Edição no 42 - Ano X / 2011 - Maio/Junho Revisando ReCAPtulando Utility of ovomucoid-specific IgE concentrations in predicting symptomatic egg allergy Hitoshi Ando, Robert Movérare, Yasuto Kondo, Ikuya Tsuge, Akira Tanaka, Magnus P Borres, Atsuo Urisu Comentado por: Profa Dra Cristina Miuki Abe Jacob, CRM: 36304 Professora Associada e Livre Docente da Faculdade de Medicina USP, Chefe da Unidade de Alergia e Imunologia do ICrHCFMUSP Referência: J Allergy Clin Immunol Volume 122, number 3 CONTEXTO Algumas crianças com alergia a ovo cru podem tolerar ovo cozido. O teste de IgE específica para ovomucóide pode ter papel preditivo quanto à tolerância ao ovo cozido, neste grupo de pacientes. OBJETIVO O objetivo deste estudo é avaliar a utilidade clínica e adicionar valor diagnóstico às medidas dos anticorpos IgE específicos para clara ovo, ovoalbumina e ovomucóide ,em crianças com alergia a ovo. MÉTODOS Submeteram 108 crianças (idade: mediana de 34, 5 meses) com suspeita de alergia a ovo ao teste de provocação oral duplo cego placebo controlado(TPODCPC) com ovos cru e cozido. Os resultados dos testes foram correlacionados às concentrações de IgE específicas e de IgE total, utilizando o ImmunoCAP. Definições utilizadas: Ponto de corte ótimo: valor de IgE específica com boa sensibilidade e especificidade. Ponto de corte positivo: idem, com sensibilidade e especificidade de no mínimo 95% e falso positivo em menos que 5% dos pacientes. Ponto de corte negativo: valor de IgE específica com sensibilidade menor que 95%. RESULTADOS Reatividade à clara de ovo crua e cozida foi observada em 38 pacientes (Grupo A). Dos 70 pacientes que toleraram a clara cozida, 29 apresentaram reatividade à clara crua (grupo B) e 41 eram tolerantes a ambas (grupo C). Não havia diferença em relação ao tipo de sintoma ou de gravidade das manifestações clínicas. Os grupos B e C eram semelhantes em relação à história clínica e sintomas: quase todos tinham dermatite atópica e 20% tinham asma. No grupo A, quase todos apresentavam DA e asma, porém, havia maior frequência de alergia alimentar a outros alimentos e três dos pacientes apresentavam anafilaxia. A gravidade da alergia à clara de ovo foi associada com altas concentrações séricas de IgE total e de IgE específicas para clara, ovoalbumina e ovomucóide. Das crianças com anafilaxia, duas tinham altas concentrações de IgE específicas, mas a terceira tinha baixas concentrações: clara de ovo ( 33,3/ 48,6 e 1,0 kUA/L), ovoalbumina ( 33,5/ 55,9 e 1,2 kUA/L) e ovomucóide ( 25.9/ 20,7 e 1,2 kUA/L). Neste estudo, observouse forte correlação entre IgE específica para ovoalbumina e clara( rs=0,97) e significativa, mas não tão alta entre ovomucóide e clara (rs=0,85). A correlação entre IgE total e IgE especifica para clara era baixa ( rs=0,46). Como as concentrações de IgE específicas entre os grupos de pacientes reativos e tolerantes apresentaram significativa sobreposição, o ponto de corte tradicional de 0,35 kUA/L não foi discriminante e não deve ser recomendada a restrição de ovo ao paciente com IgE especifica maior que 0,35 kUA/L. Com a construção de curvas ROC, foi possível determinar pontos de corte para clara de ovo, ovoalbumina e ovomucóide entre pacientes alérgicos e tolerantes a ovo cru. A avaliação para IgE total não foi útil para este fim. Os pontos de corte de IgE específica ótimos foram: para clara de 2,82 kUA/L, com sensibilidade de 81% e especificidade de 85%. Para diagnóstico de alergia à clara cozida, o teste para ovomucóide foi superior, com ponto de corte de 4,40 kUA/L, sensibilidade de 76% e especificidade de 81%. Em relação ao diagnóstico de alergia a clara crua, os pontos de corte positivos foram: 7,38 kUA/L para clara, 9,84 kUA/L para ovalbumina e 5,21 kUA/L para ovomucóide. Os correspondentes pontos de corte negativos para exclusão do diagnóstico para clara e ovoalbumina foram respectivamente: 0,60 e 0,79 kUA/L. O ponto de corte negativo para ovomucóide não pôde ser calculado, pois 5% dos pacientes que apresentaram reatividade clínica à provocação oral com clara crua apresentavam valores de IgE especifica inferiores a 0,35 kUA/L. Em relação à alergia a clara cozida, os pontos de corte positivos foram: 30,70 kUA/L para clara, 29,30 kUA/L para ovalbumina e 10,80 kUA/L para ovomucóide. Os correspondentes pontos de corte negativos para ovomucóide foram: 0,85 kUA/L, 1,17 kUA/L e 1,16 kUA/L. O ImmunoCAP para ovomucóide mostrou o melhor desempenho para alergia a clara cozida em ambos pontos de corte (positivo e negativo). As concentrações de IgE específicas com valor preditivo positivo não inferior a 95% de probabilidade de reagir a clara crua foi >10 kUA/L para clara, >12 kUA/Lpara ovoalbumina e > 6,2 kUA/L para ovomucóide. Para clara cozida, >62 kUA/L para clara, >100 kUA/L para ovalbumina e > 20 kUA/L para ovomucóide. CONCLUSÃO Os autores concluem que as concentrações de IgE específica realizadas pelo Immuno CAP para clara e ovomucóide são úteis para o diagnóstico de alergia ao ovo. Quando estes dados são utilizados por médico experiente, em associação com a história clínica, o uso de pontos de corte positivos e negativos pode auxiliar na redução do número de testes de provocação. Também ajuda na decisão de recomendação do tipo de dieta de restrição que deve ser instituída ao paciente com alergia a ovo. COMENTÁRIOS A alergia a ovo é uma das alergias mais prevalentes na infância. Seu tratamento consiste na restrição dietética do ovo, o que traz grande limitação à qualidade de vida dos pacientes. Pelo fato de não termos parâmetros laboratoriais que nos permitam saber se a criança é reativa apenas a ovo cru e tolerante ao ovo cozido, em geral, o TPODCPC com ovo cru e cozido tem de ser realizado. Embora este método seja considerado o padrão ouro para o diagnóstico de reatividade clínica aos alimentos, apresenta dificuldades de realização, pois precisa de local adequado e profissional experiente para o atendimento de reações alérgicas grave. Neste estudo, IgE especifica para ovo maior que 7 kUA/L é altamente indicativo de alergia a ovo cru e IgE específica para ovomucóide maior que 11 kUA/L é indicativo de reatividade clínica também a ovo cozido. Este conhecimento possibilita não apenas melhor orientação do paciente, mas também a redução no número de TPODCPC em pacientes com suspeita de alergia a ovo. Revisando ReCAPtulando Clinical laboratory assessment of immediatetype hypersensitivity Robert G. Hamilton Comentado por: Dra. Lucila Camargo Lopes de Oliveira, CRM: 109.012, Médica alergista, pós-graduanda de alergia da UNIFESP/EPM Referência: J Allergy Clin Immunol Volume 125, number 2 CONTEXTO Existem diversos exames auxiliares possíveis em casos de reações de hipersensibilidade imediata. Compreender suas indicações, limitações e vantagens é fundamental para a boa prática clínica. OBJETIVO Revisar os exames auxiliares disponíveis usados em casos de hipersensibilidade imediata, abordando algumas indicações, técnicas, vantagens e limitações. MÉTODO Revisão de literatura. DESTAQUES • Extratos de alérgenos usados para testes cutâneos ou laboratoriais são bem mais heterogêneos em sua composição que os alérgenos recombinantes. Se, por um lado, podem trazer resultados muito variáveis, por outro podem algumas vezes mostrar positividade quando recombinantes não o fariam, já que se constituem de uma mistura de alérgenos e contêm alérgenos menores. • A técnica de microarray para detecção de IgE específica, disponível comercialmente como ImmunoCAPISAC (Immuno Solid-phase Allergen Chip), analisa, com ínfimas quantidades de soro, 103 componentes nativos/recombinantes provenientes de 43 fontes. Ela permite a identificação dos componentes estruturalmente similares, que são os responsáveis por reações cruzadas (PR-10, profilinas, LTPs, tropomiosinas, proteínas ligadoras de cálcio e seroalbuminas). • Dosagens de IgG (e subclasses) específicas se mostraram até o momento relevantes apenas no acompanhamento da imunoterapia para himenópteros, quando níveis elevados associam-se ao efeito protetor. • Triptase sérica elevada postmortem pode ocorrer na ausência de anafilaxia; dosagem de triptase em flui- do nasal/alveolar e outras secreções não têm indicação clínica até o momento. • Testes de provocação (pulmonar, nasal ou oral) são interessantes quando há discordância entre clínica e laboratório. CONCLUSÃO Exames laboratoriais ou in vivo podem sofrer interferências e variações e devem ser interpretados à luz de uma história clínica bem realizada. Em casos de discordância entre clínica e laboratório, deve-se considerar a repetição de exames em outras condições (nova amostra, outro laboratório, outro método). COMENTÁRIOS Para o diagnóstico de reações de hipersensibilidade imediata, é necessária a presença de IgE específica associada a uma clínica condizente por ocasião da exposição ao alérgeno em questão. A positividade de exames não se traduz sempre em sintomas e, portanto, não é sinônimo de alergia (falsos-positivos). Algumas vezes ocorre o contrário, a história é clara, porém não é possível comprovar as alterações laboratoriais (falsos-negativos). Isto é cada vez mais raro com o avanço das técnicas laboratoriais e a disponibilização de novos exames. Cabe ao especialista conhecer bem as características de cada exame para uma utilização mais apropriada em favor do paciente. Revisando ReCAPtulando Advances in alllergic skin disease, anaphylaxis, and hypersensitivity reactions to foods, drugs and insects in 2010 Scott H. Sicherer and Donald Y. M. Leung Comentado por: Dra. Silvia Daher,CRM: 26.794,médica alergista,Dra. em imunologia e alergia Referência: J Allergy Clin Immunol, Volume 125, number 1 CONTEXTO Esta revisão destaca os principais progressos nas pesquisas relativas à anafilaxia, reação de hipersensibilidade a alimentos, drogas e insetos que foram publicados nesta revista em 2010. OBJETIVO As observações epidemiológicas mais relevantes incluem aparente aumento da alergia a amendoim, com mais de 1% das crianças afetadas, e crescentes evidências de que a exposição precoce ao alimento alergênico, mais do que a restrição, pode melhorar o desfecho alérgico. MÉTODO Avanços no diagnóstico da alergia alimentar permitiram melhor percepção do prognóstico e da gravidade do quadro pelo diagnóstico por componente (component-resolved diagnostics) e a caracterização de epítopos específicos de ligação à IgE. RESULTADOS Quanto ao tratamento, a imunoterapia oral e epicutânea parecem promissoras. Estudos em alergia a drogas mostraram que houve grande melhora devido ao maior conhecimento da fisiopatologia, e as pesquisas realizadas em hipersensibilidade a insetos creditam as melhoras aos métodos diagnósticos. Estudos genéticos e funcionais demonstraram o importante papel dos produtos de diferenciação epidérmica na patogênese da dermatite atópica. A interação entre a resposta imune atópica e a resposta imune inata também parece predispor pacientes com dermatite atópica à infecção. Novas abordagens terapêuticas para o controle da urticária crônica também foram identificados neste último ano. CONCLUSÃO Os últimos anos proporcionaram respeitável avanço no campo da alergia. As combinações de estudos epidemiológicos multicêntricos possibilitaram a identificação de fatores ambientais e genéticos de importância no desencadeamento e evolução das manifestações alérgicas. Além de ressaltar a prevalência crescente de alergia ao amendoim, sugere que a exposição precoce a alimentos alergênicos pode ser mais efetiva que a dieta. Precisamos investigar mais esta questão, incluindo este tipo de avaliação para outros alimentos alergênicos. Essa confirmação é muito importante, porque a prescrição e aderência a dietas restritivas são reconhecidos como pontos críticos para prática clínica. Em relação ao aumento do número de casos de alergia alimentar, vale destacar que, além das diferenças de hábitos e outros fatores ambientais, há maior especificidade e sensibilidade nos testes laboratoriais, aumentando a capacidade de identificação de alérgenos/alérgicos. Outro aspecto interessante apontado é a maior persistência dos quadros de alergia alimentar. Assim, se de um lado há mais possibilidades diagnósticas e novas abordagens terapêuticas/preventivas, por outro o número de casos e a persistência de alergia alimentar aumentaram muito nos últimos anos. COMENTÁRIOS A imunoterapia oral mostra resultados promissores, mas é preciso caracterizar melhor os riscos e a eficácia do tratamento porque são fatores que limitam sua aplicação. A fisiopatologia das diferentes formas de hipersensibilidade ainda não está totalmente esclarecida, mas as novas ferramentas tecnológicas têm permitido um bom progresso nesta área. Um exemplo importante é relativo à alergia a drogas. A identificação de mediadores envolvidos no reconhecimento dos alérgenos e no desencadeamento das reações de hipersensibilidade fundamenta as pesquisas para desenvolvimento de testes diagnósticos mais efetivos. Quanto à dermatite atópica e a urticária, os resultados são inovadores e estimulantes. Foram observados resultados positivos com o uso de terapias alternativas em pacientes com urticária que não respondem a anti-histamínicos. O diagnóstico por componente (CRD) e a identificação de epitopos de ligação à IgE possibilitaram maior precisão na avaliação e prognóstico do paciente alérgico. Ainda há muitos aspectos que precisam ser resolvidos para que tenham maior aplicação prática. No caso de alergia a insetos, os estudos mais interessantes focam o diagnóstico e a imunoterapia. Além de sugerir fatores que podem estar relacionados ao risco do tratamento, um trabalho recente aponta a possibilidade de se definir previamente o paciente que pode apresentar melhor resposta a esta abordagem terapêutica. Percebe-se um avanço em todas as áreas da alergia, mas os resultados práticos não são imediatos. Inúmeras questões, básicas ou de aplicação clínica, precisam ser resolvidas. Estes achados têm grande valor para o delineamento de futuras investigações e, ainda, estimulam a revisão de conceitos estabelecidos. Atualização Médica ReCAPtulando Proteína de transferência lipídica envolvida em um caso de anafilaxia após ingestão de trigo, maçã e alface C. Eriksson, D. Marion, H. Akerstrom, F. Bernhardsson, A. DeMateo, S. Denery-Papini, M. Poorafshar Referência: Poster Presentations EAACI 2009, Warsaw, Poland ANTECEDENTES O trigo é, juntamente com leite, ovo, amendoim, peixe e soja, responsável pela maioria das alergias alimentares em crianças. Diversos alérgenos de trigo foram descritos, incluindo ω5 gliadina, inibidores de alfa amilase (AAI) e proteína de transferência lipídica (LTP). A ω5 gliadina é frequentemente descrita como um alérgeno envolvido em casos graves de alergia a trigo, enquanto as LTPs são consideradas envolvidas em alergia grave a diferentes frutas e vegetais em pacientes do sul da Europa. HISTÓRICO DE CASO Relatamos aqui um caso de uma menina espanhola de 14 anos com histórico de anafilaxia após a ingestão de trigo, maçã e alface. A paciente é também alérgica a pêssego, avelã, amêndoa, nozes, pólen de oliveira e ácaros. OBJETIVO O objetivo foi investigar o perfil protéico de sensibilidade ao trigo do paciente e também se a(s) proteína(s) está/estão envolvida(s) em reações cruzadas entre trigo, maçã e alface. CONCLUSÃO Neste caso, parece provável que a LTP está envolvida na anafilaxia após a ingestão de trigo e que a LTP também faz parte das reações cruzadas sorológicas entre trigo, maçã, alface e pêssego. Tabela 1 - IgE específico Alérgeno slgE (kUΑ/L) Trigo 36,2 Maçã 134 Alface 30,0 Pêssego 132 Pólen de oliveira 79,4 Ácaros 5,4 ω5 gliadina 0,01 LTP de trigo 37,0 Gliadina de trigo 2,01 LTP de pêssego (rPru p 3) 54 Profilina 9 (erva-dos-prados) 0,02 CCD 0,14 Tabela 2 - Resultados do ImmunoCAP após inibição com LTP de trigo LTP conc. inibição Alérgeno 0 mg/mL LTP slgE slgE slgE slgE % Inib. % Inib. % Inib. kUA/L kUA/L kUA/L kUA/L 0,1 mg/mL 0,01 mg/mL 0,001 mg/mL Trigo 4,55 75 6,27 65 7,86 57 18,1 Maçã 50,4 25 57,7 14 59,6 11 67,1 Alface 10,6 30 13,2 12 13,7 9 15,0 Pêssego 52,1 21 59,1 11 60,4 9 66,1 LTP de trigo 3,00 84 7,07 62 8,33 55 18,5 LTP de pêssego (rPru p 3) 59,9 22 63,2 18 67,0 13 77,2 Tabela 3 - Resultados do ImmunoCAP após inibição com LTP de pêssego LTP conc. inibição Alérgeno 0 mg/mL LTP slgE slgE slgE slgE % Inib. % Inib. % Inib. kUA/L kUA/L kUA/L kUA/L 0,1 mg/mL 0,01 mg/mL 0,001 mg/mL Trigo 12,8 29 11,7 35 13,6 25 18,1 Maçã 7,34 89 10,1 85 13,5 80 67,1 Alface 1,54 90 2,19 85 2,82 81 15,0 Pêssego 5,99 91 9,82 85 14,7 78 66,1 LTP de trigo 13,2 28 12,8 31 13,8 26 18,5 LTP de pêssego (rPru p 3) 8,81 89 13,2 83 17,5 77 77,2 Inibição (%) Figura 1 Soro de paciente inibido com diferentes quantidades de LTP de trigo Trigo Concentração (mg/mL) de LTP de trigo Maçã Alface Pêssego Figura 2 Soro de paciente inibido com diferentes quantidades de LTP de pêssego LTP de pêssego Inibição (%) LTP de trigo Concentração (mg/mL) de LTP de trigo MATERIAIS E MÉTODOS O IgE específico a extrato de trigo solúvel em água/sal (trigo), maçã, alface, pêssego, pólen de oliveira, ácaros, ω5 gliadina, LTP de trigo (experimental), gliadina de trigo, LTP de pêssego (Pru p 3), profilina de Phleum pratense (Phl p12) e determinantes de carboidrato de reação cruzada (CCD) foi determinado com ImmunoCAP (Phadia AB). A inibição de RAST foi realizada com LTP de trigo e LTP de pêssego, respectivamente. 350 μL de soro foram misturados a 350 μL de LTP nas seguintes concentrações: 0, 0,001, 0,01 e 0,1 mg/mL. Após a incubação, o IgE específico para trigo, maçã, alface, pêssego, LTP de trigo e LTP de pêssego foi determinado. RESULTADOS A análise do anticorpo no soro demonstrou que a paciente era sensível a trigo (36,2 kUA/L), maçã (134 kUA/L), alface (30,0 kUA/L), pêssego (132 kUA/L), pólen de oliveira e ácaros. A paciente não era sensível a ω5 gliadina (0,01 kUA/L), mas sensível a LTP de trigo (37,0 kUA/L). Além disso, ela não era sensível a profilina (0,02 kUA/L) e demonstrou uma resposta muito baixa a CCD (0,14 kUA/L). A inibição de RAST com LTP de trigo reduziu a reatividade ao trigo em 75% e a LTP de trigo em 84%. A reatividade de IgE da maçã, alface e pêssego também foi reduzida, mas apenas em 20-30%. A inibição com LTP de pêssego reduziu a reatividade ao trigo em 29%, ao LTP de trigo em 28% e à maçã, alface e pêssego em aproximadamente 90%. DISCUSSÃO A baixa concentração de sIgE para gliadina e ω5 gliadina, a alta concentração de IgE para LTP de trigo e a redução de sIgE para trigo após inibição com LTP de trigo indicam que o LTP é um alérgeno de trigo importante para esta paciente. A paciente ter sintomas graves e ser do sul da Europa indicam que a LTP pode estar envolvida na anafilaxia após a ingestão de trigo. A inibição com trigo ou LTP de pêssego reduziu a reatividade ao extrato de trigo, maçã, alface o pêssego, o que indica que ocorrem reações cruzadas. Entretanto, a redução da reatividade ao trigo foi muito menor quando o LTP de pêssego foi usado como inibidor, o que é esperado, já que a homologia da sequência entre o trigo e LTP de pêssego é baixa. Caso Clínico ReCAPtulando Alergia alimentar a camarão Dra. Ariana Campos Yang Doutora em Ciências pela FMUSP, médica assistente, coordenadora no ambulatório de alergia alimentar e dermatite atópica do Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das clínicas de São Paulo-FMUSP L.A.O., 34 anos, sexo masculino, branco, natural e procedente de São Paulo, advogado. O motivo da consulta é uma reação aguda grave que apresentou durante uma semana. HMA O paciente estava na praia e iria iniciar uma partida de futebol de areia quando começou a tossir. Evoluiu em poucos minutos com dispnéia, lesões em placas eritematosas pruriginosas em dorso e braços, além de edema deformante em lábios. Foi imediatamente levado ao pronto-socorro mais próximo e, antes ser atendido, surgiram sintomas de náuseas e uma forte dor abdominal, tipo cólica, muito intensa. Refere que foi medicado com adrenalina intramuscular, hidrocortisona EV e nebulização com fenoterol, apresentando melhora importante. Após 1 hora, persistia apenas com um leve edema nos lábios, que regrediu completamente logo após a alta hospitalar que ocorreu após 8h de observação. Ele disse que, antes dos sintomas iniciarem, estava tomando cerveja e comendo uma variedade de petiscos (amendoim, castanha de caju, queijo), além de camarão frito. Ele costuma sentir-se mal com frituras, então sempre toma uma cápsula de Engov® após refeições ricas em gordura. No dia da reação, sentiu plenitude gástrica cerca de 10min antes do início dos sintomas e tomou este medicamento. HISTÓRICO Ambiente: reside em uma casa pouco arejada, não carpetada. Alimentos: Desde a reação, refere que não comeu mais camarão, amendoim e castanhas, nem tampouco voltou a tomar cerveja. Antecedentes pessoais: Tem asma persistente leve controlada e rinite alérgica persistente moderada-grave parcialmente controlada. Refere alergia a penicilina (sic com a mãe), desde a idade pré-escolar. Antecedentes familiares: Irmão tem asma. Medicamentos atuais: Budesonida 400 mcg/dia + Formoterol 12 mcg/ dia; Budesonida nasal 100 mgc/dia. Medicamentos de uso eventual: Fexofenadina 120 mg, Engov ®, Aspirina®, Tandrilax®, Paracetamol e dipirona. Último uso de Aspirina há dois dias, devido a uma cefaléia. Exame físico: - Bem, sem alterações gerais, pressão arterial normal. - Cabeça e pescoço: sem nódulos ou massas palpáveis; rinoscopia anterior com hipertrofia moderada de cornetos. - Tórax: ausculta cardíaca e respiratória normal. - Abdomen nada digno de nota. - Pele: queratose pilar em braços. DIAGNÓSTICO Hipótese(s) diagnóstica(s): 1) Alergia a camarão 2) Alergia a amendoim 3) Alergia a castanha de caju 4) Reação adversa ao AAS ? Como fazer o diagnóstico etiológico? a) Anamnese detalhada e teste cutâneo de leitura imediata para alimentos e medicamentos suspeitos. b) Anamnese detalhada e teste de provocação oral com os alérgenos suspeitos, pois, sendo o padrão ouro no diagnóstico, permitirá comprovar a etiologia de forma definitiva. c) Anamnese detalhada e dosagem sérica de IgE específica para os alérgenos, evitando expor o paciente ao risco da provocação oral. d) Anamnese detalhada, dosagem sérica de IgE específica para os alérgenos, se necessário teste cutâneo, provocação oral para excluir causa(s) mais improvável(is). Qual importância de saber que o paciente tem asma e rinite alérgicas em um caso de anafilaxia? a) As manifestações de atopia não têm relação com anafilaxia. b) Pacientes com asma têm maior risco de morte em episódios de anafilaxia, além disso podem estar sensibilizados para aeroalérgenos que apresentam reatividade cruzada com alimentos. c) Podem apresentar níveis mais elevados de IgE total, e, assim espera-se encontrar níveis altos de IgE específica para o alérgeno que causou a reação. d) Pacientes asmáticos não podem ser submetidos a provocação oral. Aspectos a serem ressaltados: - Raciocínio clínico na elaboração de hipóteses diagnósticas, buscando ordem de probabilidade a partir dos dados de história confrontados com o conhecimento médico. - Indicação e interpretação dos métodos diagnósticos em alergia alimentar: IgE sérica, teste cutâneo e provocação oral. - Possíveis implicações clínicas da reatividade cruzada entre ácaro e camarão. - Valor diagnóstico da IgE para tropomiosina na investigação de alergia a camarão. Exames deste paciente: - Hemograma normal - ImmunoCAP positivo para Dermatophagoides pteronyssinus (6, 78 kUA/L, camarão 9,46 kUA/L, amendoim (0,41 kUA/L) - Prick test positivo para Dermatophagoides pteronyssinus (6x8 mm), camarão (7x7mm); histamina 5x5 mm, controle negativo 0 mm. - ISAC positivo para alérgeno do grupo 1 do ácaro (Der p 1) e para as tropomiosinas do ácaro, barata e camarão (Derp 10, Per a 7 e Pen a 1). - Provocação oral com AAS 200 mg negativa. - Provocações orais com amendoim e castanha de caju negativas. Diagnóstico final: Anafilaxia causada por alergia alimentar a camarão Autoimunidade ReCAPtulando Sistema EliA™ Entenda como funciona e quais as vantagens desta inovação. EQUIPAMENTOS • Completamente automatizado (execuções noturnas à distância) • Fácil gerenciamento do instrumento por software personalizado • Leitor de código de barras (opcional para Phadia 100€) • Protocolos, controle de qualidade e dados brutos facilmente acessíveis • Link hospedeiro opcional • Gerenciamento detalhado de controle de qualidade • Sistema integrado de gerenciamento de estoque no Phadia 250 CARACTERÍSTICAS • Autoimunidade e alergia no mesmo instrumento • Diferentes testes autoimunes na mesma execução • Não é necessária a divisão das amostras em lotes – pequenos ensaios podem ser realizados com custo acessível • Uma calibração mensal - controle da curva a cada ensaio. • Diversos instrumentos Phadia podem ser ligados. • Resultado da amostra entregue no mesmo dia • Função STAT no Phadia 250 para teste imediato de amostras de emergência • Possibilidade de ensaios “overnight”. • Documentação detalhada dos resultados (específico por paciente ou solicitante) • Phadia100€ até 46 determinações em menos de 2,5 horas • Phadia 250 - acesso randômico totalmente automatizado - até 350 determinações por turno • Múltiplos métodos em um ensaio. • Identificação positiva e rastreabilidade de amostras e agentes no Phadia 250 EliATM CCP Detecção Anti-CCP Totalmente Automatizada O Teste CCP • Para determinação de anticorpos anti-CCP (anti-peptídeo citrulinado cíclico) para auxiliar no diagnóstico de Artrite Reumatoide usando CCP de segunda geração • Valioso na artrite precoce (especialmente em casos de negatividade do Fator Reumatoide) e como um preditor de dados articulares graves (de acordo com a literatura recente) Alta Relevância Clínica • Excelente desempenho diagnóstico no uso rotineiro • Alta sensibilidade e especificidade clínica comprovadas em estudos com mais de 2.500 amostras Alto Desempenho Técnico • Baixas variâncias e alta reprodutibilidade para resultados consistentes • Alta consistência lote a lote devido a procedimentos validados de produção Eficiência também na Calibração • Uma curva para todos os testes IgG EliATM • Calibração independente do parâmetro • Curva armazenada, válida por um mês • Combinação de diferentes testes na mesmo ensaio. Fácil Manuseio • Pode-se usar tanto soro quanto plasma • Diluição automatizada de amostra • Manuseio eficiente de pequenos ensaios. Artrite Reumatoide A AR é a forma mais comum de doença articular inflamatória e afeta 1-2% da população em geral, mas seu diagnóstico permanece sendo principalmente clínico. O principal desafio é diferenciar a AR das muitas outras formas de atrite que compartilham diversos sintomas mas que variam bastante tanto nos resultados quanto as opções terapêuticas. O Fator Reumatoide (FR) - marcador sorológico- é um analito bem estabelecido, mas tem valor clínico limitado devido à sua má especificidade para AR. Com um crescente número de evidências indicando que a destruição articular e o declínio funcional na AR apresentam melhoria por intervenção terapêutica precoce e agressiva, a necessidade de um diagnóstico precoce inequívoco se torna essencial. Fotografia 1 AR - estágio inicial, mãos Fotografia 2 a AR - estágio tardio, mãos Fotografia 2 b AR - estágio tardio, raio X das mãos O Antígeno No final da década de 1990, reconheceu-se que os anticorpos ao fator perinuclear (APF), queratina (AKA) e filagrina eram específicos para artrite reumatoide e em 2000 o Grupo de Schelleken demonstrou que todos estes anticorpos reconheciam o mesmo antígeno: Peptídeos Citrulinados Cíclicos (PPC). Outros grupos conseguiram demonstrar que os anticorpos anti-CCP não são apenas altamente específicos para AR, eles aparecem também precocemente no processo da doença quando o diagnóstico é mais difícil e a intervenção mais eficaz. O ELISA baseado neste trabalho foi comercialmente disponibilizado. Dois anos depois, um ensaio de CCP de segunda geração com melhores características de desempenho foi lançado. O EliATM CCP é baseado neste ensaio de segunda geração e combina as vantagens de um sistema totalmente automatizado com os benefícios clínicos bem aceito deste marcador diagnóstico e preditivo. Alta Relevância Clínica • Excelente diferenciação de outras doenças Figura 1: Desempenho clínico EliATM CCP. Controles de doenças consideradas positivas pelo EliATM CCP e confirmadas como positivas por um CCP ELISA de referência são apresentados com cruzes. Os dados demonstram a excelente capacidade do EliATM CCP de diferenciar a AR de CTD como SLE, Síndrome de Sjörgren e Doença Mista do Tecido Conjuntivo, infecções e várias outras doenças como osteoartrite. • Excelente sensibilidade e especificidade clínica Tabela 1: Desempenho clínico do EliATM CCP (dados internos) Os resultados detalhados na Figura 1 e Tabela 1 demonstram que o EliATM CCP tem um desempenho clínico excepcionalmente bom como mostrado em diversas avaliações. A alta sensibilidade e especificidade resultam em excelente eficiência e destacam a relevância diagnóstica do teste. • Excelente especificidade em comparação com FR Tabela 2: Sensibilidade e especificidade obtidas em rotina (apresentado no 4º Congresso Internacional de Autoimunidade 2004 em Budapeste) Figura 2: Gráfico ROC para FR calculado para AR vs. controles Figura 3: Gráfico ROC para EliATM CCP calculado para AR vs. controles Com base em painéis de amostra clinicamente bem definidos, Mengozzi et al. compararam as curvas de ROC (Características de Operador Receptor) (G. Mengozzi et al., apresentado no 4º Congresso Internacional de Autoimunidade 2004 em Budapeste). Os dois estudos demonstram a destacada melhor especificidade do EliATM CCP em comparação o Fator Reumatoide (FR). • Melhor sensibilidade do que o FR em AR precoce Tabela 3: EliATM CCP e FR em AR precoce (B. Gilburd et al., apresentado no 4º Congresso Internacional de Autoimunidade 2004 em Budapeste) Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor! O EliATM CCP ajuda na realização do diagnóstico em um estágio precoce. • Valor confirmado em ambiente de rotina Tabela 4: Sensibilidade e sensibilidade obtidas em rotina O projeto da avaliação foi escolhido para avaliar o desempenho do EliATM CCP em uma situação de rotina. A alta especificidade foi confirmada. As diferenças na sensibilidade podem ser devidas às diferenças nas características do paciente em termos de gravidade e estágio da doença. Dados Técnicos Produto Antígeno Padronização Corte negativo Faixa de medição Diluição Material de amostra Distribuição normal Reprodutibilidade EliATM CCP CCP de 2ª geração curva padrão de 6 pontos <7 U/mL; equívoco: 7-10 U/mL; positivo: >10 U/mL 0,4 U/mL - no mínimo 340 U/mL 1:100 (automatizada) Soro, plasma (EDTA, citrato, heparina) média: 2,6 U/mL, 95º percentil: 4,3/6,2 U/mL CV intraexecução* 5,1 - 10,5% CV interexecução* 2,6 - 7,7% Celikey® (anti-tTG) GliadinDP Os Ensaios EliATM Celikey® e EliATM GliadinDP - Diagnóstico mais Seguro da Doença Celíaca Determinação dos anticorpos IgA ou IgG para tTG e peptídeos de gliadina deaminada,os anticorpos mais clinicamente relevantes no diagnóstico diferencial de doença celíaca. Alta Relevância Clínica • O EliATM Celikey® é equivalente ao teste de anticorpo antiendomísio (EMA) • O uso de antígeno tTG recombinante para EliATM Celikey® reduz os resultados falso positivos • A alta especificidade dos ensaios EliATM Celikey® e EliATM GliadinDP evita biópsias intestinais desnecessárias • A alta sensibilidade dos ensaios EliATM Celikey® e EliATM GliadinDP apoia o diagnóstico Alto Desempenho Técnico • Baixas variâncias e alta reprodutibilidade para resultados consistentes • Alta consistência lote a lote devido a procedimentos validados de produção • Resultados expressados como U/mL baseados em uma curva padrão de 6 pontos • Grandes tamanhos de lote - menos revalidações necessárias Antígenos de Última Geração • Antígeno tTG recombinante humano produzido no sistema celular de baculovírus eucariótico/inseto • Peptídeos sintéticos de gliadina deaminada Qualidade Comprovada • O EliA Celikey® tem o desempenho idêntico ao do bem estabelecido teste Celikey® no formato Varelisa® • Muitos estudos clínicos internacionais se baseiam no Celikey® • O Celikey® é considerado como o padrão entre os testes de anticorpo tTG Automação • Teste de tTG e anticorpo de gliadina deaminada totalmente automatizado • Instrumentos Phadia disponíveis para alta e baixa produtividade • tTG e gliadina deaminada, tanto IgA quanto IgG em um ensaio. • Calibração para IgA e IgG apenas a cada quatro semanas • Mesmo muito poucas amostras podem ser executadas de maneira econômica Doença Celíaca A doença celíaca (DC) é caracterizada por uma intolerância ao glúten, de trigo, cevada ou centeio. Apesar de ser incurável, existe um tratamento eficaz na forma de uma dieta isenta de glúten. A apresentação clássica da doença inclui sintomas gastrintestinais como diarreia, desconforto abdominal ou inchaço. Entretanto, uma grande proporção de pacientes de DC apresentam sintomas atípicos como fraqueza geral, mau humor, anemia, distúrbios menstruais ou até mesmo depressão. Todos estes sintomas são consequência de alterações patogênicas da mucosa do intestino delgado (atrofia das vilosidades), levando a uma má absorção dos nutrientes. Mesmo apesar da DC normalmente ocorrer na primeira infância, apenas alguns pacientes são corretamente diagnosticados durante este tempo, enquanto que a vasta maioria dos pacientes de DC é diagnosticada muito mais tarde ou não é diagnosticada. Portanto, os pacientes já diagnosticados com DC representam apenas a ponta do iceberg. As razões para esta situação são que aproximadamente metade dos pacientes de DC não apresentam os sintomas gastrintestinais típicos e têm a chamada DC latente ou silenciosa e, além disto, que a conscientização da DC entre os pediatras ou clínicos gerais ainda não é muito alta. Em resultado, a prevalência da doença celíaca tem sido subestimada há um longo tempo. Estudos de triagem recentes demonstram que ela é uma doença muito comum que afeta aproximadamente 1% da população. O diagnóstico precoce da DC em crianças é muito importante, porque a doença pode levar a retardo no crescimento e desenvolvimento. Entretanto, a DC não é apenas uma doença da infância, mas afeta também pacientes adultos, que podem ter uma qualidade de vida substancialmente reduzida e ter um maior risco de osteoporose, doenças autoimunes ou mesmo malignidade. Apesar da triagem de DC na população usando testes sorológicos ainda ser um tópico controverso, a triagem de grupos de alto risco, tais como parentes em primeiro grau de pacientes com DC, pacientes sofrendo de osteoporose, anemia, diabetes tipo I, tireoidite, deficiência de IgA ou outras doenças autoimunes é enfaticamente recomendada. O diagnóstico da doença celíaca consiste de três partes: sorologia, biópsia jejunal e remissão da doença após a adesão a uma dieta isenta de glúten. Os testes sorológicos disponíveis detectam os anticorpos a gliadina, transglutaminase tecidular (tTG) ou endomísio e são normalmente seguidos de biópsia intestinal se positivos. Os Antígenos • tTG recombinante humana e peptídeos de gliadina deaminada para diagnósticos confiáveis O primeiro antígeno que foi considerado associado à DC é a gliadina, a fração solúvel em álcool do glúten. A reação imune a gliadina é crucial para o desenvolvimento da DC. Pesquisa recente revelou que os peptídeos de gliadina cruzando a membrana da mucosa em pacientes de DC são deaminados pela transglutaminase tecidual (tTG) que os torna muito mais imunogênicos do que os peptídeos de gliadina não processados. Portanto, os peptídeos de gliadina deaminada representam alvos mais específicos para os anticorpos a gliadina que são produzidos nos pacientes com DC. Os testes EliATM GliadinDP usam os peptídeos de gliadina deaminada sintéticos relevantes de acordo com a literatura, o que proporciona a eles uma excelente especificidade. Durante a deaminação dos peptídeos de gliadina por transglutaminase tecidual (tTG), é formado um complexo que posteriormente dispara a produção de anticorpos não apenas a peptídeos de gliadina mas também a tTG. A transglutaminase tecidual é uma enzima Ca2+ dependente que tem múltiplas funções, incluindo a catalisação da ligação cruzada de proteínas ou incorporação de aminas nas proteínas. Em 1997, a tTG foi identificada como antígeno para anticorpos antiendomísio (EMA) que são detectados por ensaios de imunofluorescência indireta. Portanto, EMA e tTG podem ser considerados como equivalentes, se o teste anti-tTG correto for escolhido. Para obter um imunoensaio altamente sensível e específico que apresente resultados idênticos ao teste EMA, o antígeno de tTG deve atender determinados requisitos. Ele deve ser de alta pureza e deve apresentar a mesma estrutura tridimensional correta do antígeno de EMA. Nós conseguimos isto produzindo o tTG recombinante humano usado em nossos ensaios EliATM Celikey® no sistema celular de baculovírus eucariótico/inseto, o que garante um antígeno muito puro de estrutura correta e resulta em ensaios da maior sensibilidade e especificidade clínica possível. Muitas publicações independentes apresentam o desempenho clínico excelente dos ensaios Celikey®, bem como sua excelente concordância com o teste EMA. Alta Relevância Clínica • A alta especificidade evita biópsias desnecessárias Em contraste com outras doenças autoimunes, a doença celíaca tem a vantagem de ter marcadores sorológicos muito sensíveis e específicos. Um exame de sangue simples pode virtualmente descartar ou confirmar a DC com quase 100% de certeza. Portanto, estes testes podem também ser usados para a triagem de crianças e grupos de alto risco de DC, tais como parentes em primeiro grau de pacientes de DC, pacientes com osteoporose, anemia, diabetes tipo I, tireoidite, deficiência de IgA ou outras doenças autoimunes. Pelo fato de um resultado de teste de triagem positivo normalmente levar a uma biópsia de confirmação, a alta especificidade dos testes para DC é particularmente importante. Devido à prevalência de DC de aproximadamente 1% em uma população de triagem, até mesmo uma leve redução na especificidade resultará em um dramático aumento nas biópsias intestinais desnecessárias. Dois exemplos usando uma população de triagem de 1.000 indivíduos demonstram isto (Figura 1): Figura 1: Efeito da especificidade sobre o número de falsos positivos em uma população de triagem de 1.000 pacientes O ensaio menos específico resultaria em 5 vezes mais biópsias de pacientes sem DC em uma população de triagem, a maioria das quais poderia ser evitada utilizando-se o ensaio com maior especificidade. Todos os testes celíacos EliA, EliATM Celikey® bem como EliATM GliadinDP, são projetados para a mais alta especificidade e, portanto, são de grande auxílio aos médicos nas decisões diagnósticas. • O Celikey® IgA identifica os pacientes com DC e evita resultados falso positivos Pelo fato de sua crescente relevância para o diagnóstico de DC, tanto a sensibilidade clínica quanto a es- pecificidade são de grande importância para um ensaio IgA anti-tTG. Um estudo clínico externo incluindo 208 pacientes com doença celíaca e 157 pacientes de controle diagnosticados como livre de doença celíaca, mas sofrendo de outros sintomas gastrintestinais (Bürgin-Wolff et al., 2002) resultou em excelentes valores para Celikey® (Tabela 1). Tabela 1: sensibilidade clinica, especificidade, PPV, NPV e eficiência do Celikey® (retirado de Bürgin-Wolff et al., 2002) • O Celikey® é equivalente ao teste EMA De um excelente teste anti-tTG você deve esperar uma boa correlação com o teste de anticorpo antiendomísio (EMA) baseado na imunofluorescência indireta, que ainda é considerado como o padrão ouro entre os testes de DC sorológicos. Bastante trabalhosa e dispendiosa técnica, a imunofluorescência pode ser substituída com vantagens econômicas pelo Celikey® sem nenhuma perda de precisão diagnóstica. A Figura 2 resume que o Celikey® apresenta uma excelente concordância de 99% com o EMA em termos de desempenho clínico (Bürgin-Wolff et al., 2002). Figura 2: Comparação de EMA e Celikey® em uma população de estudo de 208 pacientes com DC positiva na biópsia e 159 controles negativos da doença na biópsia (dados retirados de Bürgin-Wolff et al., 2002). Estes dados também foram confirmados em um estudo de triagem com crianças em idade escolar. 3.651 de 3.654 resultados (99,9%) foram concordantes para EMA e Celikey® (Mäki et al., 2003). EliATM GliadinDP - O Complemento Ideal do EliATM Celikey® • O EliATM GliadinDP tem o desempenho tão confiável quanto o do EliATM Celikey® Usando peptídeos de gliadina deaminada sintéticos, os teste EliATM GliadinDP são muito específicos da doença e ajudam a evitar muitas biópsias desnecessárias. Isto é comprovado por um estudo usando 98 soros de pacientes com doença celíaca comprovada por biópsia (Marsh III), 102 soros de pacientes nos quais a doença celíaca for descartada por biópsia (Marsh 0 e 1) e 146 controles com outras doenças (50 com doença de Chron, 42 com colite ulcerativa, 54 com infecções). A sensibilidade neste estudo é bastante baixa para todos os testes comparados, o que é específico para o painel do soro. Os novos testes EliATM GliadinDP apresentam a maior especificidade de todos os testes de peptídeo de gliadina deaminada (DGP) incluídos (Tabela 2). Agora você pode até mesmo se basear em resultados exclusivamente IgG positivos. O EliATM GliadinDP IgA tem um desempenho no mesmo alto nível do EliATM Celikey®. A baixa sensibilidade do EliATM Celikey® IgG é bem conhecida para todos os testes IgG anti-tTG e é devida a uso de amostras com um nível de amostras IgA total. Em pacientes com deficiência de IgA, entretanto, o Celikey® IgG é altamente sensível, como comprovado por Korponay-Szabó et al. (2003). Tabela 2: Sensibilidade clínica e especificidade do EliATM GliadinDP em comparação com outros testes DGP e com o EliATM Celikey® • O EliATM GliadinDP é mais sensível em crianças pequenas Testes usando gliadina de trigo purificada têm-se demonstrado mais sensíveis do que testes anti-tTG em crianças muito pequenas (Largerqvist et al., 2008. Um estudo usando 122 crianças com doença celíaca comprovada por biópsia confirma isto também para os testes EliATM GliadinDP (Tabela 3). O interessante é que o teste IgA é ainda mais sensível neste grupo de pacientes que o teste IgG. O uso de EliATM GliadinDP fecha as lacunas dos quais os testes detTG IgA deixam abertas. Tabela 3: Sensibilidade clínica do EliATM GliadinDP em comparação com o EliATM Celikey® IgA em crianças muito pequenas com doença celíaca EliATM Celikey® e EliATM GliadinDP - A Combinação Perfeita • Uma combinação de testes celíacos EliATM encontra ainda mais pacientes com doença celíaca Qualquer combinação de teste EliATM GliadinDP com EliATM Celikey® IgA aumenta substancialmente a sensibilidade, ao mesmo tempo em que mantém uma especificidade muito alta (Tabela 5). A combinação de três testes demonstra a maior sensibilidade e é adequada para identificar todos os pacientes: crianças pequenas, adultos e pacientes com deficiência de IgA. Esta é uma boa razão para testar o EliATM GliadinDP IgA, EliATM GliadinDP IgG e EliATM Celikey® IgA em paralelo. Tabela 4: Sensibilidade clínica e especificidade do EliATM GliadinDP IgA, EliATM GliadinDP IgG e EliATM Celikey® IgA e de uma combinação dos três testes Testes Celíacos EliATM - Todos os Benefícios da Automação Testes de gliadina anti-tTG e testes gliadina deaminada, IgA e IgG, todos realizados em uma execução a partir de um único tubo de ensaio. Obtenha o quadro completo - rápido e conveniente. Você pode desconsiderar o teste IgA total se incluir o EliATM GliadinDP em seu esquema de teste. Todos os testes celíacos relevantes são feitos em um instrumento. A alta precisão e reprodutibilidade dos testes torna o teste obsoleto. Isto economiza tempo e dinheiro e irá melhorar a imagem do seu laboratório. As curvas padrão armazenadas para os testes IgG e IgA tornam o teste celíaco acessível, mesmo se você iniciar uma execução com apenas algumas amostras. Isto melhora o seu serviço para os solicitantes. REFERÊNCIAS • Alessio MG, Carminati V, Munegato, G, Ferri N, Maestroni C, Pagani S, Piazza P, Redaelli A, Trotta A (2004). A novel method for detection of anti-human tissue transglutaminase IgA antibodies. Poster apresentado no 4º Congresso Internacional sobre Autoimunidade em Budapeste, novembro/2004 • Bürgin-Wolff A, Dahlbom I, Hadziselimovic F, Petersson CJ (2002). Antibodies against human tissue transglutaminase and endomysium in diagnosing and monitoring coeliac disease. Scand J Gastroenterol 37: 685-691 • Korponay-Szabó I R, Dahlbom I, Laurila K, Koskinen S, Woolley N, Partanen J, Kovács J B, Mäki M, Hansson T (2003). Elevation of IgGantibodies against tissue transglutaminase as a diagnostic tool for coeliac disease in selective IgA deficiency. Gut 52: 1567-1571 • Lagerqvist C, Dahlbom I, Hansson T, Jidell E, Juto P, Olcén P, Stenlund H, Hernell O, Ivarsson A (2008). Antigliadin immunoglobulin A best in finding celiac disease in children younger than 18 months of age. J Pediatr Gastroenterol Nutr 47 (4): 428–435 • Mäki M, Mustalahti K, Kokkonen J, Kulmala P, Haapalahti M, Karttunen T, Ilonen J, Laurila K, Dahlbom I, Hansson T, Höpfl P, Knip M (2003). Prevalence of celiac disease among children in Finland. N Engl J Med 348: 2517-2524 ASBAI SP ReCAPtulando Testes alérgicos cutâneos Dr. Clóvis E. S. Galvão Diretor Secretário da ASBAI _ Regional São paulo. Os testes cutâneos têm representado uma ferramenta diagnóstica primária em alergia desde sua introdução em 1865 por Blackley. Sua técnica simples, rapidez na realização, baixo custo e alta sensibilidade explicam sua posição chave na investigação diagnóstica das alergias. O teste cutâneo de leitura imediata, também chamado de teste de puntura ou prick-test, foi primeiramente descrito por Lewis e Grant em 1924, mas tornou-se mais amplamente utilizado a partir de 1970, após sua modificação por Pepys. O teste de puntura modificado é realizado colocando-se uma pequena gota de cada extrato testado e solução controle na superfície volar do antebraço. As gotas são colocadas a 2cm ou mais de distância para evitar reações falso-positivas. Uma agulha hipodérmica (ou lanceta) descartável atravessa a gota e é introduzida na superfície epidérmica em um pequeno ângulo com o bisel voltado para cima. Para auxiliar a interpretação dos testes, são necessários os controles negativos e positivos. As soluções usadas como controle negativo são geralmente os diluentes usados na conservação dos extratos, servindo para detectar dermografismos e reatividade traumática. O controle positivo ajuda a detectar a supressão por medicamentos ou doença e variações na performance dos técnicos, e é geralmente usado o fosfato de histamina, na concentração de 10mg/ml. Os testes cutâneos devem ser lidos no pico da reação, 8 a 10min para a histamina e 15 a 20min para os alérgenos. É um procedimento seguro, embora reações sistêmicas tenham sido observadas. A correlação entre o resultado dos testes cutâneos e a determinação in vitro da IgE está em torno de 85 a 95% dependendo do alérgeno, sendo que o teste cutâneo é mais sensível e menos específico que os métodos in vitro. INTERPRETAÇÃO A interpretação do teste deve ser feita após um período de 15 a 20min. Deve-se observar se houve o aparecimento de uma reação tipo pápula e eritema. Os maiores e menores diâmetros da pápula devem ser medidos, somados e divididos por dois. As reações consideradas clinicamente relevantes e, portanto, como resultados positivos, apresentam pápula com 3mm ou mais de diâmetro médio e 10mm ou mais de eritema. O número de alérgenos testados vai depender da idade do paciente, da localização geográfica e da história clínica, entre outros. A reação positiva nestes indivíduos determina a presença de IgE específica, mas não implica necessariamente que o paciente seja clinicamente alérgico. Muitos estudos mostram que os testes cutâneos podem ser positivos em pacientes com sensibilidade assintomática. INFLUÊNCIA Alguns fatores podem influenciar no resultado: 1 – A idade do paciente – estudos mostram baixa reatividade cutânea nos extremos de idade – abaixo dos cinco anos e a partir dos 60 anos; 2 - Algumas drogas inibem a reatividade ao teste, principalmente os antihistamínicos – a duração do efeito inibitório está ligada à farmacocinética da droga e aos seus metabólitos ativos. Os anti-h1 clássicos reduzem a reatividade por até 24h; cetirizina, ebastina, loratadina, azelastina e terfenadina podem bloquear a reação cutânea por três a dez dias. O cetotifeno suprime a resposta cutânea por um período de até 15 dias. Os antidepressivos tricíclicos inibem a pápula por algumas semanas. Pequenos cursos de corticosteróides sistêmicos não inibem a reatividade. A aplicação de corticóides tópicos por uma semana pode reduzir tanto a fase imediata quanto tardia da reatividade cutânea. Longos cursos de CE não inibem a reatividade vascular induzida pela histamina , mas afetam a resposta dos mastócitos da pele e modificam a textura da pele dificultando a interpretação dos testes em alguns casos. CUIDADOS O teste não deve ser feito sem a presença de um médico para tratar eventuais reações sistêmicas; equipamento de emergência deve estar disponível, com equipe treinada para sua utilização; não deve ser realizado em pacientes sintomáticos. Não esquecer de incluir controles positivo e negativo e realizar o teste somente em pele sã; interrogar o paciente sobre o uso de medicamentos e realizar a leitura da reação no tempo adequado. A indicação dos testes cutâneos para o diagnóstico das doenças alérgicas deve ser baseada sobretudo em uma história clínica detalhada que já sugere o diagnóstico. É bom lembrar que a determinação da IgE específica confirma a sensibilização, mas não prova que o alérgeno está envolvido na sintomatologia do paciente. Qualquer avaliação diagnóstica deve ser indicada com critérios clínicos para evitar procedimentos desnecessários. O conhecimento da fisiopatologia das doenças alérgicas em investigação é essencial para a correta interpretação dos resultados. BIBLIOGRAFIA Daher S, Galvão CES, Abe A, Cocco R. Diagnóstico em doenças alérgicas mediadas por IgE.. Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia, v. 32, p. 3-8, 2009. Seba JB, Boechat JL. Testes diagnósticos em alergia: In Vivo. In: Geller M, Scheinberg M. Diagnóstico e tratamento das doenças imunológicas. 1a. Ed: Rio de Janeiro; 2005. p.455-461. Seba J, Mendes N, Rosario N, França A. Guia prático de utilização de extratos alergênicos para fins diagnósticos e terapêuticos nas doenças alérgicas. Rev Bras Alergia Imunopatol 2001; 24:116-19. ASBAI RJ ReCAPtulando Ceratoconjuntivites alérgicas Ekaterini S. Goudouris Profª da Faculdade de Medicina da UFRJ Médica do Serviço de Alergia e Imunologia do IPPMG – UFRJ Diretora Secretária - ASBAI RJ Doutoranda em Educação em Ciências e Saúde - NUTES/UFRJ A ocorrência de alergia ocular vem aumentando, da mesma forma que acontece com outros quadros de alergia, como asma e rinite. A alergia ocular engloba quadros mais simples e também mais frequentes, as conjuntivites alérgicas sazonal e perene e a blefaroconjuntivite (ou dermatoconjuntivite) de contato; além de quadros mais graves e bem mais raros (2% das alergias oculares) que podem acometer também a córnea e, por isso, chamados de ceratoconjuntivites. Na conjuntivite papilar gigante ocorre um processo inflamatório crônico de conjuntiva resultante do atrito mecânico causado pelo uso de lentes de contato, próteses oculares ou suturas expostas. É, portanto, pouco prevalente em crianças. Não produz lesões de córnea. Pode acontecer também uma reação aos resíduos depositados nas lentes (debris celulares, depósitos de conservantes de produtos de limpeza das lentes). Não se trata de uma alergia ocular verdadeira, apesar de ser mais comum em pacientes atópicos. Na dermatoconjuntivite de contato acontece eczema de contato (hipersensibilidade tipo IV) a drogas ou cosméticos (esmalte de unhas, por exemplo), afetando somente pálpebras ou associada à inflamação conjuntival. Sintomas oculares de prurido, lacrimejamento, ardência, hiperemia, edema conjuntival (quemose) e secreção mucóide clara acontecem isoladamente ou em associação aos sintomas da rinite alérgica e nem sempre são detectados pelo médico. A conjuntivite alérgica sazonal é equivalente à rinite sazonal, por alergia aos polens, bastante prevalente em países do hemisfério norte. A conjuntivite alérgica perene é equivalente à rinite perene, causada principalmente pelos ácaros e muito prevalente em nosso meio. Nas ceratoconjuntivites, além dos sintomas acima descritos para as conjuntivites, o prurido e a fotofobia costumam ser bastante intensos, com possibilidade de lesões em córnea e consequente risco à visão. TIPOS DE CERATOCONJUNTIVITE São dois os tipos de ceratoconjuntivite: a vernal (ou primaveril) e a atópica. Em ambas acontece intensa reação papilar em conjuntivas tarsais. A ceratoconjuntivite primaveril é uma doença grave, bilateral, geralmente crônica, com predomínio em meninos abaixo dos 10 anos de idade e em países de clima mais quente. O nome não é bem adequado, uma vez que os sintomas podem ser perenes ou piorar na primavera, no início do outono ou até no inverno. História familiar de atopia e/ou testes cutâneos positivos para aeroalérgenos acontecem em aproximadamente 50% dos casos. Existem duas formas: a tarsal, com papilas gigantes em conjuntiva tarsal superior, em forma de pedras de calçamento e cobertas por secreção mucóide fibrinosa contendo eosinófilos; e a límbica - infiltrados gelatinosos espessos de eosinófilos e células epiteliais conhecidos como pontos de Horner-Trantas, em torno do limbo. A lesão de córnea pode variar de superficial puntiforme a erosões com úlceras em escudo, com possibilidade de cicatrização subepitelial, ceratoconus e pseudogerontoxon (depósito lipídico no limbo). O prognóstico costuma ser bom, com resolução quando da entrada na puberdade. A ceratoconjuntivite atópica é a mais crônica e grave patologia alérgica ocular, com envolvimento bilateral de conjuntivas, córnea e pálpebras (blefarite), afetando pacientes com história de dermatite atópica (passada ou presente e independente de sua gravidade). Acontece predominantemente em adultos entre 20 a 50 anos de idade. Pode ocorrer piora da sintomatologia no inverno. São complicações possíveis: lesões de córnea (puntiformes ou úlceras, com possibilidade de cicatrizes e neovascularização), infecção secundária por S. aureus e herpes simples ocular, ceratoconus e catarata subcapsular anterior. Pontos de Horner-Trantas também podem estar presentes. A síndrome do olho seco é uma disfunção do filme lacrimal mais comum em usuários de lentes de contato, pacientes com doenças auto-imunes e com o uso de certas medicações (quimioterápicos). Pode estar associada aos quadros de alergia ocular e piorar com o uso de antihistamínicos. As conjuntivites alérgicas simples são reações de hipersensibilidade do tipo I, IgE mediadas. As ceratoconjuntivites são reações mistas tipo I e tipo IV, mediadas por IgE e por células, particularmente células T e eosinófilos. O prurido ocular pode ser importante fator de degranulação de mastócitos. A ceratoconjuntivite primaveril pode ser classificada em graus 0 a 5 (quiescente, intermitente leve, moderada – intermitente ou persistente, severa, muito severa e evolução). A ceratoconjuntivite atópica é classificada em graus 1 a 4 (leve/ocasional, persistente/ leve ou moderada/ocasional, persistente/moderada ou grave/intermitente e persistente/ grave). TRATAMENTO O tratamento se compõe de medidas não farmacológicas e farmacológicas. O tratamento não farmacológico inclui medidas de controle do ambiente, compressas frias (soro fisiológico) e lágrimas artificiais. O farmacológico é composto por medicamentos de uso ocular, oral ou nasal e imunoterapia (sublingual ou subcutânea). Os agentes de uso ocular são: antihistamínicos (levocabastina), estabilizadores de mastócitos (cromoglicato, lodoxamide), agentes de dupla ação (antihistamínica e estabilizadora de mastócitos – cetotifeno, emedastina e olopatadina), antiinflamatórios não esteroidais (ketorolac, diclofenaco), corticosteróides (loteprednol, rimexolona, fluormetolona, prednisolona, dexametasona) e ciclosporina A (1 a 2%). Vasoconstrictores oculares não devem ser prescritos pelo risco de vasodilatação de rebote. Os corticóides de uso tópico nasal, além de produzirem melhoria dos sintomas nasais, podem também melhorar a sintomatologia ocular associada. Os antihistamínicos por via oral também são eficazes para tratar os sintomas oculares. Devemos preferir os de segunda geração pelos menores efeitos colaterais. Em casos de exacerbações mais graves, envolvendo risco visual, devemos considerar o uso de corticóides orais, prednisona ou prednisolona, por curtos períodos (5 a 7 dias). A escolha do tratamento varia de acordo com a gravidade. Partindo de medidas gerais apenas, nos casos mais leves, para antialérgicos ocasionais ou regulares, antialérgicos de dupla ação regulares, até ciclosporina A ocular. Pelos riscos de catarata e de glaucoma, os corticóides tópicos ou sistêmicos devem ser reservados para uso por breves períodos, nas exacerbações agudas graves. BIBLIOGRAFIA Hodges, M.G. & Keane-Myers, A. M. – Classification of ocular allergy. Curr Opin Allergy Clin Immunol,2007;7:424-8. Leonardi, A.; De Dominicis, C.; Motterle, L. – Immunopathogenesis of ocular allergy: a schematic approach to different clinical entities. Curr Opin Allergy Clin Immunol, 2007; 7:429-35. Bonini, S.; Sachetti, M.; Mantelli, F.; Lambiase, A.- Clinical grading of vernal keratoconjunctivitis. Curr Opin Allergy Clin Immunol, 2007;7:436-41. Calonge, M & Herreras, J.M. – Clinical grading of atopic keratoconjunctivitis. Curr Opin Allergy Clin Immunol,2007;7:442-5. Schultz, B.L. – Pharmacology of ocular allergy. Curr Opin Allergy Clin Immunol, 2006; 6:383-9. Bielory, L.; Kateralis, C.H.; Lightman, S.; Naclerio, R.M.- Treating the ocular component of allergic rhinoconjunctivitis and related eye disorders. Med Gen Med, 2007; 9(3): 35 ALGORÍTMOS - COMPONENTES DE ALÉRGENOS ReCAPtulando CRD - Componentes de Alérgenos Novas oportunidades para o diagnóstico molecular da Alergia Suspeita de alergia ao Ácaro É alergia? Risco de reações clínicas? D. pteronyssinus (d1) + Der p 10 (d205) tropomiosina do ácaro d1: pos / Der p 10: neg d1: pos / Der p 10: pos Risco diminuído de reatividade cruzada entre crustáceos, moluscos e insetos (ex. barata) Risco aumentado de reatividade cruzada entre ácaros, crustáceos, moluscos e insetos (ex. barata) Veja algoritmo do camarão Sintomas ao Camarão...? primeira fase Camarão (f24) + Pen a 1 (f351) tropomiosina do camarão f24: pos / Tropomiosina: pos f24: pos / Tropomiosina: neg Outros crustáceos, ácaros do pó O anticorpo lgE contra a tropomiosina pode causar reações a outros mariscos, moluscos e aos ácaros do pó e barata Reações específicas ao camarão são mais prováveis segunda fase Suspeita de alergia a ovo É alergia? Risco de reações clínicas? Clara de ovo (f1) + Ovomucóide (f233) Clara de ovo: pos / Ovomucóide: neg Ausência de anticorpos lgE contra ovomucóide indica tolerância ao ovo cozido e receitas assadas que contém ovo como ingrediente (ex:bolos e tortas) Clara de ovo: pos / Ovomucóide: pos Risco aumentado da sensibilização ao ovo não regredir Principais Componentes Código Descrição Aplicação D 205 F 351 F 233 D 202 F 416 r Der p 10 r Pen a 1 (Tropomiosina camarão) n Gal d 1 (Ovomucóide) n Der p 1 r Tri a 19 Ômega - 5 Gliadina Veja algoritmo do Ácaro Veja algoritmo do Camarão Veja algoritmo do Ovo Indicação para Imunoterapia Marcador de Alergia severa ao Trigo SEMPRE SOLICITAR PELO CÓDIGO Ex: ImmunoCAP para D 205 COMPONENTES ALÉRGENOS COMPONENTES ALÉRGENOS - ImmunoCAP® ISAC ReCAPtulando COMPONENTES (RECOMBINANTES) COMPONENTES--ALÉRGENOS ALÉRGENOS MOLECULARES MOLECULARES (RECOMBINANTES) código COMPONENTES ALÉRGENO ESPÉCIE - ESPECÍFICO COMPONENTES COM REATIVIDADE CRUZADA ENZIMAS ORIGEM ANIMAL ORIGEM ANIMAL nAna c 2 Bromelina, Abacaxi (CCD) K202 COMPONENTES - ALÉRGENOS MOLECULAREScódigo (RECOMBINANTES) ALIMENTOS - LEITE ÁCAROS PÓLENS DE ÁRVORE código COMPONENTES ALÉRGENO ESPÉCIE ESPECÍFICO COMPONENTES COM REATIVIDADE CRUZADA ENZIMAS nDer p 1 d202 rBet v 1 PR-10, Bétula nBos d 4 Alpha-lactalbumina f76 ORIGEM nBos d 5 ANIMAL Beta-lactoglobulina ALIMENTOS - LEITE nBos d 8 Caseína nBos d 4 Alpha-lactalbumina nBos d Lactoferrina f77 código f78 f76 f334 nBos d 5 Beta-lactoglobulina ALIMENTOS - OVO nBos d 8Ovalbumina Caseína nGal d2 f77 código f78 f232 nBos d Lactoferrina nGal d1 Ovomucóide ALIMENTOS - OVO nGal d 3 Conalbumina nGal d2 Ovalbumina nGal d 4 Lisozima f334 f233 código f323 f232 K208 nGal d1 Ovomucóide ALIMENTOS - TRIGO nGal Conalbumina rTri a d193Ômega-5 Gliadina f233 código f323 f416 rFel d f1,3Gato nCan Albumina sérica de cão nBos 6 BSA, Vaca nSus sdAlbumina sérica de porco nGal d 4 Lisozima FUNGOS ALIMENTOS - TRIGO rAsp f 2 K208 código código m219 nFeld d 2 Albumina sérica de gato INSETOS/VENENOS nCan f sérica de cão nApi m31Albumina Fosfolipase A2, Abelha rTri a 19 Ômega-5 Gliadina LÁTEX FUNGOS rHev b 1 f416 código código K215 nSus s Albumina ORIGEM VEGETALsérica de porco INSETOS/VENENOS ALIMENTOS rAsp rHev fb23 LÁTEX m219 K217 código nApi Fosfolipase A2, Abelha rPru pm11PR-10, Pêssego ORIGEM VEGETAL rPru p 3 LTP, Pêssego rHev b 1 K215 rHev b 3 K217 ORIGEM rDer p 2 ANIMAL ÁCAROS rDer p 10 (Tropomiosina) nDer p1 ALIMENTOS rDer p rPen a 21 Tropomiosina, Camarão rDer p 10 (Tropomiosina) EPIDERMAIS E OUTRAS PROTEÍNAS ALIMENTOS rFel d 1, Gato rPen Camarão nBosad16Tropomiosina, BSA, Vaca EPIDERMAIS E OUTRAS PROTEÍNAS nFeld d 2 Albumina sérica de gato ALIMENTOS rPru p 4 Profilina, Pêssego rPru p 1 PR-10, Pêssego Proteína PR-10 Proteína de transferência Lipídica (nsLTP) rMal nAra dh 11 nPru nAra ph 32 Anacardium occidentale ProteínaVicilina PR-10 Proteína de estoque, Proteína Proteína de transferência Lipídica (nsLTP) de estoque, Conglutina rAna o 32 nAra h nAra h 1 rTri a 19.0101 nAra rHev bh 12 nAra rHev bh 33 rTri rHevab19.0101 5 rHev rHev b b 16 código e94 f351 e204 código e220 e94 e221 e204 e222 e220 código e221 k203 e222 código código k203 f419 f420 código f421 f419 f420 rPru p 4 Profilina, Pêssego f421 (PAINEL RESUMIDO) Anacardium occidentale Proteína de estoque, 115 globulina Proteína de estoque,gliadina Vicilina Omega-5 Proteína de estoque, Hevea Conglutina brasiliensis Proteína de estoque, 115brasiliensis globulina Hevea Omega-5 gliadina Hevea brasiliensis Hevea Hevea brasiliensis brasiliensis Hevea brasiliensis rHev b3 MARCADORES DE REATIVIDADE CRUZADA Hevea brasiliensis rHev b 5 VEGETAL ORIGEM rHevvb46 Proteína ligadora de Hevea Cálcio,brasiliensis Polcalcina rBet g212 rPhl Profilina, Capim rabo-de-gato K219 rHevpb12 6.01 código LÁTEX K220 rHev b 6.02 K218 rHev K221 rHev b b 58 Profilina rHev rHev b b 6.01 9 rHev rHev b b 6.02 11 K219 K222 K220 K224 rHev b 8 Profilina K221 rHev b 9 K222 rHev b 11 Componente (Recombinante) já disponível em alguns laboratórios K224 Componente (Recombinante) já disponível em alguns laboratórios rFel d 4 Lipocalina ORIGEM nBos d 6 ANIMAL nBos nBos d d 48 Albumina sérica nMus m 1 nFelad12 rAlt Albumina sérica Alternaria alternata nBos nBos d d 5lactoferrin nBos dd 16 nGal β-lactoglobulina Lactoferrina rFel 41 nApidm nMusg m rBla 1 1 Lipocalina Blattella germanica nBos nGal dd 28 nBos dd 3lactoferrin nGal Caseínas Ovalbumina nGal nGal d d 15 nGal cd12 rCyp α-lactalbumina Caseínas Albumina sérica Ovomucóide Lactoferrina Conalbumina Ovomucóide Albumina sérica Ovalbumina Parvalbumina nGal rGad dc 13 nGalfd15 rDer Albuminafarinae sérica Dermatophagoides rCyp rDer fc21 rGad pc 11 nDer DermatophagoidesParvalbumina pteronyssinus Conalbumina Parvalbumina Parvalbumina Dermatophagoides farinae rBet rHevvb48 rPhl pa71 rMer Proteína ligadora de Cálcio, Polcalcina Profilina nDer rCan fp11 nDer fp22 rCan Dermatophagoides pteronyssinus Lipocalina rBet nOlev2 e2 rHevpb12 8 rPhl Profilina Profilina rEur nCanmf 32 rCan fc13 nEqu Euroglyphus maynei Albumina sérica rMer nAnaac12 nOle e 2 MarcadorProfilina de CCD rCan rFel df12 nCan f 3 Lipocalina Uteroglobina rFel d 1 Uteroglobina nAna c 2 código g210 rPar j2 LTP, Parietária Judaica g212 rPhl p 12 Profilina, Capim rabo-de-gato w211 código PÓLENS código LÁTEX DE ERVAS DE GRAMA g210 rPhl K218 rHevpb7,5 Capim rabo-de-gato nBos d 4 ImmunoCAP® ISAC (PAINEL RESUMIDO) (PAINEL RESUMIDO) ImmunoCAP ® ISAC β-lactoglobulina nBos d 5 Dermatophagoides farinae Dermatophagoides pteronyssinus rPhl p 12 t216 w211 t220 código rBet v 4, Bétula PÓLENS DE ERVAS DE GRAMA PÓLENS DE ERVAS DANINHAS rPhl p 7, Capim rabo-de-gato Albumina sérica rDer nDerfp12 rDer m f 22 rEur Profilina Profilina rBet v 1 PR-10, Bétula PÓLENS DE ERVAS DANINHAS rBet v 2 Profilina, Bétula rPar j2 LTP, Parietária Judaica nFel d 2 MARCADORES DE REATIVIDADE Proteína ligadora deCRUZADA Cálcio, Polcalcina rPhl p7 ORIGEM Profilina rBet v2 VEGETAL Proteína ligadora de Cálcio, Polcalcina Profilina K202 t216 código t220 t215 código nAna Bromelina, Abacaxi (CCD) rBet v c2 2Profilina, Bétula PÓLENS DE ÁRVORE rBet v 4, Bétula α-lactalbumina DÚVIDAS: 0800 551535 ORIGEM ANIMAL ORIGEM VEGETAL nPru p 3 ORIGEM rAna o 2 VEGETAL d203 f351 d205 código rPru p 3 LTP,DÚVIDAS: Pêssego 0800 551535 ImmunoCAP® ISAC rMal d 1 d203 código d205 d202 código código código t215 Dermatophagoides farinae Euroglyphus maynei Dermatophagoides pteronyssinus Lipocalina Lipocalina Albumina sérica Lipocalina Lipocalina Fosfolipase A2 rAlt rBlaag12 nApigm4 1 rBla Alternaria alternata Blattella germanica rBla rBla g g 15 rBla gs 12 rAni Blattella Blattella germanica germanica Fosfolipase A2 Blattella germanica Blattella germanica Anisakis simplex Blattella germanica rBla g 4 MARCADORES DE REATIVIDADE CRUZADA Blattella germanica rBla g 5 ORIGEM ANIMAL Anisakis simplex rAni ss 31 Tropomiosina rAni Tropomiosina MARCADORES DE REATIVIDADE CRUZADA nBla g 7 ORIGEM Tropomiosina rDer p 10ANIMAL rAni rPen sa31 nBla gi 17 nPen Tropomiosina Tropomiosina rDer nPenpm101 rPen a 1 Tropomiosina Tropomiosina nPen i 1 Tropomiosina nPen m 1 Tropomiosina Tropomiosina Tropomiosina Tropomiosina Profilina Albumina sérica RELAÇÃO DE COMPONENTES MAIS RELEVANTES DO PAINEL COM MAIS DE 100 COMPONENTES Profilina Albumina sérica nEqu c 3 Marcador de CCD RELAÇÃO DE COMPONENTES MAIS RELEVANTES DO PAINEL COM MAIS DE 100 COMPONENTES www.phadia.com.br | 2010 - Out/Nov 27 www.phadia.com.br | 2010 - Out/Nov 27 PRINCIPAIS ALÉRGENOS ReCAPtulando PRINCIPAIS ALÉRGENOS PRINCIPAIS ALÉRGENOS PRINCIPAIS ALÉRGENOS PRINCIPAIS ALÉRGENOS ALIMENTOS Mexilhão Azul PRINCIPAIS ALÉRGENOS f37 Cavalo e3 GRUPOS DE TRIAGEM código ALIMENTOS fx5 (Clara de ovo - Leite - Peixe - código Alimentos GRUPOS DEInfantis TRIAGEM Milho Azul Mexilhão Morango Milho f8 f37 f44 f8 Cobaia Cavalo Galinha Cobaia e6 e3 e85 e6 f245 f44 f1 f245 f75 f1 Gato Galinha Hamster Gato e1 e85 e84 e1 Vaca Hamster FUNGOS Vaca e4 e84 (Trigo - Aveia - Milho - Gergelim - Trigo negro) Cereais Trigo - Amendoim - Soja) fx5 fx3 Ovo Morango Ovo, clara Ovo (Peixe - Camarão - Mexilhão azul Frutos do Mar (Trigo - Aveia - Milho - Gergelim - Trigo negro) Cereais fx2 fx3 Atum - Salmão) Frutos do Mar (Peixe - Camarão - Mexilhão azul Semente Oleaginosas (Amendoim - Avelã Atum - Salmão) fx2 fx1 Ovo, clara gema Ovo, Peixegema Ovo, Trigo - Amendoim - Soja) (Clara de ovo - Leite - Peixe Alimentos Infantis Castanha do Pará - Amêndoa - Côco) - Avelã Semente Oleaginosas (Amendoim ISOLADOS Castanha do Pará - Amêndoa - Côco) fx1 código Abacate ISOLADOS Abacaxi Abacate f96 código Abóbora Abacaxi Alho Abóbora f210 f96 f225 f210 f47 f225 Amêndoa Alho Amendoim Amêndoa f20 f47 f13 f20 Arroz Amendoim Atum Arroz f9 f13 f40 f9 Aveia Atum Avelã Aveia f7 f40 f17 f7 Banana Avelã Batata Banana f92 f17 f35 f92 Cabra, leite Batata Cacau leite Cabra, f300 f35 f93 f300 Camarão Cacau Carangueijo Camarão f24 f93 f23 f24 Castanha do Pará Carangueijo Cebola do Pará Castanha f18 f23 f48 f18 Cenoura Cebola Cereja Cenoura f31 f48 f242 f31 Côco Cereja Corante vermelho carmim (E120) novo Côco f36 f242 f340 f36 Ervilha vermelho carmim (E120) novo Corante Espinafre Ervilha f12 f340 f214 f12 Feijão Branco Espinafre Galinha, carne Feijão Branco f15 f214 f83 f15 Gergelimcarne Galinha, Gluten Gergelim f10 f83 f79 f10 Kiwi Gluten Lagosta Kiwi f84 f79 f80 f84 Laranja Lagosta Leite Laranja f33 f80 f2 f33 Limão Leite Lula Limão f208 f2 f58 f208 Maçã Lula Manga Maçã f49 f58 f91 f49 Melão Manga f87 f91 Melão f87 Pêra Peixe Pêssego Pêra Polvo Pêssego Porco, carne Polvo Queijocarne (Cam, Brie, Roqf) Porco, Queijo (Cam, (tipo cheddar) Queijo Brie, Roqf) Salmão(tipo cheddar) Queijo Sardinha Salmão Soja Sardinha Tomate Soja Trigo Tomate Trigo negro Trigo Vaca,negro carne Trigo ÁCAROS E PÓ DOMÉSTICO Vaca, carne GRUPOSEDE ÁCAROS PÓTRIAGEM DOMÉSTICO (D.pteronyssinus - D. farinae Poeira doméstica GRUPOS DE TRIAGEM f3 f75 f94 f3 f95 f94 f59 f95 f26 f59 f82 f26 f81 f82 f41 f81 GRUPOS DE TRIAGEM FUNGOS Fungos - Cladosporium GRUPOS(Penicilium DE TRIAGEM mx1 mx2 Candida (Penicillium - Alternaria --Helminthosporium) Fungos Cladosporium - Aspergillus ISOLADOS Candida - Alternaria - Helminthosporium) código Alternaria ISOLADOSalternata Aspergillusalternata fumigatus Alternaria Candida albicans Aspergillus fumigatus f25 f14 f4 f25 Cladosporium herbarum Candida albicans Penicillium notatum Cladosporium herbarum f11 f4 f27 f11 INSETOS notatum Penicillium hx2 código hx2 mx1 código Aspergillus - Alternaria) Fungos (Penicilium - Cladosporium Fungos (Penicillium - Cladosporium - Aspergillus Aspergillus - Alternaria) f61 f41 f14 f61 f27 código e4 código ISOLADOS INSETOS Barata do esgoto ISOLADOS mx2 m6 código m3 m6 m5 m3 m2 m5 m1 m2 m1 código i206 código Barata do Doméstica Barata esgoto Formiga Lava-pé Barata Doméstica i6 i206 i70 i6 i204 i70 i71 i204 i1 i71 -ISOLADOS Pó caseiro - Barata) código Mutuca Lava-pé Formiga Pernilongo Mutuca Pó caseiro ISOLADOS Acarus siro Pó caseiro h2 código d70 h2 Veneno de Abelha Pernilongo Veneno de de Abelha Marimbondo/ Vespa Veneno Blomiasiro tropicalis Acarus D. farinae Blomia tropicalis d201 d70 d2 d201 MISCELÂNIA Veneno de Marimbondo/ Vespa ISOLADOS MISCELÂNIA i4 código D. farinae microceras D. D. pteronyssinus D. microceras d3 d2 d1 d3 Algodão ISOLADOS Folha de tabaco Algodão o1 código d73 d1 Látex de tabaco Folha OUTROS Látex - Pó caseiro - Barata) (D.pteronyssinus - D. farinae Poeira doméstica Glycyphagos domesticus D. pteronyssinus DROGAS Glycyphagos domesticus ISOLADOS DROGAS Amoxicilina ISOLADOS Ampicilina Amoxicilina Insulina bovina Ampicilina Insulina bovina humana Insulina Insulina suína Insulina humana Penicilina G Insulina suína Penicilina V Penicilina G d73 código c6 código c5 c6 c71 c5 c73 c71 c70 c73 c1 c70 c2 c1 i4 i1 o201 o1 k82 o201 k82 Triagem OUTROSpara inalantes: poeira doméstica / ImmunoCAP ácaros, de animais, fungos, polens/ ImmunoCAP Phadiatop Triagemepitélios para inalantes: poeira doméstica PÓLEN DE ÁRVORES ácaros, epitélios de animais, fungos, polens Phadiatop código GRUPOS TRIAGEM PÓLEN DEDE ÁRVORES Pólens deDE Árvores (Olea europaea, Salix GRUPOS TRIAGEM caprea, Pinus strobus, Pólens de Árvores (OleaEucalyptus europaea,spp., SalixAcacia tx7 código tx7 longifolia, Melaleuca caprea, Pinus strobus,leucadendron) Eucalyptus spp., Acacia PÓLENS DE GRAMÍNEAS longifolia, Melaleuca leucadendron) Gramíneas dactylon, Lolium PÓLENS DE (Cynodon GRAMÍNEAS gx2 gx2 ex1 código perene, Phleum pratense, Poa pratensis, Gramíneas (Cynodon dactylon, Lolium Sorghum halepense, Paspalum notatum) perene, Phleum pratense, Poa pratensis, Penas dedeAnimais Galinha - Pato- Vaca) - Peru) (Gato -- Cão - Cavalo Epitélio animais(Ganso ex71 ex1 Sorghum halepense, Paspalum notatum) ISOLADOS Penas de Animais (Ganso - Galinha - Pato - Peru) Caspa de cão ISOLADOS código ex71 e5 código EPITÉLIOSV Penicilina GRUPOS DE TRIAGEM EPITÉLIOS c2 código (Gato - Cão - Cavalo - Vaca) Epitélio de GRUPOS DEanimais TRIAGEM e5 PARA OUTROS ALÉRGENOS ACESSE: WWW.PHADIA.COM.BR Caspa de cão PARA OUTROS ALÉRGENOS ACESSE: WWW.PHADIA.COM.BR RELAÇÃO DE LABORATÓRIOS SÃO PAULO CAPITAL AFIP - Associação Fun. de Incentivo à Psicofarmacologia AMICO - FOCCUS BIESP BIOCLÍNICO CAMPANA CDB - Centro de Diagnósticos Brasil CLUB DA CRIESP DELBONI DIAG. MEDIAL SAÚDE - Total Laboratório FLEURY HC HOSP. ALBERT EINSTEIN HOSP. CRUZ AZUL - LABCRAZ HOSP. EDMUNDO VASCONCELOS HOSP. SÃO PAULO HSPM LABSOLUTION LAVOISIER LEGO NASA PROLAPAC SANTA CASA URP ABC AMICO - FOCCUS ANA ROSA DELBONI DIAG. MEDIAL SAÚDE - Total Laboratório FACULDADE DE MEDICINA DO ABC FLEMING FLEURY LAB. HORMON LAVOISIER ROCHA LIMA TECNOLAB VANGUARD INTERIOR AMERICANA PASTEUR CAÇAPAVA LAB. OSWALDO CRUZ ReCAPtulando 11 5908.7222 11 4208.1010 11 3016.8686 11 3285.2355 11 2853.9722 11 5908.7222 11 3049.6980 11 2853.9797 11 3049.6999 11 2101.6900 11 3179.0822 11 3069.6000 11 3747.1233 11 3399.3381 11 5080.4197 11 5576.4470 11 3208.2211 11 4301.0556 11 3047.4488 11 3016.8700 11 2090.0500 11 5080.4197 11 2176.7000 11 3882.7777 11 4208.1010 11 3579.8544 11 3049.6999 11 2101.6900 11 4993.5488 11 2164.5000 11 3179.0822 11 4433.3233 11 3047.4488 11 4229.3544 11 2824.3200 11 4435.7222 19 3462.2294 12 3653.2992 CAMPINAS CONFIANCE HOSP. VERA CRUZ CAMPOS DO JORDÃO LAB. OSWALDO CRUZ COTIA DIAG. MEDIAL SAÚDE GUARATINGUETÁ LAB. OSWALDO CRUZ GUARULHOS DIAG. MEDIAL SAÚDE NASA JACAREÍ LAB. OSWALDO CRUZ JUNDIAÍ BIOLÓGICO MOGI DAS CRUZES NASA SANCET MOGI-MIRIM PRO-CONSULT NOVA ODESSA PASTEUR OSASCO DIAG. MEDIAL SAÚDE PINDAMONHANGABA LAB. OSWALDO CRUZ PIRACICABA PREVILAB RIBEIRÃO PRETO HOSP. DAS CLINICAS LAB. BEHRING SANTA BÁRBARA D’OESTE PASTEUR SANTANA DO PARNAÍBA DIAG. MEDIAL SAÚDE SÃO CARLOS MARICONDI 19 3255.3393 19 3734.3041 12 3662.3894 11 2101.6900 12 3132.3100 11 2101.6900 11 2090.0500 12 3951.9475 11 4521.9882 11 2090.0500 11 4727.7177 19 3862.8288 19 3466.4990 11 2101.6900 12 3642.1066 19 3429.6900 16 3602.1000 16 3877.4514 19 3455.1554 11 2101.6900 16 2107.0123 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS CDA - CENTRO DIAG. ANDRADE QUAGLIA SÃO JOSÉ DO RIO PRETO TAJARA SOROCABA BALAGUE CENTER IDS UNIMED TAUBATÉ LAB. OSWALDO CRUZ - CENTRO LITORAL BERTIOGA PASTEUR CUBATÃO PASTEUR PRAIA GRANDE PASTEUR SANTOS CLUB DA DELBONI PASTEUR SÃO VICENTE PASTEUR REGIÃO SUDESTE ESPIRITO SANTO MINAS GERAIS CLIN. SPARTHA - MURIAÉ HERMES PARDINI HOSP. JOÃO PAULO II - FEHMIG LABREDE PNEUMOCENTER - UBERLÂNDIA RIO DE JANEIRO BRONSTEIN CALL CLUB DA DAFLON HÉLLION PÓVOA HOSP. CLEMENTINO F. FILHO HOSP. UNIV. GAFFRÉ E GUINLE 12 3931.4068 12 2138.9500 17 2136.7900 15 3237.7780 15 3331.6220 15 3222.3222 12 2123.9200 13 3317.5786 13 3372.9652 13 3491.5898 13 4004.6999 13 4004.6999 13 3284.2300 13 3466.6770 32 3721.1412 31 3228.6200 31-3239.9058 31-3123.2858 34 3236.2002 21 2227.8080 21 2540.0598 21 2538.3842 21 3003.0339 21 3003.0338 21 2562.2673 21 2569.1620 H.S.E LÂMINA MAIOLINO PLÍNIO BACELAR - CAMP. DOS GOYTACAZES RICHET SÉRGIO FRANCO REGIÃO SUL PARANÁ ÁLVARO - CASCAVEL CENTRO DE IMUNOLOGIA CLÍNICA - CURITIBA CHAMPAGNAT FRISHMANN - CURITIBA OSWALDO CRUZ - LONDRINA SANTA BRÍGIDA SANTA CASA - CURITIBA RIO GRANDE DO SUL FALAICE HOSP. MÃE DE DEUS - POA WEINMANN - POA SANTA CATARINA DONA HELENA - JOINVILLE UNIMED JOINVILLE VITA LÂMINA - FLORIANOPOLIS WILLY JUNG - PORTO UNIÃO REGIÃO NORTE AMAZONAS KENYA - MANAUS PARÁ AMARAL COSTA - BELÉM PAULO AZEVEDO - BELÉM REGIÃO NORDESTE BAHIA DIAGNOSON LEME - SALVADOR QUALITECH UFBA - ICS - SALVADOR CEARÁ HOSP. INF. ALBERT SABIN - FORTALEZA LAB PASTEUR - FORTALEZA VICENTE LEMOS - CRATO MARANHÃO GASPAR - SÃO LUIS 21 2291.3131 21 2538.3939 21 3003.0340 22 2726.6000 21 3184.3000 21 2672.7070 45 3220.8011 41 3362.2129 41 3262.9723 41 4004.0103 43 3376.6100 41 3214.3872 41 4004.0106 51 3217.6868 51 3230.2469 51 3314.3838 47 3451.3408 47 3441.9760 48 4004.1300 42 3522.4888 92 3232.6145 91 4005.5000 91 4009.8899 71 2104.2000 71 3338.8500 71 3003.7117 71 3235.5367 85 3101.4200 85 3462.6000 88 3312.6757 98 3212.4488 PARAÍBA ROSEANNE DORE - JOÃO PESSOA PERNAMBUCO CERPE DIAGNÓSTICOS - OLINDA PAULO LOUREIRO PIAUÍ EXAME - TERESINA SERGIPE LAMAC - ARACAJÚ UNIMED - ARACAJÚ REGIÃO CENTRO-OESTE DISTRITO FEDERAL EXAME - BRASÍLIA PASTEUR - BRASÍLIA SABIN - BRASÍLIA GOIÁS NÚCLEO - GOIÂNIA MATO GROSSO CARLOS CHAGAS - CUIABÁ CEDIC - CUIABÁ CEDILAB - CUIABÁ MATO GROSSO DO SUL BIOCLÍNICO - CAMPO GRANDE TOCANTINS MEDLABOR 83 3241.5451 81 3416.9922 81 3003.7117 86 2106.5959 79 2107.9700 79 2107.5700 61 4004.3883 61 4004.9669 61 3329.8022 62 3223.5000 65 3901.4700 65 3319.3319 65 3315.3200 67 3317.2050 63 3215.7044