Formação Base – CLC_7 Trabalho elaborado por: Miguel Duarte Nº 11 28/11/2010 Formação Base – CLC_7 28/11/2010 A Eutanásia é a opção que um doente incurável em contínuo sofrimento físico e psíquico tem em por fim à sua vida sem sofrimento, sem que desta forma seja posta em causa a dignidade humana. Em alguns países, como Portugal, a Eutanásia ainda não é permitida, por ser ainda um assunto com alguma polémica. O acto da Eutanásia hoje em dia é uma complicada questão de bioética e biodireito, existindo sempre prós e contras sobre a sua prática. As controvérsias partem sempre da questão fundamental do valor de uma vida humana. Muitos são os argumentos de pessoas contra a eutanásia movidos principalmente por questões religiosas, éticas, políticas e sociais. Segundo a igreja a eutanásia é vista como uma usurpação do direito à vida humana, se Deus dá a vida só este poderá tirar, desta forma a eutanásia é encarada como um acto de suicídio. A ética médica defende que a vida é um dom sagrado, sobre o qual o médico não pode ser o juiz da vida ou da morte de alguém, esta ética considera a eutanásia como um homicídio. O médico seguindo o juramento de Hipócrates deve assistir o paciente, fornecendo-lhe todo e qualquer meio necessário à sua subsistência. A eutanásia é igualmente impedida pela justiça, uma vez que o código penal não especifica a eutanásia, punindo qualquer acto não natural de extinção de uma vida humana. Argumentos como homicídio voluntario, auxilio ao suicídio ou homicídio a pedido da vítima por compaixão não são aceites. Em contrapartida aos argumentos dos grupos contra a eutanásia, existem outros que a defendem. O grupo a favor da eutanásia afirma que esta é uma importante e livre decisão de doentes em fase terminal ou sem qualidade de vida a fim de acabar com o seu sofrimento. Cada pessoa tem autonomia para decidir por si próprio, estando na base da escolha ou não da eutanásia. A eutanásia não apoia nem defende a morte em si, apenas faz uma reflexão de uma morte mais suave e menos dolorosa que algumas pessoas optam por ter, em vez de viverem uma morte lenta e sofrida. Trabalho elaborado por: Miguel Duarte Nº 11 2 Formação Base – CLC_7 28/11/2010 O indivíduo ao escolher a prática da eutanásia tem de ter consciência do que está a fazer, havendo consequentemente a impossibilidade do arrependimento. É preciso analisar os diversos elementos sociais que o rodeiam, incluindo também componentes biológicas, familiares e económicas. Cada ser individual tem direito á autodeterminação, escolha da própria vida e o momento da morte. Uma defesa que assume o interesse individual acima do da sociedade que, nas suas leis e códigos, visa proteger a vida. Em muitos países como Luxemburgo, Bélgica e Holanda a eutanásia é permitida somente a doentes em condições muito específicas e extremas. Em Portugal não há qualquer legislação sobre eutanásia ou suicídio assistido. Discute-se para já apenas a ideia do testamento vital, um documento em que o doente deixa instruções sobre os tratamentos que aceita ou recusa receber no fim da vida, caso esteja incapacitada. Para mim a eutanásia é um assunto bastante difícil, contudo os meus argumentos estão a favor dessa prática. Acredito que a eutanásia deveria ser uma opção livre do ser humano. Se o sofrimento físico e/ou psíquico de um ser humano incapacitado é demasiado para viver um dia de cada vez, este deveria ter a opção de pôr fim a esse sofrimento, sem que a sua dignidade seja posta em causa. Viver é um direito mas não uma obrigação. Penso que a eutanásia não viola qualquer princípio da humanidade, desde que a pessoa esteja consciente dessa sua opção. Depois de ver o filme “One Million dollar baby” entendi um pouco mais do que é a eutanásia. Achei o filme bastante comovente principalmente pela determinação da personagem principal, Maggie, e de como esta alcançou o seu sonho. Maggie foi uma mulher vivida e consciente do infortúnio que caiu de repente na sua vida. Maggie, paraplégica, sofria imensamente dia-a-dia por viver cem por cento dependente de outros e não ter nenhuma família que a amasse de verdade. Esta corajosa mulher com a ajuda do seu treinador e único amigo, teve a coragem e a determinação de decidir colocar um fim ao seu sofrimento. Trabalho elaborado por: Miguel Duarte Nº 11 3 Formação Base – CLC_7 28/11/2010 Ao escolher a eutanásia decidiu ter uma morte digna, em vez de continuar em sofrimento por tempo indeterminado. A eutanásia hoje-em-dia ainda é um assunto bastante complexo e discutido. Embora esta prática seja aceite em alguns países e vista por muitos como uma forma digna de acabar com o sofrimento em doentes impossibilitados de terem uma vida merecida, existem igualmente grupos (igreja, ética médica, politica) com argumentos contra. A meu ver a eutanásia deveria ser permitida, pois cada ser humano é livre de poder escolher o que é o melhor para a sua vida. Por fim, gostei bastante de visualizar o filme “One Million Dollar Baby” principalmente por sensibilizar o público para o problema da eutanásia, através da história de vida de uma determinada mulher. Trabalho elaborado por: Miguel Duarte Nº 11 4