para o lucro. 4. Planejamento é de curto prazo, feito em termos dos produtos e mercado de hoje. 4. Planejamento é de longo prazo, feito em termos de produtos novos, mercados de amanhã e crescimentos futuro. 5. Enfatiza as necessidades da empresa 5. Enfatiza os desejos dos compradores. vendedora. Quadro 2: Diferença entre os conceitos de vendas e de marketing Fonte: Futrell, (2003, p. 35) Castro e Neves (2005) concordam, afirmando que o marketing não é vendas, destacando que a área de vendas é parte integrante e que possui grande evidência, porém o marketing abrange diversas outras atividades. Silva (1990) explica venda como sendo uma troca comercial, apontando que é necessário analisar as palavras troca e comercial. Para o autor troca está relacionada ao fato de dar alguma coisa a alguém e em troca ganhar outra coisa e a palavra comercial provoca lucro, privilégio ou vantagem, estabelecendo que venda é a ação de dar algo a alguém e como retorno receber outra coisa obtendo lucro ou benefício. 23 De acordo com Las Casas (1998) para que haja troca é necessário que algumas condições sejam satisfatórias, exigindo que as pessoas envolvidas tenham desejo de negociar gerando vantagens para as pessoas comprometidas, porém cada parte é livre para aceitar ou não a oferta. Para Cobra (1991) administrar a venda é tão essencial como vender, porque antes que o cliente receba o produto, a venda é somente um compromisso de compra e venda isento de valor legal e para uma boa administração de vendas é necessário de um gerente de vendas, um responsável que coordene uma equipe de vendas, com qualidades como objetividade, planejamento, disciplina, espírito de liderança, habilidades com números, entre outras. Soldow e Thomas (1990) afirmam que o gerente de vendas poderá definir ações e decisões em longo prazo e como resultado obter sucesso ou fracasso. Para Castro; Neves (2005) os resultados de compra simbolizam o sucesso e para conquistar o consumidor deve-se estar atento ao mercado, sendo definido como um grupo de indivíduos ou empresas que se relacionam entre si para compra e venda de um determinado produto e é com estas ações que é possível entender que o marketing é a área que posiciona atividades para o mercado reagir. Kotler (2001) afirma que o conceito de marketing se define como sendo a análise, o planejamento, a implantação e o controle de propostas para oferecer transferências voluntárias de importância com mercados-alvo com o objetivo de atingir metas operacionais e institucionais. De acordo com a Associação Americana de Markting apud Fontes (2001, p. 79) marketing é “um processo de planejamento e execução de criação, estabelecimento de preço, promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços para criar intercâmbios que irão satisfazer objetivos organizacionais e individuais”. Richers (2000, p. 05) aponta que o marketing: Ultrapassou os limites da atuação comercial das empresas para se tornar atividade-irmã das funções sociais e culturais, em apoio a todas as ações humanas que, no meio ambiente, procuram formas de ampliar a fortalecer suas estruturas, as quais podem, por conseguinte, ser usadas como promotoras de um produto, de uma marca e da própria organização. Para Baker (2005) o conhecimento e as técnicas mercadológicas adaptadas para a promoção do bem estar de uma sociedade é considerado o marketing social, no qual trabalha com objetivos e metas mensuráveis para o planejamento e 24 execução de campanhas de comunicação para satisfazer necessidades que não estão sendo atendidas, estabelecendo novos paradigmas sociais. Para Las Casas (1998) é importante que os profissionais de marketing entendam o comportamento do consumidor, considerando que a estrutura das ações do marketing determina uma resposta voltada para as necessidades do mercado e entender o comportamento do consumidor significar entender as necessidades do mercado e a desenvolver compostos de marketing para satisfazer essas necessidades. O autor ainda cita algumas variáveis interpessoais que podem influenciar comportamento do consumidor: cultura e subculturas, classes sociais, grupos de referencias que são grupos a que o indivíduo pertence ou que o indivíduo gostaria de pertencer ou grupos cujos valores o indivíduo rejeita. Assim, o grupo de características do comprador, incluindo sua percepção quando comparado com os produtos concorrentes, e as metas motivadoras que ele acha que alcançará determinam quais as influências que são percebidas, podendo ser classificadas como interpessoais que incluem a família, os amigos e outro grupo social ou cultural maior, e as intrapessoais responsáveis pelos impulsos, percepções, atitudes e hábitos que formam o comportamento em geral e o do consumidor em particular. Kotler (2000, p. 3) ressalta que “marketing é um processo social por meio dos quais pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros”. Através desse processo social, nasce um novo mercado relacionado a qualidade de vida das pessoas e da sociedade pela troca de produtos ou comportamentos, o mercado social. O mercado social possui uma diferença relevante diante os outros mercados, segundo Fontes (2001) esse mercado é exclusivo, pois na relação de troca de algum produto social quem ganha é a sociedade, fazendo parte desse mercado todos os setores da sociedade e da economia. Para Fontes (2001, p. 76) “marketing social não é: vendas; nem simplesmente o uso da publicidade em massa ou promoção e também não é uma solução fácil, de curto prazo e custo baixo para resolução de problemas”. Para Melo Neto; Feros (2001) existem algumas maneiras de usar o marketing social, que são através de: Marketing de filantropia: doação de empresa a entidade que se beneficiará; 25 Marketing de campanhas sociais: veicular mensagens que interessam as pessoas através de produtos, força de vendas ou mídia televisiva; Marketing de patrocínios dos projetos sociais: patrocínios a terceiros, com empresas atuando em conjunto com governos para financiar suas ações sociais; Marketing de relacionamento com base em ações sociais: utilizam o pessoal de vendas para orientar os clientes como usuários de serviços sociais; Marketing de promoção social do produto e marca: a empresa usa seu nome ou logotipo para agregar valor ao negócio para aumentar as vendas. De acordo com Wasek (2004, p. 101) a definição de marketing social seria “o uso de planejamento de mercado, estratégia, análise e técnicas gerencias tradicionais e inovadoras para garantir o bem estar do indivíduo e da sociedade”. No âmbito do marketing social, se faz necessário uma análise sobre os aspectos da sociedade, sua estrutura e formação. Segundo Cobra (1994, p. 77) “o marketing social é o intercâmbio de valores não necessariamente físicos nem econômicos, mas que podem ser sociais, morais ou políticos, sendo utilizado para vender idéias ou propósitos que proporcionem bem-estar à comunidade”. A busca da ampliação do conceito de marketing social pode ser caracterizada pela transposição dos conceitos da área comercial para a social. A maioria das ações na área social, para Melo Neto; Feros (2001), ainda são desenvolvidas como sendo assistencialistas e buscam atender as necessidades específicas de uma população, porém as novas metodologias para o trabalho na área social são procedimentos importantes o estabelecimento e a implantação de políticas mais coerentes com a realidade das comunidades e o mercado social pode representar um importante ambiente de trabalho, pois utiliza ferramentas que permitem mudanças na forma de atuação na área e na potencialização de seus resultados na sua atuação com as políticas públicas. O fato é que a sociedade se transforma constantemente, os comportamentos das pessoas mudam e com isso o que era importante em épocas passadas não possui tanto valor atualmente, ou vice-versa. Com o avanço da tecnologia a sociedade contemporânea está sendo configurada como a sociedade da informação, onde o acesso a ela através dos meios de comunicação se torna rápido e simples. Cercados de produtos que facilitam a busca da informação e a comunicação entre as pessoas, essa área se torna fundamental para a vida em sociedade. 26 2.2 Marketing e a Tecnologia No âmbito do marketing, uma revolução tecnológica ocorreu no aspecto ao marketing eletrônico, passando a existir diversas ferramentas para essa comunicação. De acordo com Zenone (2003, p. 159) “a explosão do marketing eletrônico é o início de uma nova era em comunicações que fornece aos executivos de marketing uma ferramenta poderosa para atingir suas audiências”. O autor destaca que uma das ferramentas utilizadas é a internet, Peppers; Rogers (2000) apud Zenone (2003) definindo a internet como uma mídia direcionada e com possibilidade de interatividade, originando retorno contíguo. Kotler (2000) apud Zenone (2003) afirmando que estão cada vez mais conhecidos os serviços oferecidos pela internet, pois estão acrescentando diferenciais e valores ao produto que é oferecido, tais valores são definidos como: Conveniência: os clientes podem fazer pedido de produtos 24 horas por dia, independendo de onde eles estão; Informação: todas as informações estão ao alcance dos clientes, eles podem encontrar dados sobre empresas, marca, produtos, fazer comparações com as concorrentes e pesquisar os melhores preços, sem sair de casa; Maior comodidade: os clientes não encontram vendedores, nem se expor a fatores de persuasão; não esperam na fila. Zenone (2003, p. 178) também destaca que alguns pontos-chaves em relação ao comércio eletrônico do ponto de vista dos consumidores, entre eles, possuem alguns específicos e outros iguais para demais mercado, os pontos são: Adoção: o desafio é obter uma massa crítica de organizações e consumidores para utilizar mecanismos eletrônicos. Relacionamento com clientes: no mercado, os usuários não apenas compram e vendem produtos e serviços, mas também avaliam abertamente as mercadorias oferecidas. Trata-se de um princípio fundamental de um mercado viável. Por essa razão é necessário um mecanismo reconhecido para resolver as disputas entre compradores e vendedores. Negociação: nenhum mercado é completo se não permite a negociação. Compradores e vendedores precisam poder negociar sobre condições de satisfação mútua, incluindo condições de pagamento, termos e condições, datas de entrega etc. Segurança: desenvolvimento de transporte e métodos de privacidade que permitam que as partes possam realizar trocas comerciais seguras. Pagamento: desenvolvimento de protocolos mercantis para envio de pedido, amplamente difundidos e fáceis de usas, pagamento on-line e serviço de entrega, similares aqueles encontrados nas transações baseadas no varejo/cartão de crédito. Sheth; Eshghi; Krishnan (2002, p. 12) definem que “a informática esteja cada vez mais assumindo um papel estratégico em uma ampla gama de setores, que vão 27 de alta tecnologia a alto contato, de serviços ao consumidor e serviços industriais”. E que importância da estratégia da informática é defendida por: a) a competição intensa; b) globalização; c) mudança organizacional e d) revolução tecnológica. Para Sheth; Eshghi; Krishnan (2002, p. 73) essa revolução tecnológica trás mudanças no comportamento do consumidor, destacam que: A proporção que as pessoas começam a mudar a maneira de trabalhar, comunicar-se e passar seu tempo de lazer, com certeza exercerão uma forte pressão nas empresas para que modifiquem a maneira de fazer negócios. Para Ianni (1992, p. 111) na sociedade global “são outras e novas as condições sociais, econômicas, políticas e culturais nas quais se constitui e desenvolve o indivíduo”. De acordo com o autor a sociedade global cria novas expectativas para a sociedade como um todo. A revolução tecnológica trás inúmeras vantagens para a sociedade da informação, também traz limitações para a sociedade, e isto é observado de acordo com Montez; Becker (2005, p. 20) da seguinte maneira: Com a disseminação da internet, criaram-se dois mundos, um composto pelas pessoas que têm acesso a essa nova tecnologia, e outro, muito maior, das pessoas que continuam a viver à margem das evoluções tecnológicas e científicas. Porém Bonilla (2001); Silva (2002) apud Geinpi (2005, p. 33) destacando que “ter ou não acesso à infra-estrutura tecnológica é apenas um dos fatores que influenciam a inclusão/exclusão digital, mas não é o único, nem o mais relevante”. Martin Barrero apud Castro; Filho (2006, p. 3) define que a evolução que vem ocorrendo nas tecnologias transformará o futuro das sociedades, num processo de inclusão ou exclusão “as tecnologias hoje são um lugar de batalha estratégica para redefinir o futuro das sociedades”, porém muitos ficaram sem acesso a essas tecnologias, para o autor caberá a população definir se lutará pelo acesso para todos ou deixará a maioria sem acesso. Correia (2000, p. 17) destaca que: A explosão informativa e os progressos tecnológicos proporcionaram melhorias na troca de informações, nas possibilidades de análise e divulgação de temáticas e problemas complexos e outrora difíceis de abordar, na rapidez do conhecimento do que se passa aqui ao pé da porta ou no outro lado do mundo. Castells (2003, p. 69) aponta que: 28 O que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a centralidade de conhecimentos e informação, mas a aplicação desses conhecimentos e dessa informação para a gestão de conhecimentos e de dispositivos de processamento/comunicação de informação, em um ciclo de realimentação cumulativo entre a inovação e seu uso. Pinheiro (2002, p. 01) ressalta que “o termo tecnologia denota um certo conhecimento, ou combinação de conhecimentos, aplicados às atividades humanas”. Nas sociedades atuais a palavra tecnologia se destaca como alguma coisa nova e expressivamente avançada, nos aspectos: produção, distribuição e consumo. Montez; Becker (2005) citam as três revoluções industriais destacando que a primeira respeitava mais o capital do que a mão-de-obra; segunda solidificou esse processo e a terceira, em desenvolvimento, transformou o conhecimento através da informação mais importante do que o capital. Essa revolução tecnológica transformou a informação em um instrumento importante para sociedade, sua utilização é fundamental e os meios de acesso a ela são diversos. Para Castro; Filho (2006) será necessário a preparação da população e dos profissionais da comunicação para a utilização de novas tecnologias e para que possam ter participação na produção dos conteúdos que serão transmitidos através do que vivenciam na sociedade. Nessa realidade a população precisa ter conhecimento sobre a tecnologia e principalmente saber como acessá-la, pois caso isso não ocorra, a mesma não terá importância a sociedade. Sheth; Eshghi e Krishnan (2002) citam que haverá reação dos consumidores a partir do momento em que eles puderem conhecer produtos e fazerem compras através de uma loja virtual na sua TV de casa, bastando fazer suas escolhas através do seu controle remoto. Além de compras pela TV, a busca de informações diversas tornará o consumidor mais exigente, alterando seu comportamento diante da TV. 2.3 Dimensão Social e a TV Digital Para Fichter (1999) apud Lakatos; Marconi (1999, p. 148) a “sociedade consiste em uma estrutura formada pelos grupos principais, ligados entre si, considerados como uma unidade e participando todos de uma cultura comum”, sendo a sociedade humana formada por pessoas e a cultura pelo comportamento das pessoas que constituem essa sociedade, ainda acrescentam que todas as 29 culturas estão atentas a problemas relacionados a vida de cada pessoa de forma individual ou em grupo, e que a cultura é essência para sua sobrevivência. Ianni (1992, p. 165) afirma que: A cultura além de suas formas conhecidas, como a expressão e condição de grupos, classes, etnias, minorias, sociedades, está impregnada de padrões e valores, idéias e imaginários, provenientes de grupos, classes etnias, minorias e sociedades situados além. O estudo do homem e o meio em que ele interage é chamado de sociologia, Lakatos; Marconi (1999, p. 25) definem sociologia como “o estudo e o conhecimento objetivo da realidade social” e tem como objeto estudar e conhecer o homem na sociedade, diante seu relacionamento, comportamento, atitudes. Porém a sociologia depara com duas diferenças em relação às demais ciências sociais, Lakatos; Marconi (1999, p. 25) aponta essas diferenças como sendo: “a primeira seria relativa ao universo sociocultutal; a segunda diz respeito á concepção da “natureza” do homem e ás inter-relações dos fenômenos sociais”. Wheatley; Rogers (2001) destacam que os seres humanos têm certa necessidade uns dos outros e de uma comunidade, acompanharam guerras, formação de clubes de interesse específico e usam o instinto de viver em comunidade para se distanciar ou como proteção dos demais indivíduos da comunidade, dessa maneira não constroem uma cultura globalizada com sociedades diferentes e ligadas entre si. De acordo com Süssmuth (2001, p. 39) a sociedade: Está ainda sujeita a uma desproporção: por um lado, temos os que provocam mudanças e se envolvem na comunidade. Por outro lado, observamos uma grande quantidade de inércia, complacência, autosatisfação e falta de vontade para mudar. A sociedade independente da época e do grau de desenvolvimento apontou sempre o comportamento modelo que deveria ser seguido pelas pessoas, indicando o que se devia ou não fazer. Wheatley; Rogers (2001) estabelecem que os indivíduos dentro de uma comunidade busquem pessoas que mais lhe parecem, como forma de proteção dos demais, visto que não há indivíduos que sobrevivam isolados, porém os autores acreditam que só exista evolução diante de novas relações e as pessoas que determinam ignorar esses relacionamentos se eliminam. 30 Bittencourt (2007, p. 85) defende a inclusão digital destacando que “não basta apenas permitir o acesso das pessoas à tecnologia, é necessário também que elas percebam algum ganho prático para suas vidas”. Nos aspectos revolução tecnológica e sociedade digital, Correia (2000) assegura que com a implantação de tecnologias novas modificou-se a forma de transmissão de informação, tornando a mais rápida e com melhor qualidade. Melo (2007) complementa afirmando que a implantação da TV digital tornará viável, se o custo for menor para o usuário e uma maior aplicação no uso dos serviços para o telespectador. De acordo com Melo (2007, p. 144) a televisão brasileira, Constitui-se, hoje, um verdadeiro instrumento de inclusão social: mesmo com tantas diferenças culturais, sociais e econômicas, conseguimos unir o País por intermédio do televisor, através dos serviços de informação prestados e entretenimento, da distribuição do sinal analógico, num país de dimensões continentais, e da difusão do nosso patrimônio cultural, artístico e histórico, no Brasil e no mundo. Médola (2007) acredita que haverá mais uma perspectiva com a implantação da TV digital no Brasil, que é a popularização na propagação dos conteúdos e nos sistemas de produção. Médola (2007, p. 09) também ressalta que: Ao propósito de aliar a TV digital a ações de inclusão digital, é imprescindível que a tecnologia contemple e as emissoras adotem a interatividade com canal de retorno, ou seja, com possibilidade de o telespectador poder interagir com os emissores via conexão em rede. É necessário que aja recursos técnicos para essa aliança, de acordo com Médola (2007) alguns dos países que possuem essa tecnologia de TV digital não se utilizam de todos os recursos técnicos disponíveis, assegurando que existam implicações interferindo nos procedimentos de identificação e adoção desses dispositivos. A inclusão da TV digital trará alterações, para Médola (2007, p. 10): Todas essas alterações oferecem, num primeiro momento, dificuldades à maior parte da população caso não apresente um elevado grau de usabilidade, conceito fundamental em TV digital interativa e que pode reduzir o tempo de adaptação da população a essa nova televisão. Souza (2006, p. 06) destaca que “a implantação da TV digital brasileira será benéfica se bem utilizada por todos, não pode ser meramente política, mas um instrumento de inclusão digital e inserção de cultura a população brasileira”, ressaltando que a maior dificuldade a ser enfrentada pelo Brasil, será nos primeiros 31 investimentos, muito elevado para o Brasil que possui problemas nas áreas de educação e saúde. Além do prazo que o sinal analógico tem para ser desligado, Souza (2006) expõe que de acordo com o CPqD o processo de troca de sistemas levaria até 20 anos para sua totalidade, mas o governo brasileiro estabeleceu um prazo de até 10 anos para a troca. Após a totalidade da troca de sistemas analógicos para o digital, alterará a forma de transmitir a comunicação e o Brasil passará a assistir TV de forma mais interativa, expondo suas opiniões para os transmissores. 2.4 Dimensão Comunicacional e a TV Digital Penteado (1997, p. 01) define que “comunicação é convivência; está na raiz da comunidade, agrupamento caracterizado por forte coesão, baseada no consenso espontâneo dos indivíduos”, existindo uma característica definitiva que é o entendimento, tornando melhor a colocação de idéias expor pensamentos e experiências. Definindo que a comunicação humana tem como finalidade o entendimento entre os indivíduos. Lesly (1995) descreve a habilidade humana de se comunicar a grande diferenciação do homem diante o resto da criação, sendo ela parte essencial da experiência do homem. Essa habilidade está na capacidade de os seres humanos se relacionarem entre si, de consignar informações e idéias para poderem usá-las. Finaliza destacando que a habilidade de uma pessoa ou de um determinado grupo em se relacionar com outros por meio da comunicação é fundamental para espécie humana diante suas relações sociais. Leontiev apud Beltrão (1982) destacando que quando se refere a linguagem como meio de comunicação, a mesma está relacionada à probabilidade de comunicar-se com outras pessoas informando certos dados, apontando que determinada informação verbal tem relevância para o seu comportamento e a sua atividade. Para Goldsmith (2001, p. 108) enfatiza que existam três aspectos comuns entre as comunidades do passado, como os indivíduos podiam compartilhar essa cultura, comunicar e negociar entre si. Finaliza a observação defendendo que futuramente as áreas de comunicação, comércio e cultura se transformarão mais globais, originando oportunidades e desafios que implicarão no futuro da 32 humanidade. De acordo com a citação do autor, a comunicação entre os indivíduos a medida que se tornar mais global trarão vantagens ou desvantagens para as pessoas e envolverão toda a humanidade. Shimp (2002, p. 31), define que a comunicação é “o processo pelo qual os pensamentos são transmitidos e o significado é compartilhado entre pessoas ou entre organizações e pessoas”. Esse é o processo de comunicação no qual os pensamentos são transmitidos através dos valores e das idéias de cada pessoa perante determinado assunto, e o mesmo é dividido entre os indivíduos. Para Muylaert (1994) o objetivo da comunicação é alcançar harmonia entre o transmissor e o receptor numa mensagem. O processo de comunicação depende de alguns fatores, como Penteado (1997, p. 01) defende a comunicação determina que os sons tenham significado igual para as duas pessoas do processo, que são: Transmissor e Receptor. Porém, na comunicação humana o processo requer quatro elementos de envolvimento, que são: Mensagem Receptor Transmissor Meio Figura 2: Comunicação Humana Fonte: Adaptado de Penteado (1997) Bordenave apud Rector; Neiva (1995) destaca que o processo de comunicação tem um elemento importante chamado de feedbak. Segundo o autor a introdução deste novo conceito não modificou as convincentes intenções do paradigma da comunicação, mas apontou como resultado a garantia de fidelização do receptor, considerando que o retorno do feedback, orienta o emissor a correção, transmitindo mensagens mais convictas. De acordo com Catro; Filho (2000, p. 07): A comunicação enquanto direito humano está relacionada ao acesso às novas tecnologias, a possibilidade de participação e construção de textos midiáticos, mas basicamente inclui a possibilidade de compreensão sobre o que é, como funcionam e se estruturam os meios de comunicação, sejam eles impressos, virtuais, analógicos ou digitais. 33 Corroborando, Intervozes (2006) explica que comunicação tem importância fundamental para a construção da vida em sociedade e tem essa importância desde o começo da humanidade tomando destaque a partir da Revolução Industrial. Concluindo que a facilidade de acesso aos meios de comunicação originou uma forte característica da comunicação de massa, como sendo o item fundamental para a definição de conceitos e valores. Com essa abrangência dos meios de comunicação, principalmente a comunicação em massa, a sociedade ganhou uma maneira de formar sua opinião através do que é transmitido. Para Lesly (1995) existem seis maneiras principais de comunicação humana, que são: Oral; Escrita; Emblemas e símbolos; Gestual (como movimentos de dedos, expressões faciais, etc.); Sons não-verbais (assim como música, sinais de tambores, etc.); Combinações de qualquer um destes, como linguagem oral, música e formas visuais correntes em televisão; ou linguagem oral juntamente com gestos usados em conversação. Pantoja (2005, p. 03) et al. contextualiza que na “sociedade da informação, a universalização de serviços de informação e comunicação é condição necessária, ainda que não suficiente para inserção dos indivíduos como cidadãos”. Spenillo (2003, p.05) enfatiza que: Nos cenários contemporâneos, a comunicação não mais apenas se coloca como possibilidade de construção de elos sociais e comunitários, mas se instrumentaliza e se potencializa em sua presença nas vidas humanas, individuais e grupais. O aspecto da comunicação é realizado através do envolvimento, para Ruschel (1999, p. 144) a comunicação é definida como o envolvimento de “pessoas que enviam e recebem mensagens ás vezes e, de preferência, simultaneamente”. Para Guimarães (2002) o tempo modifica a comunicação, o tempo real muda assunto, forma, qualidade e o negócio da comunicação. Essa mudança ocorre, pois inexiste a possibilidade de correção de defeitos, não podendo ser corrigido na realidade das relações. 34 Por haver essa ausência na correção das informações no momento em que elas são dadas, se faz necessário que as mensagens sejam transmitidas de forma clara e de qualidade, para que a pessoa que esteja recebendo as informações consiga envolver e interpretá-la corretamente. Lacombe; Heilbron (2003, p. 214) definem que para que “uma boa comunicação começa pela capacidade de ouvir, de compreender o que o outro deseja comunicar, de saber interpretar o que ele deseja” e esse processo para o bom entendimento da comunicação deve-se estar presente nas áreas empresariais e na sociedade. Montez; Becker (2005) justificam que boa informação é fundamental, pois sem qualidade a vida das pessoas não e necessária com a revolução ocorrida nas telecomunicações, a vida das pessoas não progride. O autor exemplifica a afirmação sugerindo a hipótese de imaginar como seria a vida das pessoas na sociedade e dentro das organizações, se não houvesse o computador, a televisão, o rádio e a internet. Menezes (1973, p.147) ressalta que: O processo da comunicação humana poderia ser encarado como fundamento da vida social e não ao contrário, conquanto do ponto de vista da natureza ou da estrutura de tais fenômenos os dois se manifestam de forma nitidamente inseparáveis e, mais que isso, interdependente. Santos (2003) destaca uma das ferramentas que facilitam uma comunicação boa, rápida e independente do lugar em que as pessoas estejam, por exemplo a internet, que proporciona agilidade na comunicação entre pessoas em qualquer lugar do mundo, em questões de segundos. Santos (2003, p. 07) também afirma que “ao mesmo tempo que passaram a dar um caráter global a qualquer informação que se deseje transmitir, os meios de comunicação transformaram o mundo em uma grande tribo”. Assegurando que além das notícias, as propagandas vinculam a necessidade do homem de adquirir produtos que o mantém em dia com o seu desejo. Essa veiculação da necessidade do homem nas propagandas pode ser fundamentada de acordo com a afirmação de Platão apud Dallari (2000, p. 55) que “um estado nasce das necessidades do dos homens; ninguém basta a si mesmo, mas todos nós precisamos de muitas coisas”. Os meios de comunicação são variados e o seu desenvolvimento vem trazendo o surgimento de novas formas de interação e relacionamento entre as 35 pessoas. Em seu artigo Kessler (2006) aponta que os veículos de comunicação, têm em mãos o poder de conduzir o que deve ser transmitido para a população e também escolher a maneira de como será transmitido. Contrapondo Gomes (1996) o objetivo dos meios de comunicação de massa é a de ter autoridade, cabendo aos telespectadores a recusar o que está sendo transmitido. Corrêa (2001, p. 06) afirma que: Falar de comunicação significa reconhecer que estamos numa sociedade que recebe fortes influências dos conteúdos e fluxos de comunicação, interferindo tanto nos processos de desenvolvimento econômico quanto nos processos de democratização política e social. Bordenave apud Rector; Neiva (1995, p. 236) apontando atentamente que “um novo paradigma de comunicação está sendo aplicado ao desenvolvimento social. As aplicações práticas deste novo paradigma, entretanto, em termos de método e tecnologias, ainda estão bastante cruas e experimentais”. Pontuando Corrêa (2004, p. 06) que a comunicação é de suma importância para a construção do individuo em sociedade, através da propagação de conhecimentos entre as gerações. No âmbito da comunicação, Almeida (2005, p. 14) destaca que a comunicação está presente em todos os lugares e inspira diretamente no comportamento dos indivíduos, também realça que: A comunicação como uma ferramenta estratégia de produção, distribuição e consumo de informação, como também de gestão do conhecimento voltada para o alcance dos objetivos organizacionais e ampliação de sua visibilidade na sociedade. Cardoso (2006, p. 05) no seu artigo afirma que: É necessário que se entenda a comunicação como um processo estratégico para a ação em uma realidade plural dinâmica e complexa, que visa a provocação de comportamentos inovadores, criativos e dinâmicos do ponto de vista estratégico e que funciona, de maneira democrática, como disseminadora dos objetivos e dos valores culturais da empresa para públicos internos e externos. Para Cardoso (2006, p. 10) “a comunicação é um fato nas organizações, ou seja, não existe nenhuma organização sem uma prática comunicativa, ainda que os processos comunicativos não sejam institucionalizados”. Pontuando que esses processos são de suma importância para empresa, pois transmitem as maneiras de significar, valor e expressar a organização. A comunicação e os seus processos estão sendo usados pelas organizações de forma a melhorar o ambiente interno e externo, e é através da revolução 36 tecnológica que esses processos são realizados com mais facilidade. A comunicação e informação ressaltam algumas diferenças, para Catro; Filho (2000, p. 07) “a comunicação está ligado ao diálogo entre produção e recepção, enquanto a informação é uma relação mecânica unilateral, onde não há preocupação com o diálogo entre os campos da produção e da recepção”. Sebeok apud Rector e Neiva (1995, p. 50) destacam que “a comunicação pode ser vista como a transmissão de qualquer influência de uma parte do sistema vivente para outra, produzindo mudança.”. Também ressaltam que “a comunicação irá depender cada vez mais dos desenvolvimentos da biotecnologia e da tecnologia computacional, que darão à humanidade uma oportunidade para moldar-se ou modelar-se novamente”. Segundo Cardoso (2006) o revolucionário advento da expansão das tecnologias da informação e da comunicação nas últimas décadas, representam importantes mudanças que promovem mudanças nos modos de consumo e em todos os setores da vida cotidiana e não é determinado, somente, pela mudança tecnológica, mas pelas simples invenções que transformam-se em inovações socialmente relevantes, determinando uma revolução tecnológica que resulta em um conjunto de inovações. O autor ainda acrescenta que no campo das comunicações, em sua relação com o contexto econômico-cultural em que se insere, é caracterizado pela distribuição mercadológica dos recursos e como prioridade das ações reflexivas está envolvida a inclusão integral do sujeito, de modo que possa optar entre o que consumir e inclusive participar como produtor. Para Ferreira Jr. (2002, p. 45) “há consenso hoje, que vivemos em uma época complexa, sustentada por uma ampla difusão da informação e por uma grande velocidade dos processos sociais”. É essa difusão da informação que vem transformando nosso conhecimento mais amplo e os meios de acesso a ela em ferramentas de auxilio diário, seja para a vida em sociedade ou empresarial. Para Silva (2004, p. 08) a “informação é um produto cultural, sendo uma das suas características principais o facto de não se extinguir no acto de consumo”. Portando para Beltrão (1982, p. 56) há a comunicação cultural que é definida como “o intercâmbio de signos representativos de símbolos mentais entre dois pólos de uma estrutura relacional” sendo um transmissor e um receptor, podendo ocasionar trocas de posição, gerando a conversação e conhecimento”. 37 De acordo com Silva (1995), a informação pode ser reunida em três grupos: informação factual: que ajuda a solucionar um problema; a informação de referência: que não emite a resposta, mas indica onde a mesma pode ser encontrada e a informação informal: a que recorre entre as pessoas via computadores, sem registros formais. Montez; Becker (2005, p. 16) ressaltam que a informação obteve relevância no mundo contemporâneo, mas: A falta de acesso à informação não é característica exclusiva da modernidade, ou, como querem alguns, pós-modernidade. Ela esteve presente em todas as sociedades, não só capitalistas, mas comunistas e feudais também. Castells (1999) afirma que a tecnologia da informação é necessária para a reestruturação socioeconômica. Monteiro; Falsarella (2006) apontam que a informação passou a ter importância devido ao avanço dos processos administrativos e das tecnologias de informação. As empresas estão administrando e tomando suas decisões através da gestão de informação, tornando então a informação indispensável no contexto administrativo. De acordo com Chiavegatto (1999, p. 04) as tecnologias de informação “alteram as formas e processos de trabalho, mas as atenções ainda estão mais voltadas para aquilo que a tecnologia é capaz de fazer do que para como se obter melhores informações”. Dentro das organizações as tecnologias buscadas auxiliam no processo da informação, para que a mesma ocorra de forma correta, rápida e entre qualquer membro da empresa em qualquer lugar do mundo. Moresi (2001) apud Monteiro; Falsarella (2006) destacando que a informação dentro das empresas é recebida em todo o mundo, e que o foco das empresas devem ser a busca e a manutenção de informações: crítica, mínima e potencial. A informação crítica é aquela necessária para a sobrevivência da organização; a informação mínima está relacionada a gestão da organização e a informação potencial é a que pode gerar vantagem competitiva. Cardoso; Pereira (2005, p. 225) acrescentam que “a Gestão da Informação é uma arma estratégica para a competitividade global, pois as pessoas com as novas tecnologias de informação geram resultado melhores”. As organizações buscam trabalhar a informação de forma transparente e objetiva, de forma a garantir qualidade e rapidez. Já para Correia (2000, p. 18) a troca de informações que ocorre 38 hoje no mundo é distinta, pois “de um lado temos um pequeno número de países que produzem e distribuem a informação e de outro todos os restantes, que se limitam, ou quase, a importar o que lhes vem de fora.”. Monteiro; Falsarella (2001, p. 24) concluem que “a informação que permeia toda a atividade humana, é capital essencial à toda organização”, originando com isso a necessidade de sua gestão. A informação teve seu maior destaque na época das sociedades comerciais e industriais do século XIX, ocorrendo alteração na percepção de velocidade e distância na troca de informações entre as pessoas e com a implantação da TV digital, isso influenciará a população a continuar a progredir neste processo. 2.5 Dimensão Mercadológica e a TV Digital Para Montez; Becker (2005, p. 37) “a evolução e o alcance social da TV geram sérios questionamentos sobre a real importância desse meio de comunicação e sobre sua possível influencia e dominação cultural”. Ao longo da evolução alguns movimentos tentaram abolir a TV da sociedade, apontando o conteúdo televisivo como sendo único, sendo que a real responsabilidade está nos geradores e transmissores desse conteúdo. Montez; Becker (2005) afirmam que a TV é um meio de entretenimento e de informação nos lares da população brasileira, e a tecnologia desses meios progride para qualificar os serviços prestados, mas destaca que a mais correta tecnologia está distante dessa evolução. Melo (2007, p. 140) aponta as principais características da TV digital em relação a TV analógica, como: a melhoria na qualidade de imagens e som; assistir a TV digital dentro de carros ou ônibus; ter acesso gratuito aos programas das emissoras e a interatividade através do seu televisor. Melo (2007, p. 144) também destaca que “o advento da TV digital interferirá também nas concessionárias de televisão atuantes no Brasil. Elas terão de reavaliar o modelo de negócios existente hoje e pensar como obter receitas com o novo sistema digital e interativo”. A mudança mais complexa será a transformação da TV aberta em um equipamento interativo, vários e novos serviços serão explorados, como o tcommerce, conhecido como o comércio televisivo, ou seja, a venda de produtos pela 39 televisão. A mobilidade também receberá destaque, com a possibilidade de assistir televisão de carros, celulares, trens ou ônibus. Determinada implantação refletirá numa mudança de paradigma alterando a relação telespectadorXemissoras de televisão em relação aos serviços prestados, tornando uma oportunidade para o mercado, visto que a TV aberta está presente na maioria dos lares brasileiros, contudo é necessário identificar peculiaridades da sociedade brasileira uma vez que há diferenças econômicas e culturais entre a população. (Tavares, 2001). 2.6 História da televisão e a chegada da TV Digital A vinda da televisão para o Brasil foi durante o crescimento industrial, em 1950, Mattos (2002, p. 27) esclarece que “a introdução da televisão no Brasil coincide com o começo de um importante período de mudanças na estrutura econômica, social e política”. No princípio dos anos 70, entre as cidades consideradas importantes no Brasil, já havia atuando 15 emissoras de televisão. Mattos (2006) cita que com o objetivo de gerar aumento nos anúncios para obter lucro a TV brasileira focou os programas para as maiores audiências. Ianni (1992) destaca afirmado que toda a mídia da TV adquiriu determinado poder, assumindo importância, ditando tendências e firmando novidades. Para Correia (2000, p. 25) a imprensa, a rádio e a TV podem ser usadas de algumas maneiras, tais ela: Informar as pessoas com a verdade e rigor, ou para deturpar os fatos e as enganar; Desenvolver o espírito coletivo e a solidariedade social, ou para estimular o individualismo, o egoísmo e o “salve-se quem puder”; Incentivo à participação social e ao exercício da cidadania, ou para a promoção da passividade e do isolamento; Defesa dos valores nacionais, do patrocínio cultural e da identidade própria de cada país e de cada região, ou para a submissão a valores, costumes, formas de pensar e de atuar importados ou impostos do exterior; Transmissão de conhecimentos, a abertura de novas perspectivas, a valorização e a dignificação humanas, ou para degradação cultural e o empobrecimento cívico; Defesa da tolerância e da convivência democráticas, ou para a condescendência ou mesmo incentivo ao sectarismo (político, ideológico, religioso, etc.) e a fenômenos como o racismo, a xenofobia ou o nacionalismo e o regionalismo exacerbado. Para Bittencourt (2007) o acesso gratuito a TV para a população torna essa relação muito próxima, e para muitas pessoas da sociedade, a televisão é o principal 40 canal de conhecimento e entretenimento. Podendo oferecer cultura, educação e informação audiovisual, trazendo um aumento na economia, visto que a televisão veicula anúncios publicitários que vão de exibição local à nacional, atingindo acima de 50 mil anunciantes no país. Desde a criação da primeira TV no Brasil, há 55 anos atrás, a única modificação realizada foi na década de 70, onde ocorreu a transição das imagens preto e branco para cores, permanecendo no sistema analógico. A TV brasileira passa por um desafio que começou no final do semestre de 2007, a implantação da TV digital. A TV digital no Brasil será gratuita e de acesso a qualquer individuo, propondo melhoria de sinal, áudio e interatividade com o telespectador. A escolha da programação, transações bancárias, interação com os programas, informações sobre o tempo, serviços de educação e saúde e o comércio televisivo serão algumas das características da TV digital. Diante dessa utilização de novas tecnologias, não é somente a TV brasileira que está passando por uma evolução, mas sim diversas mídias estão nesse processo de transformação, como: rádio, as redes fixas e móveis, o cinema. Abaixo estão destacados os provedores de conteúdo, tanto para TV aberta, satélite ou cabo (real time), ou para internet ou redes de telecomunicações (on-demand), conforme a figura 3: 41 Provedores Distribuição Consumo de Conteúdo Satélite Áudio/Vídeo ao vivo Conteúdo interativo P R O G R A M A D O R E S Fixo Cabo Telecom Fixa (banda larga) Móvel E P O R T A I S TV rádio-difusão (fixo,móvel,portátil) Telecom celular (banda estreita e larga) Celular Conteúdo sob demanda Outros DVD-HDTV Figura 3: Provedores de Conteúdo Fonte: Adaptado Fernando Bittencourt (2007) Para Montez e Becker (2005) a vantagem que terá mais percepção por parte dos telespectadores com a transmissão digital é a conversão da qualidade de sinal, as imagens digitais não sofrem interferência e são livres de ruídos, corriqueiros das TV’s analógicas. O mesmo autor cita que Ricardo Benetton Martins, diretor e coordenador do Projeto do Sistema Brasileiro de TV Digital na Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Telecomunicações e Giovanni Moura de Holanda, coordenador dos estudos para definição do modelo de referência do Sistema Brasileiro de TV 42 Digital Terrestre, declaram que a implantação possui como idéias básicas: promover a inclusão social, a diversidade cultural do país e a língua pátria por meio do acesso à tecnologia digital, visando: à democratização da informação; propiciará a criação de uma rede universal de educação à distância; planejará um processo de transição da televisão analógica para a digital que garanta a gradual adesão dos usuários a custos compatíveis com sua renda e estabelecer ações e modelos de negócios para a televisão digital adequados à realidade econômica e empresarial do país. Montez; Becker (2005, p. 38) ressaltam que “se levarmos em conta que apenas a ínfima parcela da sociedade brasileira tem acesso à leitura, podemos considerar que o povo brasileiro efetivamente se informa pela TV”. Ainda Montez; Becker (2005) apontam que a transformação que ocorrerá no mercado e nas emissoras a partir da interatividade entre o emissor e o receptor, modificarão a comunicação de massa. A interatividade não está relacionada somente a ampliação da comodidade na transmissão televisiva, envolve ainda aspectos financeiros, ao abranger a quantidade e qualidade dos serviços proporcionados. Para a interatividade na TV digital brasileira foi criado o sistema de compressão de vídeo H.2641 e também o middleware brasileiro, denominado GINGA, os dois beneficiam a inclusão digital. É através do sistema de compressão de vídeo (H.264), que o telespectador poderá assistir até quatro canais diferentes, devido a fragmentação de banda de freqüência. (Barbosa Filho, 2007). Santanna (2007) defende que “o middleware será a grande plataforma de software para integrar diferentes sistemas, padrões e códigos computacionais possibilitando o surgimento de muitas ofertas e oportunidades para o setor produtivo nacional.” De acordo com Montez; Becker (2005) a vantagem na codificação de vídeo está na possibilidade de descrever cenas na forma de objetos. Capacitando o telespectador a interação, possibilitando a emissão de comandos para alterar os objetos que estão na cena. Porém, mesmo capacitando o usuário a essa interação, as emissoras estão dando preferência para um modelo sólido no mercado, o H.262, utilizando técnicas de compressão, principalmente orientado para vídeo de alta qualidade, usado em padrões de TV digital. 1. Padrão de compactação de vídeo, também conhecido como MPEG 4. 43 Para a utilização da interatividade é necessário software, Consentino (2007, p. 41) afirma que “sem o software, a TV digital, utilizando formatos de compressão e padrões de transmissão, simplesmente converte um sinal analógico em digital”. Com a interatividade junto a conectividade, a TV digital oferece ao usuário conteúdos e possibilita uma reação. A TV Digital proporcionará para a sociedade brasileira uma melhor qualidade na imagem, nos aspectos definição padrão: imagem igual ou superior às de DVD; alta definição: imagem similar à do cinema com som estéreo; acesso a serviços pelo controle remoto: comunicação direta, programas de educação a distância, etc.; elevada qualidade técnica de transmissões: sem interferência. Castro; Filho (2006), afirma que com a implantação da TV digital no Brasil, ela venha a substituir em partes o computador, visto que através da TV o telespectador tem a possibilidade de fazer donwloads de filmes, programas, músicas, jornais, etc. Cruz (2008) afirma que a TV digital poderá fomentar a idéia de que levará tecnologia de computador para a TV e as tecnologias da TV para a área computacional, dessa maneira a TV digital oferecerá a personalização dos conteúdos a serem assistidos e a interatividade. Com a TV digital alguns exemplos de novos serviços eletrônicos podem ser destacados, como: aplicações financeiras, aplicações educacionais, aplicações de vendas e varejo e aplicações governamentais. Para TV digital é viável questões básicas que envolvem demanda, aspectos regulatórios, implementação de canal de retorno na TV digital, penetração da plataforma de TV digital, usabilidade, estágio ainda não maduro da plataforma de TV digital. De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação CPqD - Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações – em 2004, a demanda da TV digital está dividida em: Imagem mais nítida 82% Maior número de canais 74% Melhor qualidade de som 71% Acesso à internet 49% TV no carro ou no ônibus 39% Compras pela TV 32% TV no celular 27% Quadro 3: Demanda TV Digital Fonte: CPqD (2004) 44 O modelo de sistema adotado pelo Brasil, o SBTVD-T (Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre) foi desenvolvido por pesquisadores, cientistas e empresas nacionais, que buscaram o sistema apropriado às qualidades da TV aberta, Barbosa Filho (2007, p. 24) destaca que “foram investidos recursos de R$ 60 milhões em 22 consórcios, envolvendo 106 universidades, institutos de pesquisa e empresas privadas”, surgindo um sistema original com base no sistema já existente que é o de modulação japonesa, o ISDB-T, porém com inovações tecnológicas. Vieira (2007) destaca que o SBTVD-T, não é igual a nenhum dos modelos que já existem no mundo (norte-americano, japonês e europeu) tendo uma proposta mais avançada e afirma que a codificação de vídeo (H.264) e o middleware a ser utilizado serão desenvolvidos no Brasil. Os objetivos do SBTVD-T são definidos por Barbosa Filho, conforme quadro 4: 1. Conhecer a forma que a tecnologia digital pode interferir nos ecossistemas em relação a iniciativas expostas no cenário no mundo televisivo; 2. Identificar o aparecimento e ou afastamento de atores profissionais; 3. Perceber a capacidade de adaptação à nova tecnologia e a participação dos atores na comercialização de conteúdos audiovisuais; 4. Analisar a mudança para tecnologia digital e o seu impacto no âmbito fiscal e na balança comercial; 5. Fortalecer o projeto de inclusão digital. Quadro 4: Objetivos Projeto SBTV-T Fonte: Adaptado André Barbosa Filho (2007, p. 21). Foram elaborados 18 requisitos formais de proposta através da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) para a conclusão do estudo do sistema da TV digital a ser seguido, conforme quadro 5: 45 Quadro 5: 18 Requisições Formais de Proposta pela FINEP Fonte: Adaptado André Barbosa Filho (2007) Através dos objetivos descritos do SBTV-T, o governo criou o Fórum do SBTV-T como apoio ao Comitê de desenvolvimento e é composto por representantes dos setores de radiodifusão, industrial e da sociedade tecnológica e científica. O Fórum tem como propósito promover o desenvolvimento, a definição e o planejamento da implantação e implementação dos padrões técnicos voluntários ou obrigatórios do SBTVD-T, não gerando lucros. (Barbosa Filho, 2007) O Fórum tem como órgão executivo o Conselho Deliberativo, que é apoiado pelos módulos, conforme figura 04: 46 Figura 4: Módulos do Conselho Deliberativo Fonte: Adaptado André Barbosa Filho (2007) O módulo de mercado tem como alguns objetivos: identificar necessidades/ desejos e oportunidades do mercado; analisar e propor soluções a questões relacionadas ao planejamento da implantação do SBTVD-T; coordenar a relação entre a indústria de eletroeletrônicos e as emissoras no processo de digitalização da radiodifusão brasileira. Seguindo, o módulo de especificações técnicas considera aspectos técnicos referentes à geração, distribuição e recepção dos sistemas de TV digital, incluindo, mas não se limitando, aqueles referentes à alta definição (HDTV), a definição do padrão (SDTV), aos serviços de dados, à interatividade e ao acesso condicional também analisa e propõe soluções a questões relacionadas a assuntos técnicos relativos ao padrão SBTVD-T; submetendo propostas para a elaboração de padrões específicos para atender a questões técnicas determinadas. Para o módulo de propriedade intelectual, cabe coordenar esforços referentes à propriedade intelectual com a contraparte japonesa; analisar e propor soluções a questões relacionadas à propriedade intelectual; definir a atratividade de se 47 patentear as tecnologias desenvolvidas pelo SBTVD-T; pré-negociar os royalties ligados a incorporações de tecnologias ao SBTVD-T junto a seus detentores (ou indicar necessidade de negociação de royalties ao Comitê de Desenvolvimento); monitorar os processos de negociação de royalties. O módulo de recursos financeiros e fomento coordena esforços referentes a recursos financeiros e fomento com a contraparte japonesa; analisa e propõe soluções a questões relacionadas aos recursos financeiros e fomento do SBTVD-T; buscar formas alternativas de financiamento para a indústria de eletroeletrônicos e para as empresas de radiodifusão, de forma a agilizar a implantação do SBTVD-T; desonera a cadeia industrial e comercial até o usuário final de produtos eletroeletrônicos; E o módulo de desenvolvimento de recursos humanos busca coordenar esforços referentes ao desenvolvimento de recursos humanos com a ARIB Association of Radio Industries and Businesses, analisando e propondo soluções a questões relacionadas aos recursos humanos do SBTVD-T; discutindo temas relacionados à cooperação em desenvolvimento de recursos humanos e promovendo cursos e seminários. 2.7 Dimensões Política-regulatória Para (Barbosa Filho, 2007) a implantação da TV digital no Brasil é necessário criar diretrizes políticas e regulamentos para o seu desenvolvimento, em relação a regulamentação Ronaldo Mota Sardenberg, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações destaca que “em boa parte dos países desenvolvidos, a regulamentação dos serviços de comunicação de massa está sendo adequada ou já foi, com vistas a acompanhar o avanço do processo de convergência tecnológica”. O Sistema Brasileiro de TV digital foi definido em três processos, conforme descreve Vieira (2007): avaliação e estudo do sistema; definição do sistema e a implantação do sistema escolhido, ainda em realização. No Brasil a assinatura do decreto nº 5.820/2006 no qual foi determinada a transição da TV analógica para o sistema digital, em 29 de junho de 2006, determinou o início das transmissões para 02 de dezembro de 2007. O decreto estabelece que a implementação da TV digital tenha o prazo de sete anos para o sinal cubra todas as regiões brasileiras e de dez anos para o fim da transmissão 48 analógica, esse decreto foi firmado através dos requisitos apresentados em outro decreto (nº 4.901) que criou o SBTVD em novembro de 2003. (Barbosa Filho, 2007). Diante as alternativas de padrão, alguns aspectos foram considerados para análise, conforme destaca Melo (2007, p. 142) os aspectos foram divididos em: Aspectos políticos e institucionais: alcance/desenvolvimento social; desenvolvimento científico, tecnológico e Industrial; incentivo à geração de conteúdo Nacional e política externa. Aspectos legais e regulatórios: propriedade intelectual; conteúdo e direitos associados; licenças de serviços envolvidos; eventuais mudanças na lei e na regulação do setor. Aspectos técnicos: uso ótimo do espectro de freqüências; definição de imagem; interatividade; mobilidade; portabilidade; evolução tecnológica; migração para o sistema digital. Aspectos comerciais: modelo de negócio de cada ator da cadeia de valor; investimentos em equipamentos de infra-estrutura; pagamento de royalties; contrapartidas ofertadas; escala industrial; custos dos Set Top Boxes (Conversores) e televisores e balança comercial. Para Melo (2007) a implantação da TV digital, terá de ser atendida de acordo com a necessidade dos consumidores/sociedade. Diante do cenário a TV digital precisa garantir os menores preços aos produtos para atender a maior parte dos habitantes; imagem de alta definição; mobilidade; multiprogramação; sinal estável e compatibilidade com o mundo. 49 3. METODOLOGIA O cenário atual faz com que os indivíduos busquem a melhor forma de se obter informações a partir do correto alinhamento e comprometimento das entidades sociais, políticas e do mercado. Acredita-se que a utilização das informações geradas através dos meios de comunicação, tem uma importante capacidade de contribuir para o desenvolvimento do homem e do meio em que vive. Desta forma, procura-se com esta pesquisa analisar a utilização da TV digital na perspectiva de gerar informações para a construção da cidadania e da formação do conhecimento. Descrevem-se, neste capítulo, aspectos metodológicos adotados como tipo, ou seja, o método e abordagem de pesquisa, os procedimentos metodológicos para identificação da população e amostra, os instrumentos de coleta de dados, a descrição do tratamento dos dados para a apresentação analítica das informações. Esta metodologia está centrada no planejamento estruturado prospectivo, sendo visto com um processo estruturado e coordenado, que tem como função a formulação de estratégias para se atingirem objetivos. Nesse sentido, atingir o futuro previsto passa a ser até secundário, uma vez que o principal objetivo do processo é orientar as decisões e as ações do presente. Dentro desta ótica, a metodologia da pesquisa foi construída a partir da utilização do método Delphi. 3.1 Tipologia de pesquisa: O método Delphi tem sido um dos instrumentos mais utilizados na realização de estudos prospectivos. Seu nome é uma referência ao oráculo da cidade de Delfos, na antiga Grécia, em que predizia o futuro. Zackiewiez; Salles-Filho (2001) apud Cardoso (2005, p. 66) et al. afirmam que os objetivos de qualquer estudo prospectivo são estabelecidos em: tomada de decisões de linhas de ação; definição de prioridades para escolha de áreas promissoras para atuação; capacidade de reação e antecipação de variáveis futuras ou tendências emergentes de modo a tornar os agentes e na antecipação na busca de oportunidades; 50 geração de consenso e mediação para promover consenso entre grupos de interesse; comunicação e educação como troca de experiências e aumento do conhecimento sobre temas tratados, disseminando informações. Cardoso (2005) et al. define que dependendo dos objetivos da pesquisa a ser explorada e do tema da pesquisa é aconselhável a participação de especialistas de áreas de atuação e formações distintas. O método Delphi propicia a reflexão coletiva e individual sobre os temas abordados; a inclusão e a sinergia de idéias entre os especialistas e acrescenta conhecimento ao processo, não somente pelas respostas mas também através do aperfeiçoamento e a reformulação das perguntas já formuladas. Para o método Delphi Cardoso (2005) et al. defendem que a formulação das perguntas deve acontecer de forma clara, objetiva e de fácil entendimento para evitar que o investigado necessite de consultas extras para esclarecimento. Alguns tipos de questões devem ser evitadas, como por exemplo, perguntas que questione quando algum evento irá ocorrer, e que para acontecer, esse evento dependa de outro que não foi dado nenhuma informação ou solicitado opinião, pois dessa forma gera resposta inconsistente. Outro tipo de questão que deve ser evitado é aquela onde é solicitado ao especialista que ordene através de sua importância uma lista de 15 projetos exigindo um esforço para sustentar uma lista extensa, devendo nesse caso questionar casa projeto ou subgrupos de projetos podendo a equipe fazer a ordenação. Para o questionário Delphi não se busca elaborar um grande número de perguntas. Segundo Wright, Giovinazzo (2000), o método foi desenvolvido inicialmente na Rand Corporation, EUA, na década de 50, e tinha como objetivo obter consenso de especialistas sobre previsões tecnológicas. De caráter qualitativo esta pesquisa deverá apontar, para três condições: deve ser assegurado o anonimato dos respondentes, para evitar influência prévia de uns sobre os outros e eventuais constrangimentos devido a mudanças de opinião durante o processo; retorno (feedback) das respostas, para que os especialistas possam, conhecer as opiniões do grupo, reavaliar e aprofundar suas visões; tratamento estatístico das respostas, para que cada especialista possa se posicionar em relação ao grupo. O tratamento estatístico também é necessário 51 para que a equipe de coordenação possa acompanhar a evolução das respostas em direção ao consenso. O método qualitativo para Richardson (1999) é definido como a busca de uma compreensão dos significados e características situacionais que são expostos pelos investigados, não almejando medir ou numerar unidades. E para Goldenberg (2004) os dados da pesquisa qualitativa constam com descrições detalhadas de determinada situação com o propósito de perceber as intenções do indivíduo à sua maneira. Roesch (1996) afirma que a pesquisa qualitativa é mais bem empregada como forma de avaliação formativa, com objetivo de melhorar a efetividade de um determinado projeto ou então para proposição de planos como forma de escolher metas para o mesmo. No âmbito de procedimentos foi utilizado o método de pesquisa exploratória que Mattar (1996) define como sendo uma pesquisa que fornece ao pesquisador um maior conhecimento em relação ao problema ou tema de pesquisa, sendo melhor aplicada no inicio da investigação onde a informação e o entendimento sobre o tema por parte do pesquisador é escasso ou insuficiente. De acordo com Malhotra (2006) a pesquisa exploratória tem como finalidade explorar determinado problema ou situação em busca de uma maior compreensão, destaca como característica da pesquisa exploratória a flexibilidade e a versatilidade e como ser utilizada na forma de entrevistas com especialistas, levantamento-piloto, dados secundários e pesquisa qualitativa. Corroborando McDaniel, Gates (2004) afirmam que o método exploratório ‘e uma pesquisa inicial que busca o significado correto do problema a ser resolvido. 3.2 Sujeito de estudo: O método constitui-se na consulta a especialistas, de modo a obter respostas que reflitam a opinião desse conjunto sobre temas de interesse. Foram escolhidos especialistas nas três áreas: social, comunicacional e mercadológica. Estes participarão da pesquisa como informantes do processo de prospecção. Dados de literatura apontam que é comum entre a primeira e a última rodada o abandono de 50% dos participantes originais, Grisi; Britto (2003) ainda afirmam que é normal uma abstenção de 30% a 50% na primeira rodada e de 20% a 30% na segunda rodada. 52 Os especialistas foram definidos através de sua área de conhecimento e estão listados conforme quadro 6: Área de conhecimento 1º Publicidade e propaganda 2º Jornalismo 3º Marketing e Logística 4º Marketing 5º Pesquisa Mercadológica 6º 7º 8º Formação Tecnólogo em processamento de dados Mestrado em Administração Graduação em Comunicação Social: Jornalismo Graduação em Administração Especialização em Logística Empresarial Graduação em Publicidade Cursando pós em Marketing Graduação em Comunicação social Especialista em Marketing Mestrado em Turismo Gerente de empresa de comunicação Repórter Professor Membro do UNIJr Assistente de Marketing Empresária - Empresa de pesquisa mercadológica Marketing Graduação em Turismo MBA em Marketing Empresária - Empresa de Assessoria em Relações Públicas e Marketing e Professora de Canais de distribuição e Marketing de varejo Jornalismo Graduação em Comunicação Social: Jornalismo Especialização em Comunicação Mestrado em Turismo e Hotelaria Professora e Coordenadora do curso de Jornalismo UNIVALI Engenharia Elétrica Graduação em Engenharia Elétrica Mestrando em Engenharia: Energia, Ambiente e Materiais. Graduação Engenharia de Produção Elétrica Graduação em Design Industrial e Design Gráfico 10º Design e multimidia Mestrado e Doutorado em Engenharia de Produção Graduação em Comunicação Social: Jornalismo Jornalismo 11º Produção de TV Mestrado em Produção de Cinema e Televisão Quadro 6: Perfil dos Especialistas 9º Profissão Engenharia Elétrica Engenheiro responsável pelos serviços de manutenção preventiva da emissora de TV e rádio universitária Supervisor técnico de emissora regional Professor e coordenador de curso Professora e compõe a equipe da TV UNIVALI Conforme o quadro 6 a área de conhecimento dos especialistas que participaram da pesquisa é compatível com o tema discutido, nos quais os aspectos sociais, mercadológicos e comunicacionais estão contemplados nas discussões durante a aplicação do instrumento. 53 3.3 Instrumentos de pesquisa A consulta foi feita através de um questionário na primeira rodada e outro para a segunda rodada a partir das respostas dos mesmos especialistas. Foi elaborado pela equipe responsável pela pesquisa, conforme apêndices A e B. Procurou-se assegurar o anonimato às respostas e, em rodadas sucessivas os especialistas têm a oportunidade de conhecer as opiniões dos seus pares, podendo rever seu posicionamento ao longo das rodadas, o que favorece a convergência e a obtenção de consenso sobre as questões tratadas. No dizer de Grisi; Britto (2003), o Delphi é, em síntese, um processo estruturado de comunicação coletiva, que permite a um grupo de indivíduos lidar com problema complexo. As respostas exigem reflexão do especialista, o que o obriga a despender um determinado tempo e esforço de concentração para responder adequadamente às questões. Além disso, são especialistas externos à instituição executora da pesquisa, cuja participação é voluntária. O tempo de resposta do questionário, envolvendo ainda sucessivas rodadas, pode fazer com que ocorra uma alta incidência de questionários não respondidos e de desistências ao longo do processo. Procurou-se desenvolver um instrumento em que fosse fácil de entender as perguntas, para que os especialistas não precisassem fazer consultas adicionais. 3.4 Análise e apresentação A análise e interpretação dos dados da pesquisa foram feitas através de um consenso nas respostas dos especialistas. De acordo com Franco (2005) a análise é formada por uma metodologia de pesquisa usada na definição e interpretação de textos de variadas classes. As descrições sistemáticas facilitam o pesquisador a reinterpretar as mensagens e atingir um entendimento das informações, criando um vínculo do envio de mensagens e o contexto dos seus informantes, sugerindo comparações contextuais, que são obrigadas a se direcionar a partir da sensibilidade, da intencionalidade e da competência do pesquisador. 54 Com o método Delphi, busca-se um consenso de opiniões de um determinado grupo de especialistas e os sujeitos do estudo foram especialistas com conhecimentos das áreas social, comunicação e mercado que vão responder os problemas de pesquisa deste trabalho: - Qual o impacto social, comunicacional e mercadológico na utilização da TV Digital brasileira? 3.5 Limitações da pesquisa: Entre as limitações de pesquisa houve dificuldades para encontrar os especialistas nas áreas estabelecidas e selecioná-los. Desta forma, só é possível desenvolver o método Delphi com uma grande rede de relacionamento - networking. Após seleção, a aceitação do convite para participar de uma ou mais rodadas de perguntas bloqueou a participação de alguns especialistas para investigação. Outro item que limitou a pesquisa foi a demora no retorno dos questionários preenchidos e a insistência na solicitação da participação da segunda rodada. Como o método Delphi estabelece a participação dos mesmos especialistas da primeira rodada, a insistência teve que ocorrer de forma diária. Houve também dependência no retorno dos questionários, pois para a conclusão do trabalho os mesmos precisavam estar tabulados em data já prevista pelo projeto. 55 4. ANALISE DOS RESULTADOS A pesquisa foi desenvolvida através do método Delphi, com a participação de onze especialistas das áreas de Jornalismo, Marketing e Técnico, entre eles empresários, professores e jornalistas. A investigação foi desenvolvida em duas rodadas. Após realizar a seleção dos especialistas, o convite, a distribuição do instrumento de pesquisa da primeira rodada e o recebimento das respostas, foi necessário fazer a análise e interpretação das respostas encaminhadas. Em outro momento a pesquisa foi repetida com a distribuição de um novo questionário, porém com as respostas do grupo de especialistas, a fim de socializar as opiniões, e buscar a concordância de todos, conforme rege o método Delphi. O modelo e apresentação dos dados para a realização da tabulação e interpretação dos dois questionários relativos a primeira e segunda rodada foi fundamentado no modelo de apresentação de Souza Neto (2005), no qual tem como objetivo mostrar, em sequencia, as informações mencionadas pelos especialistas, que serão expostas em seguida. CONSTRUCTO A utilização da TV digital no Brasil trará modificações na maneira atual de promover a comunicação? Se a resposta for positiva, quais modificações? 1ª RODADA PERGUNTA 1 RESULTADO (Consenso) 100% 2ª RODADA PERGUNTA 1 RESULTADO (Consenso) 100% ANÁLISE (Resultado) Entre os entrevistados, todos afirmaram que haverá alteração na área de comunicação com a implantação da TV digital no Brasil, porém alguns acreditam que isso não ocorrerá em curto prazo. Apontam a interatividade como característica principal para a modificação na comunicação, visto que o consumidor poderá interagir com o transmissor momentaneamente tendo o feedback em tempo real. Citam também a mobilidade como forma de alteração na comunicação, pois será possível assistir TV através do celular ou computador a qualquer horário e em diferentes lugares. 56 CONSTRUCTO A TV digital trará modificações no comportamento do consumidor? Por quê? Se a resposta for positiva, quais modificações? 1ª RODADA PERGUNTA 2 RESULTADO (Consenso) 90,91% 2ª RODADA PERGUNTA 2 CONSTRUCTO RESULTADO (Consenso) 100% 1ª RODADA Você acredita que a TV digital vai oportunizar alteração no cenário mercadológico? PERGUNTA 3 RESULTADO (Consenso) 100% 2ª RODADA PERGUNTA 3 RESULTADO (Consenso) 100% ANÁLISE (Resultado) Em relação ao comportamento do consumidor, os pesquisados afirmam que sofrerá alteração, destacam que com a TV digital, existirá a facilidade de compras pela TV através do controle remoto, tendo acesso a busca de informações sobre o produto e também sobre a concorrência. Para o jornalismo, os pesquisados acreditam que será preciso segmentar a produção de informação com foco em públicos específicos. E essa alteração somente ocorrerá inicialmente em classes sociais com maior poder aquisitivo e em seguida para os demais consumidores. ANÁLISE (Resultado) Para o cenário mercadológico, todos os colaboradores afirmam que sofrerá modificações, porém cada um expressa de forma diferente essa mudança. Algum dos aspectos dessa modificação está relacionada as alterações nas atitudes dos consumidores por meio de seus hábitos e consumo. Destacam mudanças nos sistemas de publicidade e propaganda, outros enfatizam a competitividade no mercado e a criação de novas oportunidades. Também destacam que a criação de oportunidades será através das lojas virtuais eliminando barreiras geográficas, promovendo o fortalecimento entre marcas e seus consumidores. 57 CONSTRUCTO A TV digital pode ser um veículo facilitador para o marketing eletrônico? Sob que aspecto? 1ª RODADA PERGUNTA 4 RESULTADO (Consenso) 100% 2ª RODADA PERGUNTA 4 CONSTRUCTO A sociedade que ainda sofre a exclusão digital terá a mesma oportunidade em utilizar a TV digital como utiliza a TV analógica? RESULTADO (Consenso) 100% 1ª RODADA PERGUNTA 5 RESULTADO (Consenso) 40% 2ª RODADA PERGUNTA 5 CONSTRUCTO Toda a sociedade aguarda com boas expectativas a implantação da TV digital? Como você explicaria a aceitabilidade desta sociedade de consumo? RESULTADO (Consenso) 81,82% 1ª RODADA PERGUNTA 6 RESULTADO (Consenso) 81,82% 2ª RODADA PERGUNTA 6 RESULTADO (Consenso) 81,82% ANÁLISE (Resultado) Todos os entrevistados asseguram que a TV digital é um facilitador para o marketing eletrônico. Destacam que a TV digital facilitará o canal de distribuição em tempo real e também de ampliação dos canais atuais para compras, agregando mais ferramentas que a internet, devido a qualidade superior de imagem da TV. ANÁLISE (Resultado) Os especialistas acreditam que a população terá a oportunidade de utilizar a TV digital como a analógica, porém esse uso dependerá de políticas adotadas pelo governo para disseminação da TV digital e o custo do receptor digital que será passado para população para adquiri-lo. ANÁLISE (Resultado) Os entrevistados acreditam que a população aguarda com boas expectativas a implantação da TV digital. Porém alguns não identificam boas expectativas por parte da população, pois acreditam que os mesmos não conhecem o funcionamento da TV digital e nem o custo. Diante da aceitabilidade da população os entrevistados afirmam que está no fato de a TV digital ser uma nova tecnologia e como ampliação de novas oportunidades para consumo. Alguns especialistas acreditam que fatores como interatividade, informações sobre os programas e mobilidade são os essenciais para a aceitação do público. E para outros a acessão será através da melhoria de som e imagem que a TV digital oferecerá. 58 CONSTRUCTO A TV digital pode aumentar a quantidade de informações, assim como o acesso na busca de conhecimento? 1ª RODADA PERGUNTA 7 RESULTADO (Consenso) 81,82% 2ª RODADA PERGUNTA 7 CONSTRUCTO A possibilidade de interação entre o emissor e o receptor tem importância para as emissoras de TV? Qual seria o interesse destas emissoras? RESULTADO (Consenso) 90,91% 1ª RODADA PERGUNTA 8 RESULTADO (Consenso) 100% 2ª RODADA PERGUNTA 8 CONSTRUCTO Diante das opções para TV digital: melhoria de som e imagem, interatividade, compras pela TV, mobilidade, multiprogramação e acesso à Internet; quais você julga serem mais importantes, sob o aspecto técnico e economicamente viável? RESULTADO (Consenso) 100% 1ª RODADA PERGUNTA 9 RESULTADO (Consenso) 100% 2ª RODADA PERGUNTA 9 RESULTADO (Consenso) 100% ANÁLISE (Resultado) Os colaboradores acreditam que a TV digital poderá aumentar a quantidade de informações e assim a busca pelo conhecimento. Esse aumento ocorrerá pela integração a internet, a facilidade que será o acesso de busca e a interatividade. Esse aumento dependerá dos veículos de comunicação e também dependerá do modelo econômico e político que será implantado. Outros também destacam que o aumento de volume de informação não está relacionado na busca do conhecimento, podendo levar ao excesso a informações menos consistentes. ANÁLISE (Resultado) Todos os especialistas afirmam ter importância para as emissoras a interação entre emissores e receptores. E o interesse ficou dividido na seguinte escala: Interatividade; Fidelização; Feedbak da audiência; Forte canal de distribuição; Rastreamento do consumidor. ANÁLISE (Resultado) Com as mudanças previstas para a TV digital, os especialistas definiram numa escala, quais seriam as mais importantes e viáveis, sob os aspectos técnico e econômico. Com o maior nível está a interatividade,; seguido de acesso a internet, destacando que o mesmo só poderá ocorrer através da conexão de internet e não pelo sinal da TV digital; mobilidade; melhoria de som e imagem; multiprogramação e por último compras pela TV. 59 CONSTRUCTO 1ª RODADA Você considera a TV digital um avanço nas comunicações? Você poderia apontar vantagens e desvantagens? PERGUNTA 10 RESULTADO (Consenso) 50% 2ª RODADA PERGUNTA 10 RESULTADO (Consenso) 100% ANÁLISE (Resultado) As vantagens da TV digital foram apontadas pelos especialistas na seguinte ordem: Fácil acesso a informação; Ampliação dos canais de comunicação; Fácil acesso a rede de relacionamentos; Mercado mais competitivo; Ampliação do comércio virtual; Melhoria na produção de programas. E como desvantagens, foram destacadas: Demora na implantação em outras regiões; Preço; Acesso restrito a minoria da população; Falta de conhecimento do modelo brasileiro (SBTVDT com base no modelo japonês); Alto custo para adotar nova tecnologia; Escravização da tecnologia. Quadro 7: Constructo Com a finalização da pesquisa o nível de consenso de cada item entre os participantes na primeira rodada foi de 79,82 % atingido já mais da metade em concordância. Na segunda rodada o nível de consenso foi de 86,60% aumentando ainda mais o nível de compatibilidade entre as respostas dos participantes. 4.1 Itens em destaque Os resultados vão ao encontro com os objetivos da pesquisa: a) Avaliar a abrangência da implantação da TV Digital no Brasil no cenário social, comunicacional e do marketing: a conclusão desta pesquisa atendeu os objetivos específicos quando avaliou a abrangência da implantação da TV digital no Brasil no cenário social, comunicacional e do marketing, no qual os especialistas afirmaram que com a implantação acontecerão mudanças nesses cenários, no social através da ampliação da inclusão social, no mercadológico diante as mudanças no 60 comportamento do consumidor e no comunicacional através das adequações que as empresas de comunicação terão que fazer, porém isso ocorrerá em longo prazo. b) Identificar a expectativa da sociedade da informação na nova opção de recurso ao acesso às informações no Brasil: os especialistas afirmam que a TV digital facilitará o acesso a busca de informações, porém para os especialistas essa não será a característica mais importante, visto que poderá ocorrer o excesso de informações sem qualidade. c) Identificar pontos fortes e fracos dessa implantação: representado pelas vantagens e desvantagens, conforme quadro 8: Vantagens Desvantagens Fácil acesso a informação Demora na implantação em outras regiões Ampliação dos canais de comunicação Preço Fácil acesso a rede de relacionamentos Acesso restrito a minoria da população Mercado mais competitivo Falta de conhecimento do modelo brasileiro (SBTVD-T com base no modelo japonês) Ampliação do comércio virtual Alto custo para adotar nova tecnologia Melhoria na produção de programas Escravização da tecnologia Quadro 8: Vantagens e Desvantagens da TV digital Há de se considerar que as respostas encontradas nesta pesquisa indiquem o rumo da TV digital nos lares brasileiros, porque a riqueza de conteúdo de cada especialista revelou o domínio e a visão de cada profissional, justamente por serem profissionais na área estudada e por terem atuação dentro deste cenário. 61 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS As respostas obtidas por meio da aplicação da pesquisa foram de grande valor, pois foi possível identificar a percepção dos especialistas diante a implantação dessa nova tecnologia no Brasil. Todos especialistas colaboraram de forma significativa através dos conhecimentos que tinham sobre o assunto e também por atuarem nos mercados em questão. Os resultados obtidos através da aplicação da pesquisa demonstram que a implantação da TV digital no Brasil trará modificações, porém toda a mudança ocorrerá de forma lenta, visto que o custo para adquirir é alto em relação aos primeiros benefícios propostos, que são melhoria de som e imagem. Acredito que a sociedade brasileira ainda não esta empenhada para mudança, pois a demora para a total implantação faz com que a população não perceba os benefícios propostos por essa nova tecnologia. Para o cenário mercadológico, a interatividade poderá ser uma ferramenta de muita utilização, a possibilidade de buscar informações sobre determinado produto, suas especificações principalmente referente a preço e compará-los com o da concorrência tornará o mercado mais competitivo. Na implantação da TV digital no Brasil que está ocorrendo de forma gradativa, os profissionais apontaram mudanças nas áreas de comunicação e de mercado, citando a interatividade, característica prevista pela TV digital, como ferramenta essencial para essa mudança. O fato de o telespectador ter o poder de transmitir informações ou opiniões para os receptores transformará a maneira de assistir televisão, mesmo que isso ocorra em longo prazo. Corrobora Cosentino (2007, p. 43) “por ser uma tecnologia relativamente nova, a construção de aplicações para TV digital, com poucos padrões definidos e pesquisas em andamento, ainda é um desafio”. A TV digital vai melhorar a forma de assistir TV, pois irá fornecer características incomuns em relação a atual maneira de assistir TV. Muitos dos benefícios propostos pela TV digital são visto somente em canal fechado, onde o telespectador tem um alto custo mensal para ter acesso. Conforme respostas dos especialistas a expectativa da sociedade brasileira está em torno à características que beneficiam o telespectador na forma de assistir TV, como a interatividade, 62 mobilidade, melhoria do som e da imagem e a multiprogramação com a possibilidade de assistir vários canais ao mesmo tempo. Os especialistas indicam que haverá mudanças no comportamento do consumidor, visto que com a implantação da TV digital, existirá a ampliação de novos canais de distribuição e novas oportunidades de mercado, facilitando compras pela TV por meio do controle remoto. Promovendo também a busca de informações sobre os produtos da concorrência e explorando cada vez mais o foco na segmentação, alterando consequentemente o cenário mercadológico, assim como afirma Bittencourt (2007, p. 85) “a TV digital, sendo um enorme desafio, não poderia deixar de estar acompanhada de enormes oportunidades – cabe a nós explorá-las”. Também foram ressaltadas as vantagens e desvantagens em relação a implantação da TV digital no Brasil, entre os especialistas, muitos destacaram que com a implantação tornará mais fácil a busca pela informação através da TV, porém afirmam que dependerá dos veículos de comunicação produzirem conteúdos consistentes e de importância para os telespectadores, como afirma Montez; Becker (2005, p. 38) “a TV digital pode ser uma ferramenta de inclusão social, oferecendo mais informação e propiciando maior acesso ao conhecimento”. Como desvantagens a demora para a implantação em todo território brasileiro torna a TV digital ainda pouco atrativa para a sociedade brasileira. Aliada a outro aspecto, como o preço para adquirir a nova tecnologia, os especialistas destacam ser outra barreira para o acesso da população. A melhoria de som e imagem, que são as primeiras características percebidas pelo telespectador, não foi destacada pelos especialistas como a de grande relevância para a população. Acredita-se que este trabalho terá relevância para a academia por se tratar de um assunto atual e de interesse à comunidade cientifica e aos profissionais de marketing por apresentar informações prospectivas sobre os rumos da TV digital no Brasil. Propõem-se estudos posteriores para acompanhar o processo de implantação e mais tarde pesquisas sobre o grau de satisfação do telespectador/consumidor. 63 REFERÊNCIAS BAKER, Michael J. Administração de marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. BARBOSA FILHO, A. 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A sua dinâmica é composta pela realização de duas ou mais rodadas de questões com os mesmos respondentes. Suas afirmações vão muito contribuir para o desenvolvimento do Trabalho Conclusão de Curso - TCC e também para ampliar meus conhecimentos nesta área. Qualquer dúvida favor entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou por telefone (47) 9915.3002 Muito Obrigada! 1. A utilização da TV digital no Brasil trará modificações na maneira atual de promover a comunicação? Se a resposta for positiva, quais modificações? 2. A TV digital trará modificações no comportamento do consumidor? Por quê? Se a resposta for positiva, quais modificações? 3. Você acredita que a TV digital vai oportunizar alteração no cenário mercadológico? 68 4. A TV digital pode ser um veículo facilitador para o marketing eletrônico? Sob que aspecto? 5. A sociedade que ainda sofre a exclusão digital terá a mesma oportunidade em utilizar a TV digital como utiliza a TV analógica? 6. Toda a sociedade aguarda com boas expectativas a implantação da TV digital? Como você explicaria a aceitabilidade desta sociedade de consumo? 7. A TV digital pode aumentar a quantidade de informações, assim como o acesso na busca de conhecimento? 8. A possibilidade de interação entre o emissor e o receptor tem importância para as emissoras de TV? Qual seria o interesse destas emissoras? 9. Diante das opções para TV digital: melhoria de som e imagem, interatividade, compras pela TV, mobilidade, multiprogramação e acesso à Internet; quais você julga serem mais importantes, sob o aspecto técnico e economicamente viável? 10. Você considera a TV digital um avanço nas comunicações? Você poderia apontar vantagens e desvantagens? 69 APENDICE B Prezado Senhor (a) Primeiramente gostaria de agradecer sua participação na pesquisa sobre a TV DIGITAL NO BRASIL: uma análise do impacto comunicacional, social e mercadológico. As suas respostas foram muito valiosas e permitiram continuar o processo de investigação por meio da metodologia Delphi que tem como dinâmica a realização de duas ou mais rodadas de questões com os mesmos respondentes. Como a metodologia empregada nesta pesquisa solicita que as respostas sejam socializadas entre os especialistas e para as questões que apresentaram respostas muito diferente é necessário investigar por meio de novas questões, peço novamente a sua colaboração, respondendo este novo questionário que pretendeu ser mais sintético, porém parece ser extenso porque apresenta todas as questões respondidas no questionário anterior. Estou enviando este questionário com 4 perguntadas reformuladas, na expectativa de recebê-lo em breve para concluir a pesquisa. São as questões: 5, 8, 9 e 10. Aguardo, se possível, este questionário respondido até quarta-feira (18/06). Qualquer dúvida estou a disposição. Obrigada, Rafaella Machado e-mail: [email protected] Telefone: 47 - 9915.3002 Questionário 1) A utilização da TV digital no Brasil trará modificações na maneira atual de promover a comunicação? Se a resposta for positiva, quais modificações? 70 O nível de consenso entre os entrevistados foi de 100%, portanto não será necessária nova formulação para essa pergunta. Síntese da resposta: Entre os entrevistados, todos afirmaram que haverá alteração na área de comunicação com a chegada da TV digital, porém alguns acreditam que isso não ocorrerá em curto prazo. Você concorda? ( ) Sim ( ) Não - Comente, se quiser: 2) A TV digital trará modificações no comportamento do consumidor? Por quê? Se a resposta for positiva, quais modificações? O nível de consenso entre os entrevistados foi de 90%, portanto não será necessária nova formulação para essa pergunta. Síntese da resposta: Em relação ao comportamento do consumidor, os colaboradores afirmam que sofrerá alteração, destacam que com a TV digital trará a facilidade em comprar pela TV através de um controle remoto, podendo buscar informações sobre o produto e também sobre presença da concorrência, que independente de horário será de uma forma mais interativa. Você concorda? ( ) Sim ( ) Não - Comente, se quiser: 3) Você acredita que a TV digital vai oportunizar alteração no cenário mercadológico? O nível de consenso entre os entrevistados foi de 100%, portanto não será necessária nova formulação para essa pergunta. Síntese da resposta: Para o cenário mercadológico, todos os colaboradores afirmam que sofrerá modificações, porém cada um expressa de forma diferente essa mudança. Algum dos aspectos dessa modificação está relacionada as alterações nas atitudes dos consumidores por meio de seus hábitos e consumo. Você concorda? ( ) Sim ( ) Não - Comente, se quiser: 71 4) A TV digital pode ser um veículo facilitador para o marketing eletrônico? Sob que aspecto? O nível de consenso entre os entrevistados foi de 100%, portanto não será necessária nova formulação para essa pergunta. Síntese da resposta: Todos os entrevistados asseguram que a TV digital é um facilitador para o marketing eletrônico. Destacam que a TV digital facilitará o canal de distribuição em tempo real e também de ampliação dos canais atuais para compras. Você concorda? ( ) Sim ( ) Não - Comente, se quiser: 5) A sociedade que ainda sofre a exclusão digital terá a mesma oportunidade em utilizar a TV digital como utiliza a TV analógica? O nível de consenso entre os entrevistados foi menor que 80%, portanto será apresentada a seguinte questão: A política da inclusão digital irá facilitar o uso da TV digital ao grande público ao longo prazo. ( ) Concordo totalmente. ( ) Concordo parcialmente. ( ) Não concordo. Comente, se quiser: 6) Toda a sociedade aguarda com boas expectativas a implantação da TV digital? Como você explicaria a aceitabilidade desta sociedade de consumo? O nível de consenso entre os entrevistados foi de 80%, portanto não será necessária nova formulação para essa pergunta. Síntese da resposta: Os entrevistados acreditam que a população aguarda com boas expectativas a implantação da TV digital. Porém alguns não identificam boas expectativas por parte da população. Diante da aceitabilidade da população os entrevistados afirmam que está no fato de a TV digital ser uma nova tecnológica e como ampliação de novas oportunidades para consumo. Você concorda? ( ) Sim ( ) Não - Comente, se quiser: 72 7) A TV digital pode aumentar a quantidade de informações, assim como o acesso na busca de conhecimento? O nível de consenso entre os entrevistados foi de 80%, portanto não será necessária nova formulação para essa pergunta. Síntese da resposta: Os colaboradores acreditam que a TV digital poderá aumentar a quantidade de informações e assim a busca pelo conhecimento. Esse aumento ocorrerá pela integração a internet, a facilidade que será o acesso de busca e a interatividade. Você concorda? ( ) Sim ( ) Não - Comente, se quiser: 8) A possibilidade de interação entre o emissor e o receptor tem importância para as emissoras de TV? Qual seria o interesse destas emissoras? O nível de consenso entre os entrevistados foi menor que 80%, portanto será apresentada a seguinte questão: Quais dos interesses abaixo você julga importante por parte das emissoras? Aceita-se mais de uma resposta. Fidelização Rastreamento do consumidor Interatividade Feedback da audiência Forte canal de distribuição 9) Diante das opções para TV digital: melhoria de som e imagem, interatividade, compras pela TV, mobilidade, multiprogramação e acesso à Internet; quais você julga serem mais importantes, sob o aspecto técnico e economicamente viável? O nível de consenso entre os entrevistados foi menor que 80%, portanto será apresentada a seguinte questão: Numa escala de 1 a 5, relacione o nível de importância de cada opção abaixo, quanto aos itens tecnicamente e economicamente importantes na TVT digital. Considerando 1 como pouco importante e 5 para muito importante. 73 Níveis 1 2 3 4 5 Melhoria de som e imagem Interatividade Compras pela TV Mobilidade Multiprogramação Acesso à internet 10) Você considera a TV digital um avanço nas comunicações? Você poderia apontar vantagens e desvantagens? O nível de consenso entre os entrevistados foi menor que 80%, portanto será apresentada a seguinte questão: Aponte entre as alternativas abaixo, quais serão as vantagens e as desvantagens da TV digital: Aceita-se mais de uma resposta. Vantagens Melhoria na produção dos programas Fácil acesso a informação Mercado mais competitivo Fácil acesso a rede de relacionamentos Ampliação dos canais de comunicação Ampliação do comércio virtual Desvantagens Demora na implantação em outras regiões Preço Acesso restrito a minoria da população Alto custo para adotar a nova tecnologia Escravização da tecnologia Falta de conhecimento do modelo brasileiro (SBTVD-T - com base do modelo japonês)