As origens das desigualdades sociais no Brasil O Brasil é um país muito rico e próspero, mas que apresenta muitas desigualdades sociais. Essa situação nos incomoda a formularmos os seguintes questionamentos: Por que isso acontece? Quais são as causas de tantas desigualdades? Para respondermos a essas perguntas, é preciso examinar a história, voltando ao período de colonização do país. O Brasil foi colonizado por europeus interessados apenas na exploração das riquezas naturais da recém descoberta colônia, priorizando o extrativismo, a mineração e utilização de mão obra nativa e escrava, valorizando a posse de bens e coisas, instalando-se assim uma sociedade escravocrata. Esse tipo de colonização favoreceu a instalação de um sistema social dividido em classes e sem uma identidade nacional, onde uma pequena parcela concentrava a maior parte do capital, explorando economicamente a maioria da população, composta principalmente por imigrantes, índígenas e escravos, estes, em sua maioria, negros provenientes de países do continente africano. Nesse período, negros e índios sofreram um tipo de “objetivação”, ou seja, eles eram reduzidos à condição de objetos, sem quaisquer tipos de direitos sociais, cujos “donos” podiam dispor deles a qualquer momento, sem a mínima preocupação com o seu bem estar social. Com o passar dos anos, a escravidão foi abolida e os escravos existentes foram libertados e passaram a participar da sociedade como cidadãos livres. Contudo, os 388 anos de escravidão e exploração prejudicaram sobremaneira a população de negros e índios, privando-os do acesso a educação e trabalho, dificultando-lhes a obtenção de renda e o desenvolvimento social. A afirmação do regime capitalista no país favoreceu o aumento dessas desigualdades, onde a população mais pobre, agora composta não apenas de negros e índios, foi se distanciando economicamente cada vez mais da classe abastada e os trabalhadores e comerciantes passaram a integrar uma classe intermediária, denominada classe média. Nesse contexto, é importante considerarmos também as dimensões continentais do país e também a distribuição demográfica, aspectos culturais, geográficos e econômicos, que também possuem sua parcela de influência. Reconhecendo esse prejuízo histórico, ao longo dos anos o governo vem desenvolvendo ações afirmativas em vários campos, no intuito de mitigar os danos causados, nivelar as desigualdades e permitir a inclusão social. Um exemplo de política afirmativa bem sucedida é o programa Bolsa Família, que permitiu a milhões de brasileiros deixarem a pobreza extrema. Podemos citar também como positiva, entre outras, a política de cotas raciais, que permitiu o acesso de negros e índios ao ensino superior gratuito o que, num passado recente, era privilégio de poucos. Apesar de algumas políticas governamentais bem sucedidas, ainda há muito que ser feito para diminuir as desigualdades sociais existentes, demandando muito estudo e empenho para sua solução. Este artigo é um trabalho complementar à disciplina Temas em Direitos Humanos, apresentado no 4º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, unidade de Paranaíba. Fontes: SOUSA, Rainer Gonçalves. "Escravidão no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/historiab/escravidao-no-brasil.htm>. Acesso em 23 de setembro de 2015.