Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (77-141), 2014 ISSN 18088597 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM HANSENÍASE NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE DE SÃO LUIS DE MONTES BELOS, NO PERÍODO DE 2008 A 2014.1 EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF PATIENTS WITH LEPROSY IN PRIMARY CARE OF SAO LUIS OF MONTES BELOS, THE PERIOD 2008 2014.1 Thiago Souza Zanardo2 Sumaia Martins Dos Santos3 Vanusa Cristina de Carvalho Oliveira4 Ricardo de Miranda Mota5 Brenda de O. Monteiro Mendonça 6 Daniela Samara Nogueira Eda Jaqueline Barros 8 Bruna Monteiro 9 7 Vanessa Samara Gonçalves 10 Sirlene da Silva Guimarães 11 RESUMO A hanseníase é uma enfermidade infectocontagiosa negligenciada, restrita ao ser humano, com distribuição mundial. Apesar de curável, continua sendo um problema de saúde pública e o Brasil é o segundo país mais endêmico do mundo. O objetivo desse artigo foi analisar o perfil epidemiológico dos portadores de hanseníase no período de 2008 à 2014 no município de São Luís de Montes Belos-GO. Trata – se de um estudo descritivo retrospectivo, com abordagem quantitativa que utilizou os dados dos prontuários e das fichas Ado Sistema de Informação da Atenção Básica informações pertinentes ao paciente como dados sociodemográficos (n=39). Foram analisados 39 prontuários e nestes, foi observado que 92% dos pacientes tinham recebido alta a maioria das pessoas acometidas pela hanseníase foram os homens, com faixa etária entre 50 a 60 anos de idade, de cor branca, com nível de escolaridade ensino fundamental incompleto, com predominância do tipo Multibacilar e com forma Dimorfa. É importante salientar, que os resultados obtidos dessa pesquisa são de extrema importância e utilidade, pois através dessas informações se torna possível que os 1 Trabalho desenvolvido pelo Departamento do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos – FMB. São Luís de Montes Belos – GO, Dezembro,2013 2 Discente do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos – FMB. [email protected] 3 Discente do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos – FMB. E-mail. [email protected] 4 Enfermeira, Especialista e Professora da Faculdade Montes Belos. E-mail: [email protected]. 5 Enfermeiro, Especialista e Professor da Faculdade Montes Belos. E-mail: [email protected]. 6 Enfermeira, Mestre e Professora da Faculdade Montes Belos. E-mail: [email protected]. 7 Enfermeira, Mestre, Professora da Faculdade Montes Belos. E-mail: [email protected]. 8 Enfermeira, Especialista e Professora da Faculdade Montes Belos. E-mail: [email protected]. 9 Enfermeira, Especialista e Professora da Faculdade Montes Belos. E-mail: [email protected] 10 Biomédica, Especialista e Professora da Faculdade Montes Belos. E-mail: [email protected]. 11 Enfermeira, Especialista e Professora da Faculdade Montes Belos. E-mail:[email protected] Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (78-141), 2014 ISSN 18088597 gestores de saúde desenvolvam educação continuada, palestras, ações preventivas voltadas principalmente para os homens já que os mesmos se mostram mais distantes das consultas que são feitas nas Estratégias de Saúde da Família. Palavras-Chaves: Perfil epidemiológico. Atenção básica. Hanseníase. ABSTRACT Leprosy is a neglected infectious disease, restricted to humans, with worldwide distribution. Although curable, it remains a public health problem and Brazil the second most endemic country in the world.The aim of this study was to analyze the epidemiological profile of leprosy patients from 2008 to 2014 in São Luís de Montes Belos-GO. This - is a retrospective descriptive study with a quantitative approach which used data from medical records and records of the Primary Care Information System (n = 39).39 charts were analyzed and these, it was observed that 92% of patients were discharged most people affected by leprosy were men, aged between 50-60 years old, white, with incomplete primary school level education with predominance of type Multibacillary and Borderline way. Importantly, the results of this research are of paramount importance and usefulness, because through this information is possible that health managers develop continuing education, lectures, preventive actions mainly for men as they are more distant consultations that are made in the Family Health Strategies Key Words: epidemiological profile. Primary care.Leprosy. INTRODUÇÃO E REVISÃO DE afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos (DESSUNTI et al., LITERATURA A hanseníase é uma enfermidade 2008). infectocontagiosa negligenciada, restrita ao A Organização Mundial de Saúde – ser humano, com distribuição mundial. OMS define como caso de hanseníase Apesar de curável, permanece como um quando o indivíduo apresenta um ou mais problema de saúde pública, sendo o Brasil dos seguintes sinais e sintomas: lesão(ões) o segundo país mais endêmico do mundo de pele com alteração de sensibilidade; (MAGALHÃES;ROJAS, 2007). espessamento de nervo(s) acompanhados Trata-se de doença crônica de alteração de sensibilidade, havendo ou granulomatosa, proveniente da infecção não história epidemiológica (BRITTON & causada pelo LOCKWOOD, 2004). parasita intracelular Mycobacterium obrigatório, leprae com Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (79-141), 2014 ISSN 18088597 A afecção pode ser entendida se for Segundo o boletim epidemiológico considerada associação de duas doenças. A da OMS de 27 de agosto de 2010, 16 primeira é uma infecção crônica causada países no mundo notificaram mil ou mais pelo M. leprae, que induz extraordinária casos em 2009. Entre as notificações, no resposta imune nos indivíduos acometidos. Brasil foram 37.610casos, o segundo país A segunda é neuropatia periférica iniciada em número de casos (BRASIL, 2010). pela infecção e acompanhada por eventos Em 2012 a hanseníase apresenta imunológicos, cuja evolução e sequelas tendência de estabilização dos coeficientes frequentemente se estendem por muitos de detecção no Brasil, mas ainda em anos após a cura da infecção, podendo patamares muito altos nas regiões Norte, levar a grave debilidade física, social e Centro-Oeste conseqüências psicológicas (MENDONÇA 2014). et al.,2008). como Tuberculóide Vichowiana Nordeste (PEREIRA, A região Centro-Oeste, apresentou O Ministério da Saúde classifica a doença e (T), (V). Indeterminada Dimorfa Essas, (D) para um coeficiente de valor médio de (I), 60,77/100.000 habitantes, variando de e 40,65/100.000, em 2007, e 68,69/100.000, fins em 2003 (LIMA, et al 2015). terapêuticos, são agrupadas de acordo com No Brasil a doença é uma das o número de lesões, em Paucibacilares (PB prioridades do Ministério da Saúde (MS), = I e T, até cinco lesões) e Multibacilares implementada (MB = D e V, acima de 5 lesões) Nacional (BRASIL,2000). (PNCH) A transmissão se faz de forma direta, por via respiratória, mas de através do Programa Controle da hanseníase (MORENO; ENDERS;SIMPSON, 2008). é O objetivo da política de controle necessário ter predisposição para adquirir a da hanseníase é diagnosticar, tratar e curar doença e ter contato íntimo e prolongado todos os casos. Quando confirma a doença com o doente sem tratamento (VIEIRA et em um indivíduo, o serviço de saúde local al., 2008). examina também os parentes e as pessoas Em 2007, no Brasil, o coeficiente com quem o portador tem ou teve contato de detecção de novos casos alcançou o para identificar outros casos existentes. valor de 21,08/100.000 habitantes e o coeficiente de prevalência, 21,94/100.000 habitantes (BRASIL, 2008). Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (80-141), 2014 ISSN 18088597 Dessa forma, é possível reduzir as diagnóstico e tratamento da doença na fontes de transmissão (PINTO et al.,2003). atenção básica. Isso significa que as Para fins operacionais considera-se equipes da Estratégia Saúde da Família contato intradomiciliar toda e qualquer (ESF), Agentes Comunitários de Saúde pessoa que resida ou tenha residido com o (ACS) e todas as unidades do Sistema doente de hanseníase nos últimos 5 anos. A Único de Saúde (SUS), passam a integrar a investigação rede adequada dos contatos de atendimento acesso paciente, contribui para a interrupção da cadeia de facilitando transmissão da hanseníase, pois trata diagnóstico e tratamento (BRASIL, 2006). precocemente os casos diagnosticados, o ao universal ao A literatura pesquisada apresentou evitando a disseminação do bacilo e a que instalação de incapacidades, pois estas hanseníase é preocupante no Centro Oeste podem e diante do exposto,qual seria o perfil limitar a produtividade do o coeficiente dos de detecção pacientes de indivíduo e gerar a marginalização social epidemiológico com (LANAet al.,2007). diagnostico de hanseníase atendidos na O Ministério da Saúde considera Rede da Atenção Básica de Saúde da uma média de quatro contatos domiciliares cidade de São Luís de Montes Belos-GO, por paciente. Assim, para cada caso no período entre os anos de 2008 a 2014? diagnosticado, deve-se prever a vigilância Para responder a questão anterior de quatro indivíduos, com o objetivo de se torna-se necessário adotar medidas profiláticas em relação aos epidemiológico dessa população no intuito mesmos ( DESSUNTI et al.,2008). de avaliar analisar principalmente o os perfil dados O princípio cardeal do controle da socioeconômicos, distribuição por grau de hanseníase é o controle da morbidade, ou incapacidade e analisando a distribuição seja, é a realização da detecção oportuna por motivo de alta. de novos casos, tratamento com o esquema METODOLOGIA poliquimioterápico (PQT), prevenção de Trata-se de um estudo descritivo, incapacidades e reabilitação. Para tanto, é transversal, com abordagem quantitativa necessário assegurar que as atividades de no município de São Luís de Montes Belos controle da doença estejam integradas aos – GO em cinco das Estratégias de Saúde da serviços da Atenção Primária à Saúde Família (ESF), sendo elas: ESF Cantinho (LANZA,2009). A principal estratégia do Ministério da Saúde é a integração das ações de Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (81-141), 2014 ISSN 18088597 da Esperança, ESF Boanerges resolução do Conselho Nacional de Saúde Silva Caíres, ESF Josias Ricardo de (CNS/MS) nº 466, de 12 de dezembro de Araújo, ESF Dona Luzia e ESF Joaquim 2012. Leonardo. Os Foram avaliados todos dados foram obtidos de os prontuários dos pacientes, onde contém prontuários dos portadores de hanseníase uma cópia da ficha A, e folha de evolução. que foram atendidos nas Estratégias de Foram Saúde da Família no período de 2008 a seguintes dados sóciodemográficos: faixa 2014 em São Luís de Montes Belos. etária, coletados sexo, dos prontuários escolaridade e os situação Como critérios de inclusão na conjugal; como também foram coletadas as pesquisa estão os prontuários no período variáveis relacionadas à clínica da doença, de 2008 a 2014 dos portadores de forma clínica classificada pelo médico, hanseníase que tiveram o diagnostico baciloscopia, confirmado, pacientes que na anamnese ou sequelas, exame físico apresentavam machas na pele incapacidade e motivo de alta. Foi usado com bordas impressas e com hipoestesia da um protocolo preestabelecido na coleta de região lesão informações, que teve sua elaboração característica de hanseníase, pacientes que dirigida aos objetivos determinados pelo apresentavam estudo. lesada configurando exame dermatológico grau de alteração incapacidade, do grau de positivo e que foram encaminhados a ESF, Coletaram-se dados do prontuário pacientes com baciloscopia positiva com do paciente, complementando-os, quando lesões necessário, com os dados da ficha A que se características de hanseníase notificadas na Vigilância Epidemiológica encontrava na unidade básica. de São Luís de Montes Belos-GO. As informações obtidas serão Excluídos prontuários suspeitos e mantidas sob a guarda do pesquisador não confirmados, e os que tiveram fora do responsável, de forma confidencial e período de 2008 a 2014 e que não foram sigilosa por um período de 5 anos notificados. (conforme Resolução CNS 466/12). Após A pesquisa apresenta risco mínimo, pois a pesquisa foi realizada no prontuário do paciente. Todas as informações colhidas e utilizadas nesse trabalho respeitaram a não identificação dos pacientes conforme a este período incinerados. este períodos serão Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (82-141), 2014 ISSN 18088597 O projeto foi pautado nos RESULTADOS E DISCUSSÃO princípios éticos conforme requisito da A hanseníase e uma doença de Resolução 466/12 CNS e foi submetido ao preocupação nacional, deixando o Brasil Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade em segundo lugar no mundo pelos União de Goyazes (FUG) com o protocolo elevados de aprovação 08/2015. prevalência. A doença atinge homens e Os obtidos, incidência e mulheres, causando sérios prejuízos de em ordem biopsicossocial e econômica, que microcomputador, foram analisados pelo resultarão em uma notória piora da programa qualidade de vida. e estatístico através de da validação dados índices digitação Microsoft Office Excel. Tabela 1. Características sociodemográficas dos pacientes portadores de hanseníase na Atenção Básica de São Luís de Montes Belos-GO. (N=39) N F (%) FAIXA ETÁRIA: IDADE EM ANOS (N=39) Menos de 15 anos 01 2 15 a 29 anos 05 13 30 a 49 anos 13 34 50 a 69 anos 19 49 Mais de 70 anos 01 2 SEXO Feminino 18 46 Masculino 21 54 RENDA FAMILIAR De 1salário mínimo 18 46 De 2 a 3 salário mínimo 10 26 Mais de 4 salário mínimo 0 0 Não declarada 11 28 ESTADO CIVIL Solteiro 06 16 Casada 24 61 Divorciada 01 2 Viúvo 06 16 União estável 02 5 RAÇA Branca 20 51 Parda 12 31 Negra 07 18 ESCOLARIDADE Analfabeto 06 16 Fundamental Incompleto 13 34 Fundamental Completo 08 22 Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (83-141), 2014 ISSN 18088597 Médio Incompleto Médio Completo PROCEDÊNCIA Zona Urbana Zona Rural Fonte: pesquisa, 2015. Com base nos 39 prontuários onde corresponde 04 08 10 18 38 01 98 2 aofundamental incompleto foram coletadas as informações pertinentes (34%). Esses pacientes se encontravam na a hanseníase,percebe-se uma prevalência zona urbana (98%). maior em homens (54%). Em sua maioria Duarte (2007), em sua pesquisa são idosos com 50 a 69 anos (49%). A raça relata que de 37 pacientes, 21 eram com maior frequência detectada é branca homens que corresponde a (57%), sendo (51%). Renda familiar 1 salário mínimo esses (46%). O estado civil dos pacientes era fundamental incompleto (68%). com o nível de escolaridade casado(a) (61%). O nível de escolaridade Gráfico1. Classificação dos tipos da hanseníase detectada na Atenção Básica de São Luís de Montes Belos-GO. (N=39) TIPO DA DOENÇA 26% 74% PAUBACILAR MULTIBACILAR Fonte: Pesquisa, 2015. (76%)tinham o tipo Multibacilar e (26%) Paucibacilar. Gráfico2. Classificação das formas da hanseníase detectada na atenção básica de São Luís de Montes Belos-GO. (N=39) Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (84-141), 2014 ISSN 18088597 FORMAS DA DOENÇA 8% 33% 18% 41% INDETERMINADA TUBERCULÓIDE DIMORFA VICHOWIANA Fonte: pesquisa, 2015. Das formas da doença observam-se (38%) seguido pela Tuberculóide (30%), que (41%) tinha a forma Dimorfa, (33%) Dimorfa (16%), Indeterminada (8%).Em Vichowiana, (18%) Indeterminada e (8%) relação ao alto número de lesões na pele, Tuberculóide. também foi observado, em estudo de 2007 Conforme o estudo apontado por ,que os pacientes só começaram a dar Duarte (2007), onde o mesmo fez uma entrada no tratamento inicial quando coleta com intuito de verificar o perfil apresentavam-se com mais de cinco lesões. sociodemograficos É importante ressaltar que no estudo de e econômicos dos pacientes em São Paulo, em sua pesquisa Duarte (2007) a Vichowiana foi feita com 37 pessoas, mostrou-se a prevalente, pode ser dado ao fato da prevalência da forma Vichowiana com pesquisa ser feita em outra região. Gráfico3. Números das lesões da hanseníase detectada na atenção básica de São Luís de Montes Belos-GO. (N=39) NÚMERO DE LESÕES 26% 74% 1A2 Fonte: pesquisa, 2015. 3A5 ≥A5 Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (85-141), 2014 ISSN 18088597 O número de lesões > 5 lesões (74%) e de 1 a 2 lesões (26%). Considera-se que múltiplas lesões predisposição genética do indivíduo ao estão interligadas a estágios avançados da desenvolvimento doença, já que tem seu processo lento, o 2011). da doença. (PINTO, que sugere no diagnóstico tardio. A forma clínica Dimorfa foi predominante e pode ser considerada como um indicador da Gráfico4.Diagnósticos hanseníase na atenção básica de São Luís de Montes Belos-GO. (N=39) DIAGNÓSTICO 18% 82% EXAME FISÍCO 82% BACILOSCOPIA BIÓPSIA Fonte:pesquisa,2015. Do diagnóstico feito, 100% realizaram tanto a baciloscopia quanto o exame físico. Antes de iniciar o exame físico, é preciso fazer a anamnese colhendo dados pertinentes aos sinais e sintomas dermatoneurológicos que, é uma característica da doença, e sua história epidemiológica. O diagnóstico precoce facilita a prevenção dos estágios avançados, com sequelas irreversíveis. (SANGI etal., 2009) Fazendo uma análise mais detalhada através do autor e da pesquisa feita, é interessante ressaltar que em todos os pacientes diagnosticados com hanseníase nas ESF’s, realizaram exame físico e também a baciloscopia para detectar o bacilo de Hansen, dessa forma, todos os 39 pacientes (100%) fizeram os dois exames supracitados. Gráfico 5. Pacientes que tiveram sequelas da hanseníase na atenção básica de São Luís de Montes Belos-GO. (N=39) Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (86-141), 2014 ISSN 18088597 HOUVE ALGUMA SEQUELA 12% 88% SIM NÃO Fonte: pesquisa, 2015. Como mostra o gráfico sobre as 12% dos pacientes que tiveram sequela, sequelas e baseando-se no artigo, temos pode-se dar ao fato de um possível um total de (88%) que não tiveram diagnostico sequelas e (12%) tiveram. comprometimento. tardio, causando algum Observando o gráfico, pode-se fazer uma análise onde, possivelmente os Gráfico 6. Classificação de acordo com a gravidade dos pacientes portadores da hanseníase na Atenção Básica de São Luís de Montes Belos-GO. (N=39) CLASSIFICAÇÃO 5% 18% 18% NENHUM LEVE 59% MODERADO GRAVE MUITO GRAVE Fonte: pesquisa, 2015 Na classificação, 59% Belos-GO, o questionário foi aplicado com correspondem a nenhum, 18% leve, 18% o mesmo intuito de verificar incapacidades moderado, 5% grave e 0% muito grave e comprometimento na qualidade de vida, Mostrando uma análise da coleta feita no município de São Luís de Montes porem ao invés de mostrar o grau, mostrou como foi classificada. Temos então Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (87-141), 2014 ISSN 18088597 resultados similares se analisarmos o grau (100%) casos avaliados no diagnostico, 0 como nenhum, o grau 1 poderia ser 154 (66,4%) apresentaram grau zero, 57 representado por leve ou moderado e o (24,6%) grau 1 e 21(9,1%) grau 2 de grau 2 destacado como grave. incapacidades que comprometeram na OPAS (1998) através do indicador qualidade de vida. criado GI-OMS, Mostra que de 232 Gráfico 7. Quantidade de consultas feitas nas Estratégias de Saúde da Família de São Luís de Montes Belos-GO. (N=39) QUANTIDADE DE CONSULTA NO ESF 33% 67% NENHUMA ENTRE 1 A 6 VEZES ENTRE 7 A 12 VEZES Fonte:pesquisa,2015 Sobre os pacientes que foram consultados necessidades e com a garantia do direito à na ESF, 33% foram entre 1 a 6 vezes e saúde da população (SILVA et al., 2011). 67% foram entre 7 a 12 vezes. Com base no parágrafo acima ainda (100%) dos membros da família foram consultados da ESF.A temos em conta segundo nossa pesquisa, a capacidade e responsabilidade do implementação de ações de prevenção, enfermeiro em fazer busca ativa para trazer promoção a todos os pacientes para suas respectivas identificação do princípio da integralidade consultas. No gráfico 8 foi constatado que e objetivando a reorientação de um modelo as Consultas foram feitas entre 7 a 12 assistencial e vezes (67%) de 1 a 6 vezes (33%). Que comprometido com o atendimento de confere que um total de 100% dos e assistenciais integral, implica humanizado Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (88-141), 2014 ISSN 18088597 pacientes foi e está em atendimento constante. Gráfico 9. Motivo da alta dos pacientes portadores da hanseníase na atenção básica de São Luís de Montes Belos-GO. (N=39) MOTIVO DE ALTA 8% 92% TRANSFERÊNCIA CURA ÓBITO Fonte:pesquisa,2015 O motivo de alta desses pacientes interferir psicossocialmente no paciente que se trataram foi de cura (92%), tendo em vista a discriminação que é transferência (8%). sofrida por causa da enfermidade. Segundo a OMS, (2000) a Sintetizamos que o perfil poliquimioterapia (PQT) cura a hanseníase, epidemiológico encontrado pela pesquisa é interrompe a transmissão e previne as que a maioria acometida pela hanseníase deformidades. disponível são os homens, com faixa etária entre 50 a gratuitamente em todos os postos, centros 69 anos de idade, de cor branca, com de saúde e unidades de saúde da família. predominância Sendo assim, vemos que os pacientes forma Dimorfa, grau de incapacidade que foram tratados corretamente e obtiveram prevalece é nenhum, e com 92% que cura receberam alta por cura. com o Está apoio da equipe de enfermagem que tem como atribuição fazer tipo Multibacilar com É importante salientar, que os uma busca ativa visando curar e diminuir resultados dessa pesquisa são de estrema os importância e utilidade, pois através dessas danos psicológicos causados no paciente. informações se torna possível que os gestores de saúde desenvolvam educação CONCLUSÃO Conclui-se que a hanseníase é uma continuada, palestras, ações preventivas voltadas principalmente doença preocupante não só para o Brasil população mais para o mundo, pois acomete os epidemiológico. nervos periféricos e causa lesões, além de caracterizada para pelo essa perfil Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (89-141), 2014 ISSN 18088597 Lembramos que os resultados, assim que estivessem disponíveis, foram dos contatos no município de Londrina-PR em um período de dez anos. Ver Bras Enferm,2008; 61: 689-93. solicitados pela Secretaria Municipal de Saúde de São Luís de Montes Belos-GO. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Ministério da Saúde. Legislação sobre o Controle da Hanseníase no Brasil. Brasília: Área Técnica de Dermatologia Sanitária, p. 4-31, 2000. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção básica.. Informada Atenção Básica Nº 42. A responsabilidade da Atenção Básica no diagnóstico precoce da hanseníase. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2007 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase. Plano Nacional de Eliminação da hanseníase em Nível Municipal, 20062010. Brasília; 2006. BRITTON, W. J; LOCKWOOD, D. N. J. World Health Organization.Leprosy, global situation.Wkly Epid Rec 2008; 33:293-300.Leprosy. Lancet 2004; 363: 1209–19. BUDEL, A .R; Costa, C. F; PEDRI, L.R; RAYMUNDO, A.R; GERHARDT, C. 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