UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS COORDENAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO SERVIÇO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ADMINISTRAÇÃO RODRIGO CAVALCANTI DE ALMEIDA ANÁLISE DAS FERRAMENTAS DO MARKETING SENSORIAL UTILIZADAS PELO MC DONALDS PARA INFLUENCIAR O COMPORTAMENDO DOS SEUS CONSUMIDORES João Pessoa – PB agosto de 2009 RODRIGO CAVALCANTI DE ALMEIDA ANÁLISE DAS FERRAMENTAS DO MARKETING SENSORIAL UTILIZADAS PELO MC DONALDS PARA INFLUENCIAR O COMPORTAMENDO DOS SEUS CONSUMIDORES Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado à Coordenação do Serviço de Estágio Supervisionado em Administração, do Curso de Graduação em Administração, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal da Paraíba, em cumprimento às exigências para a obtenção do grau de Bacharel em Administração. Orientadora: Profª. Mestre Nadja Valeria Pinheiro João Pessoa – PB agosto de 2009 À Professora Orientadora_________________________________-- Solicitamos examinar e emitir parecer no Trabalho de Conclusão de Curso do aluno Rodrigo Cavalcanti de Almeida. João Pessoa, 06 de agosto de 2009. ___________________________ Prof. Doutor Rosivaldo de Lima Lucena Coordenador do SESA Parecer da Professora Orientadora: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ RODRIGO CAVALCANTI DE ALMEIDA ANÁLISE DAS FERRAMENTAS DO MARKETING SENSORIAL UTILIZADAS PELO MC DONALDS PARA INFLUENCIAR O COMPORTAMENDO DOS SEUS CONSUMIDORES Trabalho de Conclusão de Curso Aprovado em: 06 de agosto de 2009. Banca Examinadora ___________________________ Profª. Mestre Nadja Valeria Pinheiro Orientador __________________________ Prof. Wagner Soares Fernandes dos Santos Examinador ___________________________ Prof. Mestre Carlos Eduardo Cavalcante Examinador A Deus, meu Senhor e mestre, que me Escolheu, me consagrou e enviou a Proclamar sua presença nos locais mais improváveis. A minha mãe que sempre me inspirou e motivou. E por fim, ao meu amado pai, José Ivanildo de Almeida (in memoriam). AGRADECIMENTOS À Deus pelo seu amor incondicional. A minha família, sobretudo aos meus pais que iluminados por Deus, me educaram na fé, na justiça e no amor. A minha orientadora Nadja Valeria, pela paciência e constante estímulo na construção deste trabalho. Ao professor Carlos Leite, pelo enorme apoio e acompanhamento da construção desse trabalho. Aos professores Jorge Oliveira, Rita de Cassia e Josemary Freire por sempre estarem dispostos em me auxiliar quando preciso. E por fim pelos amigos que sempre estiveram presentes e me apoiando nos momentos mais difíceis. “O futuro tem muitos nomes. Para os fracos é o inalcansável. Para os temerosos, o desconhecido. Para os valentes é a oportunidade.” (Victor Hugo) RESUMO Nos últimos anos os estudos em marketing têm evoluído, buscando principalmente entender o comportamento do consumidor. Essa idéia veio à tona com a percepção de que o consumidor age emocionalmente para determinar seu comportamento de compra. A partir dessas analises, surge o Marketing Sensorial, que visa analisar o comportamento do consumidor tentando atingir seus cincos sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar) tornando o processo de compra uma experiência sensorial e emocional, fazendo com que essa experiência torne uma relação intima e agradável para posteriormente fidelisar esses clientes. Este trabalho tem como objetivo verificar como a utilização do marketing sensorial do McDonalds influencia o comportamento de seus consumidores. Para isso foram levantadas um referencial teórico que desse suporte a elaboração dos questionários e a pesquisa de campo para a analise dos resultados. Foram abordados também temas como comportamento do consumidor e a evolução e origem do marketing para um melhor entendimento do trabalho. O McDonalds sempre buscou inovar em suas estratégias de Marketing, e a partir de pesquisas realizadas mediante o perfil sócio demográfico e sensorial, foi demonstrado que o McDonalds tenta estimular seus consumidores de maneira sensorial. Com um ambiente visualmente agradável com cores chamativas, um som Pop/ Rock, um aroma que exala hamburguês e fritas, uma climatização aconchegante, o McDonalds tenta tornar o ambiente de loja uma experiência sensorial que atingira o inconsciente de seus clientes. Palavras-chave: Sensorial. Marketing, Comportamento do Consumidor, Marketing LISTA DE TABELAS Tabela 1: Perfil Sócio-Demografico da Amostra ......................................................35 Tabela 2: Correlação Gênero X Percepção Visual...................................................43 Tabela 3: Correlação Gênero X Percepção Visual...................................................43 Tabela 4: Correlação Gênero X Percepção Visual ..................................................44 Tabela 5: Correlação Gênero X Percepção Auditiva................................................45 Tabela 6: Correlação Gênero X Percepção Auditiva................................................46 Tabela 7: Correlação Gênero X Percepção Olfativa ................................................46 Tabela 8: Correlação Gênero X Percepção Olfativa ................................................47 Tabela 9: Correlação Idade X Percepção Visual......................................................47 Tabela 10: Correlação Idade X Percepção Auditiva.................................................48 Tabela 11: Correlação Idade X Percepção Olfativa .................................................49 Tabela 12: Correlação Idade X Percepção Olfativa .................................................50 Tabela 13: Correlação Renda Familiar X Percepção Visual ....................................51 LISTA DE GRAFICOS Gráfico 1: Percepção Visual ....................................................................................36 Gráfico 2: Percepção Visual ....................................................................................37 Gráfico 3: Percepção Visual ....................................................................................38 Gráfico 4: Percepção Auditiva .................................................................................39 Gráfico 5: Percepção Auditiva .................................................................................40 Gráfico 6: Percepção Olfativa..................................................................................41 Gráfico 7: Percepção Olfativa..................................................................................42 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 1.1 Justificativa da escolha do tema 1.2 Organização do Trabalho 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral 2.2 Objetivos específicos 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 Evolução e conceito de Marketing 3.2 Comportamento do Consumidor 3.3 Marketing Sensorial 3.3.1 A abordagem sensorial da visão como ferramenta de Marketing 3.3.2 A abordagem sensorial da Audição como ferramenta de Marketing 3.3.3 A abordagem sensorial da Olfato como ferramenta de Marketing 3.3.4 A abordagem sensorial da Tato como ferramenta de Marketing 3.3.5 A abordagem sensorial da Paladar como ferramenta de Marketing 4 METODOLOGIA DA PESQUISA 4.1 Classificação da Pesquisa 4.2 Obtenção dos dados 4.3 Universo da pesquisa e objeto de estudos 4.4 Instrumento da pesquisa 4.5 Amostra 4.6 Tratamento dos dados 4.7 Análise dos dados 5 ANALISE E TABULAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA 5.1 Perfil Sócio- Demográfico 5.2 Percepções Sensoriais 5.3 Correlações entre as variáveis 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS APÊNDICE 12 12 12 15 15 15 16 16 18 24 25 28 29 30 31 33 33 33 34 34 34 34 35 37 37 38 44 54 56 58 1 INTRODUÇÃO Nos últimos 20 anos os estudos em marketing têm evoluído substancialmente. Essa evolução trouxe uma série de novos elementos que buscam, principalmente, entender o comportamento do consumidor. De acordo com McDaniel e Gates (2006) marketing é o processo de planejar e executar a concepção, o apreçamento, a promoção e a distribuição de idéias, bens e serviços para criar trocas que satisfação os objetivos individuais e organizacionais. Assim, entender o comportamento do consumidor para as organizações é um processo de suma importância. Segundo Kotler (2006) o estudo do comportamento do consumidor não vem a ser matéria simples, pois acaba por entrelaçar diversas ciências, uma vez que tenciona aferir como e porque os consumidores compram e consomem, de modo que envolve diversas áreas do conhecimento humano, a exemplo da economia, da psicologia, da antropologia etc. A análise das atitudes advindas do consumidor só veio a ter um cunho, verdadeiramente científico em meados de 1960, no momento em que a percepção do marketing transformou a idéia das vendas nas organizações (KARSAKLIAN ,2006). Porém, segundo Kotler (2006), foi somente nos últimos anos que o estudo do comportamento do consumidor evoluiu, trazendo novos modelos e tendências de analise. Foi nesse período que surgiram os estudos do consumidor baseados no marketing sensorial. O marketing sensorial busca entender o comportamento do consumidor, a partir da analise dos sentidos do homem (DAUCÉ, 2000). Ou seja, busca-se entender como as percepções, advindas da visão, audição, olfato, tato e paladar influenciam o comportamento de compra das pessoas. O McDonalds é a maior e mais conhecida marca do planeta, distribuída por 121 países. Para se tornar essa marca que corresponde a quase metade das redes internacionais de restaurantes fora dos Estados Unidos, foi percorrido um longo caminho. Criado em 1954, o McDonalds sempre buscou atrair os consumidores, e nesse processo o marketing teve uma grande importância, e um bom exemplo disso são os grandes arcos formados pela letra “M” do seu nome, sendo um símbolo de grande expressão no cenário mundial de fast foods. Como já dito anteriormente, o entendimento do comportamento do consumidor, sempre foi algo importante para o McDonalds, pois foi através do conhecimento desse tipo de comportamento que a rede desenvolveu suas estratégias de marketing. Percebe-se que o Marketing Sensorial é bem explorado pelo Mcdonalds porem apenas os Sentidos da Visão, Audição e Olfato, os quais serão abordados pelo presente trabalho. Dessa forma, foi definida como problema de pesquisa deste trabalho monográfico a seguinte questão: Como a utilização do marketing sensorial do McDonalds influencia o comportamento de seus consumidores? 1.1 Justificativa O trabalho justifica-se pelo crescimento dessa temática dentro dos estudos do comportamento do consumidor nos últimos anos, sendo ainda um assunto pouco estudado. O trabalho é pertinente também, por ser inovador, pois após uma busca nos anais dos maiores e mais importantes eventos e revistas de administração do país, não foram identificados trabalhos em língua portuguesa sobre o marketing sensorial. Com isso, as fontes da pesquisa foram em Frances e inglês. Foram abordado apenas o sentido da Visão, audição e olfato no ambiente de loja do Mcdonalds, pois são os sentidos utilizados por eles. Além disso, há um interesse particular do pesquisador, pois após um período de estudo na França o mesmo verificou a importância do assunto nos estudos da administração e do marketing dando oportunidade em expandir seus conhecimentos e acima de tudo fazer o diferencial no mercado. 1.2 Organização do trabalho O Capitulo 1 traz a introdução e justificativa do trabalho. O segundo capitulo descreve o objetivo principal do mesmo, o problema de pesquisa, a importância do tema, a justificativa ou a motivação inicial além da estruturação da presente monografia. O capitulo 3 descreve,o referencial teórico, apresentando a evolução e o conceito de marketing, inovação e marketing, comportamento do consumidor e marketing sensorial. O Capítulo 4 mostra a metodologia adotada para a execução da pesquisa, nessa seção pode-se visualizar as fontes primárias e secundárias, o procedimento e o tipo de pesquisa realizada, o universo e a amostra, instrumentos utilizados como também a forma de tratamento dos dados. A quinta parte do trabalho têm análise e tabulação dos resultados da pesquisa, nesse capitulo são descritos e analisados os dados coletados pelo pesquisador junto a sua amostra. O capitulo 6 descreve as considerações finais bem como os limites e possibilidades de pesquisas para futuros trabalhos. Por fim a sétima parte apresenta as referências bibliográficas, estudadas e citadas no desenvolvimento do respectivo trabalho. 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Verificar como a utilização do marketing sensorial do McDonalds influencia o comportamento de seus consumidores. 2.2 Objetivos específicos • Fazer um levantamento bibliográfico sobre o marketing sensorial; • Identificar como as percepções oriundas do sentido da visão influenciam o comportamento do consumidor do McDonalds; • Identificar como as percepções oriundas do sentido do olfato influenciam o comportamento do consumidor do McDonalds; • Identificar como as percepções oriundas do sentido da audição influenciam o comportamento do consumidor do McDonalds. 3 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA 3.1 Evolução e Conceito de Marketing Estudos comprovam que desde os tempos mais primórdios da civilização, o homem utilizava de técnicas, mesmo que empíricas, de autopromoção. Seja de qual forma que essas técnicas eram vivenciadas, o Marketing já se fazia presente naquela época. Para Churchill e Peter (2003), o Marketing se inicia quando as pessoas decidem satisfazer suas necessidades e seus desejos por meio de uma troca ou intercâmbio, e essa troca consiste em uma transação voluntária entre uma organização e um cliente, destinada a beneficiar ambos. Para Kotler e Armstrong (2003, p.7), “essa permuta ou troca é o ato de obter de alguém o objeto desejado oferecendo alguma coisa em troca. Ela á apenas uma entre as muitas maneiras pelas quais as pessoas podem satisfazer esse desejo”. O Marketing como tópico de estudo, apareceu nos Estados Unidos na primeira metade do século XX, nos cursos de distribuição, especialmente ao atacado e ao varejo Os economistas, em sua paixão pela teoria pura, tinham omitido as instituições que ajudam uma economia a funcionar. As curvas de oferta e procura apenas mostrava onde o preço pode ser estabelecido, mas não explicavam a cadeia de preços do fabricante aos atacadistas e aos varejistas. Portanto, os primeiros profissionais de Marketing preencheram as lacunas intelectuais deixadas pelos economistas. Contudo, a economia é a ciência-mãe do Marketing. Conforme Cobra (2002, p 4); O Marketing vem evoluindo da soberania do produto para a soberania do cliente. Desde o seu surgimento, o Marketing passou por uma evolução em sua forma de interagir com o mercado. Segue a abaixo, as eras dessa transformação: a) A era da produção - Até meados de 1925, muitas empresas nas economias mais desenvolvidas do Oeste Europeu e dos Estados Unidos estavam orientadas pela produção. Não havia preocupação com a venda, e o Marketing não existia, uma vez que praticamente tudo que se produzia era vendido; b) A era da venda – Entre 1925 e o início dos anos de 1950, as técnicas de produção já estavam dominadas, e, na maioria das nações desenvolvidas, a preocupação era com o escoamento dos excedentes de produção. Uma empresa com orientação para vendas era aquela que assumia que os consumidores iriam resistir em comprar bens e serviços que não julgassem essenciais; c) A era do Marketing – Após a Segunda Guerra Mundial, surge nos Estados Unidos a população denominada “baby boomer”. Com a volta dos soldados da Segunda Guerra Mundial, nascem muitas crianças, fato animador do mercado de fraldas, alimentos infantis, medicamentos, roupas, brinquedos, etc. Logo após, há outra explosão, a dos “teenagers” – adolescentes ávidos por consumir som, roupas, comida e uma parafernália de produtos e serviços; d) A era do Marketing digital – A Internet e o comércio eletrônico que a acompanhou estão mudando os hábitos de comunicação e consumo. Consomem-se praticamente de tudo através do computador: de serviços de turismo até compras de supermercado, roupas, eletroeletrônicos, livros, CDS, etc.O ticket está cada vez mais substituindo passagens aéreas e inúmeros outros serviços, como vouchers de hotéis, ingresso para espetáculos musicais. O conceito que perdura nos dias atuais levou aproximadamente 50 anos de evolução e transformações conceituais, até chegarmos à melhor definição de Marketing. Que segundo Kotler (1996, p. 42) “Conceitua-se Marketing como uma orientação da administração baseada no entendimento de que a tarefa primordial da organização é determinar as necessidades, desejos e valores de um mercado visando e adaptar a organização para promover as satisfações desejadas de forma mais efetiva e eficiente que seus concorrentes.” O Marketing identifica necessidades e desejos insatisfeitos. Ele define, mede e quantifica o tamanho do mercado identificado e o seu potencial de lucro. Identifica com precisão quais segmentos a empresa tem capacidade de servir melhor, além de projetar e promover os produtos e serviços adequados. Na opinião de Kotler (2006), os conceitos mais importantes do Marketing são: a segmentação, o estabelecimento de alvo, o posicionamento, as necessidades, os desejos, a demanda, as ofertas, as marcas, o valor e a satisfação, a troca, as transações, os relacionamentos e as redes, os canais de marketing, a rede de abastecimento, a competição, o ambiente de marketing e os programas de marketing. Esses termos compõem o vocabulário de trabalho do profissional de Marketing. De acordo com Packard (apud Kotler, 1999, p.34), "o Marketing é importante demais para ficar por conta apenas do departamento de marketing". Em uma sociedade complexa é essencial, que as pequenas e médias empresas tenham muita competência, sejam hábeis para implantar estratégias de Marketing e estudar o negócio como um todo. Segundo Cobra (2003), “é preciso reinventar as organizações tornandoas mais flexíveis para que elas sobrevivam em um novo tempo, de competência e valor.” Portanto, fazer Marketing deixou de ser uma atividade esporádica e criativa, para se tornar a chave de uma competitividade exacerbada. Las Casas (2004) ressalta que o termo Marketing significa “ação no mercado”, e acrescenta ainda que os termos que decorrem dos elementos do composto de Marketing devem estar presentes na adoção do conceito. Percebe-se que em conseqüência dessa definição estão implícitos, não somente produtos, como também preço, distribuição e promoção, instrumentos que permitem o desenvolvimento da estratégia certa. A conceituação mais ampla e difundida do Marketing é a de um conjunto de atividades humanas destinado a atende aos desejos e necessidades dos consumidores por meio dos processos de troca, utilizando ‘ferramentas’ específicas, como a propaganda, a promoção de vendas, a pesquisa de marketing, a concepção de produtos, a distribuição e a logística entre outras, fazendo-se necessária muita criatividade, imaginação e emoção. 3.2 Comportamento do Consumidor A escola do comportamento do consumidor tem se direcionado a responder a questão: “Por que os clientes se comportam da maneira como fazem no mercado” (SHETH et al, 1988, p.110). Este questionamento tem direcionado a várias características desta escola pelo fato de ser classificada como parte do comportamento humano, tomando assim, conceitos da psicologia, sociologia e antropologia, determinando, portanto numerosas teorias parciais para auxiliar na sua compreensão. O autor critica neste sentido, o fato da multidisciplinaridade, mediante o auxílio de conceitos das diversas ciências comportamentais, citando o provérbio dos “sete homens cegos tocando o elefante”, referindo-se a geração de um grande número de plausíveis porem diferentes explanações com relação ao “por quê” da ação do consumidor. Segundo Sheth et al (1988, p.111) são sugeridas duas razões maiores para a evolução e rápida popularidade da escola do comportamento do consumidor: a emergência do conceito de marketing evidenciado após a Segunda Guerra Mundial, que diante da grande capacidade de produção evidenciada pelos mercados americano e europeu e a dificuldade de vender o excesso produzido, percebeu que o comportamento do consumidor poderia ser analisado, compreendido e modificado (KOTLER, 2006; MARKIN, 1969) e um sólido conhecimento na ciência comportamental, que foram alocados em direção ao âmbito de negócios. Grandes e muitas foram às contribuições para o desenvolvimento da teoria e do interesse na pesquisa do comportamento do consumidor. Destacam-se os trabalhos de George Katona (1953, 1960, 1964) que evidenciavam as diferenças entre o comportamento econômico e psicológico e técnicas de prever o consumo baseadas em intenções de consumo e sentimentos; os trabalhos de Paul Lazarsfeld (1955),baseadas na opinião de líderes e influência pessoal gerando a tradição da pesquisa na comunicação verbal; os trabalhos de Everett Rogers (1962) relacionados ao processo de difusão que direcionaram grande quantidade de estudos empíricos na difusão de novos produtos e marcas; Leon Festinger com sua teoria da dissonância cognitiva (1957) que se tornou hoje como parte integrante da teoria do comportamento do consumidor; e March e Simon (1958) e Cyert e March (1963) cujo trabalho foi aplicado na compreensão e modelagem do comportamento de compra industrial. Uma perspectiva cronológica foi estabelecida por Sheth et ali (1988) de forma a delinear o processo evolutivo da escola do comportamento do consumidor, onde foram traçadas as perspectivas e desenvolvimentos nas décadas de 1950, 1960, 1970 e 1980. Década de 1950 – início desta escola identificando-se três áreas separadas de pesquisa: a primeira focada nos determinantes psicológicos emocionais e irracionais do comportamento do consumidor onde o comportamento de compra ou escolha de produto ou marca ocorre por razões profundamente assentadas ou emocionais, sendo que os indivíduos não estão dispostos nem a discutir ou informar sobre estas razões. A psicologia clínica seria a única forma de compreender estas motivações utilizando as técnicas do Focus Group (segundo APPLBAUL (1998, p.326) esta é a técnica de pesquisa de mercado mais profunda e culturalmente evidente) e da entrevista pessoal não estruturada, mediante a análise de psicólogos clínicos treinados; a segunda área cujo foco estava nos determinantes sociais do comportamento do consumidor, onde a influência de grupos de referência e o consumo visível eram os determinantes das pesquisas. A área mais popular de pesquisa tem sido referente à influência de grupos de referência na escolha de marcas e produtos que são símbolos visíveis de classes sociais proporcionando menos resultados conclusivos para outros produtos ou serviços. O poder da comunicação verbal é a área de pesquisa relacionada; e a terceira, cujo foco estava na decisão estabelecida pela dona da casa, onde a pesquisa se direcionava ao comportamento de compra da família. Década de 1960 – a pesquisa mais incisiva se baseia na lealdade à marca entre o consumo de produtos de mercearias, avaliando freqüentemente os padrões de consumo. Uma segunda tradição de pesquisa se refere à utilização de técnicas laboratoriais para medir respostas psicológicas dos consumidores com aparatos eletromecânicos. Uma terceira linha de pesquisa está relacionada à teoria do risco percebido de Raymond Bauer (1960), na qual consumidores não maximizam utilidades e sim minimizam riscos em suas escolhas. Uma quarta linha se refere ao desenvolvimento de teorias compreensivas do comportamento do consumidor, direcionada ao aprendizado de compra, pois diz que o comportamento do consumidor é repetitivo sendo que ele pode facilmente generalizar suas experiências de uma situação de escolha para outra. Vários estudiosos propuseram suas próprias teorias compreensivas do comportamento do consumidor (HOWARD, 1963; ANDREASEN, 1965; NICOSIA, 1966; ENGEL, KOLLAT E BLACKWELL, 1968) que mesmo diferentes em seus modelos tinham em comum duas características básicas: orientação de processo e feedback através do aprendizado e experiências. Década de 1970 – formação da Associação para Pesquisa do Consumidor (Association for Consumer Research – ACR) sob a liderança de James Engel; criação do Journal of Consumer Research em 1974; continuação dos testes das teorias compreensivas do comportamento do consumidor, principalmente a teoria de Howard e Sheth; aplicações de técnicas de pesquisa operacional; continuação das pesquisas da década de 1960; primeiras pesquisas sobre o comportamento de compra industrial e organizacional. As maiorias das pesquisas existentes na época recaem sob duas categorias: a compra organizacional centralizada e o comportamento de compra organizacional. A primeira diz que a influência é relativamente constante entre diferentes classes, mas varia entre tipos de produtos e tipos de decisão. A segunda diz respeito a como as organizações abordam o processo de compra. Outra grande área de pesquisa se refere ao comportamento de compra focado em serviços públicos e sociais. Neste sentido percebe-se que o comportamento de compra pode ser estudado tanto em benefício dos vendedores quanto dos compradores, aumentando ainda mais o respeito aos estudiosos do comportamento do consumidor. Uma terceira área de pesquisa se refere à questões interculturais, referindo-se a diferenças de culturas internacionais. Esta área de pesquisa apenas se inicia na década de 1970. Uma quarta área se refere ao comportamento de compra familiar, incluindo o estudo de processos de decisão de compra conjunta entre marido e esposa e de estratégias de resolução de conflitos entre membros familiares. Uma quinta área, e talvez a maior delas emergiu na área de relacionamento de atitude-comportamento e formação de atitude e estrutura. Howard e Sheth (1969) – atitudes prioritárias com relação a marcas se tornam bons prognósticos de comportamentos futuros caso não haja inibidores. Fishbein (1963, 1967, 1975) – uma intenção pessoal para desempenhar uma ação comportamental específica ocorre em função de dois fatores: as crenças pessoais sobre as conseqüências que se formam do desempenho da ação e/ou as crenças pessoais sobre normas de grupos de referência se deve ou não realizar aquela ação. Outra área que cresceu como uma corrente separada é a chamada processamento de informação, referente a como os consumidores utilizam a informação, assimilam e fazem julgamentos de avaliações sobre produtos e marcas. Ferber (1970, p.29), referindo-se ao desenvolvimento do marketing na década de 1970, comenta que a “integração e diversificação” seriam as palavras chaves que delineariam o desenvolvimento da importância do marketing nesta década. O desenvolvimento tecnológico, para este autor seria ao mesmo tempo causa e efeito das mudanças, propiciando métodos mais sofisticados de análise de marketing, levando ao grande crescimento e complexidade dos negócios, evolução e crescimento das comunicações e à necessidade e possibilidade de expansão e desenvolvimento de novos negócios. A complementaridade das abordagens comportamentais e quantitativas é evidenciada como parte desta integração. O uso de uma estrutura integrada com modelos mais realísticos e complexos de comportamento humano é evidenciado como uma solução dos problemas de marketing para esta década. A segmentação é colocada como uma forma de diversificação, onde diferenças culturais, ocupacionais e de educação tomam grande importância na determinação dos esforços de marketing. A diversificação das atividades de marketing para os campos social e políticas públicas também é evidenciada (FERBER, 1970, p.30). Década de 1980 – segundo Sheth et ali (1988, p.123), esta década se caracteriza pelo grande interesse em pesquisas interativas, gerado pelos modelos de multiatributos e processamento de informação. Gerou grande impacto sobre as medidas quantitativas e maior interesse em tradições de pesquisas qualitativas, além de interesses em questões interculturais e subculturais no comportamento do consumidor. Pesquisas mais recentes se direcionaram a tipologias de emoção, variações temporais, pensamento no envolvimento de consumo, dimensões de produto e consumo baseadas em respostas afetivas, comportamento de descarte de produtos, consumo de especialidades, semiótica, humor influenciando o consumo e processos de memória. Uma visão positivista dominante é colocada como barreira por Anderson (1983, p.23-25) à aceitação de teorias alternativas de estudo do comportamento do consumidor que se baseiam em uma visão cognitiva de compreensão. Este autor defende, diante da visão do comportamento do consumidor como uma disciplina separada e de grande orientação ao autoconhecimento e percepção, a perspectiva da multidisciplinaridade, onde conceitos de outras disciplinas devem ser tomados com este objetivo. Esta barreira, portanto, parece aos poucos perder sua força frente às tendências do final do século XX, que, relacionadas a um paradigma interpretativista, onde modelos cognitivos, aspectos sócio-culturais, experiências simbólicas e subjetivas, associadas ao paradigma dominante, passam a ser mais aceitos como capazes de auxiliar a pesquisa com relação aos aspectos que envolvem uma melhor compreensão do comportamento do consumidor. Pode-se definir o comportamento do consumidor por meio das atividades diretamente envolvidas em obter, consumir e dispor de produtos e serviços, incluindo os processos decisórios que antecedem e sucedem estas ações (ENGEL, 2001, p. 04). Assim, entender como se comporta o consumidor no momento da escolha e compra de produtos e/ou serviços é de interesse especial para aqueles que desejam influenciar, compreender ou alterar este comportamento. Para melhor atender as expectativas dos clientes e até tentar surpreendê-lo de forma positiva. A partir deste conhecimento torna-se possível obter um bom relacionamento e uma satisfação plena das diversas necessidades do consumidor. Pode ser definido como o estudo dos processos de compra e troca envolvidos na aquisição e consumo de produtos, serviços, experiências e idéias (MOWEN, 1998, p.05). Segundo Engel (2000), a pesquisa do consumidor como uma área sistemática da ciência do comportamento na forma como se apresenta atualmente, teve seu início entre o final da década de 50 e o início da década de 60. A análise do comportamento do consumidor deve ser feita com base nos fatores que influenciam este comportamento, tais como fatores pessoais e socioculturais, pois o homem caracteriza-se por ser um ser social, portanto necessita viver em comunidades/grupos e para isto precisa ser aceito por elas. A partir do convívio em grupo são definidos valores e comportamentos que serão aceitos, desejados ou rejeitados. Este convívio em grupo leva o homem a ter um papel e uma posição enquanto ser social. Este papel e esta posição, que não serão identificados apenas pelo seu poder aquisitivo, irão influenciar no seu comportamento de consumo. Os fatores pessoais como idade, momento de vida, estilo de vida, também irão determinar os comportamentos de consumo. Quando se analisam consumidores que convivem em uma mesma sociedade têm-se comportamentos de consumo bastante diferenciados, para isto basta se analisar, por exemplo, as diferenças de necessidades e desejos de consumo entre um adulto casado com uma família constituída e um casal maduro sem filhos. A maioria dos estudiosos na área classifica as variáveis que influenciam o processo de decisão do consumidor em três grandes categorias: diferenças individuais (fatores pessoais e fatores culturais), influências ambientais (fatores sociais) e o outro grupo de fatores que afetam o comportamento do consumidor sai um pouco da esfera do racional e passa para aspectos subjetivos como: motivação, percepção, crenças e atitudes (MOWEN, 1998). 3.3 Marketing Sensorial O propósito do marketing sensorial é atingir os cinco sentidos para fazer conexões emocionais positivas entre clientes, marcas, produtos e serviços. Para isso, o marketing deve explorar o tato, olfato, audição, visão e o paladar das pessoas, como as portas de entrada para a promoção de qualquer reação ou atitude às ofertas do mercado. Segundo Roberts (2005), esses sentidos humanos são responsáveis por atribuir sensualidade a uma marca, o que possibilita ao marketing construir estratégias que beneficiem mutuamente as empresas e seus mercados. Assim, conhecendo as reações e atitudes do cliente, o marketing sensorial poderá auxiliar os profissionais de marketing a criar situações que lhes proporcionem uma experiência agradável, despertando suas necessidades de consumir, e posteriormente a repetir e difundir esse consumo (COELHO,2007). Tudo que está ligado aos sentidos, como a utilização de cor, design de embalagens, texturas, som, aroma e sabor, podem ser exploradas pelo marketing buscando atingir às emoções humanas, capazes de promover experiências positivas no consumidor. A escolha do consumidor é regida por mecanismos conscientes e inconscientes. De acordo com Cobra e Ribeiro (2000), as pessoas têm valores sedimentados no consciente e no inconsciente, respectivamente pelos aspectos tangíveis e intangíveis das marcas. Assim, conhecer essas necessidades e desejos exige que as empresas e clientes estreitem seus laços de relacionamento, não basta realizar as necessidades dos consumidores, é preciso ir além e realizar os desejos. Dessa forma, satisfazer os clientes é sem duvidas essencial para as empresas principalmente no que se refere ao ambiente em que o cliente está inserido, seja na loja, supermercado ou restaurante. Ou seja, é preciso determinar as características que permitem melhor satisfazer os clientes, contribuindo de modo para a sua satisfação. Nos últimos anos as empresas modernizaram seus espaços de venda, e verificou-se que os consumidores apreciaram quando as empresas modernizaram seus pontos de venda os diferenciando dos tradicionais espaços de venda (KOTLER, 2006). Por conseguinte, identificou-se que os clientes estão à procura de um lugar que lhes ofereça a possibilidade de consumir não somente os seus produtos propostos, mas também aqueles que o cercam. Hetzel (2002) considera que o que é vendido, não são mais unicamente produtos, mas todo um espaço temático cuja vocação é estimular o consumo seja consciente ou inconscientemente. 3.3.1 A abordagem sensorial da Visão como ferramenta de marketing Por fazer parte do cotidiano, a visão é o sentido mais utilizado pelo marketing. A cor é parte integrante da percepção visual do ambiente externo, para a grande maioria das pessoas. Assim, a visão é o mais importante sentido para os mamíferos (ROBERTS, 2005). Buscando influenciar o consumidor através do sentido da visão, diversas são as possíveis melhorias no ponto de venda, desde a dinamização dos locais onde o produto está exposto, até um melhor destaque das cores que fazem parte da identidade visual da loja fazendo um diferencial em relação aos concorrentes. Nesse processo, as novas estratégias unem-se as demais, tornando o uso das cores e formando mais que um conjunto de dimensões que compõem a decoração das lojas e a disposição dos produtos no ponto de venda. A visão interfere na atenção e na atração do consumidor, por isso é importante que haja uma correlação entre os produtos, o local onde estão expostos e o posicionamento da loja, pois isso vai permitir sensações e emoções relacionadas à familiaridade que o consumidor possui junto a esses produtos. As pesquisas mostram uma relação de existência entre as sensações provocadas pelas cores, e por esse motivo, é tão importante a correlação entre esses elementos, mas não de forma lógica, e sim sensorial, pois a palavra “verde” escrita em vermelho chamará mais atenção do que escrita na cor verde. Segundo Roullet (2002), a cor do ambiente influencia as atitudes, como o vermelho e amarelo servem para atrair os jovens. Essa associação não está relacionada somente com o ambiente de loja, de acordo com Roullet (2002) as associações simbólicas ligadas às cores refletem-se nas marcas dos produtos, influenciando assim, o comportamento do consumidor. A associação das cores junto à marca buscará remeter o consumidor a suas referencias sociais e/ou culturais pois, o que influencia um consumidor europeu não necessariamente influenciará os consumidores de outros continentes. Um consumidor estimulado terá mais tendência a comprar de maneira impulsiva. De acordo com Roullet (2002), as cores incentivam diretamente as compras por impulso: as cores quentes influenciam mais do que as cores frias. Porem deve-se usar cores frias para compras em ambientes onde requerem escolhas racionais. A percepção da visão vai além das cores. Essa percepção é sensível ainda a saturação, contrastes, formas e luminosidade. Ou seja, as cores devera esta atrelada ao lado estético, pois esses parâmetros relacionados causam impacto ao sentido da visão, destacando os valores do ambiente, tentando atrair o consumidor, em diferentes formas. Segundo Roullet (2002), as formas ovais dão uma idéia de flexibilidade e diferenciação, a formar triangular exprime harmonia, movimento e agressividade, a retangular é o símbolo da elegância, da estabilidade e do dinamismo e o redondo da uma impressão de proteção. Do mesmo modo, Bonnin (2002) nota que a disposição espacial tem um papel fundamental na mobilidade do consumidor no ambiente de venda. A adaptação de um indivíduo em um ambiente de venda, torna-se um fator de influencia, dando uma idéia de possessão e fixação (FISCHER, 1997). As cores da luz também deveram ser observadas, pois determinam influenciam no estado emocional dos consumidores. A cor da luz azul, por exemplo, torna o ambiente um pouco mais calmo ou agitado. Segundo Roullet (2002), as luzes são elementos de criação de um ambiente de venda. Uma luz forte e agradável em um ponto de venda convida os consumidores a comprar Através de cores, luzes e formas estudadas podem chegar a um ambiente visual de compra favorável a um elevado nível de consumo, constituindo um fator de sucesso para a organização. Todos os elementos visuais da decoração participam para bem estar dos consumidores. Segundo Roullet (2002), os estudos das formas, cores e nível de iluminação em um ponto de venda, demonstram uma forte influencia no comportamento de compra. A intensidade da luz contribui para analise dos produtos: um número maior de artigos é examinado quando a luz está forte (BONNIN, 2002). Alem do nível de iluminação, as cores da luzes são essenciais para causar impressão e chamar atenção do consumidor. Segundo Bonnin (2002), o vermelho vivo, o azul claro ou um laranja ou amarelo fosco, em determinados pontos do ambiente de venda, faz com que o consumidor tenha uma fixação pelo ambiente nele inserido, e conseqüentemente fixando sua atenção. Alem desse jogo de luzes e cores, a disposição e dentre outros fatores são de extrema importância para atrair os consumidores e influenciar no comportamento de compra. As lojas estão cada vez mais colocando cartazes diferenciados,vídeo clipes, muros espelhados, desfiles, enfim, tudo para atrair atenção e estimular a visão que é sem duvida o sentido que mais influencia na hora de comprar. A utilização de vídeos é uma das ferramentas mais recentes no marketing visual. O avanço tecnológico permite que novas ferramentas sejam utilizadas em um ambiente de venda. Por ser o sentido mais solicitado, a visão esta em primeiro plano em estratégias de marketing sensorial. Segundo Bonnin (2002), o marketing tem por objetivo tornar o ambiente de venda visualmente agradável, pois a visão fará qualquer reflexão sobre o produto e seu ambiente de venda. 3.3.2 A abordagem sensorial da Audição como ferramenta de marketing O som ocasiona reações afetivas ou cognitivas que podem influenciar o comportamento de compra. Para que esta estratégia de marketing seja eficaz, é preciso compreender os estímulos, situações e variáveis sonoras que desencadeiam certas emoções. Em meio a esse universo poli - sensorial, a musica tem o objetivo de harmonizar a clientela. A cada dia novas experiências são efetuadas no que diz respeito a fatores auditivos em pontos de vendas específicos. Numerosos são os projetos e as pessoas envolvidas na investigação de fatores auditivos no âmbito comercial. Contudo como explica Morrison (2002) à audição é sem duvida sinônimo de lucro para empresa. A musica tende a alterar o comportamento dos clientes e aumentar as oportunidades de venda. É o elemento central para a criação de um ambiente que mobilizara os cinco sentidos dos consumidores. É uma comunicação direta com as emoções, sentidos e memória. Os clientes sentem-se confiantes, distraídos e felizes, aumentando assim o seu nível de compra. Estudos mostram que alguns consumidores reagem positivamente, quando uma musica esta bem difundida, comprando produtos mais caros. Segundo Gueguen e Al (2002), a musica é um fator enriquecedor de experiências sensoriais em um ponto de venda, pois atinge a emoção dos clientes. Num artigo de Nicolas Gueguen e Al (2002) é descrito que os estudos sobre as influencias em um ponto de venda pela musica é determinado em dois aspectos: as características físicas da música (volume e ritmo), e o tipo de música (clássica, pop). As características físicas da musica diz respeito à relação entre o ritmo e o volume da musica. Para entender melhor, consideremos a musica utilizada em bares. O volume forte ocasiona uma elevação na voz, e conseqüentemente uma drenagem da garganta, gerando um consumo crescente de liquido para hidratar-la. Porem nem sempre a musica utilizada nesse bar pode ser utilizada em outros bares, lojas ou pontos de venda. A constatação, de acordo com Jacob e Gueguen (2002), segundo a qual à 90dB, o tempo parece mais longo que à 60dB pois, a musica a um volume elevado ativa os estados cognitivos e afetivos, influenciando o comportamento dos clientes e reforçando a atenção do consumidor. Assim uma musica forte faria com que os consumidores reagissem mais rápidos, captando mais informações em um curto período de tempo. O inverso ocorre com a musica lenta onde sua utilização poderia ocasionar uma queda nas vendas. De acordo com Jacob e Gueguen (2002), o ritmo, volume e tipo de musica são fatores primordiais de interação entre os clientes e o ambiente da loja. Por exemplo, em horário de pico numa loja, musicas variada a um ritmo rápido, tem por efeito um aumento das vendas. Já em horários ditos como vagos, uma música clássica a ritmo lento faz cair às vendas. Para fixar a imagem de uma marca é necessária a combinação de fatores físicos, funcionais, simbólicos e psicológicos. Esses fatores desencadeiam um ambiente que favorecera uma relação intima com a marca e conseqüentemente gerando fidelização do cliente. Segundo Morrison (2002), a música ocupa uma função afetiva e em alguns casos sendo capaz de auxiliar na percepção de determinados produtos. Morrison (2002) nota que a musica tem uma forte influencia para alterar a maneira pela quais os consumidores percebem os produtos. Existe uma associação entre um produto e a musica. De acordo com Mehrabian e Russel (1974), a musica teria um efeito para a atitude do consumidor que depende igualmente da natureza da marca e do produto. A musica é sem duvida uma variável de extrema importância, porem muito complexa pois não há um modelo padrão para determinados estabelecimentos. É necessário determinar de maneira empírica uma musica: sua freqüência e intensidade para cada contexto, produto e publico alvo. Para Gueguen (2002), existem músicas ideais para cada caso. 3.3.3 A abordagem sensorial do Olfato como ferramenta de marketing O odor também é bem explorado pelo marketing sensorial. podendo associar lembranças e emoções aos indivíduos. O individuo terá reações negativas ou positivas mediantes experiências vividas com o odor em questão. Consta-se que muitas empresas estão investindo em pesquisas sobre a influencia de aromas em pontos de venda. Para melhor percepção, certos hipermercados utilizam odores de grama na seção de jardim, de chocolates para os ovos de páscoa ou de madeira envelhecida na seção de vinhos. Segundo G.H. (2004), os odores atingem o inconsciente, proporcionando bem estar aos clientes. As essências são escolhidas mediante os temas em questão: “maré” para moda praia, “tutti - fruti” para as crianças. Um perfume agradável pode atingir a emoção do cliente, fazendo com que aumente o tempo de permanência e a freqüência na loja. Para Ceram e Maille (2004), o odor pode influenciar positivamente ou negativamente. Uma vez sendo agradável, o cliente sente prazer em comprar, podendo em alguns casos levar alem do que foi previsto. Um indivíduo que possui uma sensação de fome, ao sentir um odor de um determinado alimento, poderá sentir necessidade de consumi-lo, caso contrário esse odor o causaria incomodo. Para Ceram e Maille (2004), o odor pode gerar desejo ou desgosto de comer, de acordo com as necessidades fisiológicas do individuo. É necessário atrelar um odor a determinado produto para que seja feita uma percepção positiva por parte do consumidor. Um dos fatores de extrema importância é saber determinar a intensidade do perfume no ponto de venda. As mulheres possuem um olfato mais sensível do que os homens. Segundo G.H. (2004), as mulheres, por possuírem um olfato mais desenvolvido e sensível, permanecem menos tempo do que os homens em ambientes onde os odores são fortes. 3.3.4 A abordagem sensorial do Tato como ferramenta de marketing O marketing sempre explorou a consistência e textura dos produtos para efetuar campanhas publicitárias e atrair clientes, porem o fator tátil mais explorado pelo marketing sensorial é a temperatura do ambiente. De acordo com Pequeno e Al (2003), o estudo do conforto térmico mobiliza a comunidade científica desde a década de 70: fisiologistas, físicos, ergonomistas e sociólogos tentam analisar as reações dos indivíduos em condições climáticas locais. O conforto térmico está ligado à neutralidade térmica, o que significa uma ausência de calor. Os indivíduos estão sempre buscando condições térmicas confortáveis para a realização de suas tarefas, seja no trabalho, em casa ou no supermercado. Segundo Pequeno e Al (2003), um terço do consumo de energia mundial é dedicado ao conforto térmico da população nos espaços internos, graças à utilização de sistema de aquecimento, de ar condicionado e de ventilação. Uma temperatura desconfortável pode gerar conseqüências negativas para as empresas. Determinar uma temperatura ideal para um ponto de venda faz com que o cliente tenha prazer em permanecer no ambiente, criando uma imagem positiva. Para Pequeno e Al (2003), o conforto térmico é um componente afetivo, ou seja, uma experiência emocional. Porem a temperatura do ambiente esta interligada com outros fatores sensoriais, pois o som ou um alimento apimentado pode elevar a temperatura ambiental ou corporal. Pequeno e Al (2003) consideram que o conforto térmico dos ambientes tem que levar em conta a interações do conjunto dos parâmetros sensoriais. 3.3.5 A abordagem sensorial do Paladar como ferramenta de marketing Através de comportamentos alimentares pode-se observar um lado psicológico que vai alem das necessidades biológicas. Segundo Puisais, Leod e Politzer (2004), para o homem, comer não significa apenas alimentar-se, porem buscar prazer em sua refeição. Se gostarmos de um alimento, é porque seu sabor e imagem sensorial estão associados na nossa memória há uma sensação de prazer. Segundo Puisais, Leod e Politzer (2004), o sabor e a imagem sensorial são definidos pelas leis da química e da genética. Além disso, o homem necessita de certa variedade de alimentos, pois em um determinado momento ele poderá enjoarse caso alimente-se de uma pequena variedade. Um mesmo alimento pode ser percebido de maneira diferente de uma pessoa à outra. Para Puisais, Leod e Politzer (2004), um alimento considerado extremamente doce para alguns pode não ser considerado tão doce para outros. Devido à diversidade de sabores e a preferência dos indivíduos, a degustação é freqüente e imensamente eficaz em um ponto de venda. Uma tática bastante usada para apresentar produtos alimentícios ou lançamentos de um novo sabor, é a provação, conhecido também como amostra grátis. Segundo Silva (2007), Este tipo de trabalho facilita a compra e ao mesmo tempo exprime a opinião do consumidor, tornando também uma forma de avaliar a qualidade do que está sendo oferecido. 4 METODOLOGIA DA PESQUISA Segundo Lakatos e Marconi (1991) Um método é um conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo e conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando um caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões científicas. 4.1 Classificação da pesquisa Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica, que tinha por objetivo levantar um referencial teórico que desse suporte a elaboração dos questionários e a pesquisa de campo, para Andrade (2003, p.126), a “pesquisa bibliográfica tanto pode ser um trabalho independente como se constituir no passo inicial de outra pesquisa”. Quanto à classificação a pesquisa classifica-se como exploratória, pois após um levantamento bibliográfico, verificou que o tema não consta nos anais dos maiores e mais importantes eventos e revistas de administração do país; e descritiva pois descreve um universo novo. De acordo com o Gil (2002, p. 41) a pesquisa exploratória, “têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses”. A pesquisa exploratória costuma ser usada quando se tem uma noção vaga do problema de pesquisa, pois a mesma visa prever o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema ou problema da pesquisa. Ainda segundo Gil (1999, p.46), “a pesquisa descritiva tem como objetivo primordial à descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. 4.2 A obtenção dos dados A procedência dos dados compreendeu dados primários, no caso do levantamento de campo, e dados secundários, no caso da revisão bibliográfica. A revisão bibliográfica teve por objetivo aprimorar o entendimento sobre os conceitos-chave do problema de pesquisa, além de sua relação com conceitos que também podem contribuir para responder à questão central. 4.3 Universo de pesquisa e objeto de estudo O objeto de estudo deste trabalho foram os consumidores do McDonalds da cidade João Pessoa – PB. De acordo com Gil (2002) o universo é um conjunto da totalidade de pessoas que possuem características semelhantes e descrevem algum fenômeno. O universo era composto pelos consumidores supra citados. 4.4 Instrumento de pesquisa Para a obtenção dos dados da pesquisa foram utilizados questionários estruturados na tentativa de entender como o Marketing Sensorial é percebido pelos consumidores do McDonalds. O questionário, na opinião de Lakatos e Marconi (1991), tem a vantagem de poder ser aplicado simultaneamente a um grande número de informantes deve apresentar todos os seus itens, com maior clareza, de tal sorte que o informante possa responder com precisão, sem ambigüidade. Os questionários foram aplicados junto aos consumidores do McDonalds da cidade de João Pessoa – PB, e foram aplicados nas duas primeiras semanas do mês de julho de 2009. 4.5 Amostra O tamanho da amostra foi definido por acessibilidade intencional,e foi composta por 50 consumidores do McDonalds da cidade de João Pessoa – PB. 4.6 Tratamento dos dados A tabulação dos dados coletados foi feita através de freqüência por meio do software Microsoft Excel e de correlação dos dados por meio do SPSS Statistical Package for the Social Sciences, o que permitiu consolidar todas as respostas dos questionários, de forma a organizá-las de acordo com as ocorrências dos diferentes resultados observados. A analise realizada foi exclusivamente qualitativa, pois foram coletados dados sócio-demograficos e dados de percepções sensoriais. 4.7 Análise dos dados A análise dos dados foi feita após a coleta e estudo sobre os resultados obtidos através do questionário aplicado a 50 clientes do McDonalds. Após analisar os dados coletados, foram montados gráficos e tabelas para uma melhor visualização dos resultados. Sobre a interpretação dos dados, é ressaltado por Gil (1999, p. 168), que “tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos”. Desse modo, com todos os métodos e procedimentos expostos, a pesquisa buscou alcançar um resultado favorável, a qual pudesse estabelecer estratégias relacionadas ao tema proposto. Para medir o grau de percepção desses clientes em relação ao Marketing Sensorial, foram analisados fatores sócio-econômicos como também seu grau de percepção do ambiente de loja que é padrão em todos os McDonalds existentes no mundo. As análises dos resultados estão demonstradas através de gráficos, sendo feito comentários visando apresentar a interpretação dos resultados obtidos. As demonstrações foram resultantes de pesquisas quanto ao Perfil sócio-demográfico e ambiente de loja: Valor e percepção do cliente, estilo e nível de musica, ambiente físico, iluminação dentre outros aspectos sensoriais já abordados. Quanto ao perfil socioeconômico, buscou analisar os clientes quanto ao sexo, à faixa etária, o estado civil, escolaridade e renda familiar. Na segunda parte da pesquisa, analisou-se o valor e percepção do cliente em relação ao ponto de venda: fatores visuais, auditivos e olfativos, e seus graus de importância para o cliente. Em um terceiro momento foram realizadas correlações entre fatores sócio-demográficos e os fatores sensoriais. 5 ANALISE E TABULAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA Na busca de facilitar uma fácil e rápida compreensão da pesquisa, para a apresentação dos resultados, utilizou-se como apoio distribuições de freqüência através de gráficos e tabelas. 5.1 Perfil Sócio-Demográfico Fez-se necessário para enriquecer o estudo, realizar um levantamento das características pessoais da amostra a ser estudada a fim de que se possa analisar alguns fatores e as suas contribuições para o perfil do consumidor socialmente responsável. Tabela 1 – Perfil Sócio-Demográfico da Amostra Gênero Masculino 28 56% Feminino 22 44% 50 100% ate 20 anos 27 54% de 21 à 30 anos 08 16% acima dos 31 anos 15 30% 50 100% Solteiro(a) 36 72% Casado(a) 09 18% Divorciado(a) 05 10% 50 100% Ensino médio - em curso 19 38% Ensino médio - completo 07 14% Ensino Superior - em curso 10 20% Ensino Superior - completo 14 28% 50 100% 20 40% 30 50 60% 100% TOTAL Idade TOTAL Estado Civil TOTAL Escolaridade TOTAL Renda familiar mensal ate 4 salários mínimos acima de 5 salários mínimos TOTAL Fonte: Elaboração própria, 2009. 5.2 Percepções Sensoriais Em um segundo momento da pesquisa, foi levantado questões sobre a percepção sensorial dos entrevistados. A primeira pergunta refere-se a percepção visual dos clientes na loja McDonalds relacionada a cor. Nota-se que 72% dos entrevistados acreditam que a reposição das cores no interior da loja influenciam no seu comportamento de consumo. Gráfico 1: Percepção visual Fonte: Dados da pesquisa Em seguida buscou-se verificar se as figuras do menu que ficam expostas no ambiente de loja poderiam influenciar na decisão dos clientes. Os dados mostram que 82% dos clientes sentem-se influenciados pelas figuras no ato de compra. Gráfico 2: Percepção visual Fonte: Dados da pesquisa A terceira pergunta, questionava se os clientes sentiam-se estimulados pela intensidade da luz no ambiente. 78% dos entrevistados sentem-se confortáveis em relação a intensidade da luz acreditando que favorece o consumo. Gráfico 3: Percepção visual Fonte: Dados da pesquisa As próximas perguntas tem como foco a percepção auditiva dos clientes. Foram levantadas questões sobre o estilo e intensidade da musica no ambiente de loja, mostradas pelos gráficos 4 e 5 respectivamente. Observa-se que 58% dos entrevistados acham o estilo da musica(Rock/pop) agradável porem, ao contrario do que fala GUEGUEN e Al (2002), a grande maioria acha que a intensidade da musica(volume e ritmo) não influencia na sua permanência no ambiente de loja. Gráfico 4: Percepção Auditiva Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 5: Percepção Auditiva Fonte: Dados da pesquisa A sexta pergunta questionava se os consumidores sentiam-se influenciados pelo odor dos produtos no ambiente de loja. 62% dos entrevistados responderam que sentem-se influenciados pelo odor dos produtos. Gráfico 6: Percepção Olfativa Fonte: Dados da pesquisa A ultima pergunta também refere-se a percepção olfativa. Os dados mostram quem 62% dos entrevistados sentem desejo ou prazer de sentir o odor dos produtos no ambiente da loja. Gráfico 7: Percepção Olfativa Fonte: Dados da pesquisa 5.3 Correlações Entre as Variáveis A primeira correlação que se buscou verificar foi entre o gênero e a percepção da cor no ambiente da loja. Verificou-se que os homens são mais influenciados pelas cores pelo fato das mulheres consumirem mais por impulso. Observa-se que 75% dos homens acreditam serem influenciados pela reposição das cores no interior da loja enquanto 31,8% das mulheres acreditam que não se sentem influenciadas pelas cores no ambiente da loja para consumirem os produtos do McDonalds. Tabela 2– Correlação Gênero X Percepção Visual Você acredita que a reposição das cores no interior da loja lhe influencia a consumir os produtos? Sim Genero Masculino % Genero 21 7 28 75,0% 25,0% 100,0% 15 7 22 68,2% 31,8% 100,0% 36 14 50 72,0% 28,0% 100,0% Feminino % Genero Total % Genero Fonte: Elaboração própria, 2009. Total Não A tabela 3 traz a correlação entre o gênero e a percepção que os clientes tem em relação as figuras expostas. Logo, observa-se que ambos os sexos são enormemente influenciados pelos menus expostos através de figuras no ambiente da loja. Tabela 3 – Correlação Gênero X Percepção Visual O menu exposto com fotografia dos produtos no ambiente de loja influencia no seu consumo? Sim Genero Masculino % Genero Feminino % Genero Total % Genero Fonte: Elaboração própria, 2009. Total Não 23 5 28 82,1% 17,9% 100,0% 18 4 22 81,8% 18,2% 100,0% 41 9 50 82,0% 18,0% 100,0% A próxima correlação é entre o gênero e a intensidade da luz no ambiente da loja. A analise mostra que a luz também é um grande influenciador do comportamento de compra para ambos os sexos. Com isso, o ambiente visual da loja influencia diretamente o comportamento de compra dos clientes. Tabela 4 – Correlação Gênero X Percepção Visual A luz proporciona um ambiente confortável para que você sinta necessidade de consumir? Sim Genero Masculino % Genero Feminino % Genero Total % Genero Fonte: Elaboração própria, 2009. Total Não 22 6 28 78,6% 21,4% 100,0% 17 5 22 77,3% 22,7% 100,0% 39 11 50 78,0% 22,0% 100,0% A quarta correlação refere-se a relação do gênero entre o estilo de musica(Pop/rock) do ambiente de loja. 60,7% dos homens acham que a musica estimula positivamente o seu consumo. Já quase metade das mulheres acham que a musica não influenciaria na quantidade de produtos McDonalds consumido. Tabela 5 – Correlação Gênero X Percepção Auditiva O estilo da musica(Pop/rock) das lojas tornam um ambiente agradável fazendo com que você consuma mais? Sim Genero Masculino % Genero Feminino % Genero Total % Genero Fonte: Elaboração própria, 2009. Total Não 17 11 28 60,7% 39,3% 100,0% 12 10 22 54,5% 45,5% 100,0% 29 21 50 58,0% 42,0% 100,0% Como citado anteriormente, a grande maioria dos entrevistados acham que a intensidade da musica não influencia no tempo de permanência na loja. Os dados mostram que, 63,6% das mulheres afirmam que não se sentem influenciadas em permanecerem ou saírem da loja mediante a intensidade da musica. Tabela 6 – Correlação Gênero X Percepção Auditiva Você considera que a intensidade da musica (volume e ritmo) influencia no tempo em que você passa na loja? Sim Genero Masculino % Genero 13 15 28 46,4% 53,6% 100,0% 8 14 22 36,4% 63,6% 100,0% 21 29 50 42,0% 58,0% 100,0% Feminino % Genero Total % Genero Fonte: Elaboração própria, 2009. Total Não A tabela 7 faz uma relação entra gênero e percepção olfativa. Observase que as mulheres são mais influenciadas pelo odor no ambiente da loja fazendo com que seja confirmada a afirmação de G.H. de que as mulheres possuem um olfato mais sensível do que os homens. Tabela 7 – Correlação Gênero X Percepção Olfativa O odor no ambiente de loja lhe influencia a consumir algum produto? Sim Genero Masculino % Genero Feminino % Genero Total % Genero Fonte: Elaboração própria, 2009. Total Não 17 11 28 60,7% 39,3% 100,0% 14 8 22 63,6% 36,4% 100,0% 31 19 50 62,0% 38,0% 100,0% A maioria homens quanto as mulheres entrevistados tem uma sensação de desejo ou prazer ao sentir o odor dos produtos no ambiente da loja. Nota-se que 50% das mulheres entrevistadas após sentirem o odor dos produtos na loja, sentem vontade de consumi-los. Esses dados são observados na tabela a seguir. Tabela 8 – Correlação Gênero X Percepção Olfativa Que sensação vem à tona ao sentir o odor dos alimentos dentro da loja? Desejo Gener Masculin o o % Genero Repugnân cia Enjôo Prazer 11 2 2 6 39,3% 7,1% 7,1% 21,4% 11 3 2 3 50,0% 13,6% 9,1% 13,6% 22 5 4 9 % Genero 44,0% 10,0% Fonte: Elaboração própria, 2009. 8,0% 18,0% Feminin o % Genero Total 7 28 25,0% 100,0% 3 22 13,6% 100,0% 10 50 20,0% 100,0% A correlaçao explicita na tabela nove trata da relaçao entre as fotografiasdo menu expostas na loja e a faixa etaria. Observa-se que os entrevistados que possuem menos de 20 anos são mais influenciados pelas imagens do que os demais. Total Outros Tabela 9 – Correlação Idade X Percepção Visual O menu exposto com fotografia dos produtos no ambiente de loja influencia no seu consumo? Sim Idade ate 20 anos Count % within Idade de 21 à 30 anos 24 3 27 88,9% 11,1% 100,0% 5 3 8 62,5% 37,5% 100,0% 12 3 15 80,0% 20,0% 100,0% 41 9 50 82,0% 18,0% 100,0% Count % within Idade acima dos 31 anos Count % within Idade Total Count % within Idade Fonte: Elaboração própria, 2009. Total Não Outra correlaçao importante em funçao da idade é em relaçao ao estilo da musica no ambiente. O estilo Pop/rock estimula mais o consumo dos mais jovens ou seja, dos que possuem menos de 20 anos. Tabela 10 – Correlação Idade X Percepção Auditiva O estilo da musica(Pop/rock) das lojas tornam um ambiente agradável fazendo com que você consuma mais? Sim Idade ate 20 anos Count % within Idade de 21 à 30 anos Count % within Idade acima dos 31 anos Count % within Idade Total Count % within Idade Fonte: Elaboração própria, 2009. Total Não 23 4 27 85,2% 14,8% 100,0% 3 5 8 37,5% 62,5% 100,0% 3 12 15 20,0% 80,0% 100,0% 29 21 50 58,0% 42,0% 100,0% O odor tambem é um fator que deve ser analisado com bastante cautela em funça da idade. Os dados mostram que 85,2% dos que possuem idade abaixo dos 20 acham que o odor estimula a consumir o produto, porem 66,7% dos entrevistados acima dos 31 anos acham que o odor não é tão importante para influenciar em seus consumos. Tabela 11 – Correlação Idade X Percepção Olfativa O odor no ambiente de loja lhe influencia a consumir algum produto? Sim Idade ate 20 anos Count % within Idade de 21 à 30 anos Count % within Idade acima dos 31 anos Count % within Idade Total Count % within Idade Fonte: Elaboração própria, 2009. Total Não 23 4 27 85,2% 14,8% 100,0% 3 5 8 37,5% 62,5% 100,0% 5 10 15 33,3% 66,7% 100,0% 31 19 50 62,0% 38,0% 100,0% Analisando os dados abaixo referente a relação entre idade e percepção olfativa, observa-se que sete dos 15 entrevistados que possuem acima de 31 anos sentem enjôo ou repgnancia com o odor dos produtos no ambiente interno da loja. Já os 27 entrevistados com idade abaixo dos 20 anos não possuem nem enjôo nem repugnância com o odor exalado no ambiente de loja. Tabela 12 – Correlação Idade X Percepção Olfativa Que sensação vem à tona ao sentir o odor dos alimentos dentro da loja? Desejo Idade ate 20 anos Count Enjôo Prazer 0 0 6 51,9% ,0% ,0% 22,2% 3 2 0 1 37,5% 25,0% ,0% 12,5% 5 3 4 2 33,3% 20,0% 26,7% 13,3% 22 5 4 9 % within 44,0% 10,0% Idade Fonte: Elaboração própria, 2009. 8,0% 18,0% de 21 à 30 anos Count % within Idade acima dos 31 anos Count % within Idade Count 7 27 25,9% 100,0% 2 8 25,0% 100,0% 1 15 6,7% 100,0% 10 50 20,0% 100,0% Foi verificado também que os entrevistados com uma renda familiar acima de 5 salarios mínimos podem ser influenciadas mais facilmente pelo menu exposto na loja. Observa-se que 93,3% deles são influenciados pelas figuras, podendo mudar sua decisão de compra no ultimo momento sem depender do valor agregado do produto. Total Outros 14 % within Idade Total Repugnânci a Tabela 13 – Renda Familiar X Percepção Visual O menu exposto com fotografia dos produtos no ambiente de loja influencia no seu consumo? Sim Renda até 4 salários Familiar mínimos acima de 5 salários mínimos 13 % Renda Familiar 65,0% 28 % Renda Familiar Total 93,3% 41 % Renda Familiar Fonte: Elaboração própria, 2009. Total Não 82,0% 7 20 35,0% 100,0% 2 30 6,7% 100,0% 9 50 18,0% 100,0% 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A conexão emocional é um importante elemento estratégico do marketing para conquistar e manter relações entre as organizações e seus clientes. Sua maior importancia reside na possibilidade única da empresa se diferenciar e se destacar em meio a uma realidade tão competitiva. Esse vínculo emocional com o cliente atribui diferenciação competitiva às empresas que optam por esta prática, além de fidelizar seu consumidor e fornecer rentabilidade. Na medida que as emoções atribuem exclusividade a uma marca, essa passa a não concorrer mais com as demais – ela é única para aquele consumidor. O estudo monografico permitiu analisar como o marketing sensorial influencia no comportamento do consumidor bem como sua utilizaçao no McDonalds, considerado a maior rede de Fast-food do mundo. Esse reconhecimento veio pelo fato do McDonalds investir no seu ambiente de loja sempre explorando o Marketing de Inovação. O ambiente de loja bem explorado pelo Marketing Sensorial faz com que os estudos voltados tornem claro a importancia do bem estar do ambiente no momento do consumo. As midias nao passam a ser o principal meio de contato com os clientes, porém o ambiente em que ele estar prestes a consumir um produto. O resultado da coleta de dado mostra a relaçao dos resultados junto à opnião dos autores, os desejos e necessidades dos consumidores mediante uma situação sensorial vivenciada. Um ambiente visual agrafavel, um som que cativa e um aroma que envolve os consumidores estimulando cada vez mais seus consumos. Essa é a nova realidade, na empresa que inova o conceito de atendimento, valorizando e respeitando cada vez mais a mola propulsora da economia : o consumidor, que a cada dia, tambem toma mais consciencia do seu papel dentro deste contexto. O McDonalds demonstra que é possivel, praticar uma gestão moderna no interesse de seus clientes, desenvolvendo um ambiente, que apresente confiabilidade e conforto, provados pelos resultados da pesquisa. Esses resultados levaram a uma expectativa, bastante otimista, em relaçao ao poder de influência que a estrategia de Marketing Sensorial tem mediante ao consumidor. Portanto, sabendo utilizar o marketing sensorial para tornar um ambiente agradável, a empresa consegue ser mais competitiva, atingindo, assim, seus consumidores de forma implacável. E ainda, alem de conseguir já manter seus consumidores, consegue, também, conquistar novos clientes. Referências 1. COBRA, Marcos. Administração de Marketing no Brasil. São Paulo: Cobra Editora, 2006. 2. COBRA, Marcos; RIBEIRO, Áurea. Marketing: magia e sedução. São Paulo: Cobra, 2000. 263 p. 3. COELHO, Tom. Marketing Sensorial. Newsletter Carreira&Sucesso. 327ª EDIÇÃO - 20 de julho de 2007. Disponível em: http://www.catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=8782 Acessado em 16 setembro 2008. 4. CHURCHILL, G. A. Jr., PETER, P. J. Marketing criando valor para os clientes. 2o.ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 5. DAUCÉ Bruno. La diffusion de senteurs d'ambiance dans un lieu commércial : intérêts et tests des effets sur le comportement. Thèse de Doctorat en Sciences de Gestion, Université de Rennes 1, IGR, Rennes, 2000. 6. FERBER, R. The expanding role of marketing in the 1970s. Journal of Marketing, v.34, jan. 1970, p.-30. 7. G.H, Xavier, Les ambassadrices du goût et du plaisir . Endereço URL :http://www.sogeres.fr/SOGERESSERVICE- SUR-MESURE/Scolaire.cfm, 2009. 8. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1999. 9. GUEGUEN e Al., Le premier référentiel tactile. Endereço URL: http://www.sensotact.com/fr/home.php , 2008. 10. HETZEL, A. . Le marketing sensoriel, . Endereço URL: http://www.educnet.education.fr/ecogest/veille/mercatique/gc10.htm), 2009. 11. KARSAKLIAN, Elaine, Comportamento do Consumidor. São Paulo: Atlas, 2000. 12. KATONA, G. C. Rational behavior and economic behavior. Psychological Review, v. 60, sep. 1953 13. KOTLER, Philip. Marketing. São Paulo: Atlas, 2003. 14. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. 12. ed. São Paulo: Prentice Hall Brasil, 2003 15. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing: A Bíblia do Marketing. 12. ed. Prentice Hall Brasil, 2006. 16. LAKATOS O. e MARCONI A. , O ambiente e o processo de maturação, 3ed. Porto Alegre: Artmed Editora Ltda., 1990. 268 p. 17. LAS CASAS, Alexandre Luzzi . Marketing e Varejo. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004 18. LAZARSFELD, Paul, Bernard. The People’s Choice: How the Voter Makes Up His Mind in a Presidential Campaign. New York: Columbia University Press, 1952. 19. MARKIN, P. L’acoustique aussi . Endereço URL: http://www.sogeres.fr/SOGERESAMBIANCETENDANCE/Design.cfm?DESIGN =6, 2009. 20. MCDANIEL, C.; GATES, R.. Pesquisa de Mercado. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. 21. PACKARD, L. Le marketing sensoriel : des sensations qui font . Endereço URL : www.altema.com/Dossiers/StrategieImage/marksensoriel2.html, 2009. 22. PUISAIS, MAC LEOD e POLITZER., 1992, Les arômes alimentaires, Tec et Doc-Lavoisier, p50-60. 23. ROBERTS, Kevin. Lovemarks – O futuro além das marcas. São Paulo: M. Books, 2005. 224p. 24. ROULLET, D., (2004). Les modifications des perceptions sensorielles chez les seniors, Nutrition et alimentation de la personne âgée, Institut Danone, . Endereço URL :http://www.danoneinstitute.be/communication/pdf/persagee/masson.pdf 25. SHETH, Jagdish N.; MITTAL, Banwari; NEWMAN, Bruce I. Comportamento do cliente: indo além do comportamento do consumidor. São Paulo: Atlas, 1998. APÊNDICE - Questionário de Pesquisa Questionário de Pesquisa referente ao Mcdonalds Sexo : ( ) Masculino ( ) Feminino Idade : ( ) ate 20 anos ( ) de 21 à 30 anos ( ) acima dos 31 anos Estado Civil: ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado Escolaridade: ( ) Ensino médio- em curso ( ) Ensino médio- completo ( ) Ensino Superior – em curso ( ) Ensino Superior completo Renda Familiar: ( ) ate 4 salários mínimos ( ) acima de 5 salários mínimos Você acredita que a reposição das cores no interior da loja lhe influencia a consumir os produtos? ( ) sim ( ) não O menu exposto com fotografia dos produtos no ambiente de loja influencia no seu consumo? ( ) sim ( ) não A luz proporciona um ambiente confortável para que você sinta necessidade de consumir? ( ) sim ( ) não O estilo da musica(Pop/rock) das lojas tornam um ambiente agradável fazendo com que você consuma mais? ( ) sim ( ) não Você considera que a intensidade da musica (volume e ritmo) influencia no tempo em que você passa na loja? ( ) sim ( ) não ( ) as vezes Você considera que a intensidade da musica (volume e ritmo) influencia a consumir os produtos? ( ) sim ( ) não O odor no ambiente de loja lhe influencia a consumir algum produto? ( ) Sim ( ) Não por que? _____________________________ Que sensação vem à tona ao sentir o odor dos alimentos dentro da loja? ( ) desejo ( ) enjôo ( ) repugnância ( ) prazer ( ) outros: ____________