Perspectivas contemporneas para a constituio de

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Título: Redes de inovação e o futuro do emprego e renda
Autor: Dr. Hermílio Santos
Instituição: PUCRS e Secretaria da Coordenação e Planejamento do Rio Grande do Sul
Endereço: Av. Borges de Medeiros, 1501 – 9 andar
Tema: Inclusão social
Subtema: Emprego e renda: o trabalhador e a inovação
Resumo: Discute-se nesse artigo o cenário atual de emprego em setores intensivos em
conhecimento. A partir daí apresenta um cenário tendencial para os próximos dez anos,
destacando-se aí as condições dos Estados da região sul do país de aproveitamento do ciclo de
crescimento previsto para o país até 2015. Ao mesmo tempo apresenta um arranjo institucional
que poderá otimizar as chances de criação de empregos qualificados na região, a partir da
constituição de redes de inovação.
Palavras-chave: Redes de inovação, emprego e renda.
1- Potencialidades de emprego e renda
Joschka Fischer identifica, no processo de globalização, uma crise do trabalho. Essa crise não
seria provocada exclusivamente ou principalmente pela descentralização do processo
produtivo, mas sim em razão da consolidação do que se convencionou chamar de “sociedade
do conhecimento”. Essa nova fase na história das sociedades estaria sendo caracterizada por
um “crescente deslocamento da fixação de valor para o nível simbólico do conhecimento e da
criatividade...” (Fischer, 2001: 124), o que provocaria uma crise ainda mais profunda para os
tipos de trabalhos tradicionais. Fischer apresenta ainda a caracterização do mercado de trabalho
norte-americano proposta por Robert Reich, segundo quem este mercado não poderia mais ser
subdividido em torno dos principais grupos profissionais. Três novas categorias dariam conta
das novas caracterizações que vão se consolidando no mercado de trabalho, principalmente
naqueles mercados de economia mais desenvolvida, que seriam os serviços de produção
rotineira, os serviços orientados para o cliente e os “serviços simbólico-analíticos”. De acordo
com Reich (apud: Fischer, op. Cit., 125), os vencedores economicamente do mercado de
trabalho globalizado seriam precisamente aqueles engajados em setores simbólico-analíticos,
como o design, o desenvolvimento de software, a análise de mercados, dentre outros setores
intensivos em conhecimento, o que significa quase que invariavelmente tipos de trabalho que
exigem mais tempo e maior especialização na formação educacional.
De acordo com Pochmann, esse processo de globalização tem sido pouco generoso, no Brasil,
com aqueles profissionais que apresentam formação qualificada capaz de engajar-se em setores
simbólico-analíticos. Segundo Marcio Pochmann, nos últimos quinze anos o Brasil têm
apresentado um ambiente pouco favorável à criação de empregos intensivos em inovação, ao
contrário da expectativa corrente, tendo em vista o processo acelerado de integração
internacional da economia brasileira desde o início dos anos 1990. Entre os anos 1990 e 1998
houve uma redução significativa de postos de trabalho qualificados no Brasil. Ao mesmo
tempo em que houve um crescimento de 14,2% de ocupações não qualificadas, ocorreu nesse
período uma redução de 12,3% de postos de trabalho qualificados (Pochmann, 2005, 10). Da
1
mesma forma, a participação relativa de um dos setores intensivos em postos de trabalho
qualificados, no caso o setor industrial de tecnologia de informação e comunicação, reduziu
sua participação na economia brasileira. No final da década de 1980 esse setor representou 2,7
do PIB brasileiro. Já no final da década seguinte essa participação não superava os 2,1% do
PIB. Com isso, os segmentos produtivos identificados com a “nova economia” repercutiram
negativamente no volume de emprego ofertado nesse setor. De um lado, a grande participação
das indústrias de tecnologia de informação e comunicação na década de 1980 deveu-se,
evidentemente, à estrutura do mercado brasileiro da época, com altas restrições à competição
internacional. Por outro lado, a abertura econômica foi avassaladora para esse setor. Contudo,
devemos sugerir que a posição dos anos 1980 estava fundada em bases extremamente
artificiais, sugerindo que as estratégias empresariais da época estavam equivocadas. Isso não
deve significar, entretanto, que desde então alguns setores não foram capazes de se adaptar à
competição global e que o futuro das atividades econômicas vinculadas e dependentes de
inovação esteja comprometida no futuro próximo.
Um estudo recente coordenado pela Secretaria da Coordenação e Planejamento do Rio Grande
do Sul, denominado Rumos 2015, traça um cenário tendencial para a economia brasileira e
gaúcha para os próximos dez anos. De acordo com esse estudo, o cenário tendendial mostra de
maneira consistente a presença de novos ciclos de expansão da economia brasileira, em que
caberá à iniciativa privada – aos atores do mercado, portanto – “o papel mais relevante no
processo de conceber e de implementar os projetos de investimento, tanto em setores
diretamente produtivos quanto em setores de infra-estrutura econômica em regime de
concessões ou de parcerias público-privado” (SCP, 2005: 14). Destaca-se ainda nesse estudo os
fatores que têm contribuído, nos últimos anos, para uma reversão da polarização regional do
desenvolvimento brasileiro, dentre eles o “aumento progressivo dos custos de concentração,
associados às deseconomias de aglomeração, especialmente na área metropolitana de São
Paulo...além da crescente pressão sindical e da legislação mais rigorosa” e o “avanço da infraestrutura econômica e social em direção a outros Estados e Regiões” (SCP, 2005:19). Quanto
as perspectivas futuras, esse estudo destaca ainda que:
“É de se esperar que os novos ciclos de expansão da economia brasileira,
durante o século XXI, sejam intensivos em ciência e tecnologia na
geração de diferentes produtos, processos e técnicas de gestão que irão
compor a formação do Produto Nacional de uma economia cada vez mais
exposta à competição externa. Estudos comparativos internacionais sobre
os novos padrões de localização dos projetos de investimentos,
semelhantes aos que irão dar sustentação a estes ciclos de expansão,
identificam que as vantagens relativas das regiões para atraí-los
dependerão, relativamente, cada vez menos da disponibilidade de
recursos naturais ou de mão-de-obra não qualificada em abundância
(fatores locacionais tradicionais) e cada vez mais da existência, na
região, de trabalhadores qualificados em permanente processo de
renovação de conhecimentos, centros de pesquisa, recursos humanos
especializados, ambiente cultural, etc. (fatores locacionais nãotradicionais). Dada a atual geografia de distribuição espacial destes
fatores não-tradicionais entre as regiões brasileiras, há
fortes
2
sinalizações de que, nos novos ciclos de expansão, poderá ocorrer uma
reconcentração espacial dos seus benefícios no Sul e Sudeste do País.”
(SCP, 2005:19)
Diante dessa perspectiva, a questão relevante que devemos nos colocar é saber como a região
Sul do país poderá traçar estratégias para criar as condições satisfatórias a fim de incrementar
suas potencialidades na criação de emprego e renda vinculados a setores intensivos em
conhecimento. No que se refere aos fatores determinantes para a escolha de instalação de
atividades econômicas o estudo referido acima revela ainda a posição de destaque que a região
Sul do país poderá assumir nos próximos dez anos. Os motivos pelos quais esta região estaria
bem posicionada seriam, resumidamente, os seguintes:
¾ A diversificação de sua estrutura produtiva faria com que o grau de vulnerabilidade a
choques externos seja minimizado consideravelmente;
¾ Sua proximidade geográfica dos principais mercados consumidores nacionais quanto
dos demais países do Mercosul faz da região candidata privilegiada para a atração de
investimos nos mais diversos setores;
¾ Apresenta oferta desenvolvida de serviços terciários e quaternários modernos,
instituições acadêmico-universitárias sólidas, mercados de trabalho profissionais
amplos e flexíveis, que poderão cumprir o papel de potencializar sua expansão
econômica na próxima década; e
¾ Presença de um grande número de aglomerações produtivas de diferentes
características estruturais (tipos de produtos, escala de produção, níveis tecnológicos e
grau de organização), que “são fortes candidatos a se transformarem em clusters
competitivos em escala global” (SCP, op.ct., 24).
Contudo, embora os fatores mencionados acima sejam necessários para que a região Sul tenha
um bom aproveitamento das oportunidades apresentadas pela economia contemporânea e
futura, eles se mostram insuficientes. Para tanto é fundamental que estejam combinados com
arranjos institucionais capazes de potencializar as condições favoráveis mencionadas acima. A
seguir iremos abordar diretamente esta questão, chamando a atenção para os contextos sociais
favoráveis às inovações de processos e gestão.
2- Contextos sociais de inovação na sociedade contemporânea
A questão central que devemos explorar diz respeito às potencialidades de inserção do
trabalhador em um cenário econômico em que a inovação tecnológica ocupa um lugar de
grande relevância. Interessa-nos aqui discutir os contornos mais propriamente sociais a
determinar a inovação em um mundo globalizado, destacando aí as potencialidades de trabalho
inovador no mercado de trabalho. Portanto, nossa análise irá se ater a considerar não as
chances de emprego e renda em geral, mas exclusivamente aquelas vinculadas mais
diretamente às demandas por inovação como fator determinante para sua competitividade tanto
no mercado local (nacional) quanto global.
3
Iremos abordar o tema em tela em três momentos distintos. Em primeiro lugar cabe aqui expor
de maneira sucinta uma caracterização geral da sociedade globalizada, destacando-se aí o papel
central que vai ocupando a esfera econômica na sociedade contemporânea. A partir dessa
caracterização geral iremos, em segundo lugar, discutir a relevância cada vez mais central de
arranjos institucionais em rede como impulsionadores e determinantes indispensáveis para a
criação de ambientes inovadores. Em terceiro lugar, e imediatamente vinculado a esse segundo
tópico, iremos apresentar um exemplo concreto de rede de inovação.
A figura 1 traz uma representação gráfica das sociedades em intenso processo de globalização.
Por um lado, observa-se uma rápida expansão do mercado, com a consolidação de suas
instituições; por outro lado, isso não vem ocorrendo sem a presença de efeitos perversos. São
vários os efeitos da globalização, em que podemos encontrar tanto aqueles que trazem uma
nova e salutar vitalidade às sociedades contemporâneas quanto aqueles que podem representar
uma ameaça à própria existência das sociedades tal como nós as conhecemos nos últimos dois
séculos. Percebe-se, através das setas, que o mercado ocupa hoje um papel preponderante na
interação com as demais esferas das sociedades, o que provoca algum desequilíbrio sistêmico.
Mercado
Atividades de produção
e circulação de bens de
consumo
Político
Procura de objetivos coletivos e
mobilização de atores e recursos
para tais objetivos
Sociedade civil
Socialização
Interiorização da cultura
(valores)
Instituições que estabelecem
e mantêm as solidariedades
para defender seus interesses
e realizar seus objetivos
Figura 1: Representação de sociedades globalizadas
O mercado é uma esfera de socialização em que concorre uma pluralidade de interessados na
troca e nas possibilidades advindas dessa troca (Weber, 1999). Na formulação de Dahrendorf
(1974), bastante próxima daquela desenvolvida por Weber, o mercado é concebido como “um
lugar de troca e competição, onde todos os presentes fazem o possível para aumentar sua
própria fortuna. (...) As decisões são tomadas, naturalmente, mas só com o propósito de
4
salvaguardar o funcionamento do mercado, isto é, a definição e a imposição das regras do
jogo”.
Deparamo-nos, nas últimas décadas, com um movimento vigoroso de uma crescente
autonomização dos mercados, principalmente dos mercados financeiros. Mais que a
internacionalização, a autonomização dos mercados é de fato a grande novidade da
globalização, impulsionada pelas inovações introduzidas pelas modernas tecnologias de
comunicação (Fischer, 2001: 37). Com isso, as instituições próprias do mercado alcançam uma
posição cada vez mais relevante na alocação de recursos, competindo com as instituições das
demais esferas da sociedade, notadamente o Estado. Por outro lado, as trocas entre as
instituições dos diferentes tipos de esferas têm se intensificado, em especial aquelas do
mercado, do sistema político, como também da sociedade civil. É precisamente este
intercâmbio intenso que tem propiciado a constituição de arranjos institucionais, ou interorganizacionais, que podem ser denominados de redes. Tais redes têm exercido um papel
preponderante nos processos de inovação, otimizando a alocação dos recursos disponíveis num
determinado contexto social.
Por redes devemos entender a caracterização geral do processo de formulação de políticas na
qual membros de uma ou mais comunidades de políticas estabelecem uma relação de
interdependência. Alguns autores, como Marin e Mayntz (1991), ao analisarem um tipo
específico de rede, como as redes de políticas públicas, chamam a atenção para o fato de que
estas não podem ser definidas unicamente através de sua interação interorganizacional, mas
também pela sua função, a saber, a formulação e implementação de medidas. Onde é
identificada a presença de redes – através da observação de atores que participam das
negociações e consultas antes que as decisões sejam tomadas –, estas se concentram em temas
setoriais ou específicos (como, por exemplo, no apoio ao desenvolvimento de novas
tecnologias, no caso de política industrial).
Esta concepção do processo de formulação de políticas públicas tem como pano de fundo uma
compreensão da sociedade em que diferentes atores interagem de uma maneira relativamente
descentralizada. Isso significa que as políticas públicas são o resultado de uma complexa
interação entre agências estatais e organizações não-estatais. Rejeita-se com isso a abordagem
que parte do Estado como o único ator relevante nesse processo. A iniciativa para que um tema
seja objeto de política pública pode ser tomada não apenas pelo Estado, mas também por
agentes não-estatais. Aqui se estabelece uma distinção marcante entre a formulação de políticas
através de rede de políticas públicas, de um lado, e através de dirigismo estatal, por outro lado.
A formulação via rede não se baseia em comando e ordem, mas em negociação e intercâmbio.
Este intercâmbio não significa, contudo, que todos os atores se beneficiem igualmente da
relação daí decorrente.
Ao contrário do que possa parecer, o Estado envolvido no processo de políticas públicas
através de rede não é um Estado prisioneiro e fragilizado em sua ação. Trata-se de um Estado
que perdeu suas pretensões de dirigismo, mas que não abdicou de seu papel de formulador e
implementador de políticas. Entretanto, este papel tradicional passa a ser combinado com uma
nova maneira de processar as demandas, a saber, quando atores não-estatais passam a estar
5
incluídos ex ante na identificação de problemas e na proposição de soluções, inclusive com
alguns desses atores assumindo parcela da responsabilidade em sua implementação.
Quando se trata de otimizar os processos de inovação, os arranjos institucionais em rede
parecem cumprir um papel fundamental. Ao contrário de Schumpeter, para quem o
empreendedor exerce um papel decisivo nos processos de inovação pelo fato de assumir riscos
(Hämäläinen e Schienstock, 2000:3), diversos autores têm sustentado a tese de que as redes de
inovação ocupariam este lugar central no processo de inovação. O argumento principal é de
que no contexto das economias modernas, a inovação dependeria, sobretudo, de coordenação e
cooperação intra-organizacional, além de um fluxo intenso de comunicação entre as
instituições envolvidas (Hämäläinen e Schienstock, 2000:6). Convém chamar a atenção para o
fato de que esse contexto deve satisfazer algumas pré-condições, dentre elas que o ambiente
político esteja suficientemente despolarizado a fim de permitir que se crie um ambiente de
confiança mútua entre os distintos tipos de instituições relevantes. Além disso, deve haver um
ambiente institucional bem desenvolvido e diversificado, em que os recursos necessários não
estejam centralizados em poucos atores institucionais. Do contrário, se se apresenta um
ambiente institucional hipertroficado, haveria um oligopólio institucional dos recursos
relevantes (capital, conhecimento, capilaridade, capacidade de formação, etc.), impedindo
assim a constituição de redes. Esse novo formato de processamento e alocação de recursos
oferece um ambiente promissor para a construção de ambientes inovadores.
Um exemplo concreto da maneira como este tipo de articulação tem sido experimentado pode
ser dado por uma iniciativa paranaense iniciada em 1999, denominada Paraná Auto Tech
(Santos, 2004). Até 1997, a única empresa existente no Paraná, ligada à indústria
automobilística era a New Holland, produzindo tratores e colheitadeiras. Após esta data,
aproveitando os incentivos do Regime Automotivo e o grande mercado potencial brasileiro,
várias montadoras iniciaram seus investimentos no Estado, entre elas a Renault,
Chrysler/BMW, VW/Audi.
O Paraná, além dos incentivos que foram destinados às montadores, possui a vantagem de estar
localizado mais próximo dos maiores mercados compradores do Mercosul. Apesar do seu
enorme potencial, a indústria automobilística paranaense ainda não completou todos os
investimentos previstos, além de algumas indústrias terem começado a produzir em caráter
experimental. Em 1999, a produção paranaense de autoveículos atingiu a marca de 55.300
unidades, 4% da produção brasileira.
As estratégias que vem sendo adotadas pela indústria automobilística mundial nos últimos anos
têm mudado de forma drástica a organização deste setor, que está se tornando cada vez mais
horizontalizado. Práticas como a do global sourcing e do single sourcing estão fazendo com
que os fornecedores de primeira camada atuem em nível mundial e tenham suas estratégias de
localização internacional atreladas ao movimento das montadoras. Dessa forma, grande parte
das empresas que farão o fornecimento de primeira camada para as montadoras paranaenses
são empresas multinacionais que virão, ou já estão, instaladas no país.
No início da implantação do programa de atração de novas empresas do setor automotivo, em
1997, percebeu-se um grande otimismo por parte das empresas fornecedoras da indústria
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automobilística em relação às novas oportunidades que estariam se abrindo com os
investimentos realizados no Estado. O excesso de otimismo foi conseqüência, em grande
medida, da desinformação dos empresários locais em relação às possibilidades que teriam no
setor automotivo. Com o decorrer do tempo e com a percepção de que o fornecimento de
primeira camada seria destinado, em sua maior parte, a empresas internacionais, as
perspectivas dos empresários locais se tornaram mais realistas.
Com o objetivo de melhorar as condições de competitividade das empresas locais, o Governo
do Paraná deu início a um programa utilizando a abordagem das redes de políticas. O principal
objetivo do programa denominado “Rede Paraná AutoTech” foi o de criar as melhores
condições para o desenvolvimento tecnológico. Desta forma, o Programa propôs a criação de
um sistema regional de inovação para a cadeia automotiva. Empresas, institutos de pesquisa,
universidades e outras instituições passaram a atuar de forma coordenada a fim de obter os
resultados esperados. A figura 2 apresenta a configuração geral deste arranjo. Coerente com a
abordagem das redes de políticas públicas, o governo passou a assumir o papel de articulador
do sistema com o objetivo do sistema atuar de acordo com o interesse público.
Sistema regional de inovação da cadeia automotiva
Recursos humanos
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Mercado
produtos
informações
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recursos
Em
Emppresas
resas
Figura 2: Sistema regional de inovação da cadeia automotiva (Paraná)
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3- Conclusões preliminares
Discutimos nesse artigo o cenário atual e futuro para a constituição de um ambiente favorável à
inserção do trabalhador em um mercado de trabalho inovador. A despeito de o Brasil ter
reduzido drasticamente a participação de postos de trabalho em setores vinculados à “nova
economia” durante a década de 1990, cenários tendenciais futuros revelam que a região do país
apresenta boas condições para receber e criar postos de trabalho vinculados a setores intensivos
em inovação. Contudo, para que essas condições sejam de fato bem aproveitadas é importante
que a região persiga uma estratégia de constituição de redes de inovação, por se tratar ela
mesma de uma inovação na área de gestão de alocação de recursos, o que poderá representar
oportunidades concretas de inserção de trabalhadores qualificados em um ambiente econômico
competitivo. As chances da região dependerão em grande medida da capacidade dos atores
institucionais criarem o ambiente favorável para a constituição de redes de inovação, nas quais
participam tanto atores governamentais, do mercado, assim como institutos de pesquisa e
universidades.
Bibliografia
FISCHER, Joschka. Por uma nova concepção da sociedade – uma análise política da
globalização. São Paulo, Summus, 2001. Tradução de Hermílio Santos e Silvia Bittencourt.
HÄMÄLÄINEN, Timo J. E SCHIENSTOCK, Gerd. Innovation networks and network
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MARIN, Bernd/MAYNTZ, Renate (orgs.), Policy Networks – Empirical Evidence and
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POCHMANN, M. Desenvolvimento tecnológico e possibilidades de inclusão social pelo
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SANTOS, Hermílio. Grupos de interesse e redes de políticas públicas: uma análise da
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SECRETARIA DA COORDENAÇÃO E PLANEJAMENTO DO RIO GRANDE DO SUL.
Estudo de desenvolvimento regional e logística de transportes para o RS – Relatório cenário
tendencial. 2005. Porto Alegre.
WEBER, Max. Politik als Beruf. Stuttgart: Reclam, 1993.
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