ANT 7202 Introdução à Etnografia professor Scott C Head

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Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Departamento de Antropologia
Curso de Graduação em Antropologia
Plano de ensino
ANT 7202
2014/1
Professor:
Estagiária Docente:
Introdução à Etnografia
(72Horas/Aula – 4cr.)
Scott Head
Magali Lopez
[email protected]
[email protected]
>>Comunicações coletivas serão realizadas — e textos (em pdf) disponabilizados —
através do fórum de graduação (CAGR):
cagr.ufsc.br
EMENTA:
Introdução à etnografia como método, forma de representação e modo de
reflexão antropológica. Os precursores da etnografia: o imaginário europeu sobre o
‘exótico’, o ‘selvagem’ e o ‘outro’; relatos de viagem; memórias dos colonizadores;
antropologia de gabinete.
OBJETIVOS: Um dos objetivos desta disciplina é de situar a etnografia como uma
prática que engloba tanto a pesquisa de campo quanto a transformação de tais pesquisas
num texto escrito. Mas se uma etnografia “acaba” na forma de um texto, seu papel na
antropologia começa bem antes: Antes de fazer pesquisa ou escrever uma etnografia,
costuma-se justamente ler outras etnografias – assim como antropólogos já liam outros
textos ‘etno-gráficos’, como relatos de viagens, antes de ler ou escrever etnografias em si.
De forma semelhante, ao ir ‘ao campo’, tais leitura ajudam a enfocar a pesquisa – ajudam
a realizar uma leitura do mundo ao redor, através de um ‘olhar’ e ‘ouvir’ etnográfico,
iniciando um processo de descrição e de interpretação do mundo tal como percebido e
narrado, por nós e pelos outros. E mesmo quando pensamos no escrever de uma
etnografia, entra em questão os efeitos que tais escritas são capazes de produzir nos seus
leitores: para a comunidade acadêmica ou outros leitores anônimos; para os próprios
‘nativos’ que constituíam os principais sujeitos da pesquisa com os quais a pesquisa
etnográfica fora realizada; ou para os alunos de uma disciplina tal como esta. Aqui, mais
do que oferecer uma introdução a alguns de tais textos conhecidos como ‘etnografias’
tratados como objeto ou produto final de um processo, tratamos a etnografia como uma
prática de leitura que permeia o processo de fazer e pensar a antropologia e seus variados
‘objetos’ e ‘sujeitos’ de pesquisa.
AVALIAÇÃO:
A avaliação será feita através de duas provas (30% cada); e a
presença e participação nas aulas, com questões sobre as leituras (escritas
individualmente ou em grupos) entregues no dia anterior à aula respectiva, e pequenas
experimentações etnográficas – individuais e/ou em grupos (40% total — participação,
questões e experimentação etnográfica).
PROGRAMA*
[*sujeito a modificações]
PARTE I: Antecipações narrativas a etnografia
18/03
Apresentação do programa; indagações sobre a “etnografia”
25/03
BOAS, Franz. 2004 [1887]. “Um ano entre os esquimós”. In: Stocking, George (org.), A
formação da Antropologia Americana, p67-80.
CONRAD, Joseph. 2008 [1896]. “Um posto avançado do progresso.” In: Coração das
trevas, São Paulo: Companhia das letras, p123-152.
Filme: Nanook do Norte (Robert J. Flaherty, 1922).
1/04
>>Semana de recepção aos calouros:
Palestra sobre Laudos Antropológico, de Ilka Boaventura Leite.
Local: Auditório do CED Horário:14h30
8/04
WOOD, James. 2011. “Narrando.” In: Como funciona a ficção? São Paulo: Cosac Naify,
p. 19-44.
LERY, Jean de. s/d [1578]. Viagem à terra do Brasil. SP: Livraria Martins Editora.
[cap V: p67-73; XIV: p157-173]
[STADEN, Hans 1974 [1557]. Duas Viagens ao Brasil. p78-109; 176-188.]
15/04
SAID, Edward. “Introdução”. Cultura e imperialismo. 2011. São Paulo: Companhia das
letras, p9-33.
[SAID, Edward. 1990. “Introdução.” Orientalismo: O Oriente como invenção do
Ocidente. SP: Companhia das Letras, p13-39.]
[SACCO, Joe. Palestino: Uma nação ocupada. Introdução de Edward Said; cap. 1].
22/04
FRAZER, James George. 1978. O Ramo de Ouro. SP: Círculo do Livro. pp. 5-56; 242250.
29/04
MALINOWSKI, Bronislaw. 1976. Os Argonautas do Pacífico Ocidental. SP: Abril
Cultural. [Intro.; cap. VII?]
6/05
MALINOWSKI, Bronislaw. 1986. .“A coleta e a interpretação dos dados empíricos.” In:
Malinowski:Antropologia. São Paulo: Ática, p. 143-158
BOAS, Franz. 2004 [1898; ]. “A expedição Jesup ao Pacífico Norte”; “Este livro contém
o meu discurso”. In: Stocking, George (org.), A formação da Antropologia
Americana, p139-148; p155-159.
13/05
>>Prova em aula<<
PARTE II:
Etnografia – entre texto e campo, experiência e experimentação
20/05
MAUSS, Marcel. 1993. Manual de etnografia. Lisboa: Publicações Dom Quixote.
[“Prefácio da terceira edição - 1989”, p15-20; “Observações preliminares”, p21-25;
“Estética”, p93-124.]
FOOTE-WHYTE, William 1980 [1943]. “Treinando a observação participante”. In:
Zaluar, Alba (org.), Desvendando máscaras sociais. Rio de Janeiro: Francisco Alves,
p77-86.
>>Proposta de ‘experimentação etnográfica’<<
27/05
TURNER, Victor. 2005. “Introdução.”; “Muchona, a vespa: intérprete da religião.”
In: Floresta de símbolos. Niteroi: EdUFF, p.29-46; 179-202.
03/06
GEERTZ, Clifford. 1978. “Um jogo absorvente: notas sobre a briga de galos balinesa.”
In: A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara, p278-321.
[ou: “Descrição densa:...”]
10/06
SILVA, Wagner Gonçalves da. 2000. O antropólogo e sua magia: Trabalho de Campo e
Texto Etnográfico nas Pesquisas Antropológicas sobre Religiões Afro-brasileiras. São
Paulo: EdUSP. [seleções]
Ou: CLIFFORD, James. “Sobre a autoridade etnográfica.” In: José Reginaldo Gonçalves
(org.), A experiência etnográfica, p. 17-62.
17/06 >>Potencialmente declarado Feriado Nacional devido a jogo do Brasil<<
HENRI-PIAULT, Marc. 1994. “Uma antropologia-diálogo: a propósito do filme de Jean
Rouch, Eu, um negro”. Cadernos de Antropologia e Imagem 4: 185—192.
[Filme: Moi, un noir, de Jean Rouch]
24/06
LANDES, Ruth. 2002. A cidade das mulheres. RJ: Editora da UFRJ. [seleção]
01/07
DAWSEY, John. 2006. “O teatro em Aparecida: A santa e o
lobisomen”. Mana 12(1):135-149.
08/07
>>Entregar prova—ensaio << (para todos); >>Apresentações de experimentos
etnográficos<<
15/07
>>Apresentações de experimentos etnográficos (cont.)<<
22/07
Recuperação...
Outros textos/substituições possíveis:
CANETTI, Elias. 2006 [1968]. As vozes de Marrakech. São Paulo: Cosac Naify.
CARVALHO, José Jorge de. 2001. “O olhar etnográfico e voz subalterna.” Horizontes
Antropológicos 7 (15): 107-147.
MARCUS, George. “Identidades passadas, presentes e emergentes: requisitos para
etnografias sobre a modernidade no final do século XX ao nível mundial.” Revista de
Antropologia 34: 197-221.
PULMAN, B. 2007. “Por uma história da noção de campo.” Cadernos de Campo(16):
221-232.
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